Nada é por Acaso escrita por Paola_B_B


Capítulo 58
Capítulo 19 - Justiceira ou monstro?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :D Tudo bem com vocês? Esse é o último capítulo, espero que vocês gostem. Vocês perceberão que o capítulo não tem um fim de história, isso é porque o fim será no epílogo ;)



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Capítulo XIX - Justiceira ou monstro?

POV Edward

Teimosa é uma palavra muito fraca para descrever Isabella Swan! Puta que o pariu! Ela não podia simplesmente ficar quietinha na cama e receber os devidos cuidados médicos! Não! É claro que não! Tinha que levantar e dar pitaco na própria medicação! Brigar com todo mundo antes de tomar o remédio e ainda cuspi-lo fora depois!

Tudo bem, eu entendo seus traumas. Mas caramba! Ninguém ali queria o seu mal!

Essa bruxa vai me enlouquecer antes mesmo do casamento. 

Foi preciso muita paciência. Minha principalmente, já que meus irmãos ficaram bravos com ela e pararam de tentar convencê-la a tomar as poções ou comprimidos. Carlisle estava enlouquecendo com os absurdos que Bella dizia para não tomar os remédios. Só conseguíamos alguma coisa quando Nessie passava uma imagem para a mente de minha noiva e havia um momento de distração. 

Minha bruxinha estava mais rabugenta do que o normal. Jasper disse que ela sente dor, mas não quer falar para não tomar remédios. E isso me deixa mais louco ainda. 

Suspirei terminando de ajeitar uma bandeja cheia de guloseimas que ela gosta. Segui para o nosso quarto ver se a temperamental estava mais tranquila hoje a noite. 

E porque eu não me surpreendo ao não vê-la no quarto? 

Rosnei baixinho  deixando a bandeja em cima da cama e seguindo pelos corredores atrás dela. Comecei a ler a mente de todos no castelo até que a encontrei esparramada no sofá do salão comunal da Grifinória rindo com os seus alunos. Eu ia arrancar o pescoço daquela bruxa teimosa. 

Segui soltando rosnados frustrados por todo o caminho. 

POV Bella

Os garotos gargalhavam com minhas histórias. Eu apenas sorria, rir doía. 

- Será que eu terei que amarrá-la em uma cama? - a voz grossa e rouca do meu vampiro soou as minhas costas. 

Ele não estava nada feliz. Sorri maliciosa virando a cabeça em sua direção.

- Não é má ideia meu vamp. Mas acho que não é legal falar isso na frente das crianças, eles ainda são muito inocentes. - Edward estreitou seus olhos me fazendo rir.

Não foi uma boa ideia. Levei minha mão a minha barriga discretamente. 

- É sério Bella, uma espada atravessou o seu corpo, precisa ficar parada para se recuperar. Além do mais você não está tomando os remédios regularmente, assim não vai funcionar. 

- Ah credo Edward! Você fala como um velho de mais de 200 anos! 

- Eu tenho mais de 200 anos e você também querida. 

- Mas o meu espírito é jovem. - apontei piscando com apenas um olho. 

Meu noivo revirou os olhos e bufou suspirando. Enfim veio até mim e sentou-se no chão nos pés do sofá. Ele encostou sua cabeça em minhas pernas e fechou os olhos com uma carinha frustrada. 

- Não acredito que contou a história do camarão. 

Gargalhei alto misturando com exclamações de dor. 

- Mas você ficou tão bonitinho com o rosto vermelhinho. - sorri docemente, mas ele tinha aquela feição preocupada que não saía mais de seu rosto na última semana. 

Suspirei. 

- Eu estou bem. - murmurei chateada. 

- Você está com dor. - me olhou sério. - Porque está sendo tão teimosa? Está agindo pior que criança. Eu sei que você odeia ficar parada e depender dos outros, mas nós somos a sua família. Cuidaremos de você sempre, porque te amamos e queremos vê-la bem. Mas você precisa aceitar essa ajuda também. 

- Você está fazendo eu me sentir culpada. - murmurei com um bico. 

- É essa a intenção. - respondeu com um meio sorriso. 

Eu realmente estava me sentindo culpada. Mas a dor estava começando a me fazer esquecer. 

- Não está mais sozinha bruxinha, agora tem quem cuide de você. - quase chorei com suas palavras, mas não era de emoção e sim de dor. 

Caralho! Acho que meus pontos estouraram. 

Olhei para a minha blusa e percebi o sangue se espalhando. Olhei para Edward que tinha os olhos cravados no sangue e então me olhou bravo. 

- O que foi que eu disse? - perguntou retoricamente e me pegou no colo. - Boa noite crianças, tenho que levar a teimosa recosturar seu ferimento... Mais uma vez. 

