One Of The Boys escrita por Anna C


Capítulo 1
One Of The Boys


Notas iniciais do capítulo

Mais uma fic da nova geração! Ouvi a música de mesmo nome e me inspirei para escrevê-la.



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Eu bem que queria ser que nem as outras... Sabe, andar rodeada de amigas, fofocando por aí, fazer as unhas, me maquiar, usar roupas justas para chamar a atenção dos caras, falar sobre eles, ou seja, ser uma garota! Mas eu não sou assim. Ao invés disso, eu só tenho amigos homens, gosto de falar sobre Quadribol, pouco me importo com o que uso, meu cabelo vive preso de qualquer jeito e prefiro mil vezes ler um livro que desperdiçar meu tempo com esmaltes. Ok, para o mundo feminino eu sou uma negação.


Porém, eu nunca liguei para isso até agora. O que mudou? Muito simples... Eu estou apaixonada. Own, que gracinha! O cupido enfim me acertou... Há, gracinha uma ova! Maldito seja esse cupido. Afinal, que droga de ideia é essa de me fazer gostar do meu melhor amigo?! Certo, eu acho que estou indo muito rápido. Vou recomeçar.



Eu sou Rose Weasley, filha de Ronald e Hermione Weasley. Tenho dezesseis anos – quase dezessete – estou no sexto ano e faço parte da Grifinória. Sou capitã do time de Quadribol e nos últimos anos ganhamos quase todas às vezes a taça da escola, perdendo apenas algumas para a Corvinal. Albus Potter é meu primo, também um dos meus melhores amigos e está na Sonserina. Calma... Não é por ele que eu estou totalmente caidinha, não. Enfim, ambos somos melhores amigos de Scorpius Malfoy, que é o corvinal mais estúpido da face da Terra! Por quê? Porque o "fofo" me conquistou com aqueles olhos cor de gelo e seu sorriso colgate. E isso é definitivamente um problema.



Amigas não deviam se apaixonar por amigos. Deveria haver algum tipo de regra que proibisse esse tipo de atração, é sério! O pior de tudo é que descobri isso logo agora no fim das férias.



Flashback



Estávamos na casa dos Potter. O Albus tinha ido tomar banho e deixou a mim e Scorpius sozinhos no quarto. Estávamos falando sobre qualquer bobagem quando, do nada, ele pegou minha mão e começou a analisá-la. Eu estranhei não o gesto dele, mas minha reação. Minha barriga ficou esquisita, parecia que havia algo dentro dela inquieto e um arrepio percorreu minha espinha.



– Quando é que se machucou? – Scorpius perguntou e eu vi um corte feio que tinha nas costas da minha mão.



– Hã, bem, er... – eu não conseguia falar uma só palavra. Meu queixo tremia freneticamente. – Ho-hoje. No jogo – me esforcei ao máximo para responder.



– Podia ter avisado que eu teria pegado leve com os balaços.



Fiquei instantaneamente comovida com a preocupação dele comigo. Por que de repente eu me importava tanto se ele ligava? Fazia semanas que eu notava essas sensações estranhas me atormentando, mas não haviam ficado tão intensas quanto naquele momento quando ele me tocou tão delicadamente.



– Quando o Al sair, eu te arranjo um curativo – foi aí que ele sorriu.



Droga! O sorriso dele foi a gota d’água. Eu fiquei inerte, nem piscava. Completamente abobada, senti um largo sorriso se formar nos meus lábios, mas não conseguia reprimi-lo e bem que tentei. Era como se tudo que importasse naquele momento fosse a curvatura da boca daquele loiro.



Fim do Flashback



Naquela quinta-feira à noite, eu tive certeza de que estava morrendo de amores por ele. E não, isso não é exagero, pois nunca me senti assim na vida! Tá bom, pode ser sim exagero, afinal eu nunca gostei pra valer de nenhum garoto antes. Achar alguns caras bonitos e me sentir atraída por eles já, mas de fato gostar não. Estou dizendo, eu não sou uma garota normal! E logo na primeira vez que sinto meu coração palpitar mais forte por alguém tinha que ser por ele... É a vida. A minha porcaria de vida.



Agora estamos no Expresso de Hogwarts, já muito bem acomodados numa cabine. Eu de frente para Scorpius e Albus, meu primo apoiado na janela, simultaneamente dormindo e babando. Do meu lado está Phoebus McLaggen. Nós não somos exatamente amigos, mas ele se sentou aqui porque não tinha mais cabines vagas. Está na Grifinória como eu e acabou de sarar de uma sarapintose, após ficar as férias inteiras de cama pelo que disse. Tadinho.



– Sem chance. Chudley Cannons, com certeza – eu digo, não aceitando nenhuma outra opinião sobre o possível resultado do campeonato europeu de Quadribol que comçou há algumas semanas.



– Que nada, esses daí sempre ficam em último no campeonato. Morcegos de Ballycastle é o que há! – Phoebus revida.



– Sete títulos não são nada comparado ao que as gatas do Harpias de Holyhead podem fazer... – Scorpius fala, com ar de sabedoria.



Eu fico irritada imediatamente.



– Elas nem são bonitas – respondo com azedume. – Jogam razoavelmente, mas não sabem trabalhar bem na defesa.



– Ah, não?! Posso dizer com todo orgulho que tenho um pôster da Agnes Brand no meu dormitório e nunca me canso de olhar pra ele. Aquela goleira é demais! Em qualquer aspecto, Rosinha – sinto a ironia quando o corvinal fala meu nome no diminutivo e meu sangue sobe a cabeça.



– Você é um idiota – cruzo os braços e afundo no meu assento.



– Só estou falando uma verdade, até o Phoebus aqui vai ter que concordar.



