A última Cartada escrita por daghda


Capítulo 14
As consequencias da conversa.


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo uso uma idéia perfeita de Shimizu. Ela elaborou um sistema de comunicação mágica muito legal e que resolvia em grande parte uma das comunicações mais complicadas da saga. Prestem atenção e perceberão como esse sistema veio a calhar. A ideia não é minha, é de Shimizu , mas é ótima e eu usei.Verão que fez a diferença.



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_Exato, Severo. Preciso saber qual garantia terei caso eu resolva agir segundo essas denúncias que você está fazendo agora. E principalmente, preciso saber o que você fará a partir de agora.


_Professor, entenda. Salvar a vida da Lílian, de todos, é mais importante do que a minha própria vida, e se for preciso, abandono agora o Lord, e juro lealdade a você sobre qualquer circunstância.


_E como você fez para vir até aqui sem que seu mestre desconfiasse? Pelo que sei ele é a melhor legilimancia de muitos séculos, equiparada a do próprio Salazar Slitherin.


_Minha oclumancia tem sido eficiente contra ele desde que me revelou sua intenção de matar os Potter.


_Isso é verdade?


_Use a sua legilimancia, sei que é tão boa quanto a do Lord, e sei que não te enganaria, pois o senhor é mais atento e mais neutro para avaliar o que vir. E eu não usarei oclumencia. Quero que acredite em mim mais do que quero viver.


_Então eu te prometo: farei tudo o que estiver ao meu alcance, usarei toda a minha capacidade, meus esforços, meus homens na ordem da Fênix, tudo o que puder, para proteger Lilly, seu filho e seu marido. Segue seu caminho, não se afaste de Voldemort agora, você morreria com certeza, assim como seu amigo Régulo. Estarei atento a você, e na hora certa, vou te resgatar. Treine mais sua oclumancia, não se distraia por nada e se mantenha firme. Confie em mim, exatamente como agora.


_Então já vou. Não posso sumir por tanto tempo.


_Sei disso, mas leve isso. – e erguendo a mão, Dumbledore oferece algo a Snape.


_Mas...s...senhor... sua varinha?


_Minha antiga varinha Severo. Agora tenho uma nova com a qual me adaptei melhor. E estou dando a você de bom grado minha antiga varinha em sinal da firmeza de minha palavra. O que significa que em obediência a mim ela entrega sua fidelidade integralmente a você. Ela é integralmente sua agora, mas continue, ao menos por enquanto usando a sua antiga varinha e deixe esta escondida. Se temer algo, duvidar de algo, achar que vai fraquejar, olhe para esta varinha em sua mão e lembre-se que estou com você, como um pai estaria com seu filho.


Snape não teve palavras. Sentiu a garganta se fechar no soluço e nas lágrimas que vinha conseguindo evitar até agora, mas Dumbledore se colocando diante dele como um pai, coisa que ele nunca tivera verdadeiramente, o fez romper em todas as emoções que vinha reprimindo há muito dentro de seu peito e as lágrimas e os soluços foram pouco para que o angustiado bruxo pudesse desabafar-se de toda a dor que sentia.


_Vamos, experimente!


Ainda aos prantos Snape ergue a varinha e pronuncia entre soluços “expecto patrono” e surge diante dos homens a maior, mais cintilante e mais poderosa corça que Snape já produzira com o feitiço que, aliás, há muito não conseguia invocar.


Já de volta ao castelo, ainda nas grandes portas de madeira na entrada do salão, Dumbledore encontra Minerva trêmula e chorosa, despejando sobre ele um caminhão de perguntas desconexas, entre as quais ele só conseguia distinguir a frase ‘você está bem? Não está ferido?’.


Não havia mais estudantes nos corredores, nem mesmo no grande salão. O jantar já havia terminado e estavam todos em suas salas comunais ou já nos dormitórios.


Dumbledore consegue a muito custo acalmar McGonaghal,, e propõe que continuem a conversa no gabinete. Já assentados confortavelmente em torno da escrivaninha, os dois mordiscavam pequenas guloseimas que Dumbledore providenciara, pois estava realmente faminto.


_Mas isso tudo nos leva a  pensar na gravidade que envolve as iniciativas de proteção aos casais, e nos faz voltar a nossa atenção a Tiago e Lílian que correm mais perigos que o outro casal.


_Verdade, e devido ao sequestro do Sr. Potter, podemos dizer que Hogwarts não é mais um esconderijo seguro para eles.


_Hogwarts ainda é nossa melhor escolha para abrigá-los e protegê-los. Voldemort teria que ousar o que nunca ousou: invadir a escola, e suponho que ele ainda não saberia como romper nossas barreiras. Mas com certeza isso não durará por muito tempo. Em breve precisaremos sim encontrar um lugar mais seguro e um meio mais eficaz para protegê-los. Receio que precisaremos realizar uma reunião urgente com os dois casais. Infelizmente não poderemos mais poupa-los. Eles precisam saber dos perigos que estão correndo.


