Um Presente para Edward ! escrita por sisfics


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capitulo :D



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Bella Pov

7 anos atrás.

- Um cachorro-quente, por favor? – eu pedi ao rapaz que tinha o rosto carregado de espinhas.

- Catchup? – ele perguntou.

- Bastante. Mas sem mostarda! – o alertei. Odeio mostarda.

- Aqui está. – ele disse colocando o cachorro-quente na minha mão. – OLHA O CACHORRO-QUENTE! - ele gritou em seguida.

- Hmm... - eu gemi tascando um pedação – Delícia. – sussurrei.

Um dos caras (gigantescos) dos Yanks passou por mim me empurrando. Como eu nem sou atrapalhada, fui jogada pra frente. “Merda!” – pensei enquanto fui cambaleando pelos degraus. Mas essa sensação passou.

- Melhor agora. – ouvi uma voz atrás de mim.

Percebi que alguém me segurava pela cintura. Duas mãos grandes.

- Você tá bem? – ele perguntou me virando.

- Uhum... – eu olhei pro cachorro-quente na minha mão – Cadê minha salsicha?

- Que? – o rapaz perguntou rindo.

Olhei em reflexo para o chão.

- Droga! – reclamei.

- Que foi? – ele perguntou impaciente.

- Olha pra sua calça... – eu disse reclamando.

Ali estava a salsicha. Grudada na parte de baixo da calça dele.

- Desculpa.... – eu falei.

- É... Então é assim que você me agradece... – o sarcasmo impresso na voz de anjo.

Logo depois, ele soltou uma risada baixa e encantadora.

- Tudo bem, eu limpo isso depois. Nada que eu não esteja acostumado sendo um bom freqüentador do estádio.

- Desculpa mesmo... – levantei o rosto encontrando o olhar dele.

A feição despreocupada foi desmoronando aos poucos do rosto dele e uma atenção desnecessária aos meus gestos foi tomando conta dos seus olhos.

- Eu te conheço de algum lugar... – ele disse pra si mesmo.

- Impossível! Eu não sou daqui...

- ÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ – o cara do meu lado começou a gritar no meu ouvido.

Alguém tinha feito um ponto e eu acabei foi perdendo minha audição. Só Alice pra me trazer aqui.

- Qual... – ele perguntou.

- O que? – eu gritei.

- Qual o seu... – eu juro que não tava entendendo com aquele cara gritando do meu lado.

- Não tô entendendo...

Ele aproximou o corpo do meu e disse na base do meu ouvido.

- Qual seu nome? – eu quase derreti com sua voz soprando na minha pele.

- Bella. – eu disse também no seu ouvido.

- Prazer em te salvar de um tombo, Bella. – ele sussurrou agora escostando os lábios no meu ouvido.

- BELLA! – Aí ferrou.

Reconheci a voz de Alice me gritando de lá de baixo. Me virei assustada encontrando ela com seus braços levantados para o ar me chamando. Será que ela não tinha visto o cara do meu lado? Ela tinha que atrapalhar logo agora? Ela pediu com as mãos pra que eu descesse.

- É sua amiga? – ele perguntou ainda próximo.

- Infelizmente certas horas... – eu dei as costas pra ele e desci o primeiro degrau.

Ele segurou meu braço me fazendo virar de novo pra ele.

- De onde você é? – ele perguntou interessado.

- De Washington.

- Hum... – eu me virei de frente de novo e desci mais um degrau.

- Espera... – ele falou segurando meu braço de novo.

- Eu preciso ir ali... - tirei a mão dele de mim e desci até onde eu estava sentada.

- O que houve Alice? – eu a perguntei parando na sua frente.

- Você tava demorando demais... – ela disse me empurrando pra sentar na cadeira.

- Não viu com quem eu tava falando? – eu perguntei indignada.

- Não... não vi ninguém com você. – ela disse inocente.

Ela girou o corpo pra trás procurando o... Esqueci de perguntar o nome.

- Tá cega Alice?

- Não tô vendo ninguém... - segurei seus braços e a virei pra frente.

- Discreta! – alertei.

