Nada é por Acaso escrita por Paola_B_B


Capítulo 32
Capítulo XXX - Trégua


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelo carinho amores :D

Espero que gostem do cap ^^



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Capítulo XXX – Trégua

POV Edward

Bella saiu correndo deixando a todos com cara de otários. Eu ainda estava tentando digerir sua conversa com a cobra. Aquilo foi muito estranho, porque ela começou a chiar, como se realmente estivesse conversando com o animal. Segundo a mente de Rose foi exatamente o que aconteceu.

Sirius voltou a observar os olhos da cobra e eu fiz o mesmo. Bella tinha razão, havia um mapa ali.

O bruxo assentiu e então saiu a passadas largas grunhindo dizeres indecifráveis. Antes que ele pudesse sair do ginásio eu o segui.

- Sirius? – chamei e ele virou me olhando sem parar de andar. – Quem quer matá-la? – perguntei.

Algumas cabeças se viraram para nós com minhas palavras, mas não ligamos. Ele parou de andar e me olhou indignado, mas não comigo e sim com a situação.

- É mais fácil você perguntar quem não quer matá-la! Você mais do que ninguém sabe como Bella é quando quer criar antipatia... Com seu jeitinho carinhoso e nem um pouco sarcástico você acha que ela tem poucos inimigos? – perguntou com um sorriso amargo e voltou a andar rapidamente saindo do ginásio.

Acompanhei seus passos e percebi que discretamente meus irmãos nos seguiam.

- Que lugar é aquele do mapa? – perguntei.

- É a localização da casa dos melhores amigos dela, eles são praticamente seus irmãos, cresceram juntos... A diferença é que a idade se mostrou no corpo de Sophia e Philip, se eu não me engano eles tem uma netinha de um ano e meio... Em quanto Bella permanecia em seus 18 anos.

- Você vai para lá?

- Não antes de avisar os outros aurores, obviamente é uma armadilha e Bella sabe, mas você por acaso já viu ela pedir ajuda? Teimosa e orgulhosa, essa ainda será sua morte. – disse ele amargamente.

- Queremos ajudar. – disse Emmett correndo e parando a nossa frente.

Jasper, Rose e Alice também assentiram ficando a nossa volta e eu olhei para Sirius concordando com a idéia.

- Não sei se isso será uma coisa boa... Vocês sabem do acordo silencioso entre bruxos e vampiros... Vocês não atravessam nosso caminho e nós não atravessamos o de vocês... Não sei se os outros serão tão pacíficos quanto eu e Bella somos.

- Explicaremos... Mas ninguém vai agüentar ficar aqui sem notícias. – disse, principalmente eu...

Sirius pareceu ponderar e então assentiu.

- Vocês têm uma lareira na casa de você não tem?

[...]

Nunca mais faço isso! Puta que pariu! Quase morri queimado nessa merda.

Sirius nos deu um pozinho que nos transportava para outro lugar. Só que acabamos caindo em uma lareira que havia acabado de apagar o fogo, ou seja, torrei meus pés!

Houve um momento tenso quando chegamos ao lugar. Sirius explicou rapidamente que nós não faríamos mal e que apenas queríamos ajudar. Eles ficaram desconfiados, mas a pressa era maior e nós seguimos para a casa dos amigos de Bella.

Os bruxos rodearam a casa e nós ficamos um pouco mais atrás para não “atrapalhar”.

Uma chuva fraca caía, o clima era sombrio e a única coisa que escutávamos era as respirações e as batidas de corações. Agucei meu olfato, logo identifiquei o cheiro de Bella, estava fraco o que quer dizer é que ela não está mais aqui e acho que não tem mais ninguém também, já que não escuto nenhuma batida de coração dentro da casa.

- Não tem ninguém... Pelo menos não vivo. – murmurou Alice e um Bruxo que tinha um olho biônico a olhou de esguelha e então entrou na casa mesmo depois de ouvir os protestos dos outros para esperar.

Todos entraram na casa. Segui em silêncio tentando captar qualquer sinal de minha bruxinha, mas tudo o que encontramos foi destruição e morte.

Vidros quebrados, paredes chamuscadas, móveis virados. Com certeza ocorreu uma luta.

- Oh Meu Deus! – gritou chocada uma bruxa e todos correram em sua direção.

Cada rosto horrorizado com a cena.

Quatro adultos estavam mortos em torno de um berço que estava completamente chamuscado e o pior de toda a cena é que tinha um bebê de pouco mais de um ano morto também, com suas roupinhas em pedaços, como se tivessem sido queimadas.

