Capítulo XVII – Não provoque uma bruxa

POV Bella

Ele segurava meu rosto firme, mas sem força, passou uma das mãos para minha nuca me puxando para mais perto e a outras foi para as minhas costas, minhas mãos espalmaram em seu peito e foi sentindo sua pele fria que eu me liguei.

- Não... – pedi entre seus lábios, mas nem eu acreditei no que disse.

- Edward... Por favor... Não. – sussurrei com mais convicção. Ele continuou me beijando.

O empurrei com as mãos me separando dele. O que eu estava fazendo? Fiz com negativo com a cabeça, fechei os olhos tentando apagar o ocorrido da minha cabeça.

- Bella... – Edward tentou falar se aproximando.

- Não Edward, não quero ouvir. – disse andando para trás.

- Por favor, eu te amo. – ele teve mesmo a cara de pau de falar isso?

Olhei-o com fúria.

- Claro que ama. Olha! Aquele casal também se ama, será que o garoto já beijou outra menina para demonstrar seu amor? – perguntei ironicamente.

- A culpa não foi minha. – disse ele. Serio que ele me disse isso?

- A única coisa que te pedi para não fazer, você fez. A única coisa que eu não perdoaria. – disse segurando o choro e com os olhos fechados. As imagens passavam em minha mente feito flashes. Como ele pode?

- Eu não a beijei, foi ela que se jogou em cima de mim. – disse ele emburrado, eu o olhei com a boca aberta, como ele tinha coragem de dizer isso? – Ela me agarrou.

- Pelo amor de Deus Edward! Você lê mentes! Como não sabia o que ela iria fazer? – perguntei incrédula em um grito sussurrado.

- Volta para mim, eu sinto sua falta. – mudou completamente de assunto. CARA DE PAU!

- Pensasse nisso antes. – disse seca me virando de costas, finalmente libertando minhas lágrimas.

Andei rapidamente os olhares de todos estavam sobre mim... Ignorei e me dirigi a um corredor onde não passava ninguém. Lá me encostei à parede e escorreguei até ficar sentada e chorei soluçando. Senti braços ao meu redor, olhei para cima e vi Jasper ele me olhava com pena, coloquei minha cabeça em seu peito e deixei minhas lagrimas escorrerem.

- Por que ele faz isso? – perguntei entre os soluços.

- Bella... Ele realmente te ama. – disse ele fazendo carinho nas minhas costas e cabeça.

- Se me ama, por que me traiu?! – quase gritei e continuei chorando. Jasper não disse mais nada apenas me transmitiu a sensação de paz que há muito tempo eu não sentia.

POV Edward

Cobri meu rosto com minhas mãos tentando inutilmente conter minha dor. Pensamentos desconexos gritavam em minha mente e eu não estava conseguindo focar um pensamento.

- Edward? – chamou uma voz amorosa e eu abri os olhos.

Alice me olhava com pena, eu fiquei com medo de respondê-la e mostrar o quão mal eu estava me sentindo.

- Por que não vai dar uma volta, depois volte aqui para nos buscar... O Emm deixou a chave do carro comigo... Pegue. – ela me entregou a chave e eu fiz o que ela sugeriu.

A velocidade me faria relaxar.

Ignorei os olhares em minha direção e os protestos do segurança da portaria.

- Hey! Não pode sair do colégio sem permissão! Volte aqui ou ligaremos para seus pais!

Segui para o estacionamento e entrei em meu Volvo, nós o usávamos para vir ao colégio, mas para todos os aspectos era Emm quem dirigia.

Peguei uma auto-estrada rumo ao norte, segui usando toda a potencia do carro.

Como eu reconquistaria Bella? Eu sei que ela ainda me ama e que sente saudades... Afinal ela correspondeu por um tempo o beijo não é? Beijo... Como eu senti falta de seus lábios movendo-se com os meus em uma dança que apenas ela me proporcionava. Mas parece que para ela isso não é suficiente. Em sua mente eu fora transformado em um monstro canalha o qual só queria fazê-la de otária. Grande erro. Tudo o que eu queria era ser feliz ao lado de minha bruxinha e também fazê-la feliz... Ela não tinha idéia do quanto eu sentia falta de seu sorriso carinhoso e o quanto me doía ver seus olhos indiferentes e sua raiva por mim.

Por que ela simplesmente não me aceita de volta e nós voltamos a ser como éramos antes?

Fiquei perdido em lembranças e só “acordei” quando meu telefone tocou, era Alice.