- Mas não tem ninguém ali, Bella.

Olhei pra trás e nem sinal do cara de olhos verdes. Quando a sorte bate, vem a Alice e tranca a porta. Droga!

[...]

- Agora, quando nós voltarmos pra casa, já vamos poder dizer que fomos a um jogo dos Yanks. E que gritamos, torcemos, comemos cachorro-quente. Os meninos vão ficar loucos com a gente. O Jake e o Mike vão pirar. – Alice pulava enquanto íamos pra fora do estádio passando pelos largos corredores.

Senti uma mão me puxando pelo braço. Eu não vi quem era, só sei que entrei em um corredor secundário que estava praticamente vazio. Ele me apoiou na parede e ficou de frente pra mim.

- Edward. – ele me disse. – Esqueci de te falar meu nome, ou você não queria saber?

Eu dei um meio sorriso tentando assimilar o que tinha ouvido.

- Pra falar a verdade eu tava curiosa... Edward. Bonito nome!

- Quantos anos você tem Bella?

- 18. E você?

- 20...- ele mordeu o lábio e ficou tão lindo fazendo aquilo - Posso te perguntar uma coisa? – perguntou segurando um sorriso.

- Fala...

- Me diz que eu não tô ficando louco, eu te conheço de algum lugar...

- Eu também tenho essa impressão!

Alguma coisa naqueles olhos verdes me chamava atenção. Eram doces, ternos, me puxavam para eles.

- Você é linda, sabia? – ele disse baixo.

Um choque percorreu por mim com aquelas palavras e ele percebendo sorriu maliciosamente.

Eu fiquei estática olhando atentamente para aqueles grandes olhos verdes e nem vi quando ele se aproximou o suficiente para tocar nossos lábios. Eu devia tá louca beijando esse estranho, mas eu não consegui resistir quando ele encostou seus lábios no meu. Ouvi uma voz conhecida de repente. Não ia deixá-la estragar as coisas dessa vez. Abri os olhos sem me desgrudar dele e percebi Alice entrando no corredor. Ela ficou estática quando me viu.

- Jacob... – sibilou.

Dane-se o Jacob. Ela não tava vendo esse deus grudado em mim. Senti as mãos dele passando pela minha cintura e eu fechei os olhos sentindo cada centímetro da pele dele na minha.

- Bella... – Alice gritou.

Edward se afastou de mim e olhou pra trás assustado. Ela o avaliou da cabeça aos pés.

- Vem! – suas mãos finas circundaram o meu pulso e ela me puxou.

- Espera Bella! – Edward disse.

Edward... amei esse nome! Dá até vontade de ficar falando toda hora.

- Alice dá pra me largar. – eu pedi.

- Você percebeu o que tá fazendo? Vamos embora! – ela me puxou pro corredor principal que estava cheio.

Pude ouvir Edward me chamando mais uma vez, mas Alice estava praticamente correndo. Fora do estádio ela continuou me puxando como se eu fosse uma criança, ela fez sinal pra um táxi e me jogou dentro dele.

- Você tá louca? – perguntei.

- Ei, você tá roubando minha fala. Eu que devia perguntar se você tá louca. Como você sai agarrando aquele cara que você nem conhece assim no meio do estádio de beisebol, Bella? – o taxista olhou pra mim com uma sombrancelha levantada.

- Esse é o endereço. – eu dei a ele o papel com o endereço do hotel.

Ele pegou o papel e deu uma olhada, em seguida o carro arrancou.

- Você nem me deixou conhecer o cara direito. Já foi me puxando... – reclamei.

- Poxa! Se nem conhecia direito e tava se agarrando, imagina se conhecesse...

- Para de falar besteira garota. Eu não tava me agarrando com ele.... ele só me beijou.

- Bella, não esquece que a gente tá na cidade grande. Sozinhas...

- Você falando assim parece que nós somos umas caipiras andando perdidas em Nova Iorque. Eu já sou bem grandinha Alice. Me deixa em paz!

- Eu prometi pra sua mãe que ia cuidar de você. E é isso que eu tô fazendo... – ela disse cruzando os braços e encostando-se ao banco.

