A última Cartada escrita por daghda


Capítulo 23
O Último Momento de Alegria


Notas iniciais do capítulo

Nossa... aqui começam minha dores. Reluto, mas preciso escrever os momentos mais doloridos da história dos Potter.
Não vou ser falso com todos os que estão lendo essa fic. São momentos de muita dor. Ainda assim peço que não deixem de ler. Não se esqueçam que essa história não terminará com essa fic (que ainda não está nos capítulos finais, mas no início dos mais doloridos dos capítulos). Ao contrário. A saga encontra continuação nos livros originais e, após eles, na minha outra fic, que também está em andamento.
Perdoem esse escritor pelas atrocidades que ele precisará escrever. Creiam que sofro ao escrever tanto quanto vocês ao ler.
Abração
Daghda Mac Bel



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Dumbledore já havia se levantado. Conseguira dormir bem, graças a uma poção de bons sonhos com que Minerva o havia presenteado na noite anterior. Ainda assim não perdera a hora e muito cedo, mais cedo que todos os outros já estava de pé e bem desperto. O familiar fogo branco crepitou sobre  a escrivaninha e por entre as chamas o pergaminho pardo surgiu, com a letra bem desenhada e perfeitamente reconhecível de Severo Snape:

 

“Professor:

 

Tudo corre como o planejado. Os comensais já foram dispersos mediante a várias distrações que gerei. Envie seus homens o quanto antes à travessa do tranco, e ponha em prática seus planos.

 

Sorte.

 

S.S.”

 

Ao ler apressadamente as linhas do ex-aluno, e sem esperar o próximo segundo, o eficiente diretor de Hogwarts e Lider da Ordem da Fênix já tomava todas as providências. Em poucos minutos. Enviou sua ‘carta branca’ para a tropa da Ordem, liderada pelos irmãos Prewet e Arthur Weasley entrar em ação na parte obscura do Beco Diagonal, e já tinha ao pé de si os ansiosos Julivan, Hagrid,  Flitwick, Moody, e Minerva:

 

_Meus amigos. É hora de agirmos, e rápido. Os comensais morderam a isca do chamariz e o caminho estará livre por algumas horas. Vão sem demora. Ficarei aqui observando todos vocês.

 

_Desculpe a imprudência, professor, – diz, um tanto ríspido, como era, Moody – mas, como poderá nos observar... ahm... sem sair daqui?

 

_Digamos, meu amigo Alastor, que tenho meus métodos mágicos para isso. E se algum de vocês correr um perigo real, do qual não possam sair sozinhos, o que é quase impossível, visto os grandes bruxos que são, em um piscar de olhos estarei lá para socorrê-los.

Confiem em mim, em si mesmos, e não percam mais tempo. Vão agora, e boa sorte.

 

Seguindo a risca a orientação do líder, os bruxos ali presentes realmente não perderam mais tempo. Desaparataram do escritório de Dumbledore, que mais uma vez teve os feitiços anti-aparatações desativado, e se viram emborcados na ação, que correu perfeita e rápida, como o previsto. E em menos de duas horas os ilustres e moribundos bruxos estavam na segurança do castelo de Hogwarts, reanimados por uma eficiente poção de fortalecimento preparada com empenho por Madame Pomfrey, seguindo enfim ao encontro de seus filhos e netos, acometidos de impar emoção.

 

Ao entrarem na pequena mansão, a sala subterrânea de Hogwarts que fora transfigurada e adaptada para abrigar os dois heróicos casais e seus filhos, os senhores e senhoras não puderam conter a grande emoção. Muitas lágrimas de alegria, mas também de angústia foram derramadas. Os bebês passaram de colo a colo dos vovôs e das vovòs e receberam um incontável de beijos, carinhos e bênçãos. Os Potter e os Longbotton precisaram disfarçar bastante o choque que sentiram ao ver seus pais tão feridos e debilitados. Mas se alegraram ao ver que estavam firmes o suficiente para estarem ali, e sentiram esperança.

