A última Cartada escrita por daghda


Capítulo 18
A Gata, os Colchonetes, e a Última Oportunidade


Notas iniciais do capítulo

Mais uma parte da reunião. Sim. Ela será descrita longamente para que todos os detalhes fiquem claros. Os detalhes, é claro, que for possível descrever sem tirar toda a emoção da ação quando for descrita. Por isso boa parte da reunião aconteceu neste capítulo e ainda uma parte dela será descrita no próximo capítulo



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O silêncio de Dumbledore foi facilmente digerido por todos, que apenas o olhavam. Alguns pensaram que ele estaria usando legilimancia, mas descartaram a ideia, pois sabiam que seria impossível ler uma mente nas frações de segundo em que os olhos de Dumbledore pousavam sobre os olhos dos companheiros. Outros compreenderam a atitude do líder como apenas algo que pudesse intimidar algum possível traidor, pois sabiam que, apesar de toda a investigação não ter revelado a existência de um, Dumbledore jamais deixara de desconfiar que houvesse um entre eles. Por isso todos se sentiram bem mais confortáveis com as medidas mágicas que o velho diretor de Hogwarts tomara para impedir quem quer que fosse de levar informações para o inimigo.


Mas o tempo de falar chegara, todos perceberam, no parecer do homem respeitável diante deles. Dumbledore se ajeitou na cadeira, olhou brevemente para os pergaminhos com os apontamentos diante de si e deu inicio oficialmente às pautas da reunião.


_Todos aqui estão informados dos últimos acontecimentos ocorridos na perene guerra que assola todo o mundo bruxo, empreendida por Lord Voldemort, que tem assolado a todos com grande crueldade e derramamento de sangue.


Muitos tremelicaram em suas cadeiras mediante ao nome que o corajoso bruxo pronunciara, afetando bem mais calma do que era de se esperar.


_Todos sabem que temos tentado evitar com todos os nossos esforços mais derramamento de sangue inocente, e sabemos que existem seis vidas nesse momento sob iminente ameaça de morte. Nossos quatro amigos e correligionários, Lílian e Tiago, Alice e Frank, e seus respectivos filhos que já estavam em sua mira mesmo antes de nascerem, foram escolhidos e marcados por Voldemort como inimigos mortais, e por isso temos tentado mantê-los seguros em um esconderijo dentro de Hogwarts.


Sirius e Remo, que se sentaram próximos a Pedro, não sustentaram a ansiedade e deixaram escapar leves xingamentos quanto a isso, que espelhavam toda a preocupação que lhes destruía o coração. Ao seu lado também Petigrew demonstrou bastante insatisfação, que todos entenderam como preocupação semelhante à dos outros dois amigos.


_Todos estão igualmente participados dos incidentes envolvendo os pais desses quatro bruxos, sobre o rapto do Sr e Sra Charlesmoon, do Sr e Sra Longbotton, e do Sr e Sra Potter, bem como do ataque ao Sr e Sra Evans. O Sr e Sra Evans estão bem, graças ao fato de terem recebido maior proteção por serem trouxas. Por esse motivo, o grupo de comensais que os atacou foi facilmente rechaçado. Mas infelizmente entre os outros seis, somente a Sra Longbotton conseguiu ter uma recuperação razoável depois das torturas sofridas. Os outros cinco não estão em situação muito melhor do que quando foram encontrados. Os medibriuxos não estão muito otimistas. Mas apesar de eu ter a mais absoluta certeza de que Voldemort não conseguira arrancar do Sr Potter o segredo do encanto Fidelius, não posso estar seguro quanto às constatações obvias às quais o Lord possa ter chegado, e creio que ele já saiba que os casais estão escondidos em Hogwarts apesar de não saberem com exatidão onde dentro do castelo, e nem como furar os bloqueios do feitiço fidélius.


Fez uma pausa, tentando considerar se todos o estavam acompanhando e como estavam reagindo a tudo o que dizia.


_Ouso acrescentar a minhas considerações que Voldemort não sabe exatamente como funciona um feitiço fidélius, assim como não compreende nada de nenhuma magia que depende do amor para se concretizar. Constatei isso pelo fato de não ter matado os Srs e Sras que raptou. Ele com certeza não sabe que apenas a morte do guardião do segredo poderia tornar todos os conhecedores do segredo seus novos guardiões, e com isso, tornando viável pra ele que o possível delator lhe contasse o paradeiro dos casais.