Aquilo me embrulhou o estômago. Deus! Era apenas uma criança.

- Onde está Bella? – perguntei em desespero.

Ninguém respondeu.

- Alice? – pedi agoniado e ela dês focou seus olhos.

- Não sei... Ela não está tomando nenhuma decisão... Não consigo ver para onde ela está indo... Bella está... Chocada de mais para prestar atenção em seu caminho... – murmurava Alice.

Os bruxos não pareceram se surpreende com a visão, mas sim com uma vampira tendo visões.

Saímos da casa e olhamos em volta em busca de uma pista. A chuva começou a engrossar e tudo o que eu pensava era em como Bella estava. Ela deveria ter visto a cena lamentável assim como nós. Deve estar sofrendo com a perda de seus melhores amigos.

Dividimos-nos em grupos de quatro, dois bruxos e dois vampiros.

Eu, Alice, o bruxo de olho biônico e um bruxo que parecia ser bem mais velho, já que possuía uma barba gigantesca.

Com a chuva caindo cada vez mais forte a cidade parecia vazia. Olhei a minha volta e as casas estavam todas fechadas, muitas tremiam com o vento forte. Então eu vi em uma parede de um pequeno mercado um cartaz com a propaganda do novo parque de diversões da região. Minha mente pareceu iluminar.

- Eu sei onde ela está! – disse assustado com minha conclusão.

Alice não sorriu para confirmar, mas afirmou que eu estava certo. A falta de sorriso em seu rosto me preocupou então nós fomos em toda velocidade até o parque.

- Vocês tem certeza que ela está aqui? – perguntou o bruxo de olho biônico.

Não precisei responder, assim que olhei para a roda gigante eu a encontrei sentada em cima da ultima caixa de ferro.

Corri e então em apenas um salto pousei ao lado de minha bruxinha.

- Bella? Você está bem? – perguntei me abaixando ao seu lado.

Ela não me respondeu, apenas olhava para o horizonte sem nenhuma expressão no rosto, seus olhos sem vida, em sua face escorria a água que caia do céu. Nós já estávamos encharcados.

- O que aconteceu minha bruxinha? – perguntei em um sussurro e então foi como se eu a despertasse de seu estado absorto.

Sua boca entortou para baixo e seu nariz franziu e um alto soluço saiu de sua garganta. Ela abraçou suas pernas com força e então apoiou sua cabeça em seus joelhos. Nunca a vi chorar daquela forma, foi realmente assustador de mais. Ela parecia tão frágil, tão vulnerável, como se fosse apenas uma menina indefesa, que precisasse de alguém para mantê-la em pé.

- Bella... – murmurei a abraçando, tentando inutilmente confortá-la.

- Por favor Edward, agora não... – disse entre um soluço.

Deus! Ela realmente achava que eu queria me aproveitar dela naquele momento ou algo do tipo. A verdade é que há muito tempo estou cansado dessas brigas e acusações. Mas neste momento eu entendia seu lado, compreendia sua dor então a segurei firme e falei olhando diretamente para seus olhos sem vida.

- Espere, proponho uma trégua... Deixe-me cuidar de você Bella, como cuidei quando nos conhecemos, por favor, prometo que não irei tentar nada.

- Você não é muito bom em cumprir promessas.

- Eu juro que cumprirei.

Então ela desabou em meu peito chorando e me abraçando como se precisassem de mim para sobreviver.

Segurei-a firme contra mim e olhei para o horizonte. A cidade estava sombria com o céu negro e os relâmpagos iluminando por segundos os prédios. Eu estava completamente encharcado e Bella ainda mais. Precisávamos sair dali antes que ela pegasse uma gripe e eu morresse eletrocutado.

- Feche os olhos bruxinha e segure firme em mim ok? – pedi levantando com ela no colo.

- Por quê? – perguntou ela fungando, seu choro estava contido, acho que ela havia se acalmado.

- Por que você tem medo de altura... – disse e ela não pareceu se surpreender mesmo assim ao encostar seu rosto contra meu ombro perguntou.

- Você sempre ignorou isso... Por que está ligando agora?

POV Bella

Edward suspirou e respondeu calmamente.

- As pessoas mudam ao longo dos anos Bella tanto fisicamente quanto mentalmente... Os vampiros podem não mudar fisicamente, mas mentalmente mudam.

Fiquei em silêncio e escondi meu rosto em seu peito. Senti apenas um frio na barriga na hora da queda, mas então já estávamos no chão e eu segura.

