La Revenge escrita por Mallagueta Pepper
“Violência não é um sinal de força, a violência é um sinal de desespero e fraqueza”
Dalai Lama
Agnes nunca gritou com tanta raiva em toda sua vida ao chegar no porão da sua casa e ver a gaiola vazia. Então aquela cretina escapou? Como isso foi acontecer? O cadeado quebrado não lhe deixava a menor sombra de dúvidas.
– Mônica! Ela esteve aqui? Eu mato essa desgraçada!
Uma coisa a preocupava. Por que a Mônica teria o trabalho de salvar Penha? O mais lógico era não fazer nada e deixá-la enfrentar seu destino já que tinha sido muito prejudicada por ela. A não ser que...
– Venha aqui agora! – uma voz falou vinda de um comunicador no bolso do seu casaco. – É urgente!
Em poucos segundos ela estava no esconderijo e viu que ele estava louco de raiva.
– Meus satélites estão sendo destruídos um a um! O Astronauta deve tê-los descoberto. Como isso foi possível?
– Penha.
– Como é?
– Mônica a resgatou. Ela sabia onde fica esse lugar e deve ter dado com a língua entre os dentes.
Foi preciso tampar os ouvidos por causa do ataque de fúria e praguejamento iniciado pelo feio. Ela nunca tinha ouvido tantos palavrões em sua vida.
– Maldição! Esses moleques vão me pagar muito caro, muito caro mesmo! É a última vez que eles estragam meus planos!
– O que pretende fazer? Acabou. Sem os satélites, você não pode fazer nada e dentro de algum tempo, todo o exercito estará cercando essa montanha.
– Pensa que eu vou desistir tão fácil? Se eu vou cair, então eles cairão primeiro!
Depois de pensar um pouco e fazer alguns esquemas, ele tomou uma decisão para executar sua vingança. Se tudo desse certo, todo seu trabalho não teria sido em vão e ele nunca mais ia ter que se preocupar com Mônica e seus amigos de novo.
– Você quer ser livre? – ele perguntou a Agnes com um sorriso perverso.
– Livre?
– Sim. Se fizer esse serviço para mim, prometo que será o último. Tirarei o ofuda que te mantém sob meu controle e você ficará na Terra o tempo que desejar.
– E o que eu devo fazer?
– Seguir meu plano. Não tem erro.
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Os quatro iam para casa felizes ao saber que dentro de algumas horas, todos os satélites iam ser destruídos. Com isso, o clima da Terra ia voltar ao normal dentro de poucos dias. Ainda havia a preocupação com o Capitão feio, mas eles sabiam que era só questão de tempo até ele ser capturado.
– Cara, eu não tava mais agüentando esse frio! – Cascão falou aliviado por saber que o clima ia voltar ao normal.
(Mônica) - Nem eu, credo! Agora eu vou pra casa que daqui a pouco chega a hora da janta.
(Magali) – Jantar! Nham nham!
Magali e Cascão se olharam com cumplicidade e resolveram apertar o passo, deixando Mônica e Cebola sozinhos.
– Você tá preocupada com o Feio? – Cebola perguntou tentando puxar assunto.
– Mais ou menos. Será que a polícia vai dar conta dele? E ainda tem a Agnes!
– Se não der, o Ângelo vai dar.
– Tomara. Eles já deram trabalho demais. E eu espero que a Penha também cumpra a promessa dela e pague o prejuízo causado na padaria do seu Quinzão.
– Se ela parar com essa doideira de vingança já tá de bom tamanho.
Os dois pararam na frente da casa da Mônica e Cebola ficou meio sem jeito. O que fazer? O que falar? Talvez convidá-la para ir ao cinema?
– Er... tipo assim... já que as coisas estão se resolvendo, os satélites estão sendo destruídos e daqui a pouco vão pegar o Capitão Feio, acho que a gente vai ter o resto das férias livres.
– Isso é. – Ela falou também encabulada, já percebendo as intenções do rapaz. Naquela altura, ela não sabia exatamente o que sentia por ele. Às vezes pensava que ainda havia algum sentimento, às vezes pensava que não. Era difícil saber e ela também não se sentia segura para confiar nele como antes.
– O que você acha de a gente... epa! O que foi isso? – ele falou ao ouvir um berro.