Dei um sorriso amarelo. 

Tive que aguentar o olhar duro de Carlisle enquanto costurava minha barriga pela 3ª vez em uma semana. Ele não disse nada, sua feição dizia tudo. Ele estava puto comigo. Quase ri com isso. Era muito difícil deixar meu sogrinho bravo, mas acho que consegui essa proeza. 

Mas eu me comportaria dessa vez. Tentaria ao máximo tomar os tais remédios que eles queriam que eu tomasse. Por mais que eu ficasse completamente desconfiada com aquele líquido azul. 

Edward me levou para o quarto e deitou comigo me fazendo carinhos.  

Lembrei-me dos dias que seguiram após eu levar a "espadada". Sirius, Nessie e Harry não saíram do lado do meu leito. Naqueles dias eu estava tão mal que nem conseguia reclamar dos remédios. Na verdade eu nem lembro de ter tomado os remédios. Quando fiquei mais lúcida comecei a entender as conversas a minha volta. Sirius pediu-me perdão mais algumas vezes e só parou porque eu mandei ele a merda dizendo que eu não era a porra de uma surda. 

Nessie também me pediu perdão, do seu jeito, com os olhos. Ela era durona como eu e orgulhosa como Edward, então já era de se esperar que ela tivesse dificuldades em pedir perdão. Então ela sempre colocava a mão em meu rosto e me passava imagens de quando ela era mais nova e eu lhe ensinava feitiços e coisas que uma mãe não deveria ensinar para uma filha, como; como mentir para o seu pai a respeito de namorados. Porque afinal ela é filha de dois galinhas, ela puxou esse lado de nós também. 

Já Harry estava muito preocupado. Ninguém tinha visto Voldemort realmente morto, o que poderia impedir que ele voltasse no futuro?

- Seus olhos estavam mortos Harry, não se preocupe com isso. Você o matou, de uma maneira diferente, mas matou. 

- Mas você morreu uma vez desse jeito e voltou. E se Voldemort voltar novamente? - sua preocupação era quase palpável. 

- Tom não vai voltar. Eu garanto isso a você. - disse firme.

- Mas...

- Harry. - cortei seriamente. - Você lembra quando eu lhe disse que você teria que escolher virar ou não um monstro quando lutasse contra Voldemort?

Harry assentiu. 

- Pois bem, eu também tive que passar por isso quando era um pouquinho mais velha que você. - pelo meu olhar, pelas histórias que ele conhece sobre mim, ele sabia muito bem que lado eu tinha escolhido. 

- E o que isso muda?

- Tudo. Confie em mim, não tem como Tom voltar a ativa. - finalmente meu afilhado pareceu entender as minhas palavras. 

Logo começamos a falar de assuntos mais leves e assuntos que o deixavam constrangido como o seu namoro com Gina. 

Ri com as minhas lembranças fazendo Edward me olhar curioso. Lhe mostrei a língua e ele me beijou com delicadeza. Bufei. Essa história de não vou te tocar porque você está machucada já está me deixando louca!

[...]

POV Edward

Finalmente Bella deu trégua. A bruxinha começou a tomar os remédios nos horários certos e manteve-se quieta por alguns dias. O que não quer dizer que ela não reclamava. Muito pelo contrário. Ôh mulher reclamona! Dizia que seu espírito era jovem, mas reclamava feito uma velha. 

Em duas semanas ela já estava dando aulas e aprontando das suas. Foi então que nós decidimos marcar a data do casamento. Seria no final do ano letivo aqui mesmo em Hogwarts. Ou seja, menos de um mês.

Nunca imaginei que Bella ficaria tão animada para casar. Estava quase impossível conter ela e Alice. Até Rose ficou apavorada com a quantidade de detalhes que elas pensavam. Esme estava costurando o vestido de noiva com todo amor e carinho que tinha em seu coração. Mas toda essa doçura virava salmoura quando eu perguntava como estava ficando. Poxa eu só estou curioso para saber como minha bruxinha vai ficar no vestido de noiva. 

Afinal ela é toda selvagem, será interessante vê-la toda delicada e pura num vestido branco.

Os dias se passaram rápido e enquanto os alunos estavam preocupados com as provas finais, Alice nos enlouquecia completamente. Neste momento estávamos reunidos no salão para decidir aonde moraríamos ano que vem. Harry e Sirius também estavam ali já que Bella insistiu que eles morassem com a gente. Seria muito interessante toda essa loucura. 

Já fazia meia hora que discutíamos e Bella ainda não tinha chego. Começamos a nos preocupar após 1 hora. Vasculhamos todo o castelo e simplesmente não a encontramos. 

