Caminho do ninja amador (nível II). Missão 07. Meta 2: pronomes (III): pronomes demonstrativos (I)
Postado por Lady Salieri

Olá, olá, gente!

Eu sou a Amélia Valentim, uma das participantes da Task Force, e hoje estou aqui para ajudar vocês com os pronomes demonstrativos (:

(Essa é aquela aula que vai te ajudar a entender a diferença entre este e esse, rs)


Caminho do ninja amador. Missão 07. Meta 02.
Dominar os pronomes demonstrativos (parte 1)

 

Bem, então, antes de mais nada, o que são pronomes demonstrativos?

Como o nome já diz, são os pronomes que demonstram a posição das coisas em relação a quem está falando (as três pessoas do discurso, que nós já aprendemos quais são), ou que retomam coisas já ditas em algum momento do seu texto.

Vamos dar uma olhadinha em quais pronomes são considerados demonstrativos?

 

Singular e Plural vocês já aprenderam, certo? Mas e invariável? Sabem o que significa?

Bem, invariável quer dizer que o pronome não varia nem para o plural, nem para qualquer outro gênero. Logo, diferentemente de “este”, que pode estar no feminino — esta — e no plural — estes —, “isto” vai ser sempre usado nessa forma. Istos, aquilos, issos, etc, não existem. Ah! Os pronomes invariáveis também são conhecidos como pronomes neutros, uma vez que não se referem a nenhum gênero específico.

Não cheguei a mencionar ali em cima, mas além de os pronomes demonstrativos indicarem a posição de alguma coisa em relação às pessoas do discurso, também indicam a posição em relação ao espaço, ao tempo e ao próprio discurso. Parece meio abstrato? Vamos resolver isso:

 

Pronomes demonstrativos em relação ao espaço

 

Usamos este, esta, estes, estas ou isto quando a coisa a ser referenciada está próxima da pessoa que está falando — primeira pessoa.

Exemplos:

Maria vai comprar um carro. Na concessionária, ela aponta para o carro que está na frente dela e fala para o marido:

— Acho que vou levar este.

Gabriela está numa floricultura. Ela vai comprar flores para a namorada. Falando com a vendedora, aponta para as rosas que estão logo na sua frente:

— Você acha que ela vai gostar destas?

Vocês devem ter percebido que eu não mencionei desta antes, não é mesmo? Para entender o uso de “desta” aqui, vamos precisar nos lembrar de um dos conteúdos de uma aula anterior: transitividade.

Vamos pegar novamente as duas frases do exemplo, ok?

Acho que vou levar este.

Você acha que ela vai gostar destas?

Levar, do primeiro exemplo, é um verbo transitivo direto — que não precisa de preposição para se ligar ao seu objeto.

Maria vai levar — levar o quê? — o carro.


Já "gostar", do segundo exemplo, é um verbo transitivo indireto — que precisa de preposição para se ligar ao seu objeto.

A namorada vai gostar — gostar de quê? — das flores.

Dessa forma, não é adequado usar “esta” para se referir ao objeto do verbo gostar, uma vez que ele pede pela preposição “de”, e “desta” é, nada mais, nada menos, a junção de “de + esta”.


Quando estudarem preposições, vocês vão aprender que há uma coisinha na língua portuguesa chamada “contração”, que é quando uma preposição e alguma outra palavra “se juntam”. Na contração, em particular, há a perda de alguma parte da preposição original, mas isso não é importante agora: o importante é saber que a contração acontece e que, com os pronomes demonstrativos, essas contrações são comuns.

Vamos dar uma olhadinha nelas?

 

 

Vocês se lembram da aula de crase, certo? Aprenderam que, sempre que há o “a” (preposição) + “a” (artigo) ela acontece, não é mesmo? Pois então, quando há o “a” (preposição) + o “aquele”, “aquela” ou “aquilo”, também se faz crase! É uma espécie de contração, e também tem a ver com a transitividade verbal.

Assim como o gostar ali em cima, se o verbo “pedir” pela preposição “a”, e logo depois houver um “aquele”, usa-se “àquele”. Exemplo: Voltei àquela cidade que visitei no verão passado.

Vamos para o próximo?

Usamos esse, essa, esses, essas ou isso quando a coisa a ser referenciada está próxima da pessoa com quem se fala — a segunda pessoa.

Vamos pegar o exemplo lá de cima. Maria ainda está na concessionária, mas desta vez é o marido quem fala com ela. Ele está diante de outro carro, e quer se referir ao carro que está perto dela:

— Você tem certeza de que prefere esse carro, e não este aqui?

