One Of The Boys escrita por Anna C


Capítulo 3
Changes


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o capítulo 3 está disponível pra vocês conferirem ;D Espero que gostem, é claro!



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Não era como se eu não tivesse a menor idéia de como fazer aquilo, mas definitivamente eu precisaria de ajuda! E eu já sabia a quem recorrer...


– Eu nunca pensei que esse dia chegaria e agora que chegou, eu não poderia estar mais feliz! – a ruiva com fitas vermelhas nos cabelos de cor muito semelhantes a elas e grandes olhos castanhos quase lacrimejantes de emoção me abraçou.


– Lily? Dá pra me largar?


Lilian Luna Potter era sem dúvida a garota mais feminina e cheia de frescurites. Eu a procurei no final do mês numa tarde em seu dormitório e nunca fui tão bem recebida por ela. Apesar de que a mania dela de ficar abraçando o tempo todo me incomodava bastante...


– Nananinanão, Rosita! Abraçar é uma demonstração de afeto e sentimentalismo, que é algo vital! E falando nisso, seriam os seus sentimentos que estão te levando a fazer uma mudança tão extrema?


– O-o quê?! – berrei, me separando abruptamente dela.


– Intuição feminina, querida! E a minha é muito aguçada... Diga-me, quem é o sortudo que roubou esse coraçãozinho que afinal de contas não é feito de pedra?


– Pra começar, pare de falar desse jeito, pois está começando a me deixar enjoada. Mas, bom... – eu senti minhas bochechas esquentarem e comecei a encarar o chão. – É o... Scorpius. – falei tão baixinho que ela não conseguiu ouvir.


– Comequié?


Bufei, impaciente.


– Scorpius Malfoy, cacete!!


– AHHHHHHHH! – ela deu um gritinho agudo, parecendo ter a intenção de me deixar surda. – Que coisa mais lindinha! A típica paixão pelo melhor amigo... Mas, prima, o Malfoy está saindo com a...


– Marshall, eu sei... Aquela mocréia. Ela nem é grande coisa...


– Hã, eu posso não ser especialista, mas não dá pra negar que a Marshall é bonita.


– Que seja! A questão é que ela não serve pra ele. Nenhuma das garotas com quem ele saiu serviam.


Lily me encarou intrigada, me dando impulso para continuar.


– Eu sei do que ele gosta e não gosta, das manias dele, dos medos, de tudo! E mesmo conhecendo todos os defeitos daquele loiro, eu... Eu o amo. E acho sim que sou digna do amor dele! – falei, em tom decidido.


A grifinória soluçava, chorando feito um bebê.


– Isso foi tão lindo! – ela me abraçou novamente e dessa vez não a repeli, porém revirei os olhos. – Desculpe, continue. – ela fungou, se afastando e limpando as lágrimas.


– Mas ele ainda não percebeu que eu estou aqui, totalmente disponível. Scorpius me enxerga como um jogador durão de Quadribol ou como um dos moleques com que ele pode falar qualquer merda... E eu não quero isso, porra! Eu sou uma garota. Será que eu preciso andar pelada por aí pra ficar claro?


Lily me analisou por alguns segundos e inspirou profundamente.


– Ok... Isso pode dar trabalho, mas vamos lá! Primeiro, vou fazer uma lista de coisas que você não deve dizer, do tipo palavrões. – ela pegou um pedaço de pergaminho e uma pena, pondo-se a escrever. – A gente entende que eles são úteis quando se quer extravasar, mas falar o tempo todo não vai te ajudar a parecer feminina. Vocabulário chulo, fora! – ela riscou o pergaminho com empolgação. – O que mais? Hum... Ah sim. Como é que ele te cumprimenta?


Ergui uma sobrancelha, meio confusa.


– Por que precisa saber disso? – dei os ombros, realmente não entendo a importância da informação.


– Só me diga como!


– Ok, hã... Às vezes ele acena com a cabeça e diz algo como um “e aí?”, ou simplesmente com um ‘toca aqui’. – fiz um highfive no ar, com um sorriso débil no rosto.


A ruiva balançou a cabeça negativamente, com uma expressão nada animadora.