– É a Magali! Olha lá!
Os dois viram Agnes no meio da rua, segurando Magali e Cascão em seus tentáculos.
– Olhem esses bonequinhos que eu encontrei! Que gracinhas! Já que vocês tiraram meu brinquedo, então acho que vou brincar com esses dois! Hahaha!
– Agnes, coloca eles no chão e vem lutar comigo! – Mônica bradou mostrando os punhos.
– Sempre a heroína, não é? Bem.. se querem seus amigos de volta, venham me enfrentar no esconderijo do Capitão Feio!
Magali e Cascão foram levados por Agnes. Mônica tentou correr atrás deles, mas não foi capaz de alcançar o espectro que tinha desaparecido para longe. Ao perder os dois de vista, ela caiu de joelhos gritando pelo nome dos amigos.
– Mônica, calma! Me escuta, por favor! – Cebola falava para Mônica que chorava sem parar. Ele a abraçou bem forte, tentando trazê-la de volta a realidade. Aos poucos ela foi se acalmando.
– Foi tudo culpa minha, só pode! Ela capturou o Cascão e a Magá por minha causa!
– Não, não foi! O Feio tá querendo se vingar de todo mundo! De mim também! Eu também tenho culpa nisso, tá legal? Fui em quem tive a idéia de resgatar a Penha.
– Agora eles estão correndo perigo! Não posso deixar isso acontecer, tenho que ir até lá agora mesmo!
– Ô, peraí! Você sabe que isso é uma armadilha, não sabe?
– Sei, mas não podemos ficar sem fazer nada!
– Precisamos de um plano. Não podemos invadir o lugar assim não. Vem, vamos entrar.
Dentro de casa, Mônica explicou tudo aos seus pais que de cara discordaram da idéia de deixá-la ir ao monte do desafio.
– Vamos ligar para a polícia! – Luiza falou.
– Até lá o Feio já acabou com eles! Nós temos que fazer alguma coisa rápido!
– Não vamos deixar você entrar num lugar desses!
Cebola olhou para os pais dela e falou.
– E eu tenho um plano. O maior perigo ali é Agnes. Do Feio a gente dá conta como sempre.
– E o que você pretende fazer mocinho? Acha que vou confiar minha filha a você? De jeito nenhum!
– Pai!
Cebola levantou-se e enfrentou Souza olhando-o nos olhos.
– O senhor tem razão de me odiar, seu Souza. Eu errei demais com a Mônica e acho que nunca vou me perdoar. Mas entenda que eu nunca colocaria ela em perigo. Se tenho um plano, é porque confio que as coisas vão dar certo. Acredite em mim: vou trazer ela de volta em segurança, prometo!
Ele encarou o rapaz e Cebola não desviou o olhar. Era preciso enfrentar o problema de frente e provar que não era nenhum covarde.
– Eu não confio em você, nem um pouco. – Ele falou por fim. – Mas confio na minha filha. Vou escutar seu plano. Se eu achar que é bom, deixarei ela ir. Do contrário, esqueça.
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Cascão e Magali estavam trancados em uma grande jaula de ferro tendo Agnes como vigia.
– Ah, você já instalou meus convidados em seus aposentos! Estão confortáveis? – Feio falou com sarcasmo.
– Solta a gente, seu tosco! – Cascão falou segurando as barras com força, como se quisesse entortá-las. Era inútil, já que ele não tinha a força da Mônica.
– Seu tolo! Poupe suas energias. Não há como escapar. Daqui a pouco os outros dois virão resgatá-los e cairão na minha armadilha.
– Ai, que coisa mais clichê! – Magali falou com os braços cruzados e mostrando a língua. Capitão Feio estalou os dedos e Agnes colocou um tentáculo entre as barras puxando Magali com força.
– Sua garotinha insolente! Pensa que vocês irão me vencer como das outras vezes? Nada disso! Hoje estou mais preparado do que nunca!
– Solta ela coisa feia, solta! – Cascão gritou batendo nos tentáculos de Agnes, que usou outro para imobilizá-los e atirou os dois com força contra o chão deixando-os atordoados.
– Deixe-os aí. Eles não irão a parte alguma. Agora venha que temos muitos preparativos a fazer. A festa de hoje será um estouro!
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