Um Presente para Edward ! escrita por sisfics


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Quero deixar os post igual está no orkut, pra sempre ta postando o mesmo capitulo aqui e lá.



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Edward Pov

Aproximadamente seis anos depois

- Bom dia, doutor Edward. - peguei minha agenda na mão da secretária.

- O que tenho agora de manhã? - perguntei abrindo a pasta.

- O senhor tem uma audiência no centro do caso Spencer X estado e antes o Dr. Jasper o chamou na sala dele.

- O que ele quer comigo? - perguntei ainda pegando um bolo de documentos da sua mão.

- Ele não disse o assunto, mas parece que é algo urgente sobre o caso do Jornal.

- Ah, sim! Diz a ele que eu não tô com paciência pra discutir isso logo pela manhã. Eu tenho algum recado?

- Na verdade, o senhor tem um recado da sua irmã e três da sua noiva. Todos estão em cima da sua mesa.

- Obrigado... er... você trazer um café bem forte pra mim? - falei pegando tudo e indo em direção ao meu escritório.

- Claro, sim senhor! - ouvi sua voz antes que eu fechasse a porta.

Sentei na minha mesa e peguei meus recados.

"Caso você não ligue para mim ainda hoje, vou esquecer que tenho um irmão e te tiro completamente da minha vida. Rosalie." - melodramática.

"Onde você esteve toda a noite? Tanya"

"Atenda o celular! Tanya"

"Assim que chegar me liga, por favor? Tanya" - problemas à vista.

Sentei na minha cadeira e comecei a ler uma pilha de documentos que precisavam ser assinados. Agora eu era o principal advogado dessa empresa. Eu não podia dar atenção a pequenas coisas.

Isabella Pov

"..., caso queira aceitar a proposta,

entre em contato com nosso representante

na Universidade Federal de Washington.

Antecipadamente agradecido,

Hans Hügel."

- Bella?! - Jacob chamou minha atenção dando uma pequena sacudida no meu braço.

- Hum...

- Tá dormindo acordada, meu amor? - ele disse pondo uma xícara na minha frente.

- Não... er... eu tava pensando sobre umas... coisas.

- Hum... - ele pôs café nas nossas xícaras.

- Você tava inquieta essa noite. Aconteceu alguma coisa? - perguntou se sentando na cadeira do meu lado.

- Nada demais! - dei de ombros.

- Você quer carona pro trabalho?

- Não, eu antes vou passar na casa da Alice. Preciso falar com ela.

- Sei... falar com ela? Tá, bem! E você disse que não tinha nada de errado. - zombou de mim.

Eu apenas sorri e terminei de tomar meu café. Ele levantou da cadeira, buscou o paletó na cadeira da cozinha e me deu um beijo.

- Até mais! - falou saindo pela porta dos fundos.

Sorri comigo mesma, apesar de estar com medo. Muito medo.

Edward Pov

Aproximadamente dois meses depois

- Edward, acorda! - Tanya disse me sacudindo.

Abri o olho e a vi já arrumada.

- Que horas são?

- Seis e quinze. Você tem que estar no escritório que horas?

- Porra Tanya! - chinguei me sentando - Tinha que me acordar tão cedo. Hoje eu entro mais tarde.

- Me desculpa?! - disse ofendida - Eu não sabia, okay? Não precisa me tratar com tanta grosseiria. - disse abraçando a si mesma.

- Tá bem. Tá bem. Porque você já está arrumada?

- Eu preciso ir embora agora. Eu tenho uma reunião e ainda tenho que passar em casa.

- Tchau! - eu disse me levantando e indo na direção do banheiro.

- Não vai me dar um beijo de despedida?

- Depois a gente se fala, Tanya! - fechei a porta e entrei no chuveiro.

Agora que eu estava acordado. Que fosse assim.

Sai do chuveiro e fui pra cozinha onde comecei a fazer um café pra mim.