– Ih, mau sinal. Ele não te considera nem um pouquinho menina... Ok, na próxima vez que o vir e for cumprimentá-lo, dê um beijo no rosto do dele.


Corei imediatamente.


– Por que eu faria isso?! – arregalei os olhos. – Ele pode pensar...


– Não vai pensar em coisa nenhuma, é assim que meninos cumprimentam meninas e meninas se cumprimentam. Caramba, você está realmente necessitando de ajuda... Certo, próxima pergunta: Quem diabos comprou o seu uniforme?!


Olhei-me por inteiro e fiquei novamente sem entender o que ela dizia.


– O que tem demais no meu uniforme?


– O que tem demais? Você ainda pergunta? Essa sua saia tá toda amassada e sem contar que tanto ela quanto a camisa são uns três números maiores que o seu.


Rolei os olhos, suspirando.


– É que eu não gosto muito de usar aquelas roupas coladas no corpo...


Ela anotou algo no pergaminho e se voltou para mim.


– Pois vai ter que aprender a gostar! Isso é lastimável, sério... E vê se passa a saia de vez em quando, é só fazer um aceno com a varinha e pronto! Fácil assim!


– Tá, tá... – cruzei os braços, de má vontade. – Mais alguma coisa pra por defeito?


– Sim. Você já ouviu falar em shampoo e condicionador?


– QUÊ?! – me indignei por completo. Assim já é abusar do meu bom humor...


– Ok, ok... Vou reformular a pergunta. Você lava o cabelo quantas vezes por mês?


– LILY! – eu estava quase socando ela, por muito pouco ainda não havia feito aquilo.


– Estou só brincando! – ela levantou os braços em rendição. – Mas dê um trato no seu cabelo, ele é lindo! Só precisa de mais cuidados... Daqui a pouco eu pego um livro meu que tem uma poção excelente... Mas tem que passar mesmo, ouviu?


– Aham, acho que já terminou, né?


– Sim, sim, mas só mais uma coisinha. Controle. Seus. Nervos. Você é um tanto estressada e...


– Eu não sou estressada!! – Oops. – Droga, eu sou sim. – me joguei na cama, derrotada.


– Por isso, tem que se controlar e não partir pros socos quando algo te irrita.


– Ok. – afundei a cara num travesseiro. Será que poderia ser mais complicado?


De repente, Lily se enche de animação e vem em pulinhos até a cama em que eu me arremessara.


– Você vai ficar fabulosa!


– Fabulosa? – fiz cara de nojo.


– Vai sim e eu vou te ajudar a se arrumar, mas tem que manter o visual. Nem pense em voltar a ser desleixada desse jeito...


–x--x--x--x-


Fu... Ferrou. Não consigo, EU NÃO CONSIGO! Ainda dá tempo de voltar atrás. É só eu estuporar a Lily, que está praticamente me arrastando no corredor, e sair correndo. Isso, ela nem vai saber o que a atingiu e eu estarei bem longe...


– Relaxa, você está uma gata, prima. – ela me dava um sorriso tranqüilizador, mas não me acalmando nem um pouco.


É isso que dá permitir que Lily Potter tenha completo direito de fazer o que bem entender comigo. Eu estou de cabelo solto, não entendem a gravidade disso? Eu não deixo meu cabelo solto desde os meus cinco anos de idade, quando minha mãe que me arrumava e escolhia o que eu devia vestir! E não devia tê-la deixado tocar naquele rímel... Essa roupa, então?! Por que eu tinha de usar o mesmo número da minha prima? Parece que eu sou uma...! Uma...!


– Garota. – sussurrei para mim mesma.


Talvez essa mudança seja de fato pra melhor. Até que é legal me sentir bonita uma vez, pode ser que eu esteja mesmo atraente. Eu me sinto estranhamente bem, pensando melhor. Mas nervosa? Ah sim, isso eu ainda estou!


– Olha eles ali! Faz como a gente combinou hein? E para de roer essas unhas, acabei de pintá-las!


Logo localizei Albus e Scorpius perto da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas conversando. Ai, ainda bem que aquela ridícula da Artemis não está por perto.


