Um Presente para Edward ! escrita por sisfics


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura !



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Isabella Pov

- Promete me responder só uma coisa então?

- Dependendo da sua pergunta. - dei de ombros.

Depois tomei consciência da besteira que tinha acabado de dizer e soube na mesma hora que me arrependeria daquilo.

- Quantas vezes pensou em me procurar? É minha única curiosidade. Porque, sinceramente, pensei em fazer isso o tempo todo. - confessou, abaixando o rosto.

Não consegui responder nada, até porque demorei um pouco para entender a pergunta. Meu queixo caiu em perplexidade, era inevitável tudo isso. "Onde eu estava com a cabeça quando aceitei esse jantar?" - me perguntei mais uma vez. Edward levantou o rosto, me encarando pela primeira vez. Seus olhos estavam apreensivos, inquietos.

- Pensou em fazer isso? Só pensou? - rosnei para mim mesma.

- Como? - se apoiou sobre a mesa, se aproximando "perigosamente".

Me afastei em reação.

- Não disse nada. - resmunguei.

- Era o que eu temia, pois estou esperando sua resposta.

- Era o que eu temia, pois estou esperando sua resposta.

- Não preciso te responder isso! Não preciso e nem quero... eu...

- Porque não?

- Quer que eu me levante e deixe você falando sozinho aqui? - ameacei.

Ele respirou fundo. Tentando pacificar o ambiente.

- Não quero que você vá embora! Prometo me controlar.

Respirei mais aliviada.

- Mas... Bella... - segurei um rosnado quando ele recomeçou a história toda - Eu quero saber sobre tudo que aconteceu desde que você foi embora. Quero saber sobre nossa filha, sobre você, às vezes me pego pensando na coisas que você escreveu na carta que deixou com Nessie quando a conheci...

- Esquece tudo que eu escrevi! - pedi, tentando fugir do assunto - Foi uma coisa rápida... eu precisava; não sei; precisava escrever alguma coisa; eu...

- Fico pensando sobre uma frase em especial. Aliás, duas. Quando você disse que pensou besteiras que tinha vergonha de ter pensado e quando disse que tinha orgulho de a ter criado sozinha. Mas, Bella, será que não pensou que eu podia te ajudar de alguma forma?

- É só isso mesmo que você quer conversar, não é mesmo? - eu estava decepcionada?

Não, eu não podia sentir isso.

Não, eu não podia sentir isso.

- Olha, eu quero conversar sobre tantas coisas, se você fosse paciente comigo o suficiente para me escutar e mes responder. Sem deixar o rancor, a raiva falar por você.

- Só falta você completar a frase com "infantilidade". - resmunguei, tomanco um pouco da água na taça na minha frente.

Edward reagiu de forma inesperada. Apenas riu. O olhei assustada. "Como podia rir com uma situação como essa?". Ele percebeu meu olhar curioso.

- Desculpa? Mas era, exatamente, o que eu estava pensando. - tentou segurar o sorriso.

Meus olhos ficaram marejados. Bem ao longe, comecei a ouvir uma melodia. Uma cantora começava a se apresentar num pequeno palco, ao lado de um piano. A voz melodiosa me fez sorrir, enquanto ele ainda sorria.

- Passamos do início de uma discussão, para uma risada. É um avanço? - perguntou.

Neguei com a cabeça.

- É um retrocesso. Sinal de que você está cada vez mais louco. - ele sorriu de novo.

- Acho que vou desistir. - sussurrou, batendo de leve as mãos nas pernas.

Suspirou cansado e o silêncio que se seguiu foi bem incômodo. Fomos interrompidos um tempo depois pelo garçom com o prato de entrada. Eu estava, completamente, sem fome. E pelo visto ele também. Apenas desistimos de comer e nos encaramos. Resolvi ceder, não muito.

- Pensei em te procurar depois que Nessie nasceu. - Edward se ajeitou na cadeira, para me ouvir melhor - Queria que você a visse, mas desisti quando ela teve alta.

Seu rosto assumiu uma expressão preocupada.

- Porque desistiu? - perguntou, enrugando o cenho.

Um calafrio percorreu toda minha espinha, pelo nervosismo.

- Tinha medo de... você... - engoli o que queria dizer.

A lembrança das palavras de Tanya sempre me remetiam um ódio inexplicável.

- Medo de que?

- De perder minha filha. - rosnei.

Pensei por um minuto se minha mentira fora convincente o suficiente, mas ele pareceu acreditar.

- Ainda tem medo que eu tire Nessie de você?