E na manhã do outro dia, bem cedo, antes dos horários de aulas, antes mesmo dos primeiros alunos se levantarem, McGonnagal e Dumbledore estavam nos subsolos do castelo, um tanto indiscretamente, acordando as recém-mamães, e os papais, tentando afrouxar um bocado os semblantes para não os assustar assim tão de imediato. Precisavam que os quatro estivessem bem sóbrios e controlados. Propuseram tomar juntos um gostoso café da manhã e depois todos se sentaram ao redor da lareira que crepitava por força de magia. Dumbledore, que sempre fora muito delicado ao tratar assuntos complicados, se superou ao falar sobre as ameaças com os casais. Falou carinhosa, mas abertamente sobre o sequestro de seus pais, sobre o informante secreto que trouxe a notícia de que Voldemort teria escolhido aleatoriamente o casal Potter e seu filho, falou sobre a ameaça de serem descobertos, falou sobre a iminência de um novo esconderijo;


_Por isso, Frank, Alice, precisaremos separar vocês dos Potter, e esconder vocês em lugares separados, e é claro, tenho sugestões.


Mas nessa hora as palmas das mãos de Dumbledore começaram a brilhar. Nem mesmo o diretor esperava que isso acontecesse, e por isso olhou surpreendido pra suas mãos. Em instantes ergueu-se lenta e delicadamente um fogo tão branco quanto suas barbas e cabelos e do meio desse fogo se materializou um pergaminho mal enrolado, como se tivesse sido preparado às pressas e às escondidas. Dumbledore o abre curioso e apressado.


“Professor.

Os seqüestrados estão livres. Seguiram para a propriedade do Sr. e Sra. Potter. Estes dois estão muito debilitados, temo que não sobrevivam. Também estão muito mal o Sr. e Sra. Charlesmoon e o Sr Longbotton. Na verdade a única que realmente está em situação menos degradante é a Sra Longbottom. Todos foram vitimas de muita tortura e de maldições que até eu desconhecia. Mas a boa notícia é que o Lord não conseguiu a informação que queria, ao menos até agora.

S.S.”


_Boas notícias, alíás, não tão boas assim. Seus pais escaparam, mas não estão muito bem. Precisarei solicitar ao St. Mungus uma junta medibruxa para ser deslocada até a mansão dos Potter em Godric’s Hollow. Não, vocês não podem se expor indo até eles, não ainda. Precisaremos de um grande contingente da Ordem da Fênix para escolta-los, estarei providenciando isto o quanto antes, e aproveitaremos o momento para instalá-los no novo esconderijo. Mas precisamos acabar a discussão sobre esse novo esconderijo de vocês antes de eu partir para Godrics Hollow.


E com um aceno de varinha o professor materializa em seu colo uma prancheta com uma folha muito branca de pergaminho e uma pena. Escreve hábil e rapidamente uma carta ao diretor de St Mungus e com mais um aceno de varinha surge um envelope já preenchido com destinatário e remetente, dobra a carta e, um terceiro movimento da varinha, já surge o selo de Hogwarts prendendo sua abertura. Fawkes surge por uma entrada de ar na sala confortável e pousa na mesinha diante de todos. Dumbledore lhe entrega a carta e ela sai voando rumo ao seu urgente destino.


_Está bem, diz Tiago. Pra onde iremos? Pra fora do país?


_Não. Vocês serão levados para um lugar onde o Lord Voldemort não pensaria em procurá-los, até porque já fez isso e não obteve sucesso. As suas casas.


_Nossas casas?


_Exato. Os comensais da morte já estiveram lá à procura de vocês e fizeram bastante estrago. Deu bastante trabalho concertar tudo, mas as casas já estão prontas e a espera de vocês. Continuaremos usando o encanto Fidelius. Funcionou bem até agora e continuará funcionando. Mas desta vez selecionaremos pessoas mais resistentes, mais jovens e preferencialmente membros da Ordem para serem os guardiões do segredo. Alguma objeção?


_O nosso guardião do segredo pode ser o Sírius? Ou o Lupin?


_Qualquer um dos dois seria uma escolha perfeita.


_E a nossa guardiã poderia ser Hestia Jones?


_Também muito bem pensado. Pois bem. Tudo resolvido, vamos partir para as providências práticas. Vamos inicialmente providenciar a visita de vocês a seus pais. E depois marcar a reunião com os três escolhidos e apresentar a eles os novos planos. Por enquanto fiquem o melhor possível, se acalmem ao máximo e não tentem cometer nenhuma besteira. Hoje especialmente as seguranças do castelo estão elevadas ao extremo e será excepcionalmente difícil sair dele furtivamente, então aconselho vocês a não tentarem, por conhecê-los bem e saber que tentariam.


_Está bem. Aguardamos mais notícias, não se esqueçam de nós.


_Não esqueceremos, pode confiar nisso.



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Notas finais do capítulo

Boa a idéia do fogo branco não é? Está na fic 'Elementais' escrita por Shimizu. o link é esse:http://fanfiction.nyah.com.br/viewstory.php?sid=10135E a história é bem interessante, vale a pena ler.abraçosDaghda Mac Bel