Eu sempre fui uma pessoa correta, está bem, nem tanto, no que diz respeito à maneira como eu vivi, mais ou menos. Amei as pessoas que eram próximas de mim, amei minha família e ela me amou, mas todos eles já se foram, meu pai, minha mãe... Eu nunca tive irmãos ou quaisquer outros parentes, estou sozinho desde os treze anos.
Também cuidei bem do meu corpo, quero dizer, nunca fui de beber, nunca fumei e nunca usei drogas, embora não tivessem faltado oportunidades pra isso. Sabe como é? Órfão no início da adolescência perambulando de orfanato em orfanato. Quando eu disse que sempre fui correto, de maneira alguma eu quis dizer que fui um santo, freqüentei os piores lugares da cidade e me envolvi com todo o tipo de mulher fácil que vive nesses meios. Disse isso porque não compreendia os motivos que me levaram a contar esses fatos. Essa fase obscura já passou e passou muito rápido, eu não tinha nem vinte anos quando meu trabalho... Ah! Eu não disse não é? Sou desenvolvedor de softwares, fiz uma pequena fortuna rapidamente fazendo isso, mas não vem ao caso. O caso é que eu não tinha nem vinte anos quando meu trabalho me afastou drasticamente de uma vida social, e me tirou do convívio das pessoas, pessoas que poderiam ou não vir a ser amigos.
Mas não é exatamente do meu passado que eu decidi falar, se há uma coisa que eu aprendi é que o passado fica enterrado, não há o que fazer para mudá-lo, só posso mudar o presente, e é ele que realmente importa, pois dele também depende o futuro. Decidi falar de um encontro, não um encontro qualquer, um encontro que geralmente as pessoas só tem uma vez na vida.
Meu nome é Lee Joon e hoje, através da minha memória, você vai ter um encontro com a morte.