Uma Estrela em Minha Vida escrita por Clara B Gomez Sousa
-Então, você vai morar aqui, Eli?- Disse, enquanto pegava a caixa de primeiros-socorros, que estava no armário debaixo da pia, então eu tinha de me abaixar..
-Por um tempo. Talvez o juiz dê minha guarda pra minha mãe.
-Você veio de que lugar do Brasil?
-Rio de Janeiro.
-Hum... Ai!!- Bati com a cabeça no teto do armário.
-Está tudo bem?
-Está... Só bati com a cabeça... Ai, ai...
-Sua cabeça gosta de bater em certas coisas, não?
-Pois é... Mas já estou bem!- Me levantei e peguei o remédio que usa pra limpar machucado que esqueci o nome.
Pedi que ela estendesse o braço e, ao tocar levemente a espátulazinha do remédio no braço dela, ela disse que estava ardendo e dobrou o braço.
-Mas isso nem arde!
-Arde sim!
-Não arde, eu já me ralei todo andando de skate e usei isso! Não arde!
-Você já se ralou andando de skate?
-Claro! É algo muito comum de se acontecer! Mas é sério, eu te juro que isso não arde...
-Jura?
-Se arder, pode me bater, eu não me importo!- Ela ficou quieta por um tempo e concordou comigo, estendendo o braço de novo.
-O que você gosta de fazer?- Perguntei pra ela.
-Andar de bicicleta, twittar, escrever... E você?
-Andar de skate, surfar, twittar, fugir de elevadores lotados...- Ela riu com o último item e eu continuei enrolando, fazendo com que ela não olhasse pra baixo.
-Quando você vai começar?
-Já acabei.- Disse, cortando o esparadrapo (ou seja qual for o nome dessa budega) com os dentes.
-Já? Mas eu nem senti...
-Não sou tão burro quanto pareço. Sei que se eu distrair alguém enquanto faço curativo, ela não sente.- Ela deu um sorriso e eu sorri também. Ficamos kits. o/
Quando terminei de fazer, continuamos conversando, e quando saímos, eu fui na frente, mostrando o caminho.
Tipo, a Senhora Albuquerque teve um ataque de fofura com a Jazzy assim que aparecemos na sala.
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