Eu não queria pensar no que aconteceu hoje, não queria levar minha mente à insanidade e eu ao sofrimento que eu já sentia no peito. Então corri desesperada em busca de algo que me fizesse parar de pensar naquilo.

Quando parei de correr eu estava em cima de uma roda gigante, não faço idéia de como cheguei ali, talvez tenha voado com minha vassoura, mas minha mente me remeteu a lembranças de um tempo feliz. Momentos que me fazem acreditar que eu fui feliz verdadeiramente pelo menos uma vez em minha vida.

Foi em uma roda gigante que Edward quase disse que me amava pela primeira vez, a cena mais clichê de qualquer filme romântico, mas eu queria que tivesse acontecido naquele dia. Seria o filme romântico da minha vida, seria o meu clichê particular, seria a minha lembrança feliz.

E eu fiquei pensando em tudo o que aconteceu comigo e com Edward, revendo meus conceitos. Quando ele chegou e perguntou o que havia acontecido, me trouxe instantaneamente a realidade e então meu coração se quebrou ao meio com as lembranças.

Edward andou lentamente, eu não sabia para onde estávamos indo, mal sentia seu caminhar. Fechei meus olhos sentindo apenas as gotas de chuva cair em minha face e corpo.

- Eu liguei para Carlisle... Ele e Esme estão vindo para a casa onde estávamos antes de chegar aqui... Precisamos resolver algumas coisas com os bruxos e principalmente cuidar de Bella. – a voz de Alice soou perto de mim.

Senti que Edward voltou a andar.

- Alice! Roubou um carro?! – perguntou ele em repreensão.

- É melhor do que ir correndo nessa chuva! – retrucou ela de forma mimada, eu podia imaginar um bico em sua face miúda.

- E precisava ser tão chamativo? – perguntou Edward bravo, eu também podia imaginar sua face emburrada marcada por um bico indignado.

- É o mais rápido, não reclama! – disse a fadinha.

Entramos dentro do carro, minhas pernas foram esticadas no banco, mas eu continuava no colo de Edward e em nenhum momento ele afrouxou seu abraço.

Parei de chorar e fiquei fitando o nada com a cabeça encostada no peito de Edward. Sentia meu corpo inerte e mole, não tinha vontade de me mexer, eu só queria continuar quietinha ali, em silêncio.

POV Edward

Alice dirigiu como uma louca até a casa onde os bruxos estavam. Segundo ela, todos estavam discutindo, eles não confiavam em vampiros e quando nós chegarmos seria de grande ajuda. Primeiro porque eles veriam que os dois bruxos que foram conosco estavam vivos e que Bella estava sendo cuidada por mim com um carinho que era difícil ver até mesmo em humanos.

Os bruxos se seguraram no banco do carro, minha irmã estava realmente exagerando na velocidade, não sei como o carro agüentou até chegarmos.

Saí ainda com Bella no colo, seu rosto não tinha expressão e seus olhos estavam sem vida. Eu me sentia péssimo por ela. Se eu pudesse sentiria a dor que ela está sentindo por ela.

Meus ouvidos aguçados captaram a discussão dentro da casa. Sirius tentava convencer os outros aurores de que minha família não iria fazer mal. Carlisle tentava conversar civilizadamente em quanto minha mãe e irmãos ficavam quietos para não piorar a situação.

Os bruxos que estavam conosco tomaram nossa frente e entraram rapidamente, fez-se silêncio com a surpresa dos bruxos. Alice saltitou para dentro.

- Boa noite a todos... Como está a festinha? – perguntou ela com um sorriso maldoso.

- Alice. – repreendeu Esme e a baixinha ficou calada.

A discução estava prestes a começar novamente quando eu entrei com Bella no colo. Assim que pisei dentro do cômodo todos ali presentes se encolheram e gemeram em um uníssono. Eu não fui exceção, mas me segurei para não derrubar minha bruxinha.

A dor no peito foi de deixar sem ar. Foi rápido, em alguns segundos todos já estavam se recompondo.

- Desculpem... – murmurou Jasper olhando assustado para Bella. – Vocês entraram de supetão, e Bella tem os sentimentos muito fortes dentro dela, ainda mais por não demonstrar, não consegui controlar a tempo.

- Ela está sentindo isso? – perguntou assustado Sirius.

- Eu também não sei como ela agüenta. – respondeu Jasper respirando fundo e controlando os tantos sentimentos do lugar.

Esme correu até nós.

