A última Cartada escrita por daghda


Capítulo 13
Na colina, ao sul de Hogsmead


Notas iniciais do capítulo

o confronto de Snape e Dumbledore e a semente que é plantada para medrar em meio aos cascalhos.



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De repente um leve ecoar na floresta na base da colina, ao sul de Hogsmead. Uma pequena explosão semelhante ao estouro de uma bola de chiclete. Depois de chegar ao porão da Dedos-de-Mel através de uma das passagens secretas de Hogwarts, Dumbledore achara mais prudente desaparatar até o pé da colina onde quase todo mês surgiam auroras boreais maravilhosas apinhadas de lendas.

Subiu a colina a pé, sabendo que não seria avistado por ninguém, graças as suas habilidades mágicas. O professor Dumbledore dominava uma das mais perfeitas técnicas mágicas de desilusão da história bruxa, superando até mesmo o Lord Voldemort, que gostava de se gabar sobre esse ponto também. Ao chegar ao topo da colina percebeu que o homem que esperava ainda não estava ali, e o sol, se pondo rapidamente, já quase não era capaz de iluminar nem mesmo àquela altitude.

Resolveu reforçar, por precaução, sobre si mesmo o feitiço desilusório sem igual que era capaz de produzir: não queria ser pego de surpresa por um ataque inesperado, e nesse caso quanto mais precaução melhor. Planejou tudo para que pudesse passar despercebido ao menos por alguns minutos antes de seu interlocutor o notar. Assim poderia fazer uma avaliação antes de agir.

E assim aconteceu. De repente desaparatou logo adiante aquele vulto negro, da forma singular como os comensais da morte desaparatavam, espalhando aquela fétida e infecta fumaça negra no ar por vários minutos. E ali ficou. Parado, a julgar que Dumbledore atrasara ou, que nem ao menos viria. Nem sequer desconfiando que o outro já estivesse ali à espera desde antes de o sol terminar de se esconder ao longe.


E ali, na escuridão. Snape aguardava ansioso.

Uma luz avermelhada cortou o ar, mas não com a violência necessária para se julgar ser um ataque, apenas fazendo com que o assustado comensal da morte desempunhasse sua varinha, que tombou ao chão a mais ou menos um metro de distância, mas Snape, por causa do susto, desequilibra e cai. Percebendo-se desarmado, sem varinha, exclama com um misto de medo e dúvida.


_ Não me mate!!!


_Não se preocupe, não vim aqui pra isso, e hoje ninguém vai morrer neste lugar! Entende o que eu digo, não é, Severo?


Snape se questionou porque não ouvira Dumbledore chegando, porque não tinha feito barulho algum ao aparatar? Teria distinguido o som de desaparatação, era diferente do som do vento nas folhas.


Dumbledore fez sua varinha produzir uma forte e cristalina luz ‘lumus’ e auxiliou o outro a se levantar, varrer as folhas das roupas e cabelos, e apenas aguardou em silêncio até que este começasse a falar os motivos que o levara àquele arriscado encontro, mas diante do silêncio ainda mais deliberado do que o dele, resolveu por fim ao silêncio e iniciar estrategicamente o inevitável diálogo.


_Severus, um dos mais talentosos alunos que Hogwarts já vira em séculos, agora comensal da morte aos serviços de Lord Voldemort. O que Tom Riddle quer que você faça hoje aqui comigo? O que tem a me dizer a seu intermédio?


_Como deixei claro no bilhete, Professor, hoje estou aqui por mim mesmo, por vontade minha. Corro riscos ao estar aqui, e o senhor sabe. – o olhar de temor daquele homem lembrava o olhar louco e desesperado que tinham os prisioneiros em Azkabam, e com este olhar Snape o fitou longa e profundamente enquanto tentava sem sucesso ajeitar seu cabelo preto voando em seu redor.


_Preciso dar a vocês um aviso – não um aviso mandado pelo Lord Negro, ao contrário, tem me custado muito esconder do Lord minhas intenções desde que compreendi as dele – por favor...


Dumbledore começou a andar com agilidade e rapidez ao redor do local onde estavam os dois. Snape o estranhou e perguntou temerariamente:


_Professor, me desculpe, o que está fazendo?


_Proteção, Snape. Vamos precisar, pra não sermos encontrados, pra você não ser rastreado e, para não sermos ouvidos.


_Claro, eu posso ajudar. – e passou a andar em circulo, seguindo as passadas do velho barbudo, resmungando baixinho: “abaffiato”, “magnus parietinvincible” “nemoanimadverto”...


_Para um bruxo das trevas - observou Dumbledore - Você conhece muito bem magia defensiva.