Ao ouvir isso Petigrew se inquietou em seu lugar. Teve que se controlar para não levar a mão à testa. Se soubesse disso antes, enquanto os bruxos que ele considerava caquéticos e fracotes estavam sob o domínio do Lord, poderia ter dado essa informação a ele, e com certeza seria melhor recompensado do que qualquer outro.


_Isso considerando existir realmente um traidor, não é Professor? – interferiu Sirius, com um certo ar que parecia ao mesmo tempo arrogância e defesa diante de uma grave ofensa, mas calando-se ante aos olhares que imediatamente se voltaram todos a ele.


_Claro, claro. Considerando que haja um traidor. Seja como for, o que me deixa realmente apreensivo, é que a possibilidade de perdermos o Sr Potter não está descartada pelos medibruxos que estão cuidando deles, e isso pode ser bem temerário. Portanto nosso tempo está se esgotando e precisamos transportar os casais Potter e Longbotton para outro esconderijo.


Sirius e Lupin, que já estavam razoavelmente participados da questão por estarem tão presentes junto aos casais, não se surpreenderam com a notícia, mas todos os outros exclamavam quase inaudivelmente, e entre todos os burburinhos, foi Senhora Weasley que se manifestou.


_Mas não podemos transportá-los agora para o exterior. Não com os bebês tão novinhos! Precisamos aguardar ao menos alguns meses para os bebês engordarem um pouquinho, ganharem resistência.


_Eles não irão para fora do país Molly, apesar de não ser má ideia os deslocarmos para algum país afastado como o Brasil, por exemplo, mas isso seria realmente bom e viável apenas depois que os bebês pudessem empreender uma viagem como essa.


_Então, onde os esconderão? Podem escondê-los na minha casa – dizia eufórica e preocupada a Sra Weasley, com uma prontidão servil que imediatamente foi adotada também por seu marido e seus irmãos também membros da Ordem da Fênix e também presentes na reunião – Não é uma casa muito grande, mas a gente se ajeita.


_Molly, querida. Fico grato e emocionado com sua disposição em ajudar, mas creio que não será necessário, porque o esconderijo ideal já está inclusive preparado para os casais. O que realmente precisamos planejar hoje é como eles serão transportados e o que será feito enquanto essa operação se desenrola. Uma das questões mais sérias que envolvem toda a ação é o fato de que os bebês ainda não foram apresentados aos seus avós, e estes estão sobre perene perigo. Por isso uma das decisões que tomei é que no mesmo dia em que formos deslocar os casais para seus novos esconderijos, transportaremos para cá previamente os oito vovôs, que ocuparão o espaço que os casais hoje ocupam, faremos um novo fidelius, do qual eu, pessoalmente, serei o guardião do segredo. Somente depois que eles estiverem aqui e a salvo, tomaremos as outras providências.


_Mas como eles serão transportados? – pergunta um tanto aflita McGonaghal – O sr e sra Evans e a sra Longbotton estão em condições de serem transportados por uma aparatação assistida, ou por uma chave de portal. Mas os outros! Estão muito mal de saúde ainda. Não suportariam nenhum dos dois tipos de tranporte.


_E é aí que seus talentos, Minerva, se farão úteis. Os três bruxos que estão saudáveis virão primeiro, discretamente. Rubeo, Filius, Alastor e Julivan irão com um pequeno grupo de outros membros sobre feitiços desilusórios à casa dos Potter onde estão os oito reunidos sob forte proteção do ministério e também eu, pessoalmente, conjurei alguns feitiços de proteção, enquanto você irá até lá em sua forma animaga. Filius, Alastor e Julivan trarão o sr e a sra Evans e a sra Longbotton através de aparatação acompanhada. Enquanto isso, você e Hagrid se encarregarão de transportar os doentes.


_Mas como faremos? Hagrid não tem permissão para aparatar, apesar de fazer isso muito bem. – Minerva exalava preocupação e inquietação em sua voz.