- Maninho, sei de algo que vai colocar um sorriso nessa sua carinha linda... Volte para o colégio você precisa ver isso!

Alice desligou sem me dar a chance de perguntar o que eu precisava ver. Fiz a volta com o carro e segui meu rumo.

Estacionei o carro e fui até a entrada do colégio. Os alunos se amontoavam em grupos conversando alto em quanto esperavam seus pais. Logo encontrei meus irmão e meus amigos, com a intenção de me juntar a eles segui andando.

“Nossa tadinho do Edward... Como a Bella pode fazer isso com ele?”

“Garota sem coração... É impossível rejeitar o Edward”

Através dessa mentes percebi como eu estava devastado, minha imagem refletia igualmente a um infeliz... Bom, eu sou um infeliz e continuarei sendo até que Bella ceda e volte para mim.

Eu mudei muito depois que conheci minha bruxinha, a prova disso é que se antes eu escutasse esses pensamentos eu na hora pensaria: Sim ela não tem coração, então porque você não me consola anjinho?

Mas agora esse tipo de pensamento faz-me sentir errado, sujo, como se meu próprio pensamento estivesse a traindo, mesmo que não estivéssemos mais juntos.

Meus devaneios foram interrompidos por uma rápida formação de uma roda de alunos histéricos e através de suas mentes eu pude ver a cena mais phoda de toda a minha vida e cara... Eu amo essa bruxa!

POV Bella

Jasper ficou em silêncio até que eu me acalmasse apenas me abraçando e fazendo carinho com sua mão em minhas costas. A cada toque sentia minha raiva relaxando. Sim, pois eu chorava de raiva.

Raiva pelos caminhos que decidi tomar no passado... Entre meu coração e a minha razão eu deveria ter escolhido a razão.

- Por que sente tanta raiva Bella? A mágoa, a decepção eu entendo, mas a raiva que está sentindo agora eu sinceramente não entendo, você sempre foi alguém que não guarda ressentimentos em seu coração, mesmo quando contava de suas caçadas atrás de bruxos das trevas em momento algum sentiu raiva deles, tinha até certa alegria em quanto contava suas façanhas. – disse ele com sua voz calma e acolhedora.

Suas palavras me fizeram sorrir e então funguei.

- Tem razão quando diz que não guardo ressentimentos... Dos outros... Até mesmo de Edward, com toda a raiva que sinto dele nesse momento em minha vida, eu não sentirei ressentimento quando eu o superar. – minha voz tinha convicção, porém meu coração parecia rir sarcasticamente de minhas palavras, deixando bem claro um desafio do tipo “Tente se puder”.

Senti Jazz ficar tenso por alguns segundos, provavelmente sentido a verdade em minhas palavras. Distanciei-me para olhar seu rosto e ele me analisava com cautela.

- Não leve a mal minhas palavras Jazz... Não desejo mal a ele e nem a nenhum de vocês, mas eu não posso ficar para sempre nesse estado, preciso esquecê-lo... Seguir minha vida... E eu acredito... Eu preciso acreditar, que essa dor vai passar, que essa raiva sairá do meu peito e a mágoa será apenas uma lembrança ruim. – minhas palavras soaram confusas, porém tenho certeza que ele me entendeu perfeitamente.

Meu amigo, meu irmão... Continuou me analisando como se esperasse que eu continuasse... Desabafasse.

- A raiva que sinto de Edward é minúscula perto da raiva que sinto de mim mesma Jazz. – disse morbidamente e o vampiro me olhou espantado e confuso.

- Isso é muito triste Bella... Você possui tanta culpa em seu coração, e essa culpa se transforma em raiva... Qual o motivo de tudo isso? – perguntou-me, sua feição preocupada.

- A vida é feita de escolhas Jazz, e sete meses atrás eu tomei a decisão que desenrolou para a situação que vivo agora... Então todo esse sofrimento é culpa dessa decisão... É culpa minha...

- Está falando de ter aceitado namorar com Edward?

Neguei com a cabeça e desviei meu olhar.

- Me refiro ao fato de ter dado ouvidos a ele quando revelou que era um vampiro... – murmurei e Jazz rapidamente puxou meu rosto para que eu olhasse para ele.

- Está arrependida de não tê-lo matado?! – me assustei com seu leve rosnado e respondi rapidamente.

- Não Jazz! Não é isso... O que quero dizer é que a minha decisão de escutá-lo desencadeou isso, eu deveria simplesmente ter dado as costas e ido embora... Eu não seria capaz de matá-lo Jazz, nunca... Mesmo naquela época, mesmo não o conhecendo eu já o amava. – meu amigo relaxou com minhas palavras e então me puxou para seus braços em um abraço reconfortante que transmitia paz.

Escutei o sinal bater para a próxima aula, mas nenhum de nós levantou, nesse momento a escola não era tão importante.

- Está errada em sentir tanta raiva, tanta culpa... Bella você não pensa nos momentos bons que viveu após conhecer Edward? Após nos conhecer? – perguntou-me quebrando o silêncio.

- É claro que penso Jazz... Mas os momentos que prefiro denominar bons são aqueles com sua família... Já os com Edward foram falsos.

- Por maior erro que meu irmão cometera não diga essas palavras tão friamente Bella, não afirme tal premissa com tanta convicção, você não tem idéia de como ele mudou depois que te conheceu.

- Está enganado Jazz... Edward nunca mudou, ele apenas escondeu sua verdadeira cara, colocou uma máscara de bom moço e quando ela se quebrou apenas magoou aqueles a sua volta.

Jasper suspirou com a minha certeza.

- Não somos perfeitos, cometemos erros, cometemos enganos... Mas quanto aos sentimentos de Edward por você são verdadeiros Bella, acredite em mim, dê uma chance dele se redimir.

- Não Jazz, já chega disso, para mim basta! Não quero enlouquecer imaginando onde meu namorado está. Imaginando ele com outras e me torturando com a imagem que presenciei... Sim todos erram, mas somente aqueles que se arrependem é que são perdoados... E seu irmão não se arrependeu do que fez, ele se quer assumiu seu ato. Ele age como uma vítima coisa que ele não é! Quem garante que ele não me traíra outras vezes antes, quando eu era apenas uma garota apaixonada e acreditava em tudo o que ele me dizia? Quem garante que ele me traiu apenas com a vadia da Tânia e não com mais outras?

- Ele não o fez Bella.

- Você não pode provar Jasper.

O vampiro encolheu seus ombros concordando com minha ultima frase, por mais que ele confiasse no irmão ele não poderia provar que ele não me traíra outras vezes.

- Não posso provar, mas eu acredito nas palavras de meu irmão e nos sentimentos que ele possui.

- É, eu também acreditava... Acreditava em cada palavra até ele me apunhalar pelas costas... Eu nunca quis enxergar seu maior defeito e quando finalmente enxerguei deu no que deu.

- Vale a pena todo esse orgulho Bella? A cada palavra que sai de sua boca eu vejo o orgulho ferido. Vale sofrer para não ceder a Edward?

- Por Deus Jazz! Não diga essas palavras como se eu não as soubesse! É lógico que não volto com ele por orgulho! Mas não sou tão orgulhosa a ponto de não aceitar um sincero pedido de desculpas... Se Edward assumisse seu erro, admitisse que errou já seria o suficiente, eu voltaria para ele sem nem lembrar de toda a dor que ele me fez passar.

- Você ainda o ama? – não soou como uma pergunta.  

- Nunca deixei de amar. – murmurei.

- Eu sei. – disse ele com um leve sorriso.

- Sim você sabe. – sussurrei encostando minha cabeça no peito de Jazz e suspirando.

- Edward é um idiota. – Jazz riu levemente me transmitindo tranqüilidade.

- Com toda a certeza.

Senti-me protegida em seu abraço, como se eu fosse uma doce menininha indefesa...

- Desculpe por essa avalanche de sentimentos Jazz, sei que não gosta muito disso. – murmurei e senti seu sorriso sobre minha cabeça.

- Não se faça de durona Bella, não tenha medo de expor o que sente, não guarde tudo isso em seu peito, eu sempre estarei aqui para te ajudar, te proteger... Não assuma a responsabilidade de cuidar de todos, deixe-se cuidar também... Não seja a irmã mais velha. – tive que rir com suas palavras, essa era nossa brincadeira interna quando eu ainda namorava Edward.

Eu era a mais velha dos irmãos Cullens juntamente com Edward, mas como eu era mais madura acabou que eles me elegeram a irmã mais velha. A que cuidava de todos, a que mimava todos.

Ficamos mais um tempo por ali apenas curtindo o silêncio, os poderes de Jazz me acalmaram e me fizeram relaxar. Somente quando o sinal sinalizou [N/A: Jura que o sinal sinaliza! Kkkkkk] o final da ultima aula é que resolvermos ir.