- Sim. - suspirei vencida - Eu tinha ficado desde o quinto mês no hospital em observação. Quase perdi Nessie duas vezes. Fiquei com tanto medo me perdê-la e dessa vez para você, que só consegui me esconder.

- Espera aí! Perder Nessie? Você quer.. dizer... - não terminou a frase.

- Gravidez de risco. Hipertensão. Aborto. Eu não gosto de lembrar dessas coisas.

Minha voz foi sumindo conforme enumerava tudo que havia acontecido naquela época.

- Eu jamais imaginei. - cerrou os olhos confuso.

Inevitavelmente, meu olhos encheram de lágrimas, foi quando senti sua mão buscando pela minha embaixo da mesa.

Tentei puxar em reflexo, mas ele a segurou forte antes de qualquer reação.

- Não vamos falar mais sobre isso. Saber que eu não estava lá quando precisou de mim, me incomoda mais que tudo.

- Também precisei de você quando estava aqui e nem por isso você me ajudou. - soltei sem pensar.

- Quando precisou de mim e eu não te ajudei, Bella? - puxei a mão com força, mas ele não permitiu que eu me libertasse.

Nem de suas mãos, nem seus olhos.

- Esse é mais um dos assuntos que peço para você pular, okay?

- Pensei que tínhamos passado dessa fase. - resmungou.

- Engraçado, eu também. - puxei a mão de novo - Por favor, me solte. - pedi.

Ele me atendeu. Fechei e abri os dedos, sentindo o sangue voltar a correr. Mas a culpa não era dele, me sentia assim pelo nervosismo.

- Desculpa? - assenti, ainda sem olhar para ele - Se eu soubesse que seria assim não teria aceitado sua condições. - resmungou em seguida.

- E meu psicológico vai para o inferno, né?! - rosnei, saindo do controle.

Nessa hora, o garçom parou ao lado da mesa e estranhou meu tom de voz, saindo em seguida com o rosto assustado. Ótimo, ainda assusto os funcionários.

- Acho que... - afastei a cadeira - é melhor ir embora.

Tentei levantar da mesa, o mais discretamente possível, mas então ele levantou junto, passou um de seus braços pela minha cintura e me arrastou os tropeços por entre as mesas, até uma pista onde alguns casais dançavam.

- Ainda não terminei! - sussurrou, quando me pôs de frente para ele.

Dançar?

Uma música enjoada tocava ao fundo. Eu neguei com a cabeça e tentei fugir, mas ele me puxou de encontro ao seu peito delicadamente.

- Você está louco? - rosnei.

- Acho que esse é o único jeito de te manter aqui e quieta.

Ele começou a me conduzir de um lado para o outro. Tentei impedir, mas ele era mais forte que eu e me segurava com muita força.

- Tirano! - rosnei.

Edward riu e fez com que eu passasse um de meus braços em volta do seu pescoço. Tomei consciência do quão quente estávamos. Sua blusa social deixava que todo seu calor passasse para meu rosto próximo de seu peito, me causando vermelhidões incontroláveis na bochecha.

- Assim fica mais fácil para eu te esganar. - ralhei de novo.

- Tem testemunhas demais. Não faria isso! - brincou.

A música continuava na mesma melodia tediosa e falsamente animada.

- Te levo para casa assim que terminar essa dança se ainda quiser ir. - sussurrou com prepotência.

- É claro! - debochei.

Aproximou seu rosto do meu. Engoli em seco ao sentir seu perfume, fazendo meu sangue correr mais depressa. Como eu podia ser tão tola? Odiar e me fascinar tanto com esse homem ao mesmo tempo?

- O que ainda quer? - perguntei desistindo.

Notei que a música havia mudado, mas não teria reparado isso se agora ele não me conduzisse tão lentamente e insinuosamente. Percebi que me olhava da mesma forma como há seis anos. E me lembrei que um dia tive curiosidade suficiente para perguntar porque ele fazia aquilo. Sua resposta foi: "Gosto de te memorizar!" e um tempo depois descobri a mesma característica em Rennesme, que encarava as pessoas, guardando cada mínimo detalhe e gesto, às vezes os imitando, ou os repreendendo. Meu coração acelerou, batendo com força contra o peito. Isso era o pior tipo de tortura a qual eu poderia ser submetida. Ficar perto sem tê-lo.

Não sei porque você se foi

Quantas saudades eu senti

E de tristezas vou viver

E aquele adeus não pude dar...

Toda a saudade que senti quando parti sem me despedir, se separou do rancor, na hora que ele colou sua testa com a minha. E eu não teria como fugir daqui por diante.

