Naquela porta dois jovens estavam estáticos com a cena que viam, um com olhos verdes cabelos pretos e despenteados, pensava que entrou em mais um de seus terríveis pesadelos. Como aquilo era possível? Sua amiga praticamente irmã, a pessoa na qual ele mais confiava, estava ali nos braços de seu por inimigo se entregando com prazer a ele.

\t\t  Quando foi acompanhar seu outro melhor amigo imaginou que poderia, mesmo desejando do fundo da alma que estivesse enganado, encontrar sua amiga conversando civilizadamente com o inimigo ou até mesmo no pior pensamento o beijando, mas não daquela maneira, nunca imaginou daquele estado.

\t\t  O ruivo estava igualmente petrificado, quantas vezes sonharam e desejaram ver e ter a amiga daquela maneira, poder possuí-la daquela forma sentir teu corpo e ouvi a gemer seu nome. Mas não, o que ele via era exatamente isto mais não era com ele, era com seu pior inimigo. Não podia acreditar, não queria que aquilo fosse real.

- HERMIONE! - O moreno gritou com a varinha em punho.

\t\t  Hermione pulou para trás desencaixando-se de Draco, e pegando um lençol rapidamente. Draco olhou para trás e já trazendo a varinha até ele. Ficaram parados os quatro se encarando, Harry e Rony na porta do quarto com os rostos chocados enquanto Hermione estava de pé ao lado da cama enrolada no lenço e Draco na sua frente também com um lençol.

- Harry eu posso explicar. – falou Hermione baixo em meios as lágrimas.

- Explicar o que Hermione? Que você nos traiu? – o moreno gritava - Que você está se deitando com o nosso maior inimigo? Eu jamais vi algo tão nojento e grotesco, nunca imaginei te ver assim ainda mais com ele...

- Perai! Potter! - Draco falava irritado e também gritava - Eu não admito que você fale isso, nós somos livres e desimpedidos você não é pai dela, muito menos namorado para vim cobrar algo, nós fazemos o que queremos e ela não deve satisfação...

- Cala boca Draco! – Hermione gritara – Não atrapalhe mais as coisas.

- Não importa o que você fala ou faça, para mim Hermione, nossa amizade morreu aqui! Se é com ele que quer ficar que fique, continua sendo a puta do momento. – Harry falou com desprezo, mas podia notar no olhar a tristeza e a magoa por trás daquelas palavras. 

\t\t  Terminando de dizer as palavras, talvez mais difíceis de sua vida ele saiu puxando Rony com ele, que até o momento nem sequer se moveu. Hermione correu escada abaixo chamando por Harry, mas parou assim que viu   buraco da porta se fechar.

\t\t  Draco desceu atrás dela e a amparou enquanto a garota chorava compulsivamente. O loiro queria aquilo, era sua vingança. Ter Potter decepcionado e abatido, Weasley em pedaços e Hermione acabada mais ele não estava feliz, principalmente pela parte dela, não agüentava vê-la daquela maneira, sofreu sentindo a dor da castanha.

\t\t  Draco a pegou no colo e a levou para seu quarto, a vestiu com uma camisola e acariciou seus cabelos até que ela pegasse no sono. Em todos aqueles minutos ela não parou de chorar e não disse nenhuma palavra, parecia que estava em choque. Ele não parava de pensar o que sentia por ela, vendo ela sofrer daquele jeito, se sentiu tão ruim quanto ela estava, não queria fazer chorar a queria sorrindo, alegre e lhe dando broncas. Essa era a Hermione que conhecia e era essa que ele se apaixonou.

\t\t  Já havia se passado um mês desde baile, o trio permanecia separado, despertando curiosidade em muitas pessoas, notaram um Harry mais estressado e sozinho. Um Rony que parecia sem vida, pois nunca sorria muito menos falava, e uma Hermione derrotada e abatida não a via pela biblioteca e o estado era tão crítico que andara ao decorrer do mês faltando em varias aulas.

\t\t  Muitos inventaram histórias das mais absurdas possíveis, mas nenhuma se quer chegou perto da verdadeira, porque era realmente imaginável. Todas da Grifinoria perguntavam e questionavam o que tinha acontecido, mas ninguém falava. Gina já tinha até escrito à mãe para saber de algo para animar ao irmão, que parecia ter perdido a vontade de viver.