Fomos para a saída do colégio onde os alunos se reuniam esperando seus pais, percebi que eu era o assunto da maioria dos grupinhos e muitas meninas me olhavam raivosas... Ui! Tremi! Há! Até parece.

Juntamo-nos aos nossos amigos que me olhavam com curiosidade com certeza esperando uma brecha para perguntar o que diabos havia acontecido no intervalo.

- Hey! Não vale, você quer roubar meu namorado! Não pode não Bella! Esse já tem dona! – disse brincalhona Alice puxando Jazz pelo braço, já que ele estava ao meu lado.

Eu ri e entrei na brincadeira.

- Ah Fadinha, divide comigo vai! – brinquei puxando o outro braço de Jazz que se ficasse vermelho estaria agora, pois sua feição transmitia puro constrangimento.

Eu e Alice trocamos um olhar e então gargalhamos e todos em nossa roda riram também, Jasper pigarreou totalmente sem graça e Alice pulou em seu pescoço para beijá-lo.

Eles ainda se beijavam quando uma voz soou atrás de mim.

- Você é exatamente como eu pensava. – já vi que hoje não é meu dia.

Respirei fundo me controlando, o clima entre todos ficou tenso de repente.

- Desculpe Tânia, mas não estou interessada em seus pensamentos. – disse monotonamente sem me virar... Ah eu nem sabia que ela pensava...

- Uma santinha do pau oco. – disse ela acidamente, vi meus amigos olhando feio para ela.

- Legal Tânia, agora já que expôs seus tão interessantes pensamentos a respeito da minha pessoa te manda! – disse com meu melhor tom sarcástico.

Patri e Drica que estavam a minha frente riram baixinho provavelmente da cara que Tânia deve ter feito. Sorri tranquilamente para minhas amigas.

- Eu não vou sair daqui! – disse ela com o tom um pouco mais alto e percebi algumas pessoas virando seus rostos para nós.

- Você que sabe. – dei de ombros. – Fico feliz que goste de olhar meu cabelo, mas não coloca muito olho gordo nele ta? Meu santo é forte e talvez a sua inveja volte inteirinha para você. – escutei-a rosnar em quanto todos a minha frente gargalhavam.

Eu estava tão tranqüila e percebi que Tânia queria me provocar, queria que eu tomasse a iniciativa de uma briga, ou talvez quisesse que eu me virasse com os olhos cheios de lágrimas e então saísse correndo... É uma pena que ela não me conheça e não saiba o quão boa eu possa ser com as palavras, principalmente as sarcásticas... Ela não sabe que eu dou um boi para não entrar em uma briga e muito menos sabe que dou uma boiada para não sair dela.

- Não zombe de mim, você não é nada. – disse ela raivosa puxando meu braço e me virando para fitá-la, nesse segundo percebi que a atenção de todos já estava em nós.

Rose e Alice quiseram intervir, mas eu ergui meu braço livre para sinalizar que parassem.

- Tânia, você realmente não deveria me provocar. – avisei seriamente olhando em seus olhos.

- Você se acha né garota! – em seus lábios um sorriso de escárnio, ela então soltou meu braço, mas não antes de me empurrar levemente. – Mas a verdade é que é um nada.

- Realmente você deve estar certa quanto a isso... Mas fico me perguntando, se eu sou um nada por que você se preocupa tanto em me provocar? – perguntei com um sorriso debochado e uma sobrancelha erguida.

- Porque você é uma pedra em meu caminho. – disse ela entre um rosnado que fiz questão de ignorar.

- Ow! Estamos evoluindo... De nada virei pedra... Qual vai ser o próximo uma bactéria?

Eu sei, eu sei... Não deveria me meter em brigas com vampiros, ainda mais na frente de tantos humanos... Mas, eu realmente estou me divertindo com a feição de raiva que Tânia está mostrando... Nada como ser arrogante para irritar seu inimigo.

- Fique longe do meu Edward ou...

- Ou o que?! – desafiei erguendo minha sobrancelha. – Vai grudar chiclete no meu cabelo? Não! Vai cortar o pincel de todos os meus esmaltes cor de rosa?! Não! Já sei! Já sei! Você vai me xingar no twitter! – eu dizia com falsa preocupação e a galera em volta chorava de rir. – Por favor, Tânia, poupe-me! Você realmente quer brigar por causa de homem? Fala sério, faça algo útil na sua vida, plante uma árvore.

Discussãozinha mais tediosa, a vampira é muito fraquinha em argumentos...

- Eu não estou brincando garota! – disse ela com raiva e então eu tomei uma feição seria.