E então, a campainha tocou. Olhei no relógio de parede da cozinha. Eram sete da manhã. Não é possível que alguém realmente esteja tocando na minha casa às sete da manhã. Com raiva eu desliguei a cafeteira e fui até a porta. Abri sem olhar quem era e foi quando eu vi uma menina muito pequena. De aproximadamente cinco anos. Ela tinha o cavelo cacheado e castanho-avermelhados e os olhos verdes. Ela olhou pra mim assustada. Completamente assustada.

- Pois não?! - perguntei me apoiando no portal.

Olhei pra fora pra ver se tinha mais alguém com ela, mas ela parecia estar mesmo sozinha.

- Você... - ela começou, mas não terminou.

- Se você tá vendendo biscoitos ou alguma ajuda pra alguma igreja... pode ir embora, okay?

- Eu... - ela tentou começar de novo, mas travou.

- Você o que, ô garota! Não tenho o dia todo.

Ela me olhou com medo.

- A minha... mãe.. pediu pra eu te entregar isso! - ela disse me dando um envelope.

Isso agora é terrorismo? - pensei. Puxei o envelope da mão dela e parecia não ter remetente.

- Qual o nome da sua mãe? - perguntei.

- Er... Isabella Swan. - falou baixo.~

Isso só podia ser uma brincadeira.

- Como? – perguntei assustado.

A dor do passado voltou pra mais uma vez me maltratar. Como um nome pode ter poder sobre mim? Sobre o que eu sinto? Eu já enterrei essa mulher. Porque esses fantasmas voltam para me infernizar?

- Se isso for algum tipo de brincadeira... você está perdendo seu tempo, ouviu bem? – eu estava começando a me alterar.

- Não... eu...

Sai do apartamento e comecei a olhar no corredor. Não era possível. Como assim uma criança na minha porta dizendo que é filha da... ? Que ódio! Eu precisava me acalmar. Respirar fundo e tentar entender esse completo espartafúrdio. Voltei pra porta onde a menina se encolhia como um bicho. Tentei me lembrar de alguma coisa do que Rosalie falava sobre como lidar com crianças. Porque afinal eu estava tão nervoso?

Me ajoelhei no chão de frente pra ela.

- Olha aqui, er... pequenininha, eu vou te perguntar uma coisa e quero que você me responda, mas não é pra mentir, okay? – ela assentiu menos amendrontada.

- Quem tá aqui com você? – ela pareceu pensar no assunto.

- Como assim?

- Quem... – alterei minha voz e ela deu um pulo, parei por um segundo tentando redobrar minha atenção, afinal, é apenas uma criançinha – Quem... te trouxe aqui?

- Mamãe. – falou com se fosse óbvio.

- Tá. E quem é sua... mamãe?

- Eu já falei o nome dela. Isabella.. e o senhor...tem que ler a carta. Foi o que ela disse.

- Olha...

- Leia! – falou empurrando a carta que estava na minha mão contra o meu peito.

- Isso deve ser uma pegadinha. Não tá...

- Leia! – disse empurrando de novo.

Apesar de ser a coisa louca que já pensei em fazer um dia, eu apenas me levantei e abri a carta. Se era esse o joguinho, então vamos jogar.

Assim que desdobrei o papel, reconheci ainda de longe a letra engrarranchada e descompromissada que há muito tempo eu não via. Engoli em seco e voltei a olhar pra menina, ela me era estranhamente familiar. Algo em seus olhos, como se eu já os tivesse visto antes.

“Olá Edward,

Nas últimas duas horas, imaginei uma forma de escrever a coisa mais difícil que já escrevi em toda minha vida. Talvez você esteja imaginando que tudo isso é algum tipo de brincadeira de mal-gosto, mas sinto lhe informar logo cedo que não é.

Espero que nos últimos anos, sua personalidade e caráter tenham mudado bastante, ou infelizmente, será apenas uma viagem perdida tanto para mim quanto para nossa filha.

