A Contadora de Histórias > Recomendações

Rose

27/12/2019 às 20:52
Ora, minha querida borboletinha. Quem diria que após alçar tão alto voo eu tornaria a pousar por aqui? Afinal, não acredito que o que vim fazer teve de esperar por tantos anos. Talvez porque a semente que esta linda história brotou em meu peito teve de esperar para, enfim, exibir seus mais frondosos frutos, com todo o vigor. Para que eu notasse a sua presença tão integral em mim. Querida autora, querida Lu, amiga que carreguei por além das palavras que nesses capítulos estão escritas, que carrego até hoje nas memórias valorosas de uma época muito feliz. Gostaria que soubesse o quanto fui marcada pela nossa querida contadora de histórias, ao ponto de, inconscientemente, repetir seu mantra com mais regularidade do que imaginei que iria. "Conte a história dos outros que eles contarão a sua." Gostