Um Presente para Edward ! escrita por sisfics


Capítulo 17
Capítulo 16




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Edward Pov

Ela estava em silêncio desde que chegamos, mas resolveu se pronunciar depois de alguns minutos pensando.

- Quando mamãe vem me ver? - perguntou.

- Não sei. - fui sincero.

- Ela não disse? - se assustou.

- Não deu tempo. - simplifiquei a resposta.

Não contaria para ela do escândalo que eu fiz, muito menos da discussão.

Desde o início, percebi que Nessie tinha esperanças de ter pai e mãe, até eu tinha essa esperança vã, mas eu não conseguia controlar meu coração, nem meus sentimentos.

Minhas esperanças estúpidas que me perseguiam, mas como tirar esse brilho, essa idéias de uma criança?

Eu não tinha coragem. Ou pelo menos achava que não tinha. Talvez no fundo, eu queria que ela tivesse essa esperança. Até eu alimentava as minhas, como não iria alimentar as dela?

- Ela vai vim me buscar?

- Não sei, filha.

- Eu não quero ir embora. O senhor falou pra ela? Ela vai ficar. - ficou em pé no sofá - Tem que falar logo pra ela, papai.

- Nessie, senta! - mandei.

- Fala logo, pai. Eu não quero ir embora. O senhor quer que eu vá embora? - choramingou com os olhos vermelhos.

- Claro que não, Nessie. Agora senta, por favor? - pedi impaciente.

Ela se sentou fazendo bico.

- Olha pra mim. - pedi.

Ela obedeceu prontamente.

- Você não vai embora, okay? Eu não vou deixar.

- Você não vai embora, okay? Eu não vou deixar.

Ela sorriu fraco e então fomos interrompidos pelo telefone.

- Vou ver quem é. - sussurrei levantando.

Fui até o telefone e atendi.

- Alô?!

- Edward?!

- Emmett?

- Edward, aconteceu uma coisa. - a voz dele estava chorosa e desesperada.

- O que houve? - me desesperei também.

- A Rose... ela passou mal... eu não sabia, mas ela está grávida e... - a voz cansada não terminou a frase.

Meu peito apertou com medo.

- Ela tá bem? E o bebê?

- Não. Agora ela tá bem... o bebê também, mas... eu só liguei mesmo para avisar.

- Onde vocês estão?

- No Santa Lúcia... no Centro.

- Eu sei. Te encontro aí em uma hora, okay?

- Tudo bem. Obrigado.- respondeu antes de desligar o telefone.

Coloquei o meu na base e tentei assimilar o que aconteceu. Porque os problemas vem sempre em bando, em grupo?

Não basta um, tem que ser todos de uma vez.

- Que que Aconteceu? - a voz de Nessie chamou minha atenção.

Eu não queria levá-la para um hospital, mas não tinha com quem deixá-la.

- Vamos ter que sair, Nessie.

- Porque?

- Tia Rose ficou doente e... nós vamos vê-la no hospital.

- Ela tá bem? - perguntou preocupada.

- Tá sim, mas eu queria ir vê-la, tudo bem? - ela ssentiu e sorriu.

- Então, coloca seu sapato que nós vamos lá agora. - avisei indo na direção da cozinha.

Busquei a chave do carro e bebi um copo d'água. Nessie já me esperava em frente a porta quando eu a busquei no colo e abri a porta para sairmos.

Mas, para minha surpresa de novo, Bella estava no corredor. Saindo do elevador. Nos encaramos por instantes, enquanto eu observava admirado seus olhos se encherem de lágrimas.

Nessie fez força para sair do meu colo e eu a pus no chão sem deixar de olhar aqueles olhos castanhos.

- Mamãe?! - seus olhos se iluminaram.

- Nessie! - as lágrimas acumuladas deixaram aqueles olhos vermelhos.

A pequena saiu de trás de mim e foi correndo para os braços abertos da mãe.

Elas se abraçaram com força.

- Filha... - Bella sussurrou entre as lágrimas - Eu senti tanto sua falta.

