Caminho do Ninja Amador (nível II): missão 06. Meta 04: verbos (IV): pretérito perfeito do subjuntivo vs. pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo
Postado por Letícia Silveira

Olá, amados gafanhotos-ninja!

 

    Como estão vocês? Aqui é a Letícia Silveira com mais uma missão simples para aqueles que estão de férias. E nós queríamos, desde já, nos desculpar pela demora com as missões. Perdão, queridos. Tudo o que fazemos é para vocês, e esperamos que isso não afete a grande procura que estávamos recebendo.
 

 

Caminho do Ninja Amador (nível II). Missão 06. Meta 02: Verbos (IV):
Pretérito Perfeito do Subjuntivo Vs. Pretérito Mais-Que-Perfeito do Subjuntivo


    Para podermos chegar à ideia principal da missão, que é comparar outros dois tempos verbais, temos de saber quais são eles e para que servem. Por isso, repetiremos a trilha da missão anterior, tendo três etapas:

    Primeira etapa: vencer o pretérito imperfeito do subjuntivo.
    Segunda etapa: combater o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo.
    Terceira etapa: confrontar as etapas anteriores, comparando-as.

    Preparados?
   

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


    Antes de tudo, há de lembrá-los que o subjuntivo é apenas uma possibilidade, não é um fato concreto como o modo indicativo.

    No indicativo, também temos o tempo verbal chamado pretérito imperfeito, que é equivalente a, por exemplo, "ele sonhava todas as noites" (conforme visto na aula retrasada). Enquanto isso, no subjuntivo, teremos a possibilidade, normalmente acompanhada das conjunções "se" e "caso", implicando a frase: "se ele sonhasse todas as noites". Nesse último exemplo, teríamos de ter um complemento, já que essa não é a ideia principal da frase. Por instância: "Se ele sonhasse todas as noites, vê-la-ia ao dormir".

    Para formarmos o pretérito imperfeito, basta pegar o "eles" do pretérito perfeito do indicativo  (por exemplo: tiveram), visto nessa aula, retirar o "-ram" e incluir a terminação de acordo com a pessoa desejada.
 

Tiveram > Tivéssemos (nós)*


    *Lembrando que o exemplo acima leva acento por ser uma proparoxítona (ter a  antepenúltima sílaba tônica). A primeira e a segunda pessoas do plural ("nós" e "vós") serão acentuadas nesse tempo verbal.

    Teremos, assim:
   

Pessoa Pret. Imp. do Indicativo Pret. Imp. do Subjuntivo
Eu Tive Tivesse
Tu Tiveste Tivesses
Ele(a)/Você Tive Tivesse
Nós Tivemos Tivéssemos
Vós Tivestes Tivésseis
Eles(as)/Vocês Tiveram Tivessem


    Essa regrinha ajuda em todas as conjugações (em todos os verbos terminados em -AR, -ER, -IR); não possuindo os famosos verbos irregulares, aqueles caras que gostam de burlar as regras.

    Mas, afinal, para que serve esse tempo verbal?
 

1. Para indicar dúvidas, desejos, incertezas, probabilidades e sentimentos no passado:

 

Eu esperava que ela ganhasse a eleição.
Desejei que fossem felizes.

 

2. Para expressar condições improváveis no presente:


    Aqui, haverá duas orações; logo, existirão dois verbos: um no futuro do pretérito do indicativo (terminado em "-ria") e outro no pretérito imperfeito do indicativo (esse que estudamos, terminado em "-sse"'). Por exemplo:
 

Se ela ganhasse a eleição, comemoraríamos juntas.
Caso ele trabalhasse mais, lucraria mais.


    Nos exemplos acima, estaria errado colocar "comemorávamos juntas" ou "lucrava mais". Esse outro tempo verbal não deve ser empregado para ações que afetariam o futuro.
 

