E sim, eu assino como 'Calipso', e não é em referência à cantora brasileira. Digamos que seja meu nome artístico. Quem me dera um dia poder usá-lo. Queria explicar o porque da minha escolha para esse nome. Uma ninfa que foi quase esquecida da história.

Calipso-foi uma Ninfa do Mar, ou Nereida, ou ainda Deusa. Imortal. Seu nome significa "ocultar", "encobrir" ou "ocultar", que é oposto de Apocalipse, que significa revelar. Há muito tempo atrás um dos herói daquela época naufragou em sua isolada ilha e ela se apaixonou por ele. E com desejo de ficar com ele tentou seduzi-lo de todas as maneiras para que ficasse com ela para sempre, inclusive oferecendo-lhe a imortalidade. Mas ao final ele resistiu e negou-se a todos os seus encantos.

Acho que o meu objetivo é o mesmo que o de Calipso. Não, não quero que vocês fiquem comigo para sempre nem nada, nem tenho a imortalidade para oferecer e muito menos sou uma deusa ou algo do tipo. O meu único interesse em me nomear desse jeito, é que Calipso foi vítima da solidão e quando encontrou uma luz que só a abandonaria se quisesse quis agarra-la com todas as forças.

Também quero seduzir vocês como fez Calipso, só que com as palavras. Estava presa em meu próprio mundo de solidão até que descobri o poder das palavras e como isso me aproximava das pessoas. Quero capturar vocês para meu mundo, mostrar um pouco de mim para que algo de bom saia de mim.

Adriane Nilvane Ramos Morais.

Além de Calipso esse também é o meu nome, suponho que esse seja o de batismo, mas não o meu verdadeiro. Carrego no coração outro nome grego. Andrômeda. Mas isso é uma longa história. Não tenho tantos anos quanto aparento ter: 17 aninhos na cachola.

Costumo pensar que sou uma escritora amadora, mas quem sou eu para dizer isso... Apenas gosto de escrever, mas nem sempre o que eu quero colocar no papel eu consigo e esse é o verdadeiro dom de um escritor: transmitir seus pensamentos, sentimentos e sonhos através das palavras, e apesar de estar ainda muito "crua", não haveria outro de jeito de melhorar se não praticar.

Á luz do crepúsculo

Olhava meu quarto à noite, perambulando pela escuridão em minha janela. O crepúsculo crescia. A moldura daqueles quadro velhos me faziam lembrar a quanto tempo não fazia uma verdadeira faxina, e o mofo aos pés das paredes crescendo timidamente, alertavam-me que havia chegado a hora de uma reforma. A pintura já havia descascado e as prateleiras desorganizadas há muito tempo, estavam cheias de peças inúteis. Livros que nunca li, ou que pelo menos terminei de ler estavam enfileirados em ordem alfabética. De verdade a única coisa organizada naquele aposento. A porta do guarda-roupa, já com defeito, implorava para ser jogada no lixo. E o criado mudo, mudo não era mais por causa dos rangidos. Mas havia uma única coisa que continuava emaculada e convidativa: a porta de saída.

— Calipso