Sala Vazia escrita por Jade Amorim


Capítulo 7
Rejeição




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Sala Vazia

Capítulo 6.

Seus lábios rosados tinham gosto de cerveja, amenizado pelo fato da minha também ter. Minhas mãos foram, instintivamente para sua nuca, segurando-a ali. Ela estava estática, talvez surpresa pelo meu ato inesperado e, aos poucos, foi me dando passagem para sentir a textura aveludada de sua língua.

Não estava conseguindo raciocinar muito bem, não tinha motivos para estar fazendo isso, não era certo. Mas beijá-la havia sido que nem contar toda a minha história. Não tinha um motivo, eu, na verdade, nem queria fazer aquilo, mas saiu, com vontade própria.

Peguei um de meus braços e enlacei na sua cintura, puxando-a para mais perto, ficando com parte do meu corpo por cima da sua.

- Pare... – ela sussurrou, arfando, sem, necessariamente, querer que eu fizesse aquilo. Os lábios ainda sobre os meus.

Não respondi, não estava em condições de falar algo. Usando a mão que estava em sua nuca, escorreguei-a pelo seu pescoço e fui até o colo, escorregando meus dedos pelos montes que eram expostos pelo decote da regata branca que ela usava. Senti suspirar.

Estimulado pelos suspiros, pelo beijo e seu perfume, coloquei minha mão por dentro da sua blusa e o sutiã, pegando o pequeno monte de carne, massageando o bico, já arrepiado com meu toque. Quando o ar faltou, separei meus lábios dos dela, mas não parei de beijá-la, passei por sua bochecha e fui até sua orelha, lambendo e mordiscando o nódulo da mesma.

- Kakashi... pare, não... não é certo. – Ela arfou, gemendo baixo quando meu polegar e o indicador apertaram o montículo intumescido de seu seio.

Larguei o lóbulo da sua orelha e comecei a lhe mordiscar o pescoço, beijando-o e lambendo. Já podia sentir o desejo crescendo no meu baixo-ventre, latejando e vibrando com a possibilidade de ter o corpo de uma mulher depois de tanto tempo.

Com cuidado, abaixei a alça de sua blusa com os dentes, para logo depois levantar o seio que massageava anteriormente e colocar na boca. Ela estremeceu sob meu toque e soltou um baixo lamurio, as mãos instintivamente segurando meu cabelo. A pele era quente e firme sob meus lábios e o desejo já me consumia, sendo certo, ou não, não conseguia – e nem queria – parar.

Enquanto a mantinha distraída com as carícias, a mão livre foi rapidamente se livrar da barreira de seu short, abrindo os botões e abaixando o suficiente para conseguir colocar minha mão.

Quando ela sentiu o meu toque arfou assustada, os olhos claros, de nublados pelo desejo, dilatado pelo susto do ato. Empurrou-me bruscamente, fazendo com que caísse deitado de costa no colchão, levantando-se e ficando de costas para mim.

Não pude falar nada, não consegui, ainda estava atordoado pelas sensações incontidas. Exasperado, passei as mãos pelo cabelo, respirando profundamente. Ela arfava e tentava se ajeitar as roupas, quando se virou tinha a face brilhando escarlate.

- Eu... – ela começou, a voz falhando. – Eu estou indo para casa.

A essa hora já estava sentado, olhando-a ainda atordoado, mas não o suficiente para conseguir pará-la, segurando seu pulso.

- Espere... O que houve?

- Não vou servir como escape de suas frustrações, nem como um objeto, uma maneira de se desvencilhar de seu passado. – Ela suspirou. – Você não vai me usar, não para esquecer alguma coisa.

Com isso, ela saiu apressada pela sala e atravessou a porta. Não me mexi ou gritei por ela, porque por mais frustrante que fosse, era isso que eu estava fazendo. Estava usando-a para ver se talvez conseguia esquecer Rin.

Mas, não era assim. Tudo bem, em partes era. De fato estava apavorado e louco para esquecer a minha falecida esposa, e disposto a fazer tudo, contudo, Sakura não era apenas uma válvula de escape, não era qualquer uma. Ela era especial, tinha uma personalidade peculiar, era divertida, sorridente, e ver seus olhos comprimidos e as bochechas coradas enquanto sorria aquecia meu coração. E mesmo através de toda essa sua felicidade era uma mulher madura, o que significava que tinham cicatrizes em seu coração. Ninguém cresce enquanto não sente dor.

Deixei-me cair exasperado no colchão e fitei o teto. Tentei, naquele momento dormir, mas era inútil com o calor que ainda estava em mim, a sensação da pele dela sob meus dedos, o toque aveludado de sua língua na minha. Era pedir demais dormir agora. Levantei, meio zonzo pela bebida, e fui tomar um banho gelado.

E, mesmo depois de quase uma hora, ainda não tinha conseguido me acalmar. Suspirei e aceitei o fato de que passaria aquela noite em claro com meus pensamentos e desejos.

No outro dia de manhã cruzei com ela no corredor enquanto ia para o trabalho. Ela estava linda e, diferente das outras ocasiões em que nos encontramos, vestida de uma maneira mais formal. Mesmo que a calça de brim não fosse justa, era feminina de uma maneira que fez com que meus hormônios parcialmente adormecidos latejassem novamente. Aquela mulher ainda iria me deixar louco, se eu já não tivesse ficando.

