Comentários em Ancorado

Eternity

23/08/2015 às 10:54 • Autobiografia não autorizada
Eu não sei se compreendi da forma certa esse poema. E na verdade eu queria ler os outros capítulos para tentar concluir alguma coisa mais... não sei... antes de comentar, mas acho que isso tiraria toda a graça do mistério.
"Eu nem percebi o que me atingiu. Antes minhas asas alcançavam o mais celeste brilho, e tão de repente eu caía."
A vida é um pouco traiçoeira. Você se sente perfeitamente bem, seguro, feliz. E de repente tudo acaba. Em um segundo voando, livre, e então você está se afogando. A felicidade não costuma durar muito, o mundo sempre acha uma nova forma de te derrubar.
"Eu não sei se morri ou renasci"
Alguns males vêm para o bem, sabe? Nem sempre, claro, mas costumo dizer para mim mesma que tudo acontece por uma razão. As quedas nos ensinam, nos constroem. Talvez da próxima vez seja melhor não voar tão alto.
- Eternity


Resposta do Autor [Edgar Varenberg]: *revive depois de séculos porque se lembrou de que esse site ainda existia e eu tinha uma conta para manter*
Olá! Com esse review, eu acabei de me lembrar de que tenho que continuar essa saga, mas eu dei uma pausa porque estava me faltando ódio no coração e essa saga de poemas é movida a ódio no coração. Vejamos esses trechos em destaque...

É, basicamente a primeira frase retrata sobre os altos e baixos da vida, porém, neste verso em específico eu falo de um baixo específico, visto que, posteriormente, mostra que o motivo da queda foram as próprias asas. Entretanto, não necessariamente uma traição. Simplesmente retrata quando você acerta e, mesmo assim, se fere. Sim, também nos ferimos com os acertos. Como assim, Edgar? Como que alguém se fere com os acertos? É, se eu lesse algo assim há uns meses eu também acharia uma loucura, mas, sim, há como se ferir com os próprios acertos; fazer a coisa certa, dar o melhor de si, fazer o bem também pode machucar. E a bondade amplifica a dor.

Sobre o segundo trecho, ele retrata um cenário particular do protagonista dessa saga (todos os episódios retratam o mesmo personagem sem nome e a sua mesma problemática sem citação), retrata que a sobrevivência é algo que ele não queria. Ele não queria dar a volta por cima, ele só queria se aproveitar da queda e ter o seu fim de uma vez, e toda vez que tentava a morte; ele renascia, como se ainda não "fosse a hora dele" (nos episódios seguintes você verá isso se repetindo muito), como se um grande objetivo ainda estivesse pela frente. E estar vivo, estar renascido, mas sem ter extraído nada disso, faz a pessoa pensar seriamente se tudo aquilo faz sentido. Como você disse, alguns males vêm para o bem? Mas, no caso dele, o bem não veio; não porque a vida não quis, mas porque ele mesmo não quis o bem. E por que isso? Bom, isso é pros próximos episódios.

Muito obrigado pelo comentário ♥


Eternity

17/07/2017 às 23:51 • Por que não Marina?
Eu nem usava mais minha conta aqui no Nyah! e achei que era um passado já. Mas hoje eu estava pensando na vida e lembrei de um poema seu, que você me escreveu aliás, e senti vontade de conversar de novo. Aí eu vi que não continuei a ler essa sua história e acabei aqui. Queria poder comentar o primeiro capítulo de novo ahsuashahusa mas dessa vez eu reli e lembrei do mito de Ícaro, não lembro se fiz essa associação na primeira leitura.
Não sei se estou certa, mas a primeira parte dos capítulos parece uma analogia com o poema, é isso mesmo?
O destino só os encontrou. E à beira da praia, como sempre, permaneci sozinho.
Tinha me esquecido de quanto eu gostava da forma como você escreve. Suas frases sempre têm um impacto muito grande em mim.


Mrs Skywalker

01/07/2015 às 23:10 • Ledo Engano
O que mais gostou no capítulo?

Você nos coloca dentro da história, como se fôssemos o personagem.