- Eu também, mãe. - a pequena soluçou.

Bella a afastou um pouco de seu colo e a olhou de cima abaixo. Olhou cada mínimo detalhe de seu rosto.

- Você cresceu. - concluiu sorrindo.

- É só impressão, mamãe. - respondeu sorrindo.

- Não, não é não. - ela passou as mãos cuidadosamente pelos cabelos da menina - Você nem cabe mais direitinho no meu colo, quer ver? - a puxou mais uma vez para seus braços e sorriu, apesar de algumas lágrimas ainda caírem.

Bella fez cócegas em Nessie que deu uma gargalhada.

- Viu?! Grande demais, não acha? - perguntou ainda ajoelhada no chão.

- Ainda tô cabendo no abraço. - sussurrou segurando o rosto da mãe entre as duas mãos.

Ela fechou os olhos sentindo o carinho da filha. Me senti um peixe fora d'água, um estranho, como se eu nunca pudesse ter aquele carinho que elas demonstravam.

Nessie abraçou a mãe mais uma vez e pela primeira vez nossos olhares se encontraram de verdade.

Eu não conseguia identificar muita coisa no olhar de Bella, só medo. Mas talvez, fosse só o medo refletido do meu próprio.

Foi quando seus lábios sibilaram algo que me surpreendeu de forma absurda. A última coisa que eu esperava ver.

"Obrigado!".

Uma hora depois.

- Emmett? - chamei.

Ele levantou o rosto e sorriu fraco. Caminhei até o banco onde ele estava.

- Tudo bem? - perguntei o abraçando.

- Obrigado por ter vindo.

- Como ela está?

- Podemos vê-la daqui a pouco.

- E o bebê?

- Tudo bem com ele.

- Que surpresa, hein?! - tentei aliviar a tensão.

- ô, e como! - ele se sentou de novo e eu também ao seu lado.

- O que aconteceu de verdade?

- O médico disse que ela fez esforço demais, foi um aborto espontâneo, mas foi socorrida a tempo.

- Graças a Deus!

- É...Não sei o que eu faria se tivesse acontecido o pior. - sussurrou.

- Não fala isso, cara. Eles estão bem agora. - ele assentiu, mas ainda via preocupação em seus olhos - Onde tá a Glorinha?

- Ficou com a madrinha dela. - uma amiga de Rosalie.

- Okay! - me surpreendi por estar preocupado com a criança. Eu estava mesmo... diferente.

- E a Nessie? Com quem você a deixou? - perguntou se levantando.

- Er... bem... eu deixei a Nessie...

- Você não deixou a criança sozinha, né?! - se desesperou.

- Claro que não! - me ofendi - O que você acha de mim?

- De você eu espero tudo, até dois meses atrás você não sabia nem pegar uma criança no colo.

- Não me chamo Emmett. - rosnei.

- Haha! Engraçado. - debochou.

- Senhores?! - um médico de paletó disse ao se aproximar.

- Ah... doutor, vamos poder vê-la agora? - ele perguntou esbaforido.

- Claro! Podem entrar, mas com calma, ela ainda está sonolenta, tudo bem?

Nós dois assentimos e ele nos levou na direção no quarto de Rosalie.

Entramos em silêncio, ela estava deitada na maca, coberta por um lençol azul. Tinha as feições cansada e estava bem pálida. Fiquei no canto do quarto, enquanto Emmett se aproximou da cama e segurou sua mão.

- Oi amor. - ele disse quando ela abriu os olhos.

- Oi.

- Tudo bem? - ela assentiu - Ficamos muito preocupados.

- Já estou melhor agora.

- Ainda bem! - ele sussurrou se aproximando e lhe dando um beijo no alto da testa.

- Cadê a Gloria? - perguntou preocupada.

- Está com a Ingrid. Ela não se incomodou em ficar com ela essa noite. - Rose sorriu mais calma.

Foi quando me aproximei da cama. Ela virou o rosto devagar e sorriu quando me viu.