– Olá, garotos! – Lily chegou cumprimentando os dois com beijos. – Adorei seu cabelo, maninho. – ela disse para o Al e logo depois fez um aceno discreto com a mão para que eu a seguisse.


Era agora. Certo, qualquer coisa precisaria só fingir que era uma piada de mau gosto e tudo voltaria a ser como antes. Haha... Estou morta.


– O-oi... – falei, timidamente, atraindo os olhares para mim.


A primeira reação dos dois foi ficarem estáticos, de cenho franzido. Acho que no primeiro momento não haviam me reconhecido, mas quando ambos arregalaram os olhos de forma assustadora, soube que haviam sacado. Óbvio que eu já estava a ponto de cair dura ali...


– Legal... – Al falou, com olhos vidrados em mim e um sorriso se esboçando no rosto. Corei ligeiramente. – Muito legal... – ele complementou e aí sim fiquei escarlate.


– Era pra você ter cumprimentado... – Lily sussurrou, revirando os olhos.


Eu tinha sido aprovada por um. Agora faltava o outro... E ele mal se movia. Dava a impressão de que queria me causar um infarto!


Então, o sinal tocou. Scorpius pareceu acordar do transe no qual fora envolvido, piscando os olhos rápida e repetidamente.


Isso não deve ser bom... Ele está chocado. Odiou isso, só pode ser.


– Er... A aula... Vou entrar. – eu disse, me sentindo um lixo e indo me sentar no meu lugar.


– Rose, pera aí! – ouvi Albus me chamando, mas ignorei.


Pouco tempo depois, vi pelo canto do olho que Scorpius se sentara na cadeira ao meu lado. Caramba, ele tem que fazer todo esse suspense? Eu realmente não sei se agüento por muito tempo!


Depois de passados uns quarenta minutos de aula, eu já não estava mais nervosa, mas sim irritada. O garoto não despregou os olhos de mim o tempo todo! Será que ele tem problema?!


Virei-me lentamente, com um sorriso forçado.


– Perdeu alguma coisa? – perguntei.


Scorpius ficou analisando meu rosto, como se quisesse detectar cada sarda que havia nele. Eu sentia que estava suando, minhas mãos estavam mais geladas que o normal.


– Desculpe... – o loiro começou a rir, passando a mão pelos cabelos sedosos. Ele sempre faz isso quando tenta disfarçar algo... Suspeito. – Eu... Gostei do que... – ele apontava para o meu rosto, depois baixou o olhar e começou a piscar insistentemente, tentando redirecionar seu foco para minha face. – Do que você fez.


Dei um meio sorriso, pondo uma mecha do cabelo atrás da orelha. Mas eu não deixaria por menos o estresse que ele havia me feito passar há alguns minutos, não mesmo!


– Sério? Eu podia jurar que você estava impressionado de forma bem negativa agora há pouco. – falei, com azedume.


Poderia jurar também que havia um certo rubor na sua face.


– Não viaja... É a primeira aula, estou com sono! – ele se espreguiçou longamente e depois estralou os dedos das mãos. – Eu achei que ainda estava dormindo.


Por um momento fiquei feliz. Ah, então eu estava assim um sonho, é? Isso era realmente animador. Mas depois pensei melhor e cheguei a uma conclusão: só naquele momento ele devia ter sacado que eu não pertencia ao sexo masculino. E estranhamente esse fato era ainda mais empolgante. Aleluia! A ficha dele finalmente caiu!


Quando aquela aula havia acabado e nós teríamos de seguir caminhos diferentes, era a hora de nos despedir.


– Então, é isso. – eu disse, dando os ombros.


– É, né... Eu acho... – ele nunca havia feito tanta cerimônia comigo antes, eu devia estar deixando-o nervoso. – Que te vejo no almoço... Com o Al...


Certo, aquilo estava ficando estranho. Bem estranho!


– Ok. – dei um pequeno sorriso.


– Tchau...


Juro que não me aproximei um pouco tentando induzi-lo, Scorpius simplesmente inclinou-se levemente e beijou meu rosto, algo que ele nunca havia feito. Nunca! Senti o ar faltar nos meus pulmões, observando-o se distanciar.


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Notas finais do capítulo

Ok, o Scorp é um tapado xD