Estou acompanhando sua fic há algum tempo, porém em silêncio. Mas esse capítulo me tocou de uma maneira mais profunda e tive que deixar você saber. Sua forma de escrever nos leva direto para o universo da sua história, e isso é incrível! Parabéns pelas poesias, ganhou uma admiradora.


Resposta do Autor [Edgar Varenberg]: Primeiramente eu tenho muito que agradecer por esse elogio porque é o melhor elogio que eu poderia receber nesse conjunto de poesias. Isso porque as minhas poesias são muito introspectivas, então eu não costumo compartilhá-las por serem uma transmissão sentimental muito forte. Entretanto, houve um motivo, muito forte, por sinal, que me convenceu que compartilhar as trinta poesias que vão compor a coletânea "Ancorado", e eu decidi criar a coletânea com o intuito justamente de trazer os leitores para o meu universo, justamente para que eles se vessem com o personagem; encarassem e refletissem sobre todo o aspecto de ressurreição dolorosa que a coletânea traz. Por meio dos pensamentos dessa coletânea, alvejo que todos os leitores reconheçam suas âncoras e as levante com sabedoria, com sofrimento, mas para um bem maior, para uma ressurreição do seu próprio ser.

Como este capítulo em especial te tocou de uma maneira particular, farei questão de explicá-lo mais um pouco se me permitir. Cada capítulo é meio que uma etapa que o nosso caro protagonista sofre pra se reconstituir novamente após a sua morte. No episódio "Ledo Engano", temos uma grande problemática que ocorre muito na vida de cada um, que é o fenômeno dos dois problemas seguidos ou também pode servir para a representação da ansiosidade. Não sei qual dos dois mais te identifica, mas vou falar brevemente deles dentro do conceito do meu texto. Falando sobre o fenômeno, temos aquilo de resolver um problema e entrar em outro logo em seguida; isso no texto foi retratado como a confusão que o protagonista tava com suas percepções de ficção/realidade, até porque o episódio anterior o mostra num momento assustador que, mesmo essencial para a sua sobrevivência, foi de trauma o suficiente para acabá-lo afundando um pouco nessa maré de problemas. E depois de toda a loucura, todos os questionamentos internos do que ele via, ouvia etc, ele se sentiu seguro para prosseguir, porém mal ele sabia que esse prosseguimento não era suficiente. Nem sempre superarmos alguma coisa é sinônimo de vitória, digamos assim, por completo. Sobre a ansiosidade, temos o fato de querermos achar a razão e a solução dos problemas de forma muito voraz sem nos preocuparmos com os detalhes, o resultado disso acaba sendo outro problema gerado pela má abertura da porta anterior, e isso é retratado no texto a partir do momento em que mostra que o personagem ignorou todas as dores, todos os obstáculos para abrir aquela porta de jeito imediato e, por ignorar tudo isso, não acabou percebendo o estrago que isso fez no seu campo inteligível, daí vem aquilo que citei mais acima da dificuldade de percepção da ficção/realidade e isso o colocou num campo de tremedeiras e cortes infinitos até a percepção da consciência e, por fim, impedir mais afundamento e prosseguir com a sobrevivência. Tanto que ele simplesmente sorriu ao encontrar outra porta. Mas também sorriu por ter achado (daí o Ledo Engano) que tinha se safado dos problemas. Foi um único sorriso para duas coisas tão complexamente diferentes. Mas a sobrevivência se prosseguiu, o que é o mais importante.

Novamente te agradeço muito por esse elogio, porque é a minha grande intenção desde quando postei o primeiro episódio dessa saga que promete ainda muito sofrimento e "sobes-e-desces", minha grande intenção sempre foi trazer mais pessoas para esse meu universo confuso, e ver isso de você, isto é, que funcionou, me alegra tanto. E eu espero, no final da coletânea, que eu te traga paz. Porque também está pra ser um dos meus objetivos. Entender a paz através da dor. Todo um processo bem minucioso de ressurreição sentimental. Agradeço muito por acompanhar minhas escrituras, mesmo em silêncio, o que importa pra mim é você ler, guardar a mensagem para você e, se possível, até repassar e clarear mais mentes com a minha literatura, pois eu acredito que tenho esse potencial para fortificar mentes e todo mundo me fez acreditar nesse meu talento, então vou exercê-lo! Espero que continue apreciando a leitura nos episódios seguintes e se precisar de esclarecimentos, tiver dúvidas, querer discorrer sobre qualquer assunto tratado, tentar ver novas perspectivas, ou simplesmente quiser filosofar aleatoriamente comigo, estarei à disposição!


