Entramos numa sala e ela perguntou:

-Qual é a sua filha?- Sorri para ela e fui, sem duvidar, em direção á Jazzy, que estava brincando com um ursinho de pelúcia. Eu aposto que aquela pergunta foi só para me provar.

Peguei Jazzy no colo e fiquei fazendo cócegas de leve nela. Eu amo fazer isso.

-Vamos pra casa... Filha?- Sussurrei. Jazzy sorriu pra mim e eu também sorri.

-Obrigado.- Disse, sorrindo, indo embora daquele prédio. Eu estava REALIZADO.

Quando cheguei em casa, deitei no sofá com ela no meu colo. Fiquei falando com ela, na esperança de que ela entendesse:

-Jazzy, você agora tem um pai! Um pai! E esse pai é moi! Pode ficar tranqüila que eu vou cuidar de você...- Me sentei e a abracei, ninando-a.- Você vai ver... Eu vou ser o melhor pai que você já teve, eu prometo... Vou te dar carinho, amor, e por aí vai...

Fiquei falando mais um pouco, e ela adormeceu em meus braços. Eu chorei ao vê-la com aquele rostinho angelical, e nem um pouco arteiro (ok, senta lá, Justin) de olhos fechados. Tipo, eu agora tinha uma vida em minhas mãos!

E além do mais, QUAL É O PROBLEMA em um homem (no caso, adolescente) chorar por um motivo tão nobre quanto esse? 

Nos últimos tempos (lê-se, nos últimos dois dias) tem acontecido mais coisas do que eu esperava.

Quer dizer, adotar uma menina, terminar o namoro com uma pilantra, começar um CD secreto e sair e voltar três vezes de casa em quatro horas não é bastante coisa?

No crepúsculo do dia, não muito tempo depois de eu e Jazmyn chegarmos (nós caímos no sono), meu pai chegou, e me perguntou como tinha sido meu dia.

-O meu dia?

-Não, o do Michael Jackson! 

-Também te amo... Meu dia está muito perto do perfeito...

-Nossa, ganhou na loteria?

-Tenho dinheiro em dobro em comparação ao prêmio, pai... Mas não posso usar...

-Então o que aconteceu?

-Jazzy agora é minha filha. Oficialmente.

-Sério? Adotou ela mesmo?- Assenti e ele pareceu bem feliz.- Já falou com sua mãe? Ela vai gostar de saber!

-Ih, é... Esqueci!- Peguei meu celular no bolso, com cuidado para não acordar Jazzy, e liguei para minha mãe.

-Pattie Mallette falando!

-Mãe, você não lê quem está ligando?

-Justin! Tudo bem, querido?

-Ótimo! Até por que eu consegui adotar Jazzy hoje!

-Mesmo?

-Mesmo, mesmo!- Afastei o celular do ouvido, mas mesmo assim a ouvi dando um grito. Quando ela terminou de gritar, eu pus de novo o telefone no ouvido:

­-Oh meu Deus, meu filho tem uma filha!!

-Que bom que você gostou da idéia!

-Se eu gostei? Eu amei! Meu filhote demonstrando responsabilidade! Estou indo pra aí, espere um minutinho, ok?

-Ok, beijos!

-Kisses!- Estranho, ela estava parecendo uma adolescente...

Desliguei o telefone, e pensei no que se preocupar no momento.

Bom, eu só devia tomar cuidado com os paparazzis naquele momento, já tinha saído que eu estava com uma menininha em casa, Jazzy, só que ninguém conseguiu tirar alguma foto dela. Dela, da Jazzy.

Eu já tinha decidido, quando fosse pra ela aparecer na mídia, ela iria aparecer. E pronto. Não queria aqueles negócios de “Primeiros cliques de Justin Bieber com sua filha!” nem a pau.

Quando abri a porta da sala, a que dava pra rua, para ver se minha mãe já havia chegado, tinham vários carros pretos, cheios de fotógrafos. Arregalei os olhos e imediatamente quiseram invadir a minha casa! Antes que eles me derrubassem, bati a porta e fiquei empurrando-a, para travá-la.