- Vocês estão encharcados! Onde têm toalhas, por favor? – pediu preocupada. – Oh! Você está congelando!

Bella começou bater os dentes com o frio. Não sei o que sensibilizou os bruxos, se foi a percepção de que nós realmente não faríamos mal ou se foi o estado de Bella. Mas nos minutos seguintes tudo aconteceu rapidamente... Bem, talvez eu estivesse atônito demais para perceber o tempo realmente.

Alice apareceu com uma bolsa de viagem relativamente pequena. Tirou duas toalhas, uma ela jogou em minhas costas e a outra enrolou em minha bruxinha e simplesmente a tirou de meu colo.

A sena de minha irmã segurando Bella era muito bizarra, já que a baixinha era a metade do tamanho de minha ex.

Antes que eu pudesse reclamar ela jogou uma muda de roupas em minha cara e me mandou me trocar. Dito isso ela correu com minha bruxinha pra o segundo andar sendo seguida de Rose, Esme, Lilian Potter, que só agora notei estar ali, e outra bruxa que mais tarde ficaria sabendo que era a Sr. Weasley.  

Thiago me indicou onde ficava o banheiro e eu me troquei rapidamente, não quis olhar para meu rosto. Eu estava me sentindo mal, as imagens daquelas pessoas na casa me vieram à mente, mas a do bebê era chocante de mais.

As coisas a minha volta aconteceram sem eu perceber, não sei quanto tempo se passou, mas agora nós estávamos sentados em volta de uma grande mesa e todos discutiam ao mesmo tempo. Os bruxos estavam muito confusos e interessados em Rose. Era algo completamente novo para eles, lembro-me perfeitamente de quando Bella descobriu sobre minha irmã e quantas perguntas ela fez para satisfazer suas curiosidades.

Falando nela... Bella desceu as escadas ao lado de Esme, pela feição de minha mãe ela não tinha dito nada ainda. A vampira estava tentando fazê-la se abrir, soltar a dor que tinha no peito, mas de nada adiantou. Minha bruxinha sofria por trás de sua máscara de frieza e indiferença.

Ela sentou-se a mesa e apoiou a cabeça em seus braços como se estivesse prestes a dormir.

- Por que ele está mandando matar crianças? – perguntou Bella, sua voz estava baixa, mas todos ficaram em silêncio para saber o que ela perguntava.

- Sua profecia. De acordo com ela, você-sabe-quem será morto por um bruxo que ainda está para nascer ou já nasceu... Ele está se prevenindo. – explicou um dos bruxos e minha bruxinha revirou os olhos.

- Isso é ridículo, eu também possuo uma profecia e em meus mais de 200 anos ela não esteve nem perto de se concretizar.

[N/a: Vou inventar essa parte, já que eu não sei ao certo a história do Harry Potter, como havia dito no inicio da história eu ainda não li os livros de HP, então começarei a deixar minha imaginação fluir xD Brincadeira, tentarei me basear e o que não tiver haver é por que inventei]

Ela tem uma profecia? Essa eu não sabia... Todos voltaram a falar ao mesmo tempo discutindo hipóteses e novas formas de ataque e fuga. Os aurores viram em nós mais um meio de surpresa, se lutássemos ao seu lado nós seriamos de grande ajuda. Carlisle pensando no bem estar de nossa família pediu desculpas e disse que não entraria em uma briga, a não ser que a mesma chegasse até nós. No fundo ele sabia que o fato de Bella estar envolvida não me tiraria de perto dela e conseqüentemente todos nós estaríamos envolvidos de um jeito ou de outro.

Por fim minha ex levantou-se da mesa bufando. A discução tirou a pouca paciência que ela possuía e ela encerrou a conversa dizendo “humildemente”.

- Façam o que quiserem! Mas se daqui a dois meses Voldemort não vier atrás de mim quem vai atrás dele sou eu... – sua voz estava sombria. – Eu vou caçá-lo e ele vai pagar por cada família que ele destruiu... Vou me encarregar disso pessoalmente.

Todos fizeram um silêncio apreensivo. Ninguém se atrevia a duvidar, muito menos a discutir com ela.

POV Bella

Minha vontade era de chorar e gritar para todos os lados que me deixassem em paz. Mas eu me obrigava a agüentar mais um pouco. Eu estava cansada, com fome e triste.

Saí da saleta e subi as escadas rapidamente. Iria juntar minhas ciosas e ir embora dali. Líli me seguiu.

- Bella? – murmurou sentando-se a cama do quarto.

Eu estava no chão pegando minha bota.