_Você os transfigurará, Minerva. Sabemos sobre seu brilhantismo em matéria de transfiguração humana, e por isso, creio que todos estariam seguros se transfigurados em colchonetes. Então Hagrid os transportará com os devidos cuidados, em uma moto, digamos, especial que Sirius recentemente adquiriu e... digamos.... melhorou. Depois disso, você permanecerá na casa ainda como uma gata, para garantir que a transferência dos bruxos não fora descoberta. Depois conjurará esculturas de cera perfeitas dos oito bruxos e os posicionará na casa, e os animará magicamente para que se movimentem normalmente por alguns dias, para que nem mesmo o ministério saiba que eles foram transferidos. Tenho certos palpites de que o ministério também tem abrigado alguns traidores. E por fim os outros bruxos transportarão para cá os dois medibruxos e as três enfermeiras que estão cuidando dos nossos moribundos.


_Este plano não soa muito arriscado? – pergunta Hagrid – o que falarei e como explicarei para os homens do ministério a postos na porta da casa quando chegar lá e depois sair inexplicavelmente carregando cinco colchonetes?


_Apenas diga que eu pedi que você fosse até ali para buscar alguns colchonetes de Hogwarts que estiveram emprestados aos Potter. Mas precisamos prosseguir com a reunião. O resgate dos quatro casais deverá ocorrer no amanhecer de quarta-feira, e ao amanhecer da quinta-feira Tiago e Lílian, Frank e Alice enfim serão transportados.


_Porque não imediatamente depois da chegada dos outros? – Pergunta um tanto imprudentemente Fabio Prewett.


_Porque com certeza os Potter e os Longbotton quererão passar algum tempo com os pais que eles correm o risco de nunca mais tornar a ver, e porque estes, por sua vez, merecem ter os netos nos braços ao menos por um dia. Mas principalmente porque, visto que esta será talvez a última oportunidade em muitos anos que os nossos amigos marotos terão de ver toda a família e os amigos reunidos, imaginei algo. Antes de os levarmos, eu resolvi que daremos uma festa na câmara transformada em palacete, nos subsolos de Hogwarts. Daremos uma festa comemorando a chegada dos pequenos Harry e Neville. E depois, com o coração pequeno, devolverei as duas famílias aos pesadelos que estão vivendo, e os levaremos para os esconderijos.


_Mas aonde afinal – interveio Arthur Weasley – eles serão escondidos. Volto a oferecer minha casa, caso necessitem...


Mas Dumbledore o interrompe em tom de urgência e resume sua resposta na frase mais objetiva que pode proferir.


_Nos lugares em que Voldemort jamais suporia que seríamos tão ousados em abrigá-los. Suas próprias casas.


Todos arreganharam muito os olhos, em descrença, mas não ousaram questionar o líder. Porém, não conseguiram disfarçar os semblantes de apreensão e incredulidade que invadiu os rostos de cada um na sala de reunião.


Dumbledore preferiu não dar a eles tempo demais para prosseguir com essa reação e deu seguimento à sua fala.


_Voldemort já investigou as duas casas, e em verdade deixaram bastante estrago em todas as duas. Já estive lá avaliando a situação. Não vi por lá nem sombra de comensais ou feitiços rastreadores. Portanto afirmo com muita segurança e convicção que a atenção dele sobre as casas já foi calada por suas constatações de que eles foram retirados dali. De mais a mais ele sabe que os casais estão em Hogwarts, e o ideal é que continue acreditando nisso. E se por acaso descobrir que os transferimos, com certeza desdenhará desta possibilidade. No entanto a questão seguinte é bem delicada, e trata das estratégias que utilizaremos para transportá-los. E isso ficará a cargo de Julivan.



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Notas finais do capítulo

Escrever essa fic tem sido tão emocionante quanto me foi escrever 'Os Marotos e os Mistérios de Hogwarts'. Mas me dá uma emoção tão diferente, um tanto oposta. Sabe, essa fic me dói. Ela nasce de tudo que me leva a condoer com os destinos dos personagens e principalmente com o destino de Harry. Por isso esta fic tem esse lugar especial no meu coração. Espero que conquiste algum espaço nos coraçoes de vocês, leitores, também. Por isso, obrigado de coração por estarem lendo.AbraçãoDaghda Mac Bel