OBSERVAÇÃO: Quando usar "esquece-se" ou "esquecesse"


    Há uma enorme diferença entre "esquece-se" ou "esquecesse". O primeiro equivale a "se esquece" (que é como se fala no Brasil), com o pronome oblíquo "se" antes do verbo, que está constando um fato do presente como em "ele se esquece das coisas". E o segundo é o verbo expresso na possibilidade de se esquecer, tendo como exemplificação "talvez ele se esquecesse do encontro".
    Além disso, "esquece-se" deve ser lido "esQUÉce-se" enquanto "esquecesse" deve ser lido "esqueCÊSse" (sempre com a sílaba tônica antes da parte do verbo que demonstra o tempo da ação; nesse caso, o "sse").
    Esse exemplo serve para todos os demais verbos que possam causar tal confusão: caso esteja mencionando algo do presente, há o hífen; senão, se estamos falando de uma probabilidade, há dois esses.

    Podemos prosseguir?
   

Pretérito Mais-Que-Perfeito do Subjuntivo


    Observe o tempo verbal abaixo:  
 

      Se ela tivesse ganhado a eleição, teríamos comemorado juntas.


    No exemplo acima, temos o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo, que assume o seu papel através da conjugação do verbo TER no pretérito imperfeito do subjuntivo juntamente com o particípio do verbo, o que vimos na última missão. Por conseguinte, esse tempo verbal só existe na forma composta (sendo sempre formado por dois verbos ou mais).

    Além disso, nesse tempo verbal, ocorre o mesmo caso estudado no pretérito mais-que-perfeito do indicativo: há a forma informal e a formal. A primeira, que pode ser preferencialmente utilizada em diálogos ou textos mais pessoais, se manifesta através do verbo "ter" (no pretérito imperfeito do subjuntivo) junto ao particípio do verbo. A segunda apenas se diferencia pelo uso do verbo "haver" (também no pretérito imperfeito do subjuntivo). Ilustremo-lo:
 

TIVESSE(S/MOS/IS/M) + PARTICÍPIO = INFORMAL
HOUVESSE(S/MOS/IS/M) + PARTICÍPIO = FORMAL


    Nesse ponto, vale a pena lembrá-los que o particípio junto a "ter" e "haver" é sempre regular (enquanto que, com "ser" e "estar", é irregular). Observemos o quadro estrutural abaixo:
 

Pessoa Pret. Imp. do Indicativo Particípio
Eu Tive ou Houvesse -ADO/-IDO
Tu Tiveste ou Houvesses -ADO/-IDO
Ele(a)/Você Tive ou Houvesse -ADO/-IDO
Nós Tivemos ou Houvéssemos -ADO/-IDO
Vós Tivestes ou Houvésseis -ADO/-IDO
Eles(as)/Vocês Tiveram ou Houvessem -ADO/-IDO


    Contudo, para que usamos esse bendito tempo verbal?
 

1. Para expressar, no passado, uma ação já terminada anterior a outra ação também finalizada:

 

Ainda que tivesse começado a chover, ela foi à festa.
Embora tivessem comido muito, já estavam com fome.

 

2. Para citar condições que expressam um passado irreal:


    Aqui, a hipótese se baseia em um passado que não ocorreu, ou seja, na manipulação de fatos do passado. Por exemplo, na primeira frase abaixo, ocorreu uma tragédia por ele ter ido à sua casa. Agora, se tentássemos mudar o passado, se conseguíssemos fazer com que ele não tivesse ido à sua casa, aquela tragédia não teria ocorrido.
 

Se ele não tivesse ido à sua casa, tal tragédia não teria ocorrido.
Caso não tivesse dormido fora, seus pais não o teriam perguntado coisas tão embaraçosas.

 

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo x Pretérito Mais-Que-Perfeito do Subjuntivo


    Aproveitaremos esse espaço de confronto entre os dois tempos verbais para já resumi-los. Já que são simples, faremos um quadro de enfrentamento entre os tempos verbais que, de certa forma, se complementam.
 