_Se foi um elogio, agradeço, Professor. - respondeu encabulado Snape.


Terminado o trabalho, os dois homens se encararam profunda e longamente. Mais uma vez o silêncio dialogava entre eles.


_Que aviso poderia um comensal da morte trazer para mim?


 _Na verdade, eu estou numa encrenca, quero dizer, não exatamente, mas eu criei um problema, não exatamente também. Quero dizer, você deve saber... a profecia da Trelawney... e-eu...


_ Ah! Sim, já sei que você a reportou ao Tom - disse simplesmente Dumbledore. – a questão que importa aqui é o quanto dela você relatou a ele, o quanto dela você ouviu e o que o Lorde Voldemort realmente sabe sobre o assunto.


_Tudo o que ouvi eu repeti para ele. E eu ouvi apenas a parte em que a criança nascida em julho seria capaz de afronta-lo e sair vitorioso. Ele pensa que se refere a Lílian, quero dizer, ele os escolheu porque Evans é sangue-ru... nascida trouxa, e Potter é um nojento traidor do sangue, segundo as palavras do Lord, e por isso só ele poderia conceber uma mulher da criança que teria o desplante de o confrontar no futuro. E por isso ele está determinado a matá-los. Professor, ele vai matar Lily!


Dumbledore percebia a angustia e a dor na voz do homem, que parecia se conter para não cair por terra aos prantos.


_Mas você não falou nada para ele sobre os pais da criança. Não poderia falar. Você ouviu apenas parte da profecia. E mesmo que a tivesse ouvido inteira, em momento algum ela menciona claramente quem seriam os pais da criança. - Nesse ponto Dumbledore se cala, sabendo não ser prudente falar sobre determinados detalhes da profecia com Snape - Até onde você e ele sabem a profecia somente mencionou o nascimenteo de uma criança ao fim do sétimo mês, não é isso? Ou estou enganado?


_Mas o Lord não economiza crueldades. Soube, não através de mim, mas soube sobre a gravidez de Lily e de Alice, mas descartou o filho dos Longbotton, por ser sangue-puro, acha que por isso o menino no futuro se renderá a ele sem resistência, mas que o mestiço tentará se opor a ele e deduziu que o bebê da profecia seria este filho de Lílian e Potter. E ele os está caçando, está indo atrás dela – vai matá-los todos –!”


_Esperava sinceramente, Snape, que você fosse tentar salvá-la de alguma forma, pensei que pediria para poupá-la, se oferecendo até para capturar o filho pessoalmente.


_Cheguei a tentar Professor Dumbledore. Comecei por pedir em nome do meu amor, mas vi que isso não tocaria o Lord, dissimulei e inventei um desejo de vingança contra ela, disse que queria ela pra mim, para tortura-la por toda a vida, ele riu-se divertido, mas não deu atenção. Me ofereci para capturá-los pessoalmente em troca do Lord m’a entregar como escrava, mas ele bradou que os queria todos mortos.


Dumbledore olha para trás, escondendo o rosto dos olhos de Snape, pois tinha fisionomia de nojo e repulsa. Este semblante durou alguns segundo e voltou à frieza analítica de sempre.


_Então não teria importância se o marido e o filho daquela mulher morressem? Você se disporia a ajuda-lo a matar os dois, se ela lhe fosse entregue?


_Se ela fosse poupada.


_E você julgou que lhe restaria alguma vida se fosse subtraída das pessoas que mais ama?


_Pois estou revelando a você todos os planos do Lord agora. Poderá salvar a todos. Os esconda, mantenha todos longe do Lord, mantenha todos a salvo, não quero que ela morra e não quero que ela... - nessa hora pode-se perceber remorso e compreenção perpassar a voz do pálido rapaz – não quero que ela sofra, não quero que nenhum deles morra – foi difícil proferir isso sem deixar revelar todo o rancor que sentia por Potter.


_E que garantia você me daria? Que vantagem eu teria em te ajudar, o que você me daria em troca Severus?


_Em... troca?! – surpreende-se Snape ao ouvir a voz de Dumbledore ecoar tão fria e calculista daquela maneira, como se estivesse barganhando a segurança de Lílian e, bem, de sua família, tendo aquilo como um favor a ele e pedindo pagamentos. No fundo sabia que havia mais do que isso por traz da atitude inesperada do velho diretor de Hogwarts.



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Notas finais do capítulo

Ja que leram, espero que tenham gostado, deixem um review com sua opiião, e me deem um ponto positivo, porque posso até não ser lá essas coisas como escritor, mas sou gente boa paca. rsrsrsAbraços, até o proximo capítulo