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Ana Luisa
ID: 130383
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  • 30/01/2012


  • Era bem legal quando minha professora nos dava personagens ou palavras que teriam que constar, respectivamente, nas histórias, nos poemas ou nas crônicas.

    Desde pequena sempre gostei de conversar com pessoas, digamos, estranhas porque queria saber o pouco daquele indivíduo ali presente e até mesmo, imaginar a sua história. Minha mãe dizia que eu era um toco de gente com alma de intelectual rsrs' vai entender a cabeça da mamys...

    Acredito que um autor não cria a história, escrever é como se fosse um quebra-cabeça com todas as peças ali na sua frente. Eu não posso escrever de qualquer jeito é preciso saber encaixar todos os personagens em seus devidos lugares.

    Agora, chega de baboseiras como diz minha mãe... Enrolei e não sobre só que eu não sei quem sou então será mais fácil se você ler este poema que independente do tempo de minha vida ele, permanentemente, explicará o qual confuso é o meu ser.

    Não sei quantas almas tenho


    Não sei quantas almas tenho. 
    Cada momento mudei. 
    Continuamente me estranho. 
    Nunca me vi nem acabei. 

    De tanto ser, só tenho alma. 
    Quem tem alma não tem calma. 
    Quem vê é só o que vê, 
    Quem sente não é quem é,

    Atento ao que sou e vejo, 
    Torno-me eles e não eu. 
    Cada meu sonho ou desejo 
    É do que nasce e não meu. 
    Sou minha própria paisagem; 

    Assisto à minha passagem, 
    Diverso, móbil e só, 
    Não sei sentir-me onde estou.

    Por isso, alheio, vou lendo 
    Como páginas, meu ser. 
    O que segue não prevendo, 
    O que passou a esquecer. 
    Noto à margem do que li 
    O que julguei que senti.
    Releio e digo: "Fui eu ?"
    Deus sabe, porque o escreveu.

    Fernando Pessoa



    anahluisah mudou seu nome para Ana Luisa30/08/2013