- Own... Amiga! Obrigado! – eu joguei meus braços em volta dela e lhe dei um beijo no rosto – Desculpa, tá? – ela me olhou de rabo-de-olho.

- Tá bem! – disse finalmente – Mas se você aprontar de novo eu te jogo num trem pra Washington.

- Até parece que você vai querer ficar sozinha aqui. Com as amigas é mais divertido, né não?! – eu cutuquei sua barriga e ela riu.

- É...você tem razão.

Eu sorri e encostei-me ao banco como ela. O gosto dele ainda brincava em mim.

- Poxa! Você tinha que ter me tirado de lá... – eu disse baixo.

- Ele era bonito... – ela disse com um sorriso malicioso.

- Ah! Então agora ele passou de psicopata pra bonitão? – eu a acusei.

- Eu não disse que ele era psicopata. Eu só não quero que você se agarre com qualquer um... Podia ser um psicopata. Ele era o cara que você falou durante o jogo?

- É... é ele mesmo! Viu o olho dele que lindo? – eu perguntei escorregando pelo estofado de couro.

- Ah! Meu pai do céu. Bella, não esquece o Jacob...

- Dane-se o Jacob! A gente deu um tempo. Então, um tempo que eu vou gastar muito bem aqui em Nova Iorque... e aliás, comecei já com um deus grego... Fala sério Alice. Você viu o tamanho do ombro daquele cara? E aquele cabelo? Você já viu alguém com um cabelo daquela cor? – em polguei.

- Não empolga não! Essa é a última vez que você o viu...

- Como você tem certeza? – perguntei.

- Isso é a vida real, baby. Não um filme de Hollywood.

- Eu acredito em Hollywood. – eu disse sorrindo.

- Pobre Bella, caiu do berço quando era pequena! – ironia pesada.

- Palhaça! É assim que você torce pela sua amiga?

- Torcer?! Torcer pelo que Bella?

- Torcer pra que eu possa encontrar aquele deus grego de novo um dia.

- Tá bom! Como se fosse possível. – ela disse rindo.

- Tudo é possível... – eu disse gargalhando.

Ela me olhou irritadinha.

- Hum... – reclamei do olhar dela – Que cara!

- Você anda sonhadora demais! Acho que é a poluição da cidade grande!

Com essa eu tive que rir. Mas apesar da brincadeira, Lice tinha razão. Eu nunca mais ia o encontrar. Graças a ela! Droga! Mas tudo bem, pelo menos eu tenho estória pra contar. Botei a mão perto do rosto e senti um perfume diferente. Aproximei do meu nariz e percebi que era um perfume masculino. Gostoso!

- Tô com fome! – ela disse me tirando dos meus pensamentos.

- É... Eu também tô.

- Moço, vamos fazer o seguinte. A gente vai ficar no próximo McDonald que o senhor achar, okay? – ela disse ao taxista.

Uns cinco minutos depois ele parou no drive-thru. Nós fizemos o pedido e voltamos pro hotel. Fast-food, a oitava maravilha dos tempos modernos.

Edward Pov

- Onde você tava Edward? – Rosalie perguntou assim que eu entrei no apartamento.

- Desculpa, eu... Me perdi de vocês. – mentiroso! Eu tinha ido atrás da tal garota.

- Tô morrendo de fome... Vamos pedir uma pizza? – Emmett disse.

- Peçam aí. Eu vou lá dentro tomar um banho, valeu?!

- Vai lá maninho. – ela desceu do colo do namorado e foi até o telefone na cozinha – Pode ser calabresa?

- Uhum! – eu disse sem-vontade.

Estava muito cansado, com sono. Eu devia ter pegado o telefone dela. Quem será aquela doida que puxou ela de mim? Que garota! Ela era linda... Eu tinha que ter pegado o telefone dela. Droga! Abri o chuveiro e entrei pra tomar um banho quente. Fiquei um tempo no chuveiro e depois sai, me enrolando na toalha e entrando no quarto.