- Tantas coisas, Bella. Quero tantas coisas... Demoraria uma eternidade para enumerá-las. Mas a minha prioridade é seu perdão.

E eu!

Gostava tanto de você

Gostava tanto de você...

- O que? - gaguejei.

Ele voltou a me fitar com um meio sorriso.

- Um dia você vai entender tudo que aconteceu no passado. Não tô te pedindo que esqueça o que passou. Jamais! Sei que você tem seus motivos, mas quero ouvir de você, que me perdoa por não ter estado ao seu lado por todo esse tempo e por ter sido tão tolo. Me perdoa?

Não quero ver pra não lembrar

Pensei até em me mudar

Lugar qualquer que não exista

O pensamento em você...

- Eu... - as palavras continuaram presas na minha garganta - Edward, não sei se...

Ele abaixou o rosto tristonho, encostando a ponte de seu nariz na minha bochecha.

- Entendo! - sussurrou.

Pensou que não o perdoaria? "Era isso que eu queria?" - pensei uma última vez.

O rosto de nossa filha invadiu minha mente, nos imaginei juntos, como as vezes não me permitia nem sonhar. As palavras do velho amigo também chegaram aos meus ouvidos, me aconselhando a não guardar rancor e perdóa-lo seja lá pelo que fosse.

- Te perdoo. - respondi num fio de voz.

E eu!

Gostava tanto de você

Gostava tanto de você...

Ele levantou o olhar, com um sorriso expresso em suas esmeraldas.

Apoiei uma das mãos em seu peito. A camisa que ele usava era fina, podia sentir até a textura de sua pele.

- Bem, Bella, eu acho que... – olhou de novo para minha boca – que... – tinha perdido o fim da meada.

Só conseguia fitar seus lábios a centímetros dos meus.

- Acha que... (?) – tentei fazer com que ele recomeçasse.

- Me esqueci! – sussurrou, se aproximando.

Entreabri meus lábios, esperando por ele. Onde eu estava com a cabeça?

Não precisava disso, eu já o havia perdoado, não precisava tocá-lo. Mas quando percebi, sua boca já tocava a minha com delicadeza. Como se a vida voltasse aos meus pulmões.

Seus lábios primeiro me testaram, pedindo permissão. Um toque leve e que ao mesmo tempo me fez dar conta do quanto eu sentia saudade daquilo. Afastou-se um pouco em seguida e tive certeza - apesar de estar com olhos fechados - que me avaliava. Deve ter encontrado algo que o encorajou, pois nos uniu mais uma vez e com mais vontade. Passei o meu outro braço, antes jogado ao longo do corpo, em volta de seu pescoço. Nossas bocas se moveram bem devagar, lembrando de cada pedaço uma da outra, até que seu hálito quente me atingiu e eu quase perdi o equilíbrio. Edward me segurou firme em seu peito e pegou de leve meu lábio inferior com seu dente.

- Subestimei o tempo. – sussurrou - Sempre achei que nunca esqueceria como era isso, mas agora vejo que as lembranças não fazem jus ao poder que ainda tem sobre mim.

Senti uma lágrima querer escapar pelas minhas pálpebras ainda fechadas, mas a segurei firme. Ele pôs uma de suas mãos no meu rosto e me beijou de novo com carinho. Suas palavras também cabiam para mim. Achei que o tempo seria meu aliado me fazendo esquecê-lo, mas apenas aumentou ainda mais minha vontade dele. A lágrima que tanto relutei, finalmente resolveu cair, me deixando constrangida. Mas, sinceramente, o que eu poderia fazer agora? Nada! Eu estava completamente louca em seus braços e não me importava nem um pouco. Como diria em outros tempos: “Estava no inferno e queria me queimar”. Então, me apoiei na ponta do pés para o alcançar melhor e deixei que me beijasse de verdade. Seu gosto me inebriou, enquanto disputávamos por espaço na boca um do outro.

Nos afastamos quando o ar acabou. Ele colou sua testa na minha e ficou sorrindo com os olhos fechados, voltando a nos balançar no ritmo da música. Olhei para um lado, por um instante, e vi outros casais dançando com sorrisos estampados no rosto e um ou outro se beijando. Apoiei minha cabeça em seu peito, sentindo sua respiração bater nos meus cabelos. Fechei os olhos, o abraçando mais forte, mas não devia ter feito aquilo... me lembrei.

Flash back on

Tanya acendeu um cigarro calmamente, enquanto já começava a sentir as lágrimas escorrerem por minha bochecha.

- Achou que daria certo, não? – perguntou.