\t\t  Draco tinha vestido sua mascara de indiferença, tentava apoiar Hermione, mas a garota estava com humor oscilante, tinha horas que sorria e brincava como antes, mais às vezes ela parava e ficava contemplando o nada. O loiro tinha certeza que nestes momentos ela estava pensando nos amigos.

\t\t  Passaram-se mais uma semana e Hermione já estava melhor, a relação dela com Draco era ótima, ela nunca pensou em amar alguém como ela o amava. Se viu ainda mais apaixonada por ele quando no mês que passou, ele continuou ao seu lado com uma paciência e um carinho imenso. Ela sentia falta dos amigos. Todas as vezes que passava do lado deles e eles lançavam aquele olhar de nojo e desgosto, era com se um estivesse se abrindo em seu peito, uma ferida que talvez nunca se cicatrizasse, mas mesmo assim se sentia feliz porque tinha alguém ao seu lado.

\t\t  Era uma tarde de quinta-feira, começo de Dezembro e já fazia muito frio, Draco e Hermione se encontravam em sua sala comunal, ambos tomando chocolates quente, enrolado em cobertores na frente da lareira, conversavam animadamente até Hermione perguntar.

- Draco o que você sente por mim? – a castanha perguntou com uma voz doce, apesar de neste quase três meses de relacionamento as escondidas, nunca perguntou ao loiro o que ele sentia por ela, ele era carinhoso, paciente era um excelente amante, como também era egoísta, presunçoso e arrogante. Até ela se surpreendia no que Draco tanto se transformava, mas era isso que gostava nele.

- Bem... – o loiro ficou um pouco mais rígido e olhou nos olhos dela - Não sei. – parou um momento pensando em como explicar o que sentia - Eu sei que gosto muito de você, como jamais gostei de outra pessoa, mas não sei se é amor, não me leve a mal mais eu nunca amei para saber como é.  - terminou de falar passando as mãos na face da garota.

- Eu te entendo, eu acho que amor é quando você enfrenta tudo pela outra pessoa, e quando você faz de tudo para vê-la feliz mesmo não sendo ao seu lado. – falou Hermione sabiamente.

\t\t  Draco não falou nada só sorriu triste, não se via capaz de abrir mão tão facilmente de algo ou corajoso o suficiente para enfrentar tudo por alguém, por este motivo achavas se incapaz de amar. Hermione se levantou tinha que levar alguns relatórios da monitoração para McGonagall e também para Rony que era monitor da Grifinoria, era o único momento que se encontrava com ele, e o mesmo a tratava com grande indiferença. Chegou ao salão comunal, onde raramente era vista, não suportava ir ali e ter que cruzar com o olhar de desprezo de Harry e Rony e de indagação e curiosidade de seus colegas.

- Ronald!  – chamou o ex-amigo, não o tratava mais de Rony, o que deixava todos que sempre ouviam de boca aberta e se perguntando o que ocorrera entre eles. – Relatório de monitoria. – Hermione se sentou na poltrona em frente onde Harry e Rony estavam, Ela se deixou vagar pelas lembranças onde ali naquele mesmo lugar, discutiram, planejaram, brincaram, estudaram e tantas outras juntos, Harry não saiu continuo com seu livro não mão fingindo que Hermione não estava ali.

\t\t  A garota logo após o baile muitas vezes tentou se aproximar dos amigos explicar a ele que amava Draco e que amava eles também, mas em todas tentativas eles nem sequer a olhava, depois de algumas semanas desistiu. Rony leu o relatório e assinou e passou o pergaminho a Hermione, a garota se levantou mais antes de sair suspirou pesadamente e disse em um fio de voz.

- Não importa o que aconteça ou que irá acontecer, eu amo demais vocês dois. - e se virou em direção ao retrato, parou bruscamente quando ouviu a voz do ruivo.

- Nós também te amamos, mas você prefere ele que não te ama. - Hermione voltou fitou os olhos do ruivo e disse suavemente.

- Não prefiro ninguém, eu os amos de maneiras diferente.

- Mas ele não te ama, senão teria te assumido na frente de toda a escola e também da sociedade, não do jeito que ele faz.- Hermione não respondeu sabia que não podia falar o verdadeiro motivo de Draco não assumi-la para todos.

- Vocês dois não sabem de nada. – falou mais áspera, alguns alunos ali no salão comunal já prestava atenção na conversa.

- Vamos ver quando todos descobrirem o que acontece entre vocês, do lado de quem ele irá ficar, do seu ou dos ideais e da família. – Harry que disse isto voltando no momento seguinte a atenção para seu livro.