- Oi? – murmurei em resposta.

- Preciso que me ensine um feitiço. – disse firme e eu me levantei para fitá-la.

Seus olhos brilhavam determinados. Mas eu via algo mais neles. Eu via coragem, mas eu via o medo, eu via amor incondicional.

- Que feitiço?

- Sei que conhece feitiços antigos e até mesmo conhece magia negra... Mas por favor, me ensine qualquer feitiço que possa proteger meu filho! – pediu desesperada.

De repente senti um calor no peito, como se eu entendesse o que ela sentia naquele momento.

Ajoelhei-me em sua frente e acariciei sua barriga que já aparecia para fora da camiseta.

- Não existe magia negra, magia branca, boa ou ruim... Existe o propósito pelo qual irá usá-la. – expliquei. – As magias das trevas são conhecidas desta maneira, pois se utilizam da raiva, do ódio, da ignorância para se poder executá-las com facilidade e isso acaba perturbando a mente dos bruxos... Poucos são aqueles que podem usar essa magia tão poderosa com os sentimentos certos. Se você conseguir fazer isso conseguirá proteger seu filho.

- Quer dizer que irá me ajudar? – perguntou ansiosa e eu sorri levemente.

- Não vou permitir que nada de mal aconteça com o meu afilhado.

POV Edward

Essa noite não tinha como ficar mais estranha. Se me perguntassem se eu faria amizade com um bando de bruxos malucos até hoje de manhã eu responderia que não com certeza... Porém a situação é completamente diferente.

Acontece é que após todos contarem um pouquinho de suas histórias todos acabaram confiando um pouco mais e deixando de lado a desconfiança. Não posso dizer que tudo cheirava a flores, mas os ânimos haviam se acalmado.

Resolvemos ir embora. Bella iria conosco, ela estava muito cansada. Sirius ficou, pois queria conversar com Dumbledore.

- Rosa Alice? – perguntou Bella incrédula em quanto revirava os olhos.

O carro que Alice roubara era rosa choque do tipo mamãe não me perca na neblina.

- Não é lindo?! – perguntou com seus olhinhos brilhantes e nós reviramos os olhos rindo levemente.

- É lindo, mas você não vai levá-lo mocinha. – repreendeu Esme e minha irmã fez bico.

Dividimos-nos em dois carros, já que quando estavam vindo Esme e Carlisle vieram com dois carros.

Jasper foi dirigindo, Alice no banco do carona em quanto eu e Bella íamos no banco de trás. Meus pais foram com Rose e Emm no outro carro.

A viagem foi longa e na metade do caminho minha bruxinha acabou dormindo. Não quis acordá-la quando chegamos, ela estava extremamente cansada. Levei-a no colo até meu quarto, tirei-lhe os calçados e a pus debaixo das cobertas e do lençol térmico.

Troquei rapidamente de roupa e deitei-me ao seu lado puxando-a para perto do meu corpo. Bella se arrepiou com a diferença de temperatura e eu me arrependi de ter deitado tão perto.

Fiz menção de me afastar, mas ela me segurou firme e se aconchegou em meu peito.

- Fica... – murmurou chorosa.

- Bella? Está tudo bem? – perguntei preocupado.

- Não Edward... Não está nada bem... – e então deixou seu choro sair de seu peito.

- Shhi tudo bem... – murmurei sentando na cama e encostando minhas costas na cabeceira da mesma.

Puxei minha bruxinha e ela ficou sentada em meu colo em quanto chorava em meu ombro. Comecei a acariciar seus cabelos e aos poucos seu choro foi se acalmando.

- Eu não consegui chegar a tempo... – murmurou. – Quando eu cheguei lá ela tinha acabado de matar o bebê... Deus Edward! Era só um bebezinho. – contou horrorizada em quanto suas lágrimas escorriam.

Limpei-as com delicadeza em quanto olhava em seus olhos com compaixão.

- Eu deveria ter saído mais cedo, deveria ter pensado nisso antes... Eu tinha que ter salvo aquela criança!

- Bella a culpa não foi sua! Você não podia fazer nada! – disse firme e ela fungou desviando o olhar.

Sorriu amargamente.

- Quem sou eu para tentar salvar uma vida... É muita hipocrisia da minha parte... Sou tão monstro quanto aquela bruxa. – disse amarga.

Franzi minha testa e segurei seu rosto entre minhas mãos.

- Bella? Do que está falando? – ela desviou o olhar e então voltou para meus olhos.