Sinto novamente eu ter que te decepcionar, mas não errei minha boa escrita na linha acima. Sim, nossa filha. E antes que você tenha algum ataque, ou algo do gênero, o nome dela é Rennesme e ela tem 6 anos completos. Apesar de saber que você não vai acreditar em nenhuma dessas palavras, preciso te dizer que há quase sete anos atrás, quando fui embora de Nova Iorque e voltei para Washington com Alice, eu estava grávida, carregando dentro de mim um filho seu. No primeiro instante, mil coisas passaram pela minha cabeça. Confesso que inclusive idiotices que me arrependo de ter pensado, mas uma única coisa que nunca pensei em fazer foi voltar e procurar a sua ajuda. Com muita dureza, consegui praticamente sozinha, cuidar de minha filha e terminar minha faculdade.

Não mereço glória por isso, muito menos parabenização, mas me orgulho muito de nunca ter precisado de você para nada.

Até hoje.

Sim, eu estou lhe pedindo ajuda.

Nos próximos e exatos dois meses, eu precisarei ficar fora do país e é impossível eu levar Nessie comigo. Particularmente, acho uma loucura deixá-la assim na sua porta, mas forças maiores me obrigam a isso.

E sinceramente, nada melhor pra Nessie do que passar um tempo ao lado do pai. Apesar de sempre ter sido presente e uma ótima mãe, sempre lhe faltou alguém que exercesse o papel de pai como deve ser exercido.

Espero que você possa cumpri-lo sem muitos problemas. Caso tenha algum, procure sua irmã Rosalie. Soube que ela e Emmett se casaram e tem uma filha. Ela poderá te ajudar.

Agradeço e lhe desejo boa sorte.

Bella

P.S.: Sua incredulidade sempre foi acentuada, caso ainda seja, marquei um exame para vocês num laboratório conceituado e confiável. Ligue para o número e se informe o dia. 555- 2343

Deixei a minha vida na sua porta, cuide bem dela!”

Senti meu chão desaparecendo embaixo dos meus pés. Com certeza, era brincadeira, mas como assim? Filha? Nossa filha? Como essa mulher pôde simplesmente largar uma criança na minha porta, dizer que é minha filha e ir embora? Levantei o rosto da carta, tentando colocar algum ar dentro dos meus pulmões. A menina me olhava com uma interrogação enorme em seus olhos.

- Já leu? – perguntou sorrindo.

Eu assenti assustado.

- Então já sabe, né?!

Assenti novamente.

- A mamãe vai voltar? - perguntou inclinando a cabeça.

Seus cachos foram juntos me mostrando completamente o formato de seu rosto. Ela era idêntica à Bella. Talvez por isso fosse tão familiar. Mas o que eu faria agora? O que eu ia acontecer? Eu não sabia nem como recobrar meu fôlego, imaginem cuidar de uma criança. Estou perdido!

Isabella Pov

- Bella, respira mais devagar, talvez assim você se sinta bem.

- VOU ME SENTIR BEM QUANDO EU VOLTAR! – gritei pra Alice.

- Moço, volta pro endereço de onde nós viemos, eu vou buscar minha filha. – falei ao taxista.

- NÃO! – Alice gritou – Motorista, continua pro aeroporto, okay? Não dê ouvidos a essa doida. – disse dando um sorriso sem-graça ao taxista.

- Doida Alice? Eu acabo de me deixar influenciar por você e deixei a minha filha de só seis anos na porta de um completo desconhecido...

- Ele não é desconhecido. Ele é o pai da sua filha e você sabe muito bem que eles dois precisam disso.

- Ela precisa de mim! – gritei aos prantos.

- Ela precisa mais dele nesse momentos, Bella. – ela disse me empurrando de encontro ao banco do táxi.

- Você afastou sua filha todos esses anos do pai. Você escondeu por todos esses anos do Edward que vocês dois tinham uma filha, agora que você precisa muito dessa viagem, você vai desistir de tudo por medo?

- Alice, minha filha não conhece ele... nem eu conheço ele.