- Ah! – uma voz feminina me assustou com um gritinho baixo.

Olhei na direção da cama e ali sentada estava Tanya.

- Tanya?! – eu perguntei surpreso – O que você tá fazendo aqui?

- Desculpa, eu não sabia que você ia sair assim do banheiro... – ela apontou pra toalha e depois desviou o olhar.

- Eu vou me trocar. Espera um pouquinho...

Entrei no closet e fechei a porta. Me vesti rápido pra não deixá-la esperando.

- E então? – eu disse quando sai de lá.

- Oi... é... eu vim trazer esses materiais pra você. – ela me mostrou as folhas que carregava na mão.

- O que é isso? – me sentei do lado dela na cama. Ela parecia nervosa comigo – Algum problema Tanya? – perguntei.

- Não, nenhum... é... esses são os tópicos que o professor cedeu pra prova de semana que vem.

- Hmm... O material que aquele corno tá prometendo pra turma há quase um mês.

- É... – ela disse ofegante.

- Algum problema comigo Tanya? – perguntei assustado com a reação que ela tinha toda vez que ficava perto de mim.

- Não, desculpa. É que eu tô sentindo um cheiro diferente. Um perfume adocicado, acho que morango...

- Perfume?! – inalei forte.

Realmente, tinha um perfume diferente no ar.

- Esquece isso... – ela disse sem graça.

- Porque você não quis ficar lá na sala com a Rose?

- Bem, desculpa dizer isso na sua cara, mas sua irmã e o seu cunhado são muito melosos.

- Concordo! – eu disse rindo – Não param de se agarrar. Mas já tô quase acostumado.

- É... – ela pareceu engolir algo que ia dizer e depois ajeitou os óculos. – Como foi o jogo?

- Muito bom! Os Yanks venceram. Óbvio! – eu sorri lembrando da Bella.

- Que bom! Mas tô achando esse sorriso... meio grande demais pra só um jogo. – ela ajeitou mais uma vez os óculos.

- Seus óculos me irritam. Tira eles! É só pra perto mesmo. – eu disse passando o olho pelos tópicos da revisão do professor McCartney.

- Eu também não gosto. – ela tirou – Não me respondeu o porquê do sorriso tão grande... – ela insistiu.

- É que eu conheci uma garota no jogo.

- O que? – ela perguntou assustada.

- É, ué?! Que que tem?

- Não... nada. – ela fez uma pausa olhando pro chão – Quem é a garota?

- Não sei... – eu parei de olhar as folhas e olhei pra frente – Eu só sei o nome dela e de onde ela é. A amiga dela deu um puxão na hora que a gente tava se beijando e eu perdi elas na multidão.

- Poxa! Já tavam se beijando... – ela disse com a voz engasgada.

- É... Qual o problema? - eu disse num tom óbvio. As vezes a Tanya parece até criança.

Qualquer um já fez isso. Peguei o material e pus em cima da cabeceira.

- Vamos lá pra sala? – eu perguntei.

- É... eu tenho que ir embora.

- Ué?! Não quer ficar pra comer uma pizza comigo e com o casal meloso lá da sala?

- Não, mas obrigado pelo convite – ela abriu um sorriso maior que o rosto – Eu preciso ir mesmo... Tchau Edward! – ela saiu do quarto me deixando sozinho, mas antes esbarrou na porta com o ombro. Ela era meio atrapalhada mesmo.

Fui até o closet e peguei minha toalha molhada pra pendurar. Quando cheguei na sala minha irmã e meu cunhado estavam assistindo tv juntos. Eu fiquei assistindo no chão da sala o canal com eles até a pizza chegar, mas depois voltei pro quarto pra dormir um pouco. Acho que dormi até umas seis da tarde, quando Jasper me ligou.

- Alô? – peguei meu celular sonolento.

- Fala Ed.

- Oi Jasper. Que houve?

- Quer sair hoje a noite?

- Aonde? – perguntei.

- Uma boate nova que é muito foda. Quer ir ou não?

- Quero....

- Boa... Te pego aí às onze, valeu?

- Vai mais alguém?