Seus orbes chocolate me transmitiram raiva, tristeza, angustia, mas não ouve arrependimento.

- Eu destruí aquela bruxa... – murmurava com raiva. – Peguei-a no exato momento em que executava o feitiço contra a criança, não tive tempo de evitar... Fiquei tão chocada com a atitude que eu paralisei... Ela sorriu para mim e ainda disse “Com os cumprimentos do lorde das trevas”... Hun! Ela teve a ousadia de me falar isso... Eu fiquei completamente cega, deixei que a raiva dominasse meu corpo e então comecei a correr atrás dela... – Bella desviou o olhar e soluçou. – Eu sou um monstro!

- Não! Bella olha para mim! – pedi puxando seu queixo com delicadeza.

Ela entortou o rosto em uma careta de tristeza e me fitou profundamente.

- Qualquer um teria feito o que você fez... O que ela fez com aquela criança inocente, que não tinha nem condições de se defender foi de extrema covardia e...

- Eu fiz o mesmo. – ela me cortou e então soluçou mais uma vez. – Quando eu corri atrás da bruxa eu não somente a matei como a torturei antes disso, fiz ela sentir tanta dor... Ela não tinha defesas contra mim, eu não precisava ter feito aquilo, mas fiz e não me arrependo, ela merecia! Como ela pode?! Porém seus atos não me deixam com a consciência mais leve... Eu sou a pior das criaturas, um monstro frio e sem alma. – dizia inconsolável.

Confesso que me surpreendi com minha bruxinha, mas quem sou eu para julgar alguma coisa? Um vampiro que já teve seus momentos de revolta com o mundo e simplesmente matou pelo puro prazer do sangue humano!

Abracei Bella com força e disse em seu ouvido.

- Isso não importa agora... Você fez o que fez, pois estava cega de raiva, não foi por prazer... Você não é um monstro, monstros não possuem a compaixão que você possui, monstros não amam seus amigos como você ama, monstros não choram, monstros não tem crises de consciência. – disse firme e baixo e ela soluçava cada vez mais.

Beijei sua testa e comecei a niná-la.

- Estou aqui por você ok? Você não está sozinha. Eu vou sempre cuidar de você, sempre te darei meu ombro pra você chorar e meus braços para te consolar. – murmurei em sua orelha.

POV Bella

Não sei exatamente em qual momento eu adormeci, mas acordei eram quase cinco horas da manhã. Meu corpo estava quente devido ao lençol térmico. Mexi-me devagar sentindo o corpo de Edward grudado em minhas costas. Seus braços enlaçando minha cintura e seu nariz soprando em meu pescoço.

Fechei meus olhos sentindo aquele carinho. Virei-me de frente para ele e selei seus lábios com um selinho. Eu não sabia o que eu estava sentindo agora, era uma emoção tão grande. Acho que não existe uma palavra para exemplificar isso.

Observei seu rosto tão sereno e lindo. Parecia um anjo caído dos céus. Segurei as lágrimas em meus olhos e então me levantei da cama com o máximo de cuidado para não acordá-lo.

Fui até a sua escrivaninha e peguei uma folha e uma caneta. Escrevi um bilhetinho e deixei em cima do travesseiro que eu ocupava. Sorri levemente para Edward que ressonava. Eu sabia que não conseguiria mais continuar com nossas brigas, não conseguiria depois do que ele fez por mim. Sai dos meus devaneios e então em pontas dos pés saí da casa dos Cullens e voei até a minha.

POV Edward

Acordei apalpando a cama ao meu lado e me assustei quando percebi que nada estava ali. Sentei-me rapidamente e procurei por todos os cantos do meu quarto e nada de Bella. Agucei minha audição, mas eu nem se quer ouvia o bater de seu coração.

Olhei para a cama vazia e então encontrei uma pequena folha de papel dobrada em dois. Franzi a testa e então abri.

Não foi tão difícil cumprir uma promessa, não é mesmo? Obrigada por me dar apoio no momento que eu mais precisei, sei que foi sincero. Edward, você conseguiu subir no meu conceito, mas não comemore! Seus pontos ainda estão negativos.

PS: A trégua acaba agora.

Não consegui evitar sorrir. Bella não tinha jeito mesmo. Mas eu estava feliz, pelo menos ela já está melhor... Até quer brigar! Não adianta, essa é a bruxinha que eu tanto amo...


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Notas finais do capítulo

Perceberam uma certa mudança na Bella? Nos próximos capítulos vocês verão uma mudança ainda maior... Uma mudança que irá assustar nosso Ed ;)



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