"Komugi não perdia, sabia jogar gungi como ninguém nunca havia sido capaz"

Kurapika errara mais vezes do que era capaz de contar. Sempre magoara as pessoas mais importantes e, ao magoá-las, destruía um pouco de si mesmo. Perdera os contatos, afastara-se. Buscara em ideias sombrias o refúgio conhecido em sua infância. Tão próximo de tudo contra o que lutara por tantos anos... E, na tempestade daquele mês de abril, ele teve de decidir entre continuar seguindo o objetivo tão enraizado em sua alma e retornar ao que deixara para trás.

Era primeiro de abril, e Arrietty e Killua estavam dispostos a utilizar todo o seu arsenal de traquinagens. A vítima predileta de Killua era Gon. E a vítima predileta de Arrietty era todo mundo.

(Mas Leorio receberia uma atenção especial por ser idiota.)

Leorio estava cada vez mais acostumado aos rompantes carinhosos de Kurapika. O Kuruta era bem teimoso quando queria e até um pouco sarcástico, mas não deixava dúvidas quanto a seu amor. E o Paradinight queria compensar cada pedacinho desse sentimento, mesmo que de forma exagerada.

No mês anterior, Machi preparara chocolates para todos os seus companheiros. Agora era a vez deles retribuírem.

Ela invadira sua vida como uma desgraça: sem aviso ou permissão. E também como uma desgraça deixara marcas profundas. Até que ele não soubesse mais como viver sem sua presença.