A última Cartada escrita por daghda


Capítulo 16
visitas, notícias e providências


Notas iniciais do capítulo

Capítulo-ponte... já sabem... curtinho mas importante, sem ele o salto de tempo e ações ficaria menos coeso.



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Chegando à porta da simplória casa onde o ex-aluno brilhante em poções e em defesa contra as artes das trevas vivia, Dumbledore se utilizou de todos os recursos que conhecia, e que não eram poucos, para averiguar se seria seguro interpelá-lo naquele momento. Feitiços que revelariam a presença de outras pessoas além de Severo na casa, feitiços que revelariam a presença de magia das trevas, feitiços para averiguar a existência de elementos de investigação mágica, feitiços de escuta, olhos remotos, tudo foi devidamente realizado por Dumbledore antes que enviasse enfim o bilhete para as mãos do homem angustiado e solitário que repousava inquieto em seu sofá roto.


“Estou à sua Porta.


A.A.”


Eram as resumidas palavras no bilhete, que nem bem lido já causava uma enxurrada de reações no comensal. De um salto e em apenas dois longos passos já se postara diante da porta de entrada e com a varinha retirava o encantamento que a mantinha seguramente trancada. Para disfarçar qualquer contratempo, convocou um saco de lixo de algum lugar, provavelmente da casa de algum trouxa, e a colocou na lata mantendo a porta aberta. Enquanto disfarçava cumprimentou o mestre invisível sutilmente, para que ele soubesse que era bem vindo e poderia entrar discretamente.


_Professor!


Disse em uma voz engastada que não se projetou, tamanha a expectativa que perpassava o peito de Severo, enquanto dialogava com o homem ainda invisível diante de si, de quem ele apenas era capaz de pressentir a presença. Já na sala, Snape opta por não servir nada nem para si e nem oferecer a Dumbledore, que se mantivera até então invisível.


_Tenho notícias, Severo. E não são más.


Um pouco mais aliviado Snape faz sinal para o homem que ele não via para segui-lo até a cozinha, que era ao subsolo, portanto sem nenhuma janela, onde poderiam conversar um pouco mais a vontade, Dumbledore poderia ficar visível e enfim eles poderiam sorver um calmante hidromel para facilitar qualquer diálogo. Então o velho excêntrico surge diante dele, despido enfim da invisibilidade que o mantivera em segurança até ali.


_Como está ela? Como estão todos?


_Sob a ameaça que estão sofrendo, seria impossível dizer que estão completamente bem, mas estão ainda calmos e seguros. E é sobre isso que venho discutir, Severo. Creio que para se manter a segurança dos casais vou precisar de sua colaboração.


_Mas se estão protegidos, o que pode ser necessário fazer?


_Já não estão mais tão seguros. No momento estão escondidos em uma câmara secreta em Hogwarts sob um feitiço fidelius, mas creio que essa é uma informação de que o Lord Voldemort já dispõe e nem sequer se preocupa tanto com a fuga de seus prisioneiros. Deve crer que morrerão em breve e isso deve fazer parte de seus novos planos. Por isso os Potter e os Longbotton serão removidos e levados para um novo esconderijo.


_ E em que eu poderia ajudar?


_Inicialmente em nada, mas se tudo correr da forma como esperamos, creio que o Lord Voldemort quererá se ausentar do país por alguns dias, e creio que deixará a liderança em suas mãos, Severo, e nessa ocasião, precisarei que você mantenha os comensais fora de nosso encalço. Sei dos riscos do que peço a você, mas será simples. Bastará que você os convença de que nada estará acontecendo e que os alarmes são falsos.


_Não estou entendendo.


_Entenderá. Domingo eu procurarei você novamente, e então todo o plano será explicado a você.


_E para onde você levará Lílian.... e os outros.


_Por hora o melhor é que você não saiba. Quanto menos souber menos terá para esconder do Lord. Agora preciso ir. Muitas providências. Aguarde até domingo e, Severo, muito cuidado. Se cuide bem... não quero ver nada de ruim acontecer a você.


Diante dessa última afirmação de Dumbledore Snape não conseguiu evitar um de seus raros momentos em que se emocionava. Ficou grato e se sentiu, talvez pela primeira vez, querido e protegido, mesmo diante de tantos riscos que o próprio professor o propunha, ele percebeu que não estava agindo sozinho, mas que teria o respaldo do verdadeiramente maior bruxo da atualidade.


Ao chegar a seus aposentos em Hogwarts a madrugada já havia consumido quase todo o tempo de que dispunha e o sol já começava a ameaçar subir. Dumbledore sabia que precisava descansar um pouco e por isso, com a ajuda de um vira-tempo retornou a hora em que acabara de sair no encalço de seu espião e multiplicou um pouco suas horas de sono. Mas antes mesmo do sol se por a pino, já estava novamente de pé e alerta, e ao lado de Flitwick e McGonaghal empreendia mais uma saída de Hogwarts, dessa vez rumo a Hogsmead. Iriam ao ‘Cabeça de Javali’ preparar o local da reunião. Precisavam aumentar magicamente o espaço de um dos quartos, conjurar uma mesa de reuniões e, o mais importante, antes que o publico cativo do pub começasse a chegar, conjurar o maior número de feitiços de proteção que pudesse ao redor da sala onde a Ordem da Fênix estaria reunida e discretos alarmes mágicos no pub, para o caso de receber algum cliente mais ameaçador, somente para que a Ordem tivesse a notícia de tal presença. A sala seria preparada para receber desaparatações da forma mais confortável e discreta possível, revestida por feitiços que os protegeriam de ser escutados, percebidos, invadidos.


Depois de algumas horas de trabalho, quando os três bruxos consideraram bom o trabalho que executaram, desceram e decidiram que mereciam alguns minutos de relaxamento no pub, bebericando uma suave cerveja amanteigada e mordiscando petiscos antes de voltar para Hogwarts e todas as preocupações.



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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e... qualquer comentário será bem vindo.