- Temos a ajuda de Rosalie, não temos? – assenti tentando conter as lágrimas – Então, Bella, se acalme. Nessie está bem. Ela está realizando o sonho da vida dela que é ficar com o pai. Que é conhecê-lo. Não interrompa essa oportunidade que você está dando a sua filha.

- Poderia ser de outra maneira, Alice. Você não entende. E se ele simplesmente largar de mão dela?

- Rosalie não vai deixar. – ela gritou sem paciência.

Olhei pra cidade de Nova Iorque que passava pela janela, quando Alice pegou na minha mão.

- Vamos dar um voto de confiança a ele?

- Você sabe que a última coisa que eu daria a ele é um voto de confiança depois dele...

- Esquece esse assunto, Isabella. Você tem uma viagem longa pela frente.

Tentei me acalmar. Será que era mesmo o certo que eu estava fazendo?

Edward Pov

[...]

- Anda mais devagar, por favor senhor? - a garota pediu

- Tô com pressa! - eu disse somente e continuei a puxa-lá pela calçada.

Andei mais alguns metros e vi Rosálie parada em frente à livraria em Gloria. Corri ainda mais ao ver minha família.

- Rose?!- chamei a uns dois metros dela.

Ela se virou devagar com Gloria em seu colo e me deu um sorriso largo, porém ele logo desmanchou quando ela abaixou o olhar para a menina que eu levava aos tropeços pela mão.

- Preciso de sua ajuda minha irmã! - disse cansado.

Ela arqueou as sobrancelhas ao meu pedido e perguntou:

- Quem é a pequena?

- Minha... Filha- disse com dificuldade.

Senti que ela cambaleou um pouco pela surpresa. Os olhos arregalados. A cara branca de susto.

- Filha?! Edward?!

- Me ajuda! – supliquei.

[...]

Ela abaixou a carta, a apoiando na mesa. Olhei pra menina do meu lado. Ela comia devagar um sanduíche, enquanto eu e Rose tomávamos nosso café. Acho que Rose leu aquela carta umas três ou quatro vezes. Eu não agüentava mais o silêncio que vinha dela. Mas antes que eu me pronunciasse, ela começou uma conversa.

- Então Rennesme... Porque esse nome? - perguntou sorrindo.

- Mamãe me contou que é uma mistura do nome das minhas avós. Renne e Esme. –ela explicou sorrindo – Mas eu só conheço a Vovó Renne – ela lembrou.

- Hum... Você tem um lindo nome – Rose elogiou.

Bella tinha a coragem de por o nome da minha mãe na filha?

- E a senhora é muito bonita – a menina disse em tom de agradecimento.

- Não precisa me chamar de senhora. Pode me chamar de tia, afinal, sou irma do seu pai – ela disse apontando para mim.

- Minha mãe mandou eu não o chamar de pai – a garota cochichou, fazendo Rose se surpreender.

- Porque?! – perguntou indignada.

- Porque ele poderia surtar – respondeu séria. Rosalie começou a rir descontroladamente, enquanto eu fechava a cara (ainda mais) para as duas.

- Querida, você me faria um favor? – Rennesme assentiu – A titia quer conversar com o seu pai, será que você ficaria com sua prima ali no parquinho? – Rose apontou para a área de recreação que ficava à uns três metros do café.

- Claro que sim! – dito sim, Rennesme e Gloria foram para o parquinho, me deixando sozinho com ela.

- Poxa! Ela é linda... O que você queria? - perguntou na maior calma.

- Eu?! Bem deixe-me ver... Um dia eu acordo, abro a porta e tem uma garota de 6 anos ali, me dizendo que é minha filha com uma desgraçada que me abandonou há 7 anos. O que mais posso querer, Rosalie Cullen? – disse irônico.

- É isso que eu me pergunto “O que mais você pode querer?”. Acaba de descobrir que tem uma filha linda, educada e com saúde. Você deveria estar soltando fogos.

