A última Cartada escrita por daghda


Capítulo 15
Preparativos


Notas iniciais do capítulo

Mais providências urgentes devem ser tomadas, e para isso uma nova reunião precisa ser elaborada e convocada sem demora.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/10152/chapter/15

Se havia realmente um assunto que não saia nem por um segundo da cabeça branca de Alvo Dumbledore era o caso que ele intitulara “As crianças da profecia”. Sim, o Velho (mas nunca cansado) diretor de Hogwarts há muito dedicava todos os seus empenhos em elaborar minuciosamente planos para proteger as famílias Potter e Longbotton.


Ele próprio presenciara essas duas famílias germinarem dentro mesmo da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Ele próprio compactuara e agira em cumplicidade com os dois jovens apaixonados que quiseram fazer da forma mais inesperada e romântica seus pedidos de casamento no último dia de seu sétimo ano, durante a ceia de despedida, e ele permitira alegre e de bom grado.


Não. Ele jamais vacilaria e permitiria que ocorresse com essas duas famílias o que acontecera há muitos anos com a sua própria. Não permitiria que a morte e o infortúnio as destruísse.


Exatamente por isso ele se adiantara e cuidara de visitar as duas casas onde moravam os dois casais antes de ser exilados dentro da escola, o lugar mais seguro da face da terra, equiparando-se ou superando em segurança até mesmo o Gringotes.


Foi até cada uma das casas sob o efeito de seu poderoso feitiço desilusório e uma vez lá, cuidou de arrumar tudo, colocar no lugar tudo aquilo que fora remexido e vasculhado pelos comensais da morte, restaurando o que estava quebrado na medida do possível, e até mesmo substituindo alguns objetos danificados irreversivelmente por outros idênticos. Ele queria que os dois casais, quando levados de volta para suas antigas casas as encontrasse como eles as deixaram, e não passassem pelo desgosto de encontrar toda aquela desordem.


Ele sentia que seu plano era infalível. Os comensais já haviam vasculhado as casas, não haviam encontrado nada relevante, e já transmitira ao lord as notícias de que os casais haviam sido removidos. E Dumbledore poderia afirmar, conhecendo Tom Riddle tão bem como conhecia, talvez o ser humano que melhor o conhecesse, que ele subestimaria a possibilidade de a Ordem da Fênix (cuja existência até então não passava de suspeitas para o Lord Negro) escondê-los nesses lugares, que para ele seria óbvio demais, e por isso não mereceria sua atenção.


Caminhava agora pelos corredores do castelo ao lado de McGonaghal, Flitwickk, Sprowt e Hagrid.


_Ah! Hagrid... como eu gostaria que você estivesse lecionando Trato das criaturas mágicas por aqui, e fosse também o diretor de uma das casas! Claro que estou mais que satisfeito, lisonjeado até, com o trabalho que os diretores das casas vêm fazendo... mas enfim... você sabe... eu confiaria a minha vida a você.


Ao que o meio gigante corou as bochechas apenas parcialmente visíveis por entre os amontoados de pelos de que constituíam sua barba, bigode e cabelos. Mas McGonaghal demonstrou um pouco de ciúmes nesse momento>


_Mas modéstia a parte, Professor Dumbledore, creio que tenho feito um bom trabalho à frente da casa de Grifinória, e creio já ter demonstrado bastante minha lealdade. E se fosse o caso de Hagrid ser um diretor de alguma casa seria de Grifinória, a casa que o abrigou durante sua rápida incursão em Hogwarts como aluno.


_Minerva, minha querida, você continuaria sendo minha única escolha para vice-diretoria da escola. E creia, confio em você tanto quanto confio em Rubeo.


McGonaghal, como sempre, andava ao lado esquerdo do diretor, e carregava na mente as mesmas ideias do diretor. Era um talento que ela tinha: Compactuar das mesmas ideias de Dumbledore, e sem qualquer diálogo, apenas com uma concordância de olhares, colocar em prática boa parte das decisões tomadas no diálogo silencioso. Caminhavam juntos rumo ao gabinete do diretor. Iriam mais uma vez convocar os membros da Ordem da Fênix para uma reunião extraordinária. Mas desta vez, quatro deles não estariam presentes, pois seriam, na verdade, o assunto a ser discutido.