- E você acha que eu estou brincando? Não vou brigar com você Tânia, por mais que esteja morrendo de vontade de enfiar a mão nessa carinha de porcelana. Não vale a pena brigar por causa de homem... Principalmente um homem como Edward que não vale o prato que come.

- Você o esnoba, mas há pouco tempo atrás estava aos amassos com ele! – provocou.

1... 2... 3... 4... Respira... 5... 6...

Confesso que Tânia estava começando a me irritar.

- Primeiro, se o quer ENGULA-O! Eu já disse e repito que não tenho nada com ele. Segundo, foi ele que me agarrou exatamente como você o fez há três dias e então ele te empurrou com nojo... É chato ser rejeitada né? – perguntei e a vi apertando as mãos em punho, mas então ela relaxou e pôs um sorriso debochado no rosto.

- Me diga você, já que foi trocada por mim.

Calma Bella, relaxa... A manicure está cara, você não vai querer quebrar sua unha batendo nessa vadia. Sorri amargo.

- Você realmente deveria parar de me provocar. – avisei.

Quando vão aprender que não se provoca uma bruxa?

- Por que não age feito mulher e tenta me bater de uma vez? – perguntou sorrindo. Vi em seus olhos que ela tinha certeza que eu levaria a pior em uma briga... Ela não me conhece...

- Não vou descer ao seu nível, se quer brigar com alguém procure outra, por que comigo não conseguirá nada. – disse monotonamente e me virei de costas para ela.

Meus amigos me observavam sem entender, com uma expressão curiosa. Alice sorria largamente destoando de todos. Rose estava sendo segurada por Emm... Ela estava louca para voar no pescoço de Tânia. Jasper encarava Tânia atrás de mim.

- Afinal de contas é realmente o que eu pensava... Uma santinha do pau oco, uma menininha mimada e estúpida... – respirei fundo olhando para cima e me controlando. – Se acha só por que conseguiu namorar por um tempo um cara gato como Edward, por que convenhamos, você não tem graça nenhuma garota, corpo sem nenhuma curva, parece uma tábua...

Há, desculpa aí se eu não quero ser um silicone ambulante... Ri internamente, como pode uma pessoa ser tão ridícula?

- Não é a toa que ele te trocou por mim, uma mulher formada e não uma menininha do ensino médio... – revirei meus olhos com a sua ignorância.

Deus dai-me paciência para agüentar essa bisca me enchendo o saco.

- Me diz ai Bella, deu para ele na primeira noite? Por que alguém como você deve ser muito necessitada. – não pude evitar abrir minha boca com suas palavras, estreitei meus olhos, a raiva quase chegando ao limite.

Calma, não vale à pena brigar com ela, só vou perdeu meu tempo não é?

- Isso deve ser de família... Sua mamãe é tão puta quanto você?

Não!

Tânia conseguiu me tirar do serio! Virei-me rapidamente e impulsionei minha mão direita em punho diretamente em seu nariz. Usei toda a força que tinha e mais uma bela ajuda de um feitiço rápido de força. Ela foi pega de surpresa assim como todos que assistiam, não dei bola para eles, agarrei a blusa de vampira e passei minha perna direita atrás das pernas dela e então a empurrei cravando as costas da loira no chão de pedra.

Ela tinha seus olhos esbugalhados, estava totalmente espantada com minha força e agilidade. Tenho certeza que ela não esperava que eu pudesse bater em um vampiro... Engano triste o dela. Eu consegui a proeza de quebrar o nariz da biscate que agora tinha a cara toda ensangüentada.

Eu ainda segurava com as duas mãos a gola de sua camiseta quando eu disse com raiva.

- Diga o que quiser sobre mim, eu não me importo com o que você pensa! Mas não ouse meter meus pais na história, você não tem idéia de quem eles foram! Não tem o direito de citá-los com essa boca suja!

Levantei-a apenas o bastante para tirar suas costas do chão e depois empurrei de novo fazendo-a chocar-se nas pedras. Ela soltou um gemido de dor, foi o único som que saiu de sua boca, pois estava assustada de mais para mencionar alguma coisa.

- Você não sabe nada sobre mim Tânia. Não sabe quem eu sou e muito menos do que sou capaz. – disse ameaçadoramente e então me aproximei de seu ouvido para sussurrar. – Já acabei com vampiros por me provocarem muito menos do que me provocou hoje, sinta-se lisonjeada. – fiquei em pé sem tirar os olhos dela.

Percebi que todos me olhavam de boca aberta.