- Quem disse que ela é mesmo minha filha? Pode não ser!

- Não fale uma besteira com essa! É só olhar pra ela e ver que ela é mesmo sua filha. Seus olhos, seu sorriso.

- Não tenho com ficar com essa menina.

- A Bella achar que você tem.

- Não fala o nome dessa louca de novo.

- Louca porque?! – eu não respondi.

- Vou procurá-la para entregar essa criança.

- Ah tá?! Então você vai pegar essa criança meter num avião e... Vai mandar pra onde mesmo?

- Bem... – ela tinha razão. Bella não tinha dito aonde estava.

- Ela disse que é só dois meses...

- DOIS meses! Só dois meses? É o suficiente pra acabar comigo.

- Cala a boca, Edward! – ela ordenou batendo a xícara na mesa.

- Você poderia ficar com ela pra mim? – perguntei.

- Pro seu bem, é melhor que eu esteja com problemas de surdez – ela retrucou indignada.

- E agora?

- Tia Rose?! – fomos interrompidos por ela.

- O que houve?

- Gloria quer ir ao banheiro.

- Ah sim! Vem com a gente? – Rose perguntou pegando a filha no colo.

- Não, obrigado.

- Não, obrigado. - a menina disse.

As duas saíram em direção ao banheiro me deixando sozinho com ela. A pequena manteve os olhos baixos na mesa. Realmente, eram verdes como os meus. E seuas cabelos eram idênticos aos de Bella.

“Como ela podia fazer isso comigo? Como ela podia fazer isso com a própria filha?”

- Não quer terminar de comer seu sanduíche? – perguntei quebrando o silêncio.

- Não to mais com fome, mas se o senhor quiser que eu coma... Eu como.

- Não! Tudo bem... – eu não tinha mais o que dizer enquanto a observava com um pequeno sorriso no rosto.

Foi quando percebi o pequeno colar que estava pendurado em seu pescoço.

- Onde você arranjou esse colar? – perguntei assustado.

- É da mamãe... Ela me deu pra eu lembrar dela.

Flashback on

- Ela disse que esse colar me traria sorte... – Bella respondeu pensativa.

Ela estava sentada com as pernas cruzadas em cima da nossa cama, e analisando o pequeno colar de prata.

- Então... Deixa eu ver se entendi – comecei enquanto me secava e me vestia – Uma doida te pára numa rua deserta de Paris. Lê sua mão. Faz previsões óbvias e te dá um colar pra ser seu amuleto da sorte... É isso?

- É. É isso! Sabia que você falando bem pior?!

Eu ri de sua cara de desolada.

- Porque previsões óbvias? – perguntou entortando a cabeça.

- Bem, ela disse que você será uma boa jornalista. Isso é óbvio. Você é muito inteligente! E que terá dois filhos com o homem da sua vida. O que também é óbvio.

- É óbvio? – perguntou de novo.

- Claro. Se depender de mim a gente vai ter um time de futebol inteirinho.

- E quem disse que você é o homem da minha vida, hein?! – perguntou sorrindo e caminhando até mim.

- Por enquanto ninguém, mas eu vou te fazer dizer – ela sorriu marota enquanto eu a encostava na parede e lhe dava um beijo.

Flashback off

- Quando ela te deu esse colar? – perguntei pegando o pingente entre os dedos.

- Quando estávamos no avião.

- De onde vocês vieram?

- Da casa da Vovó Renne.

- E aonde é?

- Numa cidade muito chata. Lá chove o tempo todo. Se chama Forks – ela disse e se sentando na cadeira do meu lado.

Um silêncio imperou naquele espaço, enquanto minha cabeça estava mil.

Era a cidade de Bella. Eu me lembrava dela falando sobre a cidade que a manteve "presa" pelos anos da sua infância até que ela...

Espera! Porque eu estou pensando tanto nela? Não! Eu não devia ficar gastando meu tempo lembrando dela.

- O senhor vai me deixar com quem? – a menina me perguntou.