O “esse” se refere ao carro perto de Maria — a pessoa com quem o marido está falando — e o este se refere ao carro que está perto dele. Preferir é um verbo transitivo direto, então não precisamos de preposição. Bastante simples, certo?

Se usássemos qualquer verbo que precisasse de preposição — em ou de —, então faríamos a contração. Entrei nessa loja (entrar em algum lugar); Esqueceu-se disso (esquecer-se de alguma coisa), etc.

aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo, usamos quando a coisa a ser referenciada está distante da pessoa que fala e da pessoa com quem se fala — primeira e segunda pessoas —, ou próxima à pessoa de quem se fala — terceira pessoa.

Novamente falando da Maria e seu marido, vamos supor que Maria tenha visto um outro carro que gostou, que não está nem perto dela nem do marido. Então ela aponta e diz:

— O que você acha daquele ali?

Nesse caso, o verbo “achar” pede pela preposição “de”, e “daquele”, como vimos lááá em cima, é a junção de “de” + “aquele”. Simples, certo?

Bem, e que tal partirmos para a próxima parte?

Pronomes demonstrativos em relação ao tempo

 

Vocês se lembram das aulas de verbos?

Bem, gafanhotos, na aula de verbos vocês aprenderam que existem três tempos principais: o presente, o passado (ou pretérito) e o futuro. Claro, existem tempos verbais específicos derivados desses aí, mas eles não são necessários para essa aula, então não vou nem mencioná-los, ok? Para todos os efeitos, esses são os únicos utilizados.

E por que eu estou falando sobre os tempos verbais, vocês se perguntam? Bem, bem, eu já estava chegando lá: simplesmente porque quando eu digo que os pronomes demonstrativos se relacionam com o tempo, eu quero dizer que eles indicam a proximidade da época que demonstram com a época em que “a pessoa” está.

Observem:

1) Tenho prova de matemática nesta semana.

2) Tive prova de matemática nessa semana.

3) Tive prova de matemática naquela semana.

Vocês conseguem apontar em qual dos exemplos o tempo referido está mais próximo do falante? Se vocês apontaram o primeiro, parabéns, acertaram! É isso mesmo! Este, esta, neste, nesta, etc, são utilizados para se referir a um tempo presente. Mas vale lembrar que, embora eu tenha comentado sobre tempo verbal ali em cima, o tempo verbal da oração não precisa ser presente para que vocês utilizem o “esta”.

“Terei prova de matemática nesta semana”, por exemplo, ainda se refere a um tempo presente, uma vez que o falante se refere à semana em que ele está, mesmo que o verbo esteja no futuro. Mas continuando… Qual dos outros dois exemplos parece se referir a um tempo que não é nem presente, nem muito distante?

Sim, é o segundo! Esse, essa, nesse, nessa, etc, são usados para se referir a um tempo passado ou futuro que não está muito distante, ou a um tempo que já foi citado anteriormente. No caso do exemplo, o “nessa” provavelmente se refere à semana anterior.

E agora só sobrou o último, certo? O exemplo três é aquele que dá a impressão de maior distância, e por isso deve ser usado para se referir a um tempo distante no passado ou no futuro. No terceiro exemplo, “aquela semana” é provavelmente uma semana do mês anterior.

Recapitulando:

Este — usado para se referir a um tempo presente.

Esse — usado para se referir a um tempo referido anteriormente ou um tempo passado (ou futuro) pouco distante.

Aquele — usado para se referir a um tempo muito distante.

Simples, não? Preparados para seguir em frente?

 

Vamos deixar a segunda parte dessa aula para a próxima quinzena, verdade? Por ora, respiremos um pouco e procuremos usar o que aprendemos nos nossos textos

Até mais, ninjas!


Amélia Valentim, Ana Coelho, Ann Vinyso, Edgar Varenberg, Enrique Buendía, Felipe Martins, Lady Salieri, Sr Resmungão e Yasmin Bom



Comentários

ALEXDINHOHD

13/09/2016 às 14:13

saudades do ensino fundamental. Arrependo nao ter estudado mais. obrigado ao Nyah! por me ajudar a voltar a escrever corretamente!

Dinho - Set 2016.



16/11/2015 às 12:32

Notei foi parágrafos repetidos: no exemplo onde se fala de Gabriela, lá no início. Espero ter ajudado. Parabéns pelas aulas! Eu acho elas essenciais, pois ajudam a muitos. Quando chegar no caminho do ninja semi-profissional ajudará ainda mais.



wildestdream

15/10/2015 às 01:31

estou relembrando isso na minha aula e aprendo muito mais no Nyah do que em sala de aula! Ótima aula!