Ela é linda e você deveria lê-la. Isso é tudo, aliás. Porque não é como se estivessemos falando de Apolo e Artemis, ou mesmo de mitologia; ainda que isso esteja lindamente presente.
O Lado Escuro da Lua só pode ser definida pelo que ela é. Uma história. Um romance para maiores de dezoito anos não porque apele para coisas malvadas, mas porque tem coragem suficiente para mostrá-las como elas devem ser: uma informação a mais. Um detalhe crucial e que, no entanto, não é o cerne. Porque não poderia ser. Não quando amor de verdade é o ponto.
Apenas leia. Tão logo possa e o mais imediatamente possível. Porque se apaixonar pela Lua é ter uma dívida eterna com o Sol.

Perfeita, eu lembro de ter dito sobre esse especial de fim de ano para a Cecília num áudio para lá de ininteligível porque não tinha como enviar o review. Só que a verdade é que me equivoquei de modo profundamente inaceitável porque não importa o quão surreal esse ser obscuro chamado Artemis Lancaster possa parecer, Apolo é quem me tirou o fôlego com cada terrível e letal sentença.
Corrijo-me, portanto. Perfeito. Adjetivo para o gênero masculino e sinônimo de belo; de (e imagine itálico, negrito, aspas ou qualquer coisa que ponha o termo a seguir em relevo) parnasiano.
Afinal, é fato que alguns poucos autores fazem parte daquela prateleira no meu coração onde ponho os textos cujo ritmo da narrativa mais parecem canções e que, após esse bônus de O Lado Escuro da Lua, eu apenas posso agradecer pela minha mais nova sinfonia favorita em forma de Apolo Wright.

Eu não serei breve e nem objetiva, mas garanto que isto é uma recomendação, não uma one-shot e que era realmente preciso escrever tudo isso.
Eu era pequena, veja bem, e um tanto quanto sozinha. Gostava de inventar histórias e preferia ser a mentirosa a admitir verdades horrendas. E haviam todos aqueles livros sobre a tradição celta e as rodas ciganas reverberando repetitivamente no aparelho de música enquanto minha tia dançava para mim e para a Lua. Foi quando o meu amor pela noite nasceu. Um amor por planetas dos quais eu apenas decorara os nomes para que só mais tarde fosse reverenciar-me frente às suas relações com a mitologia; um amor pelos gélidos sopros do vento que, apenas mais tarde, eu entenderia que eram quatro senhores, uns tantos outros, Éolo e Zeus; um amor por constelações que ainda me deixam toda abobalhada com as mentes que decidiram por agrupá-las de tal modo e dar-lhes um tal nome; e, é claro, um amor pela Lua.
Eu me lembro de ter, ainda naquela época, a certeza de que o nome dela era Ártemis. Deve ter sido minha tia quem me disse ou algum dos episódios do Hércules da Disney, mas o fato é que eu sabia o nome dela e algo, bem lá no fundo, sussurrava que ela tinha um irmão.
Foi quando, aos seis anos, aprendi a ler perfeitamente que procurei saber quem eles eram. Assusta-me pensar que, ainda naquela época, titia tenha acreditado que eu apenas procuraria por figuras para imprimir e colorir, porque a verdade é que meu primeiro contato com a Wikipédia aconteceu naquele momento. Ártemis e Apolo, eu devo ter digitado antes de a página com o mito de Órion aparecer. Li avidamente, é claro. E o quão feliz não fiquei ao ver minhas suspeitas corroboradas? Apolo havia se enciumado e, portanto, a amava. Tão simples.
Mas, além dessas poucas passagens de Homero e Hesíodo sobre os dois, nada mais havia sido escrito ou era o que pensava sobre eles para que eu pudesse saciar o meu desejo de ler sobre. Então, magicamente, veio Percy Jackson e os Olimpianos, cujo terceiro volume era precisamente sobre os dois. Eu li A Maldição do Titã duas vezes, mas não foi o suficiente. Não eram os meus Apolo e Ártemis. Eu os conhecia bem demais para admitir que todos os lados deles haviam sido explorados naquele livro, todavia, as Parcas são gentis e fanfics sobre os dois começaram a ser escritas...
... Mas nenhuma é equiparável à Impossible, porque a Nívea consegue fazer o Apolo ser o vilão ou o mocinho e ainda parecer o Apolo, porque a Nívea consegue fazer a Ártemis ter medo de ser tocada ou perder a memória e ainda continuar sendo a Ártemis. E, agora sim, eu posso dizer, sem qualquer hipérbole ou eufemismo: um romance foi escrito sobre os dois anjos que iluminaram minha infância sedenta por luz, porque Impossible é a mais perfeita das histórias sobre Apolo e Ártemis que eu já li.

Eu sempre tive um fascínio quase que inexplicável pelas famílias antigas. Principalmente aquelas que apoiaram o Lorde das Trevas.
Há algo na Sonserina, e no próprio Salazar, que grita honestidade. Os ideais não são os mais gentis do mundo, é verdade. Mas, quando os contextualizo e me recordo sobre as perseguições contra os celtas, vejo que Salazar é como Magneto e mesmo não sendo agradável para nós trouxas - ou homo sapiens -, Magneto e Salazar estão certos. Afinal, não é humano defender os seus iguais antes de sequer pensar nos demais? Não é humano morder e chutar quem machuca a sua família? Charles e os grifinórios não seriam, sob essa perspectiva, não-humanos que defendem humanos contra aqueles que são igualmente tão humanos em seu cerne?
A sua história brada isso em cada sentença! E, ainda que não fosse assim, a menção dos Rosier ainda me tiraria o fôlego por conta de tudo que esse sobrenome representa para a Literatura como um todo - perceba que estou fazendo com essa one-shot aquilo que Apolo fez com Barba Azul e, sinceramente? Sorrio enquanto o faço.
Agora, dirijo-me, não à Cecília, mas aos futuros leitores dela - rezando para que sejam muitos e ainda mais -, pois eles devem estar cientes do quão mágicas as palavras se tornam quando curvam-se perante ela:
A Maeve, meus queridos, conta mais do que fanfics ou contos ou romances ou mitos, ela conta sobre a Maeve; sobre como o mundo se desenrola e se enrola para ela. E isso, ao menos para mim, é motivo, mais do que suficiente, excedente, para um beijo na testa e um obrigada por se dispor a escrever.
Leiam. Leiam cada palavra dessa fanfic. Deixem que cada letra os afogue mais e mais em toda a astúcia e em toda a ambição do covil de cobras verde-gris. Deixem que a magia aconteça.