- Como assim? - indaguei surpreso.

- O senhor não quer ficar comigo né? – ela estava com o rosto realmente triste.

- Você ouviu a minha conversa?

- Desculpa, eu não queria, mas a Gloria queria ir no banheiro e eu ouvi quando a gente chegou perto.

-Hum... – ela era sincera – Olha... Rennesme...

- Voltamos! – anunciou Rose – Atrapalhei alguma coisa? – perguntou.

- Não... – respondi depressa – Trocou rápido a fralda.

- Gloria não usa mais fralda.

- Não?! Ela só tem um ano, não é?

- Não, Edward. Ela já tem dois anos e meio – engoli em seco – Acho que vou desistir de você. Desnaturado!

- Desculpa?!

- É... Ta bem. Você quer mais alguma coisa? – perguntou se dirigindo à Rennesme.

- Não, obrigada. – ela era extremamente educada.

- Você tem apelido querida?

- Tenho sim! – respondeu animada – Nessie!

- Então tá! Agora eu só te chamo de Nessie e você me chama de Tia Rose, okay?

- Legal!

- Você também tem um Tio Emmett. Depois você vai conhecê-lo, tá?

- UHUM! – a menina disse satisfeita.

- Tenho que ir pra casa! – ela disse pegando a bolsa pendurada nas costas da sua cadeira.

- QUE? Mas e eu? - eu quase gritei.

- A gente já falou o que tinha que falar.

- Mas Rose?

- Agente se vê depois, não é Ness?! – odeio quando me ignora.

- Sim Tia.

Nós nos levantamos e eu paguei a conta enquanto as três caminhavam para a porta da livraria.

- Eu vou te passar umas instruções – disse Rose quando parei do seu lado na porta.

- Instruções?!

- Sim! Você vai chegar em casa, dar banho na sua filha, dar jantar à ela. Jantar, hein? Não é pizza! E amanhã nós vamos juntos resolver algumas coisas, okay?

- Que coisas?

- Você vai ver amanhã! Nessie?! – Rose chamou a criança que estava parada do meu lado, brincando de fazer cócegas com Gloria.

- Oi?

- A gente se vê amanhã, okay linda?!

- OKAY!

- Então, bate aqui.

As duas fizeram um aperto de mãos improvisado e depois Rose a abraçou muito forte, distribuindo muitos beijos no alto de sua testa. Gloria e Nessie, quer dizer, Rennesme, também se abraçaram e depois elas foram embora. Fiquei ainda alguns minutos parado, olhando para a rua. Casa. Banho. Jantar. Amanhã. Casa. Banho. Jantar. Amanhã. Droga! Comecei a caminhar em direção(acho que) da minha casa. Uma criança sob minha responsabilidade. O que isso vai dar? Eu não consigo cuidar de mim! Parei no sinal, esperando ele fechar para eu atravessar. Olhei para o lado e não vi a garota. Olhei para o outro e nada dela. Perdi a criança!

- Rennesme? – chamei quando já tinha dado um volta em mim e não a tinha achado.

Nenhuma criança na calçada. Nenhuma do meu lado.

- Nessie?! – eu gritei chamando atenção de algumas pessoas para mim.

-Tô aqui! – uma voz angelical soou atrá de mim.

Olhei para ela ali parada com as bochechas rosadas.

- Onde você estava? – eu perguntei me agachando e lhe segurando os ombros dando leves sacudidas.

- O senhor tava correndo, eu demorei pra te alcançar. - sua voz estava chorosa.

- NUCA MAIS FAÇA ISSO – eu estava quase gritando.

- Desculpa?! – sussurrou.

Seu rosto ficou gravado na minha memória. A voz permaneceu ressoando na minha cabeça. Um rosto melancólico. Me levantei e segurei sua pequena mão para não mais perdê-la. Uma senhora que estava parada no meu lado esquerdo disse com a voz enjoada dela um “cavalo” para mim. Agora até xingado eu era.


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