Comentários em Porto do imaginário.

Roberto Lasneau

26/05/2014 às 02:29 • Porto do imaginário.
Gostei muito de toda essa relação de "futuro" com "encontrar-me". É verdade, às vezes olhar para o futuro é tão complicado. Eu vejo e penso: "Como é o futuro? O futuro existe? Eu teria orgulho de mim?", e esse "encontrar-me" faz jus ao tema. Será que eu me reconheceria? Encontrar-me-ia? Estaria feliz? E os devaneios, os sonhos, os longos pensamentos, será que algo que eu planejei estaria comigo no futuro?

Permito me perder em cada estrela,
Desbravando um pedaço do futuro.
Simplesmente pelo desejo de encontrar-me.

Essa foi a minha estrofe predileta, eu consegui enxergar (e interpretar) muito do poema só nesses três versos. Os devaneios infinitos como as estrelas, cheios de brilhos, uns demoram a se apagar, outros não; e alguns até brilham eternamente. Um pedaço do futuro... E que pedaço seria esse? Seria um pedaço bom? O que eu quero no meu futuro? Mais e mais devaneios só nisso. E o "encontrar-me", com certeza, foi o que mais me tocou em seus versos. Agora eu filosofo: "O que é se encontrar?"; "O que eu faço para me encontrar".

Seus versos foram encantadores, a mensagem é bastante reflexiva, com um misto de vontade e ansiedade, é algo bonito de se ver. Ótimos versos!


Resposta do Autor [Welder Alves]: Eu primeiro quis criar uma situação e um personagem.
Um garoto sem poder andar, que havia deixado de imaginar e sonhar.
Ele tinha um bloqueio que todos nós temos em alguma situação, além de muitos desejos e sonhos.
Na segunda estrofe eu coloquei nele um pouco do que sinto em vários momentos que me sinto impossibilitado de fazer algo, foi uma estrofe de desabafo pessoal, mas que uni com o personagem, me identificando com ele.
Na quarta estrofe quis dar a ele a chance de ver em cada estrela, varios futuros e possibilidades. Cada futuro condicionada por uma atitude no passado.
O que ele iria ser? Naquele futuro seria feliz plenamente? Realmente essa parte dá vazão para perguntas e reflexões.
Ele se perde na angustia na quinta estrofe porque ele olha pra si mesmo e nota mais uma vez as suas limitações, em vez de olhar o que tem a oferecer a si mesmo. Pórem ele se entrega a imaginação, quando vê no vento, uma chance de poder ser levado para fora do seu quarto.
Nessa hora ele toma coragem e parte rumo a uma estrela portuária. Nela ele compra coisas essenciais para viver o presente, e fazer com que o mesmo seja como um sonho.
Houve sim um momento em que olhei pro teto da minha sala e imaginei as estrelas, umas mais fracas e outras mais fortes, até uma estrela cadente.
..."cheios de brilhos, uns demoram a se apagar, outros não; e alguns até brilham eternamente."
Mas eu quis optar pelo capricho de não colocar uma estrela cadente. Mas houve sim esse momento,e me identifiquei muito com o seu comentário.
Enquanto escrevia a viagem dele no porto cruzeiro do sul imaginei ele andando novamente, mas isso é algo a parte, afinal ele estava no futuro e prefiro deixar na imaginação o que ele encontrou lá como ele era ali, jovem, adulto, idoso. O futuro nos permite pensar onde nos estaríamos e que idade teríamos.
Pelo seu comentário me senti satisfeito porque era esse a emoção que eu quis passar no poema, quis criar um misto de fantasia, surrealismo com uma dose de ansiedade e muito sentimentalismo.
Obrigado por ler e pelo comentário, espero escrever mais textos que agradem aos meus leitores.


Kori Hime

28/05/2014 às 21:35 • Porto do imaginário.
O que mais gostou no capítulo?

E descobrir o mundo eu mesmo, Com asas de pensamentos a me guiar.



Olá, obrigada por participar do desafio com um poema muito bom.
Parabéns. Beijos