Comentários em Meu vizinho é um viking

Júlio Oliveira

23/02/2021 às 14:11 • Capítulo 1 - Dovahkiin
Um bom início. Você conseguiu ser ágil em estabelecer o protagonista como uma pessoa comum. Muito de uma história é contado pelo que não é escrito, de forma que você deixa para a imaginação do leitor. Acho que você fez isso de forma inteligente, entregando um protagonista simples, mas que rapidamente tem sua paz interrompida por um incidente incitante que todo mundo já passou: vizinhos barulhentos.
No começo, eu estranhei você não detalhar como era o som do coral, mas no fim achei que foi uma decisão acertada. Apesar do título já entregar quem é o vizinho, há uma expectativa que é criada quando o protagonista vai reclamar sobre o barulho. Quando o viking aparece, chama atenção pela sua aparência. Depois, você pontuou muito bem a armadura. Ao invés de fazer uma descrição fria, você deixou que o protagonista entregasse a informação aos leitores. E o melhor: soou natural. Por fim, o canto de batalha foi algo que me deixou de cabelo em pé, mas o coitado do protagonista precisa dormir, não pensar nessas coisas.
Você escreveu um bom começo, Helen ♥ 


Resposta do Autor [Helen]: "Um bom início" já estou feliz :'D
Ah, nessas histórias mais curtas eu gosto de descrever menos e deixar as imagens serem preenchidas pelo leitor. Faz a leitura ficar mais dinâmica e personaliza a experiência (já que cada um vai imaginar um apartamento diferente e tal)
Ohh, eu fiquei um pouco preocupada que essa falta de detalhamento deixasse meio confuso. Mas ainda bem que deu certo :')
Obrigada pelo comentário ♥


Júlio Oliveira

23/02/2021 às 14:27 • Capítulo 2 - Um problema sério
O capítulo levantou boas expectativas para o próximo, mas acredito que existe uma barriguinha aí. Tenho uma crítica e sugestão a fazer. Obviamente, o que vale é o que autor decide fazer, então só leve em consideração o que fizer sentido pra você e pela história.
Comecemos pelo conflito do capítulo. Na prática, não há nada verdadeiramente novo, mas uma evolução do que já foi visto. No caso, a ideia do vizinho ser viking e de ele se preparar para uma batalha é mostrada com o treinamento com seus amigos e repetido através das palavras dele. Até aí, tudo bem. Já sabemos que isso fará um link com o trabalho do protagonista. O problema, a meu ver, é que entre o treinamento e a ligação há algumas frases que estão só ocupando o parágrafo.
Toda a jornada do documento, a ida e vinda do trabalho, tudo isso pareceu um pouco desconectado da trama geral. Claro, você escreveu uma boa piada aí (a do santo), mas não acho que serviu a obra de forma geral. Depois, na cena da janta, não temos nenhum acréscimo. Não é um agravamento da batalha ou mais indicativos dele ser viking. Na verdade, a janta talvez fosse melhor encaixada após o coral, por exemplo, para então ser seguida pela cena de treinamento, sendo um treino mais emocionalmente intenso que um jantar com amigos.
A minha sugestão: ao invés de escrever idas e vindas do trabalho, você poderia se focar no retorno do protagonista e nele se deparando com os vikings treinando. Depois, quando vai dormir, ele então ouve a festança do jantar. Tudo isso seria condensado em menos parágrafos, mas sem passar a impressão ao leitor de ter "intervalos" desnecessários.
Agora um elogio que precisa ser dado: você é ótimo com diálogos cômicos. Até mesmo a grafia dos diálogos, como o uso de um "er" ali no meio, ou mesmo os três pontos antes de um "ok" inseguro do protagonista, tudo isso funcionou muito bem.
Animado para o próximo capítulo!