- Não consigo vê-la, ela está me bloqueando. - bufou Alice. 

- No castelo ela não está. - afirmou Sirius olhando um mapa bruxo que Harry possuía. 

Sacudi meus cabelos completamente nervoso. O que diabos foi fazer na véspera do nosso casamento?!

- Ih maninho, acho que a noiva te abandonou! 

- Cala a boca Emmett! - rosnei em sua direção. 

Ele gargalhou me ignorando. 

- Não abandonou... Eu a vejo no altar... Mas acho que teremos que adiar em algumas horas Ed, ela chegará muito atrasada. 

Me senti um pouco mais despreocupado por saber que ela estava bem, mas em compensação fiquei muito mais bravo por ela estar nem aí para o nosso casamento. Bufei e segui para o quarto antes que eu quebrasse alguma coisa em meu caminho. 

POV Bella

Eu não podia me casar se não resolvesse isso antes. Já deixei passar um bom tempo, já estava me incomodando. E nesses longos anos de auror eu aprendi a sempre seguir os meus extintos. Principalmente se tratando de Voldemort. Convenhamos, eu seria louca se deixasse ele vivo. Até posso ser arrogante, mas não sou retardada. Não cometeria o mesmo erro que Tom quando me deixou viva. Não daria chance de ele achar outra motivação para acabar com o mundo dos bruxos. 

Levei alguns dias para localiza-lo. Os livros para feiticeiros escondidos em Hogwarts me ajudaram muito. Pediria a Dumbledore para levar para a minha casa, já que eu era a última feiticeira viva mesmo. 

Assim que cheguei a casa abandonada eu pude sentir o imenso poder de Tom. Mesmo que sua alma estivesse morta seu corpo ainda possuía poder. Entrei tranquilamente seguindo para o porão onde o encontrei sentado em uma poltrona olhando fixamente para uma lareira. 

- A que ponto chegamos Tom-tom. 

- Veio tripudiar sua vitória? - perguntou sem emoção em sua voz. 

- Não. Vim matá-lo. 

Ele virou-se em minha direção. Seu rosto continuava com aquele vazio. 

- E se diz uma justiceira. - ironizou. 

Dei um meio sorriso. 

- Para todos aqueles que você matou, torturou, destruiu suas famílias, entre outras coitas piores... Acredito que matá-lo seja um grande alívio, justiça mesmo seria você passar pela mesma coisa. Mas não estou com muito tempo, vou me casar amanhã e tenho que voltar logo para Hogwarts de modo que eu não estou com tempo para brincar. 

Tom soltou um riso sem humor. 

- Volto a dizer: Você ainda se diz uma justiceira. 

- A justiça não tem misericórdia Tom, as vezes ela ameniza o sofrimento, mas o destino é o mesmo. 

- E quem te deu esse poder? Quem lhe disse que você é a responsável por fazer a justiça com suas próprias mãos?

- Ninguém me deu esse poder Tom, mas eu sobrevivi por um motivo. Tenho que continuar o dever dos feiticeiros: Manter o equilíbrio. 

- Para mim, você é tão monstro quanto eu. 

Sorri com suas palavras. Eu concordava plenamente com ele. 

- Há uma linha muito tênue entre combater o mal e se tornar o mal. Essa linha é mais tênue que a linha entre o amor e o ódio. Todos passamos muito perto dessa linha Tom, alguns atravessam, outros ficam sobre ela e outros se mantém longe. Você a atravessou completamente, já eu sou aquela que se mantém sobre ela. Sou o monstro que age por motivos nobres. 

- E você acha que vai escapar das consequências? Um dia, alguém mais forte que você vai aparecer e te verá como o monstro que realmente é. Não vai ver essa nobreza que tanto fala. 

Ri com suas palavras. 

- Tentando ser bonzinho comigo antes de morrer Voldemort? 

- Tentando abrir seus olhos.  - deu de ombros. 

- Não é preciso. Ao contrário do que você pensa eu tenho muita consciência do que sou, do que faço e das consequências dos meus atos. E sim, algum dia alguém muito mais poderoso que eu vai aparecer para fazer o trabalho que eu faço hoje e talvez ele acabe comigo. Mas até isso acontecer muito tempo vai passar. 

Tom bufou sem crer em minhas palavras. Olhei o relógio.

- Estou atrasada! - me apressei. - Desculpe Tom, mas já conversamos demais. Boa sorte quando chegar ao outro lado. Avisa o capeta que ele ainda vai ter que esperar um longo tempo para me ter junto a ele. 

Pisquei prepotente e lhe lancei um feitiço. Voldemort virou cinzas diante de meus olhos e neste momento eu soube que não precisaria me preocupar com uma possível volta. 

Fim do Capítulo.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
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