thepotterer

07/07/2020 às 21:28 • stiller than in the heavens of hollow flowers
Ok, eu chorei lendo (a ponto de fechar a guia duas vezes e ir pedir consolo pros gatos) e ainda não tenho certeza se vou conseguir expressar o quanto essa história doeu em vários sentidos: primeiro, rolou uma identificação ABSURDA com os personagens (o que foi escrito e o que foi deixado nas entrelinhas) em vários momentos, mas acho que a cena que bateu mais forte foi o Sr. e a Sra. Collerman comentando sobre o filho "maricas" de alguém PORQUE me lembrou muito minha própria família e como me senti a vida inteira com MEDO de dizer pra eles que não sou hétero porque você ouve esse tipo de coisa e nunca mais esquece, aquilo tá sempre martelando na sua cabeça, SEMPRE, principalmente nos momentos mais inoportunos e que deveriam ser sentidos de formas diferentes se não fosse um Será que eles ainda me amariam se soubessem...???? pipocando na sua cabeça ali na hora e obrigando você a engolir o sorriso no meio de um parabéns ou outro. 
 
 
 
Segundo, ❤ a sua escrita e tava com saudade de ler alguma coisa sua sobre o Tom Sr. Hoje em dia tem mais coisas sobre ele (que não pintem ele como O Culpado pelo desastre envolvendo Tom Jr. acabando no orfanato) na internet MAS cada Tom Sr. é um Tom Sr. diferente e eu gosto muito do seu por vários motivos. Acho que você consegue humanizar ele,  dar profundidade pro personagem de uma forma que a gente (leitor) consegue se sentir próximo o suficiente do personagem e de toda a bagagem que ele traz. Outro motivo que amo o Tom Sr. foi porque todo o núcleo da "história de fundo" do Voldemort (que inclui o Tom Sr.) que lia nas fanfics foi o que motivou a ler os livros (sim, fanfics Tomione em geral e Like Father, Like Son foram o "empurrão" final pra eu ler os livros, e em pdf, porque eu não tinha $ na época e hoje sou grata de não ter dado 1$ pra JK). 
 
 
Terceiro (?), amei as infos (como sempre) que esse texto traz (fui procurar os poemas e os escritores na internet, vamos ver se tomo vergonha na cara e vou ler alguma coisa) e o termo neurastenia (fun fact: achava um saco ter que estudar e usar termo médico na faculdade e reclamava disso até minha amiga querer me bater com um gato morto até o bicho miar PORÉM acho fascinante quando os autores acham uma forma de colocar um termo aqui ou ali nas histórias & trazem um pouco da história do mesmo junto). O lance sobre São Sebastião me deixou besta porque COMO eu nunca reparei nisso? Mas é aquele ditado: o Google tá ai pra isso :D
 


Resposta do Autor [themuggleriddle]: Eu demoro dois anos pra responder um review porque fico morrendo de amores e não sei o que falar, mas acho que posso começar agradecendo :DD
Confesso que eu fiquei muito feliz (não sei se feliz é a palavra certa, porque ninguém deveria passar por isso) por ter conseguido passar a sensação que é ter um familiar falando algo que te machuca e não poder fazer nada e o tamanho do impacto que isso tem na nossa vida, mesmo que a gente não perceba de primeira. Hoje eu vejo como muitas coisas que meus pais falaram ao longo da minha vida sobre a questão de sexualidade criaram um sofrimento enorme em mim (e ainda causam, mas hoje eu tenho consciência disso... o que não sei se é melhor ou pior).
Mas posso dizer que fico muito feliz por você gostar do Tom Sr que escrevo. Eu sempre digo que eu e o Tom estamos juntos há muito tempo, porque escrevo ele desde 2009/2010 e até hoje ele é um dos meus preferidos de escrever. E é engraçado como eu conheço cada vez mais dele, mesmo achando que já sabia de tudo kkkkk
Poesia de guerra é iNCRÍVEL. Eu descobri faz pouco tempo, mas ultimamente venho sofrendo com elas e com os poetas. Uma pena eles serem pouco traduzidos pra português e a gente não ter contato com esses poemas quando estudamos primeira guerra mundial no colégio (como já vi alguém falar: WWI é um dos eventos mais importantes do século XX e é o mais esquecido no churrasco).


indie

14/12/2020 às 23:14 • stiller than in the heavens of hollow flowers
 Nossa, meu deus. Essa foi uma das melhores histórias que eu já li na minha vida. Amei a forma profunda como você resgatou um personagem bem ignorado no fandom de HP e trabalhou ele, tão complexo, traumatizado, inibido, se permitindo, com um quê intelectual que atiça os afetos durante a leitura.
Você trouxe coisas tão profundas em um texto tão breve, entretanto nada raso. Eu amei as referências, todas desconhecidas pra mim, amei sua escrita, amei o enredo, amei o desenvolvimento.
Eu ainda não me sinto pronta o suficiente pra expressar completamente o que senti com essa história, mas vou enviar o comentário. Saiba que por trás tem muitos sentimentos que não se converteram em palavras.
Meu Deus! Eu sou grata! Eu sou muitíssimo grata por essa leitura que fiz agora. Obrigada por me conceder a honra de ser tocada por sua arte.
Sem palavras,
Indie


Resposta do Autor [themuggleriddle]: Oi oi! Eu jurava que tinha respondido esse review, mas claramente minha memória estragada pelo covid me pregou peças. Hoje decidi reler essa fic por N motivos e vi seu comentário... só posso agradecer. Acho que escrevi essa fic em um moment muito... como dizer? Em que ela falava muito de mim e, lendo ela hoje, vejo que ela ainda dialoga muito com o que está rolando na minha vida, então fico feliz de saber que, apesar de ser algo que no fundo machuca a mim, serviu o seu propósito de /me fazer/ entender o que estava me machucando ao mesmo tempo que agradou a outras pessoas. Como alguém que acabou de voltar de viagem carregado de livros de poesia de guerra, histórias queer ambientadas no Reino Unido, etc, eu super indico dar uma olhada em, pelo menos, o Sassoon e o Owen. Tenho um livro com poemas deles que fica na minha mesa de cabeceira, volte meia sendo consultados pra ver se alguma palavra, escrita por esses dois lá nos longínguos anos 1910s, podem iluminar algo pra mim hoje (e, sim, sempre tem algo útil).
De novo, muito obrigado e fico muito feliz de ouvir que gostasse da história.