- Só não acabo com você aqui e agora por respeito à Carlisle e Esme que tenho certeza que não ficariam muito felizes se eu fizesse algo com sua querida sobrinha... Mas não cruze meu caminho novamente Tânia, pois eu não vou me segurar outra vez. – ameacei e tenho certeza que ela entendeu o recado, pois assentiu várias vezes com seus olhos esbugalhados e levantou-se tentando sair da muvulca de pessoas. – Tânia?! – chamei sorrindo.

Ela virou imediatamente me olhando com medo. Meu sorriso de escárnio não saiu de meu rosto até eu dizer as seguintes palavras.

- Está sujinho aqui. – apontei para o meu nariz com a intenção de tirar com a cara dela, ou melhor, com o nariz quebrado dela.

A bisca deu dois passos para trás e então saiu correndo com suas mãos tapando o rosto.

Suspirei e virei para meus amigos, eles me olhavam com a boca aberta.

- Desculpem por isso... Tânia conseguiu me tirar do sério. – murmurei para eles que então sorriram e ao mesmo tempo um turbilhão de alunos voltaram a falar ao mesmo tempo o que fez meus ouvidos zunirem.

- Amiga sou sua fã! Onde aprendeu a brigar desse jeito? – perguntou Patri empolgada.

- Está aí uma coisa que eu nunca pensei que iria presenciar... Bella, a pessoa mais paz e amor que eu conheço puta da cara a ponto de socar uma vaca. – disse Caio rindo e todos os acompanharam.

- Poxa Bellinha, nem para deixar um pouquinho para gente. – murmurou Rose com falsa decepção levando a todos a rirem mais um pouco.

Senti minhas bochechas corarem e agora que eu começava a relaxar senti meus músculos doloridos com a tensão da briga. Mas além de tudo o que mais me doía era a minha mão, a mesma que eu soquei a cara da puta. Eu tinha esquecido o quanto a pele dos vampiros era dura.

- Machucou sua mão. – murmurou Edward? Credo nem tinha visto ele por aqui!

- Não me venha com preocupaçãozinha agora! Isso é culpa sua! Tinha que me trair logo com uma vadia de cara dura! – disse estressada e ele revirou os olhos e andou vindo em minha direção.

POV Edward

Ah eu tinha vontade de pular de alegria, pegar Bella nos meus braços e rodá-la, e rodá-la... Er parou com a bixisse!

Não estava feliz apenas com a surra que Tânia levou de minha bruxinha, mas também que eu li em sua mente que ela estava indo para casa ajeitar suas malas. A vaca iria voltar para o pasto!

Tudo bem que Bella ainda estava meio estressada comigo, mas eu não conseguia deixar de amá-la! Suas palavras fizeram nossos amigos rirem um pouco tensos. Fui até ela e peguei sua mão que tinha os ossinhos redondos totalmente vermelhos, percebi que estava inchando rapidamente, ela puxou desviando do meu toque.

- Bella você literalmente quebrou sua mão na cara da Tânia. – disse preocupado.

- Eu imaginei. – sorriu ela amargurada.

- Coitada da garota, fiquei com dó! Mentira! Eu já teria batido muito antes! – disse Drica em meio aos risos.

- Sabe Edward, você acaba de perder a aposta. – disse Bella chamando minha atenção.

- Que aposta? – perguntou Emm curioso, nós o ignoramos.

- Por que diz isso? – perguntei confuso... Porra eu não fiz nada!

Ela sorriu matreira.

- Aquela vadia prova exatamente que você é um canalha. – afirmou ela, e eu sorri tranquilamente.

- Está enganada minha cara bruxinha... – ela não ligou pelo bruxinha já que não existia modo de desconfiarem que ela era realmente uma bruxa.

Essa era uma brincadeira que muitas vezes Alice e Bella faziam. Bella chamava minha irmã de fadinha e Alice chamava ela de bruxinha. Uma brincadeira inocente entre amigos...

- Estou? – ela ergueu uma sobrancelha.

- Sim está. – sorri. – Como você mesma disse... Uma vadia... E vadias não se importam de agarrar homens gostosos como eu no meio da rua... Ou seja, prova que eu não tive culpa. – disse sorrindo largamente em quanto todos reviravam os olhos.

Eu ri.

- Meu Deus Edward! Como consegue não se afogar em seu ego? Poupe-me! Vou para casa que eu ganho mais! – disse Bella revirando os olhos e acenando para todos.

Sorri vendo-a andando... Calma minha bruxinha, logo, logo eu provarei que não sou quem você pensa.