 

_Professor Dumbledore, - pergunta Tiago em um sussuro, trazendo o diretor ao lado, em um à parte – Eles estão fora de perigo então? Vão se recuperar?

 

_Receio, meu amigo, - responde pesaroso – que seja muito cedo para dizer. Eles estão reanimados por uma poção que Pomfrey preparou carinhosamente, mas, quando o efeito passar, não sabemos dizer o que vai acontecer.

 

Daí a pouco os primeiros membros da Ordem começaram a chegar transportando os curandeiros, satisfeitos por sua atuação. Julivan e seus homens pediram mil desculpas, e explicaram que não poderiam esperar até que os outros chegassem, pois precisavam retornar à França o quanto antes. Lamentando, Dumbledore despediu-se deles desfazendo-se em agradecimentos.

 

Em pouco tempo a pequena mansão estava enfim lotada de bruxos e bruxas, todos conhecidos e amigos.

 

_Parece-me, meus caros, que precisaremos fazer um feitiço de ampliação de espaço para ficarmos mais à vontade, não?

 

E dizendo isso, Dumbledore saca agilmente sua varinha, fazendo-a girar no ar, aumentando o espaço e ao mesmo tempo conjurando uma mesa farta das mais incríveis guloseimas, muito hidromel e cerveja amanteigada, whisky de fogo e várias outras bebidas.

 

_Amigos! –Diz empolgada, McGonaghal – A Festa começou! E Conjurou magicamente uma vitrola antiga com vários discos de música. Se dirigiu à atraente geringonça e escolheu entre os discos, aquele que julgou ser o mais animado.

 

Assim a tarde transcorreu inebriante, fazendo com que todos se esquecessem momentaneamente todos os horrores que estavam vivendo. Uma máquina de fotografias surgiu entre eles, ninguém sabia dizer de onde ou quem a havia levado. Muitas fotos foram tiradas, inclusive uma em que vários membros da Ordem da Fênix se reuniram diante das lentes.

 

_Essa foto é minha! – Gritou Moody, num raríssimo momento de descontração. Todos riram.

 

Mas o tempo não se fez de rogado e muito rápido trouxe o anoitecer, pondo fim ao minúsculo momento de alegria que todos viviam.

 

Em uma contrariedade visível nos olhos, Dumbledore toma a palavra, quase entristecido, mas mantendo-se firme e objetivo.

 

_Chegou o momento de voltarmos à realidade, pois precisamos dar prosseguimento ao plano. Todos devem tomar seus postos agora. Antes do amanhecer, Tiago e Lily, bem como Alice e Frank, precisam já estar na segurança de seus novos abrigos. Todos devem ir, menos Sirius, Lupin e Hestia.

 

Os que permaneceram em Hogwarts com Dumbledore e os casais já apresentavam no semblante toda a angústia e tensão que o momento causava. Lupin começou a andar de um lado pro outro, demonstrando um descontrole tão incomum, que atraiu a atenção dos outros.

 

_Não posso participar disso. Não posso ser um dos fiéis do Tiago e da Lily. Não posso. Colocaria todos em risco. Sou um lobisomem. Ou todos se esqueceram disso? Um lobisomem.

 

_Remo – Responde Lily, lágrimas brotando fartas – Isso nunca foi problema para nós, e além do mais...

 

Mas Lupin a interrompe com um abraço inesperado.

 

_Lily, tem o Harry, a segurança dele. Sou um lobisomem. Não posso por em risco a vida dele. E no mais, o Sirius é muito mais indicado para ser o fiel. Ele é forte. Já deu inúmeras provas de lealdade...

 

_Você também as deu! – Responde Sirius, um tanto indignado.

 

_Mas não há maldição nenhuma pairando sobre sua cabeça a cada noite de lua cheia.

 

_Se você não contar o Nome que carrego desde o dia em que nasci.