Phoebus acena com a cabeça positivamente, com um sorriso que não contém muita inocência.



– Vocês homens são ridículos...



– Nem todos são – uma voz vem da entrada da cabine. Ergo meu olhar para ver quem fala e me deparo com Elliot Davies.



– Do que está falando, Davies? Você é o pior de todos – não hesito em rir com escárnio.



Ele suspira.



– Um dia vou te provar que sou o único homem que vale a pena em Hogwarts e você largará desses dois trasgos – Elliot olha com desgosto para Scorpius e Albus, que continua a dormir tranquilamente. – Você não devia andar com eles, não fica bem para uma flor tão delicada e doce como você.



Esse cara é demente. Acho que vou bater nele e... De repente tá todo mundo rindo por quê? Acho que eu e o Davies não pegamos a piada.



Albus acorda sobressaltado com o escândalo que são as risadas de Phoebus e Scorpius unidas.



– Hã? O quê?! – Albus ajeita os cabelos, olhando para os lados em busca de uma resposta.



– A Rose?! Flor delicada e doce? – Scorpius não se contém de tanto rir. Phoebus já caiu no chão, rolando para fora do banco.



Albus olha para mim e para Elliot, e entende, gargalhando descontroladamente.



– Qual é a graça? – pergunto, cerrando os punhos.



– Como ousam desprezar a feminilidade da minha amada? – Davies exclama teatralmente.



Minhas têmporas pulsam de raiva. Estou fazendo tanto esforço para me controlar que acho que trinquei um dente. Os risos não param e minha paciência se esgota a cada segundo. Idiotas... Idiotas... Fiquem calados...



– Flor só no nome. Onde você viu delicadeza, Davies? – Phoebus diz.



– Ou doçura? – Scorpius complementa.



– A Rose é a garota mais durona da escola! – Albus se mete. – E a menos feminina, convenhamos...



Tudo que eu preciso nesse momento é chorar. Sério, uma lágrimazinha e eu provo a minha sensibilidade e fragilidade. Mas não dá... Eu sou mesmo durona e não arrancarão uma gota sequer com seus risos maldosos.



– CALEM A BOCA!! – meu berro pôde ser ouvido em todos os vagões do trem, eu estou certa.



Todos ficam imediatamente mudos de olhos arregalados para mim. Me levanto, metralhando todos com o olhar.



– Seus – dou um tapa na nuca de Phoebus. – grandes – foi a vez de Albus levar. – imbecis! – por fim chuto a canela de Scorpius. Fico frente a frente com Elliot. – Saia do meu campo de visão agora!



Ele se arremessa para o lado e eu marcho para fora do compartimento, com as narinas dilatadas.



Aquilo foi demais. Pediram pra apanhar, por Merlin!



Já tendo andado uma distância razoável, encosto-me na parede e jogo a cabeça para trás.



– Eu posso não ser a pessoa mais graciosa do mundo, mas eu devo ter alguma coisa que me diferencie dos garotos.



– Deixa disso, Rose! Você sabe que sim – ouço a inconfundível voz de Fred e sorrio.



Ele também é meu primo, filho do Tio George com a Tia Angelina, um ano na minha frente. Possui a pele morena e os cabelos castanhos médios e cacheados. Fred é a alma dos lugares que vai e adora uma boa piada. Outra coisa que admiro nele é que sempre ajuda alguém que está mal.



– E não estou falando só fisicamente...



– Rose! – Roxanne vem correndo para me abraçar. Ela é a irmã mais nova de Fred e possui o mesmo tom de pele e cabelos que ele. Vive com duas trancinhas e com um colar de pingente de leão. Own, ela é tão fofinha... Está só no segundo ano. Ela observa meu rosto com atenção e sua expressão de felicidade infantil some. – Está triste?



– Não – falo rapidamente. – Só meio zangada.



– Por quê?



– Ela acha que não parece uma garota.



Roxanne, como minha fã número um, põe-se a me defender.



– Você é muito bonita, a mais linda das minhas primas! É super feminina! E... É muito gentil comigo, garotos não são assim. Garotos são brutos e grosseiros, e você é completamente o oposto.



Ao ouvir as palavras “brutos” e “grosseiros”, me recordo do que acabei de fazer uns minutos atrás. Definitivamente esses dois adjetivos expressam bem minha atitude.



– Não, Roxanne – afago sua cabeça vinte centímetros abaixo do meu pescoço. – Eu sou isso sim. Mas tudo bem, pelo menos... Er, pelo menos... Ok, não tem vantagem nisso. Com licença, preciso ir ao banheiro – sigo até o fim do vagão, derrotada, deixando os dois para trás.



Entro no banheiro e me encaro no espelho. A luz da janela ilumina meu rosto e eu posso ver cada sarda refletida. Meu cabelo está preso num rabo de cavalo alto e está um tanto judiado. Minha face está completamente livre de maquiagem em geral e mesmo assim não é tão ruim. Tenho traços bonitos, mas os quais não valorizo nem um pouco. A minha camiseta é folgada e tem estampada nela um canhão laranja e preto, simbolizando o Chudley Cannons. A minha calça... Bom, na verdade não é minha, é do meu irmão Hugo, pois na pressa para vir pra estação não achei a minha e peguei emprestada. Ok, isso é um tanto triste. Eu sou um desastre como menina. Se eu tivesse nascido homem seria perfeitamente aceitável, porém isso não dá sendo quem eu sou.



Qualquer um que me vir, vai me enxergar como uma garota desleixada e eu não posso culpar ninguém. Eu não posso culpá-lo.



Merda, é óbvio que Scorpius nunca se interessará por alguém como eu. Sou só mais um dos amigos dele. Só mais um dos garotos.



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Notas finais do capítulo

Por favor, avisem se gostaram :)