Chegando ao gabinete todos já pressentiam o que precisariam fazer. Mas antes de qualquer coisa o diretor se deixou prostrar por alguns minutos em sua cadeira, atrás da escrivaninha, permitiu que sua cabeça pendesse sobre os braços cruzados na superfície de sua mesa, e recebeu de bom grado as mãos carinhosas de Minerva e Pomona em seus ombros. Permitiu-se estar preocupado e dolorido por alguns instantes, permitiu-se estar cansado, permitiu-se perceber o peso de todas essas obrigações que ele assumira. Todos na sala compreenderam e deram ao diretor o tempo de que ele precisava. Todos o conheciam bem e confiavam que em alguns instantes tudo voltaria ao normal e o obstinado diretor tomaria novamente, eficiente, as rédeas da situação.


_Vamos ao trabalho – falou com tanta disposição que seria impossível afirmar que há apenas alguns segundos estava quase desfalecido sobre os próprios braços em sua escrivaninha, recebendo o apoio e o carinho das duas professoras e correligionárias ao seu lado. – O primeiro passo é decidir a data em que nos reuniremos.


_Creio que depois de amanhã, sábado, é o melhor dia. Pela manhã, - adiantou-se Flitwick – enquanto os alunos estão no salão principal tomando o desjejum. E seria bom fazermos essa reunião em Hogsmead, na sala onde foram feitos os interrogatórios no ‘Cabeça de Javali’. Reunir todos aqui seria arriscado. Poderia chamar atenção demais para o castelo.


Todos concordaram e sem mais palavras sentaram-se com pena e pergaminhos em punho e se colocaram a escrever o bilhete convocatório para os membros da Ordem da Fênix. Com um aceno de varinha o bilhete original foi reescrito magicamente em todos os outros, modificando apenas o nome do destinatário. Logo depois se puseram a remeter os rolinhos de pergaminhos, um por um aos seus destinatários através do Fogo-Branco. Em poucos minutos alguns começaram a ressurgir da mesma chama pálida sobre a escrivaninha do escritório, todos com respostas positivas, confirmando presença. Uma resposta em especial alegrou muito Dumbledore. Julivan Corblocket, que já há algum tempo vinha mantendo correspondência com mais freqüencia com Dumbledore devido a um ‘Braço’ da Ordem da Fênix que andara organizando na França, denominado ‘Task Force Licorne’, se propôs a trazer esses membros distantes com ele à reunião e garantiu que eles participariam da missão, qualquer que ela fosse. Uma contra-resposta positiva foi imediatamente escrita de próprio punho por Dumbledore e reenviada.


_Então, está tudo pronto. Tudo o que poderia ser feito já o foi. As estratégias para a transferências dos casais para suas novas casas serão discutidas na reunião, na presença de Julivan que, com certeza, terá as mais brilhantes ideias. No mais, é aguardarmos.


Essas últimas palavras soaram na voz de Dumbledore com a sonoridade de quem se vê enfim de pés e mãos atados. Não tendo mais nada o que pudesse fazer o diretor não conseguiu evitar um breve sentimento de impotência diante da situação.


Depois de se despedir dos quatro amigos e funcionários da Escola, quando se viu novamente sozinho em seu escritório, Dumbledore achou por bem comunicar Snape dos fatos. Pressentia que talvez fosse realmente precisar dele pela primeira vez. Por isso vestiu sua capa de viagem, convocou sobre si mesmo o eficaz feitiço que o tornava invisível e partiu rumo à Rua da Fiação, onde se certificaria se o Jovem comensal estaria sozinho e se seria seguro conversar pessoalmente com ele naquele momento. Caso contrário, invisível como estava, ficaria em uma benigna tocaia, aguardando o momento mais apropriado.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo ponte... acho que já se acostumaram com eles não?!?!?! hehehe... mas é importante.... sutil, mas importante...obrigado por lerem...AbraçãoDaghda Mac Bel