Despejei todo meu ódio naquele olhar que lancei, mas não a atingiu. Havia em volta dela uma capa de prepotência, certeza e ironia que jogou todo o ódio de volta para mim.

- É, pelo visto, achou! – se levantou da cama e foi até a janela do quarto.

- Já sabia que você era idiota o suficiente para acreditar em tudo que ele diz. Conheço seu tipo. O que uma garota como você não faz para ficar com um cara como ele, não é mesmo? – riu debochada.

- Posso dizer o mesmo de você. – rosnei – Também conheço seu tipo. O que uma vadia não faria para ficar com um cara como ele.

Ao invés de se sentir ofendida, apenas riu. Eu estava passando pelo maior papel de ridículo da minha vida. Ali no chão do quarto de Edward, completamente arrasada e submetida a ouvir o que ela dizia.

- Você é mais arisca do que ele costuma dizer. – sussurrou – Pensei que seria mais fácil te mandar embora daqui.

- É você quem vai embora. Agora! – rosnei.

- Não, Bella. Você ainda não entendeu...

- Entendi muito bem o que você quer fazer comigo, mas não acredito em nenhuma palavra vinda de você.

- Deveria! Só quero seu bem. – ri ao ouvir aquilo – Que bom que acha engraçado! É bom saber que não vai guardar rancor da minha família.

Levantei o rosto não entendendo mais nada.

- Tive paciência até demais com essa brincadeirinha dele. – olhou o cigarro em sua mão e se assustou – Merda! – o jogou pela janela – Já ia me esquecendo que não posso. – pousou a mão em sua barriga – Fará mal ao nosso filho!

Senti o sangue fugindo do meu rosto, meu coração vacilando uma batida. Ela me olhou com o rosto inclinado.

- Por isso é a hora de ir, entende? Uma família com três é o que eu espero. Não há espaço para você daqui por diante. Assim como veio, se foi! Rápido. Indolor, eu espero, para você e para mim. – sussurrou com a mão acariciando o ventre por cima da camisa de Edward que usava.

A mesma que usei noites atrás. Era o suficiente. Eu precisava ir.

Flash back off

Edward puxou meu rosto para cima. Seus olhos estavam assustados.

- O que houve, meu amor? - perguntou, secando minha bochecha com a ponta dos dedos.

Neguei com a cabeça tudo o que estava acontecendo. Não consegui mais enxergar nada. Cegada pelas lágrimas que me denunciaram, enquanto repousava nele.

- Bella... você...

- Nosso tempo acabou. Será que ainda não se deu conta? – empurrei suas mãos do meu rosto e voltei a andar na direção da saída como fazia antes de me puxar para dançar.

- Bella?! – segurou meu braço – Mas o que...

- Me solta, por favor? – sussurrei para não chamar mais atenção – Essa idiotice toda nem deveria ter começado. Me submeti a tudo que queria. Basta, não? Já tem o seu perdão. É o suficiente para dormir em paz a noite. – rosnei, puxando meu braço e saindo de vez.

Entrei no primeiro táxi que vi estacionado na calçada em frente ao restaurante. Mal esperei que os passageiros soltassem do veículo para entrar.

- Segue em frente e rápido, por favor? – pedi sem olhar para trás.

O motorista arrancou logo em seguida.

- Como eu posso ser tão idiota? – resmunguei, chorando ainda mais.

- Para onde senhora? – o taxista perguntou.

Edward Pov

- Bella?! – segurei seu braço – Mas o que...

- Me solta, por favor? Essa idiotice toda nem deveria ter começado. Me submeti a tudo que queria. Basta, não? Já tem o seu perdão. É o suficiente para dormir em paz a noite. – puxou o braço das minhas mãos e saiu pela porta.

Eu estava em choque. Como tudo tinha mudado tão de repente? Quero dizer, a dança, o beijo, ela de novo nos meus braços e agora isso. Sem explicações. Meu braço caiu pesado ao lado do corpo, enquanto a via de longe entrar no táxi.

- Tudo bem, senhor? – um garçom parou na minha frente me assustando.

Era a mulher da minha vida fugindo de mim de novo. Não poderia deixar. Não a quero longe de mim, não mais. Lembrei da promessa que havia feito a nossa filha: “Em breve, seremos uma família!”.

- Não vou descumprir! – falei para mim mesmo – Por favor, a conta e o meu carro, e será recompensado se for bem rápido!

Ele deu um sorriso falso e saiu. Contaria tudo, assim que a tivesse de novo em meus braços.


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Notas finais do capítulo

No máximo 2 cap, a Bella descobre a verdade, talvez no próximo.