\t\t  Hermione saiu dali, não iria agüentar ficar nem mais um segundo com aquele desprezo, a ferida mais uma vez se abriu e a garota voltou para o seu dormitório chorando. Pensava nas palavras de Harry e esta no momento era sua maior duvida, se descobrisse o que Draco faria? Lutaria ao seu lado ou a viraria as costas? Logo que chegou Draco já estava lá assim que viu o estado de Hermione a abraçou e acariciou até acalmá-la a levando para o quarto e a possuindo mais uma vez, como tantas outras vezes.

\t\t  No outro dia de manhã Hermione se levantou um pouco mais cedo, não dormira muito bem pensando em sua vida, tomou seu banho e quando estava saindo do quarto acordou Draco. Se deixasse, ele ficaria dormindo o dia todo. Foi para biblioteca buscar um livro para um trabalho, quando algo na parede lhe chamou a atenção, era um cartaz, que fez Hermione se assustar e derrubar os livros que segurava.

“Eis o motivo da briga do Trio de Ouro de Hogwarts.

Em baixo tinha uma foto de Draco e Hermione se beijando, e mais um pergunta

Poderá o amor de um sangue–puro e uma nascida trouxa, uma Grifinoria e um Sonserino ser real?”

\t\t  Hermione não acreditava em que seus olhos estavam vendo, reparou que no corredor tinha vários, seu sangue começou a ferver, uma raiva cresceu dentro dela arrancou um cartaz e se dirigiu ao salão principal que nesta hora já estava bem cheio, assim que entrou sentiu todos olhando para ela, parecia que o salão tinha parado de respirar, nenhuma conversa era ouvida, caminhou e parou em frente a Rony e Harry.

- O QUE SIGNIFICA ISTO? – Gritou com os ex-amigos.

- Não sabemos do que esta falando. – Disse Harry com a voz arrastada e baixa.

- AH, NÃO SABE ISTO AQUI! - e jogou o cartaz na frente deles – ME EXPLIQUEM!

- Já falamos nós não sabemos! - Agora foi a vez de Rony falar já com a voz um pouco alta – MAIS QUER SABER, QUEM FEZ ISTO ESTA DE PARABÉNS, PORQUE AGORA VOCÊ VAI DESCUBRIR QUEM TE AMA DE VERDADE. – falou o ruivo muito irritado se levantando da mesa, todo o salão continuou a olhar para a discussão.

- EU NÃO PRECISO SABER, PORQUE EU JÁ SEI – falou com convicção.

- PARA DE SER BOBA MIONE! ELE NÃO TE AMA ELE SÓ QUER TE USAR, VOCE NÃO PASA DE UM BRINQUEDO NAS MÃOS DELE – Rony continuava a gritar – UMA QUALQUER SÓ PARA SATISFAZE-LO! –Hermione nunca se sentiu tão humilhada na vida, todos estavam a olhando com os olhos arregalados digerindo as palavras que ouviram. – Você é a puta da vez! – Rony falou mais baixo, Hermione não agüentou e deu um tapa em Rony, neste momento ouviu uma voz no fundo do salão.

  -QUEM É VOCE SEU PROBRETÃO, IDIOTA PARA FALAR ASSIM COM ELA?! - era Draco que vinha de encontro com a briga já com a varinha em punho – Expelliarmus – desarmou Rony no momento em que Rony ergueu a sua para atacá-lo, Harry se levantou com a varinha erguida.

-Impedimenta! – Harry com sua varinha para Malfoy, Hermione no mesmo estante lança um para o Malfoy.

-Protego! - O feitiço ricocheteou e acertou Harry que vou para longe.

-Parem! – uma voz firme chamou a atenção, quando Hermione reparou que a mesa da Grifinória estava toda em pé e a da sonserina também, Harry estava se levantando sendo amparado por alguns alunos da Lufa-Lufa, e Rony estava a meio caminho de partir para cima de Draco com socos. – Sentam-se todos, agora!

\t\t  Todos se sentaram, ninguém jamais viu o diretor tão bravo como naquele momento, todos com cara de assustados se sentaram em um silêncio mortal, e o diretor voltou a falar.

-Nunca nestes anos todos, vi algo tão bárbaro, meus alunos se comportando de forma tão vergonhosa. Agora todos para suas aulas, menos Sr. Potter, Sr. Weasley, Sr. Malfoy e Srta. Granger.