- Por enquanto, você, eu e o Quil. Mas acho que o resto não vai poder, tem prova amanhã pro pessoal de medicina.

- Porra, não me fala em prova.... Tá bem. Quando for dez horas tu me dá um toque, valeu?!

- Tudo bem...

- Tchau! – eu me despedi e logo depois desliguei o telefone.

O sono ainda batia forte, então acabei relaxando e dormindo de novo.

Bella Pov

- Você vai com esse vestido... – Alice disse jogando o vestido vermelho em cima de mim que estava deitada na cama.

- Tá louca? Eu vou parecer um pedaço de carne a mostra pra um bando de lobos com esse vestido. Nem a pau eu visto isso. – joguei o vestido de volta pra ela.

- Vai com ele e sem discussão. – ela jogou de volta.

- Vai com ele você. – joguei de volta pra ela.

- Vai com ele nem que eu tenha que pregar no teu corpo, e se você me jogar mais uma vez ele, aí a gente nem vai... – ela jogou de volta.

- Tá bem, mandona! – ela me encarou de má vontade e eu apenas ri dela. - Você vai com o que? – a perguntei.

- Com esse aqui. – ela disse tirando um vestido preto de dentro da mala.

- Poxa! Você fica com o preto, vai sumir na multidão. Logo eu que quero mais é sumir mesmo, você me obriga a vestir essa carnificina. – o vermelho era literalmente cor de sangue.

- Não fala assim do vestido. Ele pode ficar magoado... – ela disse sofrendo.

- O vestido vai ficar magoado? – eu perguntei surpresa – Você tá mesmo ficando louca, sabia? – ela deu uma risada alta.

- É melhor entrar pro chuveiro primeiro, já que é mais rápida... – ela disse.

- Pode deixar.... – eu levantei e fui tomar meu banho.

Sai do banheiro enrolada na toalha e logo depois Alice entrou deixando o quarto pra mim. Vesti devagar o vestido que vinha até o meio das minhas coxas. Elas pareciam enormes nesse vestido.

- Alice, eu tô parecendo uma porca de tão gorda... – eu gritei.

- Ai, Deus! – ela gritou do banheiro.

O vestido levantou os meus peitos, eles estavam quase batendo no meu queixo.

- Eu tô ridícula nisso aqui.

- Cala a boca Bella! – ela disse irritada.

Mesmo achando que estava mais chamativa que uma palhaça, eu continuei me arrumando. Me maquiei e arrumei os cabelos num rabo-de-cavalo, tentando alongar um pouco a silhueta deixando o pescoço bem à mostra. Quando terminei de me arrumar, Alice saiu do banheiro.

- Poxa, e você ainda tá reclamando. – ela disse segurando a toalha em volta do corpo e me olhando dos pés à cabeça. – Você tá linda amiga!

- Tô me achando estranha com essa roupa. – eu disse me olhando de novo no espelho.

- Claro! Tá acostumada a usar calça jeans e bata. Calça jeans e bata. Quando se arruma parece até outra pessoa.

- Haha! Tão engraçada.

- Você confia em mim? – ela perguntou.

- Uhum... – respondi de má vontade.

- Então, acredite quando eu digo que você tá um espetáculo.... Arrasa Nêm! – ela disse imitando uma voz masculina. Eu comecei a rir descontroladamente me lembrando da história do “arrasa nêm”. Uns caras em Port Angeles que gritaram isso pra gente uma vez. Ter amigos de infância é muito bom, né?!

Ela se vestiu e se maquiou. Difícil mesmo foi com o cabelo. Decidiu por um cabelo solto ao natural. O cabelo dela era lindo. Preto bem escuro com cachos largos na ponta, enquanto o meu era uma mistura de castanho com vermelho. Uma coisa meio indefinida.

- Pronta Alice? – eu preguntei já cansada de esperá-la.

- Uhum! – ela disse pegando a bolsa.

- Já é meia noite... – eu a avisei.

- A noite é uma criança, baby. – ela disse enquanto encaixava o salto no pé.

- Qual é mesmo o nome da boate?

