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nans
ID: 120882
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  • 23/12/2011


  • Juntei a minha curiosidade de saber quem eu sou com tudo aquilo que me acontecera e descobri o mais perto do que chego a ser: Alice no País das Maravilhas.

    Sonhadora, impulsiva, curiosa, medrosa, desastrada, inocente, confusa, persistente, corajosa, chorona... Definitivamente, temos tudo a ver.

    Ali estava eu... entediada, tentando entender os livros sem ter imagens que me ajudassem, quando algo me chamou atenção, me convidou e eu caí naquele buraco, sem nenhum cuidado.

    Não pensei duas vezes antes de deixar tudo para trás e fazer aquilo que meu coração mandou.

    Entretanto, não precisei tomar, nem comer nada para perceber o quanto eu diminuia e crescia diante do mundo a todo instante - a vida fazia isso comigo sem pedir permissão.

    Surgi em um lindo jardim - esta foi a hora em que eu me encontrei.

    Vi um lago construído de lágrimas que derramei durante toda a minha vida e me senti recompensada. Valeu a pena tê-las derramado para ver aquela linda cena e saber que, de alguma forma, eu ajudei a construí-la.

    Talvez esta imagem tivesse me ajudado a entender todos aqueles livros que eu tentava compreender quando estava entediada, antes de cair aqui. Mas isso não vem mais ao caso.

    Assim como Alice, encontrei durante todo o meu caminho vários anjos que me ajudaram a descobrir novas trilhas, fugir de situações perigosas, me perder, me encontrar e o mais importante de tudo: seguir em frente - estes eu chamo de "aqueles que eu levarei por toda a vida".

    A diferença na minha história é que eu nunca encontrei alguém que quisesse tanto cortar a minha cabeça quanto eu mesma.

    Eu era a única que podia acabar comigo.

    E às vezes eu queria isso e outras vezes o que eu mais queria era não querer isso.

    Eu era a única que podia decidir se, ao abrir os olhos, o mundo seria das maravilhas ou das ilusões.

    Eu queria muito saber se Alice continuou vivendo nas maravilhas depois de abrir os olhos. Queria muito acreditar que sim, embora isso me pareça quase impossível.

    Acho que terei que descobrir isso sozinha, quando eu tiver coragem de acordar.

    Talvez eu tenha que planejar transformar este mundo no mundo das maravilhas para conseguir viver bem nele.

    Apesar de muito medo, uma coisa nunca faltou nem a mim, nem a Alice: coragem.

    Apesar de não querer, nós duas sempre acreditamos que o impossível é possível e sempre achamos que as loucuras são o que fazem a vida valer a pena.

    E eu sei que sou pequena diante disso, mas eu farei como sempre fiz - seguirei os meus impulsos, meus desejos e minhas vontades, mesmo correndo o risco de cair novamente em um buraco qualquer, me encontrar por lá e, maravilhosamente, não querer acordar nunca mais. 



    Alessandra Corrêa mudou seu nome para nans23/12/2011