    FORMAÇÃO DO TEMPO VERBAL
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Pretérito Mais-Que-Perfeito do Subjuntivo
Conjugue o verbo na terceira pessoa do plural (eles/elas/vocês) (1), retire a parte do verbo que termina em "ram" (1) e acrescente "sse" (2) com o seu respectivo complemento que indicará a pessoa que faz a ação. (3) INFORMAL: Pegue o verbo "ter" no pretérito imperfeito do subjuntivo e adicione um particípio. (1)

FORMAL: Pegue o verbo "haver" no pretérito imperfeito do subjuntivo e adicione um particípio.
1. Tiveram >  2. Tivesse > 3. Tivessem 1. Tivesse (s, mos, is, m) + particípio
2. Houvesse (s, mos, is, m) + particípio
FORMAS DE UTILIZAÇÃO
  Pretérito Imperfeito do Subjuntivo   Pretérito Mais-Que-Perfeito do Subjuntivo
1. Para indicar dúvidas, desejos, incertezas, probabilidades e sentimentos no passado: 1. Para expressar, no passado, uma ação já terminada anterior a outra ação também finalizada:
  Ex.: Talvez ele fosse ao casamento, mas ainda não o havia decidido.   Ex: Talvez ele tivesse ido ao casamento, mas ninguém o podia assegurar.
2. Para expressar condições improváveis no presente: 2. Para citar condições que expressam um passado irreal:
  Ex: Se ele fosse tão legal, teria mais amigos.   Ex: Se ele houvesse sido mais simpático, talvez ela lhe daria uma chance.
     DIFERENCIAÇÕES
  Pretérito Imperfeito do Subjuntivo   Pretérito Mais-Que-Perfeito do Subjuntivo
1. Muitas vezes, verbos como "merecer" são confundidos: merece-se e merecesse (aqui, estão assinaladas as sílabas tônicas). 1. Esse tempo verbal tem a forma informal (composta por TER + PARTICÍPIO) e a formal (HAVER + PARTICÍPIO).
  Ex.: Ele merece-se (= se merece) por amar apenas a si mesmo. x Talvez ele não merecesse aquilo.   Ex: Talvez ele tivesse ido ao casamento, mas ninguém o podia assegurar. x Talvez ele houvesse ido ao casamento, mas ninguém o podia assegurar.


    E então? Foi aprovada a missão de hoje? Foi vencida?
    Assim esperamos e também desejamos um ótimo descanso a todos e a todas.
 

Letícia Silveira e Lady Salieri

 
Fontes:
  http://www.laits.utexas.edu/clicabrasil/sites/laits.utexas.edu.clicabrasil/files/PRETERITO%20IMPERFEITO%20%28SUBJUNTIVO%29.pdf
  http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf62.php
  http://buckler.cma.ensmp.fr/~jch/bresil/curso_portugues/verbos/subjunt.html
  http://www.u.arizona.edu/~miriamd/LRC530/RevisaoTeoriaSubjPaginaWeb.pdf
 http://www.laits.utexas.edu/clicabrasil/sites/laits.utexas.edu.clicabrasil/files/PRETERITO%20MAIS%20QUE%20PERFEITO%20%28SUBJUNTIVO%29.pdf



Comentários

Camila-chan

26/10/2015 às 18:21

espera!! isso é o pretérito perfeito do subjuntivo ou o imperfeito?? no titulo tah perfeito, mas no decorrer da aula tah imperfeito!! assim eu fico confusa!! rs...



Nanda Halt

03/12/2013 às 11:34

Corrigindo:

Em vez de "tinha ido", usar "fora"

Ex: Ele tinha ido comprar pão.

Ele fora buscar pão.



Nanda Halt

02/12/2013 às 19:22

Que tempo verbal é quando em vez de "tinha ido" fica "tivera ido"?

quando é correto usá-lo? Oueu posso simplesmente trocar uma forma pela outra?

Obrigada.



11/09/2013 às 20:38

Obrigada pela aula, estava com duvidas neste assunto escolar, olhe que estou no oitavo ano!rsrsrsrs