- Let’s Play... – ela disse abrindo a porta.

- Parece até nome de motel... – eu disse a fazendo rir.

- Cala a boca bobona! Vamos logo! – ela fechou a porta atrás de mim e nós descemos para pegar um táxi.

[...]

A música estava alta demais, então eu não entendi quando Alice disse que ia buscar alguma coisa pra beber. Eu fiquei sozinha na pista ainda dançando, mas Alice estava demorando. Fui em direção ao bar. Andei uns dois metros, quando duas mãos me pegaram pela cintura. Senti um corpo grudando ao meu.

- Qual é a chance da gente se encontrar assim duas vezes numa cidade tão grande? – a voz conhecida no meu ouvido me pegou de surpresa. – Você tá ainda mais linda, Bella. – ele sussurrou nas minhas costas. – Vem comigo!

Sua mão pegou na minha e ele me virou de frente. Começamos a andar pra fora da pista que estava lotada. Eu só conseguia ver sua camisa preta andando de costas pra mim a alguns centímetros. Finalmente saímos da pista e ele me puxou pra um lado mais deserto da boate. Entramos num corredor estreito e longo, que tinha as paredes pintadas de preto e várias molduras douradas penduras, mas sem quadros. Também bem vísiveis estavam maçanetas brancas que saíam da parede dando destaque ás portas que quase não apareciam por também serem pretas. Ele tocou uma das maçanetas, mas ela não girou, me puxou mais para dentro do corredor quase deserto e tocou outra maçaneta.

- Onde você tá me levando? – eu o perguntei.

- Você vai ver... – ele disse com um sorriso na voz.

Mais uma porta, dessa vez ela abriu e ele me puxou pra dentro. Ouvi a porta se trancando atrás de mim. Ele puxou uma cordinha pendurada no teto e a luz vermelha se acendeu em cima de mim. Olhei atentamente para o sofá dourado que estava na nossa frente. Agora eu sabia pra onde ele havia me levado.

- Acho que dessa vez a sua amiga não vai te achar, não é mesmo? – ele perguntou enquanto me girava pra ficar de frente pra ele.

Os olhos verdes estavam escuros sobre a luz colorida.

- Mesmo se achasse, ela não se atreveria de me tirar de você. – eu sussurrei mordendo o lábio inferior.

- Você tem noção do que causa quando faz isso? – ele disse passando um dedo no lábio que eu mantinha mordido.

- Não, não tenho. Que tal você me mostrar? – eu disse beijando a ponta do seu dedo.

Ele gemeu rouco e então avançou sobre meus lábios. O gosto delicioso de sua boca que eu havia provado mais cedo, só que dessa vez num beijo um pouco mais exigente e com pressa. Ele desceu as mãos e as colocou na parte de trás da minha coxa, logo embaixo da bunda onde me deu um apertão forte. Ele se separou cedo demais de mim e eu protestei.

- Edward... – o alertei que queria continuar o beijando, mas saiu mais como um gemido.

Vi logo suas intençãos, ele me virou de costas pra ele e me abraçou forte. Chupões eram distribuídos pelo meu pescoço e minha nuca. Ia ficar marca, mas eu tô pouco me lixando. Seus dedos longos escorregaram pelo zíper do vestido até o fim, e assim ele escorregou pelo meu corpo me deixando nua e totalmente exposta àquele estranho. Suas mãos subiram pela minha barriga até agarrarem meus seios e ele os apertou com força.

- Cachorro... – eu gemi encostando minha cabeça em seu ombro.

- Gostosa! – ele sussurrou no meu ouvido e depois mordeu meu ombro.

Suas mãos continuavam me estimulando enquanto eu gemia cada vez mais alto. Ele me virou de frente e me encostou na parede, grudando seu corpo ao meu, enquanto suas mãos brincavam no elástico da minha calcinha.

- Já fez sexo assim Bella? Numa boate... – ele disse nos meus lábios.

- Não... - eu fui sincera.

- Adoro ser o primeiro... – ele disse dando um sorriso safado.