Sarah LS Karafiol

10/07/2015 às 14:43 • Aconteceu em Setembro de 1996
Olá...
Apesar de esse ser o primeiro poema de sua autoria que leio, posso afirmar com toda certeza que já estou fascinada. O jeito que você narra é completamente maravilhoso, pois faz com que as palavras fiquem vivas e nos toquem... São extremamente profundas.
Além disso, eu amei muito a delicadeza presente na prosa. Sabe quando estamos lendo um livro e quando percebemos parece que saímos totalmente no mundo real e mergulhamos na história? Pois bem, foi assim que me senti ao ler suas belas palavras. Elas são singelas, melancólicas e parecem uma garrafa de vinho com pequenos fogos de artifício dentro, pois milhões de faíscas, luzes, sentimentos e choques estão sob o vidro.
Eu achei maravilhoso o poema todo, contudo, há uma frase no testo que realmente me marcou, que essa:
"Era aquela velha rotulação de achar que tratamentos padronizados funcionavam, como se todos os seres fossem peças iguais de um tabuleiro. E eram. Mas não desse modo."
Eu acho que não tenho nem palavras para descrever o quanto achei deslumbrante, porque é exatamente como penso. Por que ficar caracterizando todos como iguais? Sim, somos todos muito parecidos... Talvez a humanidade tenha sempre a mesma ganância no fundo do coração, porém, há pessoas diferentes. Há pessoas que parecem sempre caminharem na direção contrária, e ninguém sabe exatamente se é o certo ou o errado a se fazer.
Enfim, o seu texto proporcionou-me uma bela reflexão, além de me fornecer lindas frases. Achei imensamente bom.
Parabéns.


Resposta do Autor [Edgar Varenberg]: Eita, eu sumi, mas vim responder isso. Desculpa a demora.

Primeiramente, preciso agradecer muito por você ter elogiado sobre o fato da história ser imersiva, de te tocar como se fossem palavras vivas. Eu recebi um outro review de uma pessoa que me disse o mesmo e que me deixou encantado, pois o meu grande objetivo com essa coletânea de poesias é justamente trazer essa imersão. Mostrar que o leitor pode sentir na pele o que o personagem passa, então ver que duas pessoas me elogiaram com isso pode ser uma afirmação de que estou fazendo corretamente, e isso me deixa extremamente feliz e com orgulho do meu jeito de poetizar.

Sobre a narração, às eu vezes eu a acho pequena demais nos episódios, mas nunca as achei que eram muita informação, acho que é uma narração bem equilibrada com todo o contexto melancólico que quero trazer. Adorei a comparação com vinho, parece culto, desejável e antigo.

Sobre essa frase que você destacou, eu quis dizer sobre uma coisa mais específica, sobre quando pedimos conselhos ou procuramos soluções e o fato de ter funcionado com alguém nos dar esperança de que vai funcionar com a gente. E nunca funciona; na maioria das vezes piora. E isso tudo me faz pensar porque com os outros as coisas sempre ficam dando certo, enquanto que pra mim é sempre um erro, outro erro, outro erro. Qual é a falha da planificação disso tudo? Por quê? É isso que este episódio reflete.

Todos somos iguais perante o fato de sermos humanos, mas a diferença mais complexa vem de sermos seres racionais. Devemos ser iguais perante a leis e sociedades, mas não somos iguais por natureza própria. Nós pedimos diferenças. Somos diferentes até o fim. Independente se existir uma raiz que una a todos nós.

Bom, quero agradecer muito novamente pelo comentário, por você ter feito o elogio que eu mais queria ouvir e... Sarah, vou deixar o mistério pelo ar, mas... *suspense* Não é o primeiro poema meu que você lê. Obrigado!