Resposta do Autor [Helen]: hmhm, entendi
até anotei as coisas aqui pra corrigir depois dksjmsjksdk muito obrigada! :D
e eu realmente adoro escrever diálogos cômicos KDJSMSDKJDSJMSD
indo pro próximo comentário~


Júlio Oliveira

23/02/2021 às 14:40 • Capítulo 3 - Problemas com a vizinhança
Eu gostei muito da aberturo do capítulo. Trouxe imediatamente estranheza e, logo em seguida, humor. Acho que esse primeiro parágrafo consegue resumir bem a essência dessa história, assim como muito da identidade de vários trabalhos seus, como é o caso de Detetive Potiguar.
A sequências de diálogo foram rápidas, quase como um tiroteio, e isso ajuda no tom cômico e de urgência que a cena pede. Acredito que você fez um bom trabalho mais uma vez.
Sabendo agora as intenções dos vikings, tenho uma sugestão.
Uma das coisas que mais enriquecem histórias é quando elas contam tudo desde o começo, mas de forma oculta, de maneira que o leitor não capta os sinais até fazer uma releitura. Na segunda lida, no entanto, esses sinais saltam aos olhos, criando uma nova experiência narrativa. O que quero dizer com isso? Bem, sabendo que os vinkings querem terras, poderia ser interessante ter uma cena em que eles estudam mapas ou coisas do tipo. Na primeira leitura, isso seria "só mais uma cena". No entanto, relendo a obra, ela ganha o contorno de uma pista preciosa indicando o anseio dos homens por terras.
Enfim, ansioso para o grande final! Bom trabalho, Helen ♥ 


Resposta do Autor [Helen]: Achei chique esse primeiro parágrafo KDJSMDSDSJ
Outra coisa que já anotei. Muito obrigada! :D
Indo pro próximo comentário~


Júlio Oliveira

23/02/2021 às 15:04 • Capítulo 4 - Meu vizinho é um viking
Eu acredito que você tem um bom material em mãos. Você criou momentos imagéticos fortes, como a dupla subindo as escadas, a decisão do protagonista de deixar o viking matar o chefe e, por último, o "bom dia, vizinho". Essa última fala, inclusive, fecha um ciclo que inicia no primeiro parágrafo do primeiro capítulo. Temos lá o desencontro entre vizinhos, incômodo e a estranheza. No fim, eles formaram uma mesma identidade. É uma transição interessante e tematicamente poderosa. Ainda assim, eu acredito que esse final tem alguns problemas, mas que não são intrínsecos a ele, mas surgem pela falta de algo anterior. Eu vou explicar.
Lembra quando eu falei sobre os benefícios da antecipação? A ideia do mapa, etc? Então, não existe surpresa genuína sem antecipação. Dessa forma, quando o autor solta uma ideia sem ter o menor rastro de sua presença, a surpresa é mais uma "puxada de tapete" do que qualquer coisa. Não acho que você fez isso de forma consciente, mas todo o conflito envolvendo as atitudes da empresa surgiu de forma muito rápida. A resolução do protagonista também pareceu apressada. Se antes ele tinha comentários pontuais, aqui ele tem um longo parágrafo filosófico explicando suas decisões e arrependimentos. Isso, por si só, não é necessariamente ruim. Mas eu sinto que faltou uma construção para chegar nesse ponto, entende? Que pistas nós temos em relação a empresa? Que pistas indicam a passividade do protagonista quanto a isso? Toda a explicação se deu de forma pouco dramatizada e muito expositiva, o que fere o trabalho do capítulo.
A sugestão é pensar: que ações podem revelar essas informações? Lembre-se, ações falam mais que palavras e a decisão de um personagem tomada sob pressão fala mais sobre ele do que parágrafos e parágrafos de discursos. O protagonista toma uma decisão poderosíssima: deixar o chefe ser morto pelo Viking. Se você conseguir alimentar essa ação com pistas que indiquem o caráter do protagonista, você terá um final verdadeiramente impactante.
Enfim, enxergue as críticas como formas de melhorar. Mais uma vez, eu digo: são apenas percepções minhas. Caso você ache que não faz sentido, ignore. Dito tudo isso, acho que você tem uma mente muito criativa para histórias e conflitos únicos. O barco à rodas é memorável e todo o absurdo desse universo criado é algo que pode te impulsionar a histórias ainda melhores. Além disso, você tem um bom olho para diálogos ágeis, só tenha cuidado com exposição excessiva.
 
Parabéns, Helen! Espero que você possa escrever melhor a cada dia ♥


Resposta do Autor [Helen]: Já deixei tudo anotado skjdsksdjds
Rapaz, depois de Story e da betagem daquele cara lá tu virou mó crítico literário, adorei KDJSMSJKSD
Muito obrigada pelos conselhos e elogios ♥ Vou continuar me esforçando pra melhorar essas histórias absurdas (y)
Até mais!