Ele abaixou o rosto e ajoelhou no chão. Seu dente prendeu no elástico e ele tirou minha calcinha até o fim. Na subida, ele voltou distribuindo beijos, mordidas e chupões pelas minhas pernas, minha barriga e seios. Minhas mãos foram àgeis no botão de sua calça, enquanto ele tirava a camisa. A calça jeans caiu no chão libertando a boxer azul-marinho. Fitei o que eu tanto desejava. Ele me imprenssou ainda mais e abaixou a boxer. Dei uma espiada pra baixo olhando sua ereção.

- Quer tocar? – ele disse lambemdo meu maxilar.

- Adoraria... – eu disse provocante.

Passei minha mão devagar por sua extensão, imaginando tudo aquilo dentro de mim. Ele gemia alto e jogou a cabeça pra trás quando eu arranhei a cabecinha, mais alguns movimentos e ele já estava quase explodindo.

- Já chega... – ele tirou minhas mãos com violência de seu membro e pondo as mãos na parte de trás da minha perna, me puxou para cima.

O senti entrando em mim de uma vez só. Era muito grande e tocou muito no fundo, como eu nunca havia sentido antes.

- SIM! – eu gritei.

Ele começou a estocar forte e eu peguei seu ritmo rebolando.

- Vai Bella... – ele gemia – Rebola... Isso.

Eu estava rebolando violentamente em seu pau, enquanto ele estocava com toda a força me jogando mais e mais contra a parede. Ainda bem que ele me segurava, porque se eu estivesse em pé, provavelmente já teria caído com a violência que minhas pernas tremiam.

- Ma-is... – eu lhe pedi arranhando suas costas.

- Quer mais? – ele perguntou parando, mas não tirando seu membro de mim.

- Não para... – eu implorei quase chorando.

Ele me tirou da parede e me levou até o sofá. Saiu de dentro de mim e me pôs de quatro no sofá. Eu parecia uma boneca em suas mãos. De repente, ele entrou em mim de uma vez só e eu gritei novamente. Naquela posição ia ainda mais fundo, se é que isso era possível. Seus movimentos ficaram ainda mais rápidos e eu rebolei ainda mais forte pra ele. Os dois gemiam loucamente, e eu sentia o choque dos nossos corpos suados. Eu não ia agüentar por muito mais tempo...

- Eu... vou...

- Vem pra mim... – ele gemeu.

E então eu gozei. Senti meu líquido escorrendo pelas pernas dele e ele explodiu dentro de mim logo em seguida. Foi o melhor sexo da minha vida. Cai deitada no sofá tentando respirar. Tentativa inútil, eu continuava completamente sem ar. Senti o corpo dele se deitando ao meu lado e seus braços fortes passando pela minha cintura.

- Isso foi bom... – ele sussurrou e depois mordiscou minha orelha.

- Foi... muito... – eu consegui dizer depois de alguns segundos.

- Eu não parei de pensar em você... desde hoje mais cedo...- ele disse enquanto passava a mão na minha cintura.

Sorri ao ouvir isso.

- Porque você sumiu de mim no estádio?

- Eu não queria... a louca me puxou. – eu disse rindo.

- Hum... Mas agora você é minha. – ele me abraçou grudando nossos corpos de novo.

Me virei de frente e o beijei. A cada beijo, o seu gosto era diferente. Mais saboroso a cada vez. Será possível?

Eu sabia que aquela noite não terminaria tão cedo. Não me importei nem um pouco se Alice estava correndo atrás de mim lá fora. Ou ao menos pensei se ele era um louco, psicopáta. Eu não conseguia raciocinar cada vez que ele encostava seus lábios nos meus. Qualquer pensamentos ou sensação era transferida para o local que ele me tocava. Eu nunca tinha sentido isso antes. Também nunca tinha tomado atitudes tão irresponsáveis, perigosas e loucas. Mas para tudo há uma primeira vez. Eu preciso me internar num hospício.

Bella Pov

6 meses depois

- Tem certeza que a senhorita não precisa de nenhuma ajuda? - a moça do balcão perguntou de novo.