Contudo, o encontro em si foi frustrante. Enquanto lhe mandei um bom dia altivo ela me rebateu com um muxoxo quase inaudível, sem parar nem para me encarar e quase saiu correndo. Não fui atrás dela, como era de se esperar, provavelmente estava magoada e um bocado insegura, e não queria que ela ainda achasse que era algum tipo de objeto para escapar do passado.

Tomei meu rumo minutos depois, para não ter que dividir-lhe o elevador, seria constrangedor demais chegar à esse ponto. O escritório não ficava tão longe do apartamento, mas com o costumeiro transito caótico de São Paulo, levei quase uma hora no percurso.

Ao chegar ao andar da presidência da empresa, vi Kurenai sorrir com sinceridade. A morena era minha secretária desde que o prédio não passava de uma casinha de dois cômodos. Havíamos estudado juntos e desde aquela época, a mesma era apaixonada por Asuma, o Gerente de Marketing, também funcionário.

Essa paixonite custou-lhe a vida amorosa por completo e, apesar de sua beleza exótica, era uma solteirona convicta.

- Fico tão feliz em saber que está de volta, Kakashi! Não sabe como todos nós sentimos sua falta. – ela havia se adiantado, e agora seguia-me até a minha sala.

- Suponho assim que Naruto tão tenha feito um bom serviço. – um brilho divertido dançava em seus olhos quando respondeu.

- Naruto é muito competente sim, mas é seguidor da boa vida, não tem aquele pulso de líder para reger uma empresa como essa.

Bajulação. Para quem me conhecia há tantas décadas, devia saber que não era adepto à bajulação, ignorei-a, era o melhor a se fazer naquela situação.

- Quando ele me deu a notícia que o senhor voltaria, fiquei reluzente, passar 24 horas sem as brincadeiras dele é realmente louvável. – Naruto não perdoava a condição que Kurenai se impunha. Estava explicado toda a negação por ele manter a presidência. Ego ferido.

- Tudo bem, Kurenai, entendo. Agora, vamos trabalhar o.k.? O trânsito estava de matar e minha cabeça parece querer explodir.

Ela sorriu ternamente, e logo me esqueci do porquê de estar aborrecido com sua presença. Fez uma mensura e, antes de sair, pronunciou.

- Aquele balancete requisitado antes de sua volta está pronto, chegou sábado, no fim do expediente. Vou traze-lo juntamente com um analgésico. – Ela pareceu ponderar. – Tem uma reunião marcada para daqui duas horas, quer que eu remarque para outro dia?

- Não, não é necessário. – sorri só por notar a sua genuína preocupação com o meu estado. – Obrigado.

- Não é problema nenhum cuidar de você Kakashi, sabe que é um amigo querido.

Dito isso, ela se retirou. Perguntei-me como havia conseguido entrar em um estado tão deplorável com a morte de Rin se tinha pessoas mais do que maravilhosas para cuidarem de mim. Objetivamente, balancei a cabeça, tentando esquecer a situação.

Talvez nem tivesse sido o trânsito ou a noite mal-dormida a razão para o meu mau-humor. Não, provavelmente havia sido o encontro frígido com Sakura. Céus! Como a queria, e como era horrível saber que ela relutava em corresponder.

Não era uma boa opção beber àquela hora da manhã, mas não liguei e servi-me com uma dose de whisky. Ainda estava com a rósea na cabeça quando Kurenai entrou, ajeitou a pasta sobre a mesa e estendeu-me o analgésico. Aceitando-o, o engoli com a ajuda da bebida. A morena me olhou em desaprovação.

- O álcool vai cortar totalmente o efeito do remédio.

- É psicológico, Kurenai, relaxe.

- Bom, de qualquer forma, precisando, é só chamar.

Assenti, sem levantar os olhos para a porta que havia se fechado num baque surdo. Estava mais preocupado em olhar o documento por cima, antes de lê-lo detalhadamente. Meus olhos correram pelas páginas e pararam num amontoado de dígitos escritos em vermelho. Permiti-me arregalar os olhos.

- Mas que merda é essa?

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Continua.

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Notas finais do capítulo

Antes tarde do que nunca, não? (Desculpa esfarrapada pra gente preguiçosa). Well, desculpem, desculpem, eu sei, culpada. Culpada DEMAIS. Mas postei, e tento fazer o próximo até o fim do mês. Vamos tentar ser realistas, rs. Tenho que postar uma nova one e mais um capítulo de Pétalas Negras, que já está pronto. Então, quando terminar essas duas incubências digitarei o próximo capítulo.

Enfim, eu tava aqui pensando com meus botões, e cheguei a conclusão de quê só o romance fica meio batido, e a história ficaria muito curta. Pretendo fazer uns 18 capítulos, vou tentar me organizar, vai ter um pouco de aventura.

Não se preocupem que eu quero muito terminar essa fanfic logo, porque eu quero começar a postar Tons de Púrpura, a minha nova história que por enquanto está só na cuca! Queria começar no meio do ano, mas tem o vestibular, bom, não sei, vamos seguindo né? Quando der, deu! =P

Ah, assim que postar Lapis-Lázuli, eu vou começar uma fic curtinha de quatro capítulos e comédia. Ah, vocês leram As Esmeraldas da Ninfa e/ou Gangorra? Dêem uma olhada! =)


Beeijos!