- Aí está o tio do ano! - sussurrou.

- Que vai continuar vivo se você não nos der mais sustos como esse.

- Eu juro que vou ficar quietinha a partir de hoje.

- E tem mesmo. - Emmett lembrou.

- Nessie mandou um beijo pra você. - lembrei de dar o recado - E disse que vai rezar pro primo ou prima dela.

- Com quem ela ficou? - perguntou também.

- A pergunta que não quer calar. - debochei.

- Você me parece preocupado. - ela sussurrou.

- Não quero preocupar você com isso agora. Sei que do jeito que você é, vai querer tomar a frente, mas como eu não tenho como esconder, né?! Só te peço para não ficar muito nervosa, okay? - ela assentiu mas eu sabia que me arrependeria.

- Nessie está com a mãe. Bella... voltou essa tarde.

Isabella Pov

- Chegamos! - gritei entrando no quarto.

- Chegamos quem...? - Alice perguntou saindo do banheiro e penteando o cabelo.

Os olhos dela cresceram de forma inacreditável quando viram o que, ou melhor, quem eu carregava nos meus braços.

- Tia Alice! - Nessie gritou pulando do meu colo.

- NESSIE! - Alice gritou também de forma histérica até as duas se encontrarem numa mistura de abraços e pulos.

Inacreditável como essas duas conseguiam ser piores que duas gralhas em ação.

- Minha sobrinha do coração! - Alice choramingou.

- Minha tia linda!- Nessie gritou também.

Essas duas eram uma comédia. Eu não tinha uma, mas duas crianças brincando no meu quarto.

- Senti sua falta, meu bebê. - Alice sussurrou apertando as bochechas da afilhada.

- Também senti a sua.

- Caramba, minha filha, cê tá caidinha, hein?! - observou.

Nessie cruzou os braços e fez bico.

- Esse teu pai te dava shampoo de laranja? Que horror! Ainda bem que a titia tá cheia de novidades na necessaire. - brincou a pegando no colo.

- Meu cabelo não tá um bagaço. - Nessie birrou.

- Mas vai ficar bem melhor depois que titia cuidar de você.

Tirei o casaco ainda sorrindo e vendo as duas indo para o banheiro. Eu me sentia bem agora. Estava completa, como não estava me sentindo há dois meses, mas ainda um ponto faltava em mim, algo que aflorou de novo.

Um incômodo, uma falta, uma dor chamada Edward.

Edward Pov

- Mas porque mais cedo? Isso que eu não entendo. - Rosalie observou.

- Se eu soubesse que você ia abrir toda essa discussão eu não teria dito. - rosnei.

Ela falava disso por vários minutos seguidos. Até Emmett já tinha se cansado e se aborrecido.

- Não posso pensar? - se estressou.

- Você acaba de sofrer um aborto, eu agradeceria se você tentasse cuidar mais da sua vida e da vida do seu filho que estão necessitando mais da sua atenção do que eu.

- Essa não é a questão.... - ela tentou se defender.

- Não me importo com a questão, me importo com a saúde da minha irmã e do meu sobrinho, por isso eu vou embora, aliás, vou buscar minha filha, agora, por favor Rosalie, tente se importar mais com você, okay?

Ela fechou a cara e eu tomei isso como um sim.

- Também te amo. - sussurrei depois de lhe dar um beijo no alto da testa.

Sai do quarto em seguida, sem nem me despedir de Emmett.

Fui para o meu carro e dirigi rápido até o hotel que Bella tinha dito que estava. Uma pontada de medo me bateu ao entrar no prédio. E se ela não quisesse me dar Rennesme, ou se eu não consegui ficar bem perto dela?

Eu era mesmo um estúpido, mas era tão difícil saber como agir nessa situação. Subi até o quinto andar onde Bella tinha dito que era o quarto dela.

Se ela não me deixasse buscar Nessie, ela jamais me daria o número do quarto, certo?! - Esse pensamento me deu maior esperança.

Bati na porta do quarto e esperei que ela atendesse.


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