- Não, obrigada! - sequei mais uma lágrima que caía do meu rosto sem permissão.

Voltei a andar pela estação de trem procurando Alice. Ou pelo menos a plataforma que ela estaria.

Um rapaz esbarrou em mim, sem-querer. Eu quase cai. Ele me segurou pelo braço.

- Você tá bem? - perguntou assustado.

Os olhos dele eram verdes. E isso não me trouxe uma lembrança muito agradável. Eu queria esquecê-lo. Esquecer aquele desgraçado. Puxei meu braço de sua mão e comecei a correr pela estação. Dois minutos depois eu achei a plataforma do trem que voltaria pra Washington. Eu não conseguia parar de chorar.

Por favor, alguém tire aquela imagem da minha cabeça.

Tire essa dor do meu peito?

Como pude ser idiota suficiente pra confiar minha vida na mão dele?

Vi de relance Alice dentro do trem e entrei naquele vagão. Corri até a cadeira onde ela estava e quando fiquei perto o suficiente, chamei seu nome.

- Bella?! - perguntou virando o rosto na minha direção.

Sua primeira reação foi de espanto e com pressa eu corri até seu lado no trem.

- O que aconteceu Bella? Eu pensei...

- Alice, eu vou voltar pra Forks com você. - senti as lágrimas correndo agora descontroladamente pelo meu rosto.

- Como assim Bella? Você e o Ed..

- Não fala o nome desse canalha! - falei tentando controlar o volume da minha voz, mas o vagão não estava cheio, então um grito não chamaria muita atenção.

- Calma! - pediu passando a mão no meu rosto - Vocês brigaram? Foi isso?

- Foi pior... - lembrei da cena que encontrei assim que cheguei no apartamento.

Pus a mão no peito sentindo o meu peito que martelava dolorosamente.

"Assim como veio, se foi!" - a frase soava pesado dentro de mim e maltratava meus sentimentos.

Eu me sentia a pior e mais idiota pessoa da face da Terra. O grau de confiança que eu dei à ele e recebi a pior traição em resposta. O amor que eu sentia era maior do que qualquer coisa que eu já havia sentido em toda minha vida. E era aquilo que eu havia ganhado. Minha dor era ainda pior pois eu sabia o que eu tinha em meu futuro. Eu já sabia o que eu carregava dentro de mim e sabia que não poderia olhar de novo na cara dele depois de tudo que eu ouvi e vi naquela manhã.

- Bella, você tá sentindo o que? - Lice perguntou pegando na minha mão.

- Dor... Tudo dói. Por causa dele, Alice.

- Eu acho melhor a gente descer do trem. Você tá tomando uma decisão muito preciptada.

- Não! Eu vou embora. Eu não vou mais conseguir olhar pra ele depois... - as lágrimas não me deixaram terminar.

Alice me puxou para que eu encostasse minha cabeça no seu ombro.

- Me conta o que tá acontecendo! Talvez eu possa te ajudar.

Senti que o trem começou a andar. Bem devagar. Agora eram meus últimos minutos em Nova Iorque. Finalmente!

- Você não pode me ajudar, apesar de querer. - falei pousando minha mão na minha barriga - Ninguém vai poder me ajudar por muito tempo. Não sei o que vai ser de mim.

- Bella, do que você tá falando? - ela perguntou me virando pra ela.

Eu precisava contar logo pra ela. Talvez fosse a única que me entendesse.

- Alice, tem um motivo para que eu não quisesse voltar com você para Forks.

- Ficar com Edward, não era isso?

- Também... mas... não foi só por isso que eu fiquei.

Ela me olhou com o rosto repleto de confusão.

- Eu não te contei uma coisa. - falei chorando ainda mais.

- Você tá me assustando.

- E como você acha que eu tô? Eu tô assustada. Não sei o que vou fazer agora.

- Porque? - perguntou desesperada.

- Porque... - eu apertei mais minha barriga - Eu tô grávida. - falei olhando para o chão.

Não vi nenhuma reação imediata de Alice. Ela estava em choque. E eu não sabia como sair dessa imensa confusão.


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