 

_Parem já com essa discussão! – Diz Dumbledore em um tom baixo, porém imponente e consternado – Não há tempo. Precisamos prosseguir.

 

_Desculpe, Dumbledore – arremata Lupin, com os olhos marejados – Não posso. – diz isso e sai correndo.

 

Sirius não vê outra alternativa e se coloca diante de Dumbledore, mal escondendo a insegurança que passou a sentir a partir daquele momento. Não proferiu, não verbalizou, mas não pôde deixar de sentir o peso da própria afirmação. Era um Black, e por isso, era um elo tão frágil quanto Lupin. Era conhecido pelos comensais como o maior traidor do sangue dos últimos tempos. E havia o fato, muito agravante, de que um incontável de parentes e familiares seus eram comensais da morte dos mais perigosos. Sempre haveria Belatriz. Já não tinha mais certeza de que seria seguro para os amigos ter a ele como fiel do segredo. A verdade é que poderia morrer a qualquer momento pelas mãos, inclusive, de algum seu parente.

 

Mas não tinha escolha. Preparou-se para desaparatar com Tiago, Lily e, nos braços seguros da mãe, o pequeno Harry. Era a mais arriscada das manobras feitas até ali, porque na casa que se transformaria no esconderijo perfeito da família, apenas poderiam estar presentes os que nela se esconderiam e o Fiel do Segredo. Somente assim um Fidelius poderia ser invocado.

 

Dumbledore achou melhor se despedir primeiro dos Longbotton que, então, sem perda de tempo giraram em torno de si, com o pequeno Neville nos braços, ao mesmo tempo que Hestia Jones também o fazia.

 

Logo depois, sentindo o coração muito mais afundado no peito, Dumbledore se aproxima de Tiago e Lily. Segura delicadamente a mãozinha de Harry entre as suas, já bem enrugadas, e os olha, como um pai olharia para os filhos queridos.

 

_Eu mesmo poderia ser o Fiel do segredo de vocês, mas estou velho. Cheguei a discutir longamente essa possibilidade com Minerva. E no mais, alguém precisa selar o Fidelius aqui, onde tentaremos manter seus pais em segurança, e aqui, precisarei eu mesmo ser o fiel. Confiem em Sirius, confiem em Lupin, confiem nos amigos. Tudo correrá da melhor maneira.

 

Ainda inseguro, mas sentindo todo o peso da responsabilidade em suas costas, Sirius percebe que precisa ser firme, por causa de si mesmo e por causa dos amigos. Nunca os vira com tanto temor nos olhos. Sabia que esse temor não era por causa deles mesmos, mas por causa da frágil vida no colo da ruiva. Deu um passo firme adiante. Ninguém jamais saberia o que custou a ele aquele passo. E disse apenas:

 

_Estou pronto. Vamos?

 

Dumbledore tentou e, com custo, conseguiu dar um sorriso confiante e deu enfim o sinal de que poderiam desaparatar, rompendo mais uma, e pela última vez o feitiço anti-aparatação, que havia sido rompido por segundos e depois restaurado, para os Longbotton partirem.

 

Em segundos, o lugar exato onde estavam os três bruxos e o bonito bebê ficou vazio. Tinham enfim partido para seu destino.

 

Uma vez sozinho com os quatro casais que permaneceram, já debilitados novamente, visto que o efeito da poção acabava enfim de expirar, Dumbledore achou por bem também não perder tempo. A partir do momento em que os antigos moradores partiram daquele local, o antigo Fidelius também deixara de existir e era necessário invocar o novo feitiço o quanto antes.

 

Pôs-se a trabalhar.

 


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Notas finais do capítulo

Bem... aqui foi só o início mesmo... como já podem imaginar, vou seguir os rumos que a história mesma já ditou. O que significa muita dor.
Mas ainda assim, saibam que será um trabalho feito com empenho e carinho.
Não dá pra falar muito mais.
Obrigado por chegarem até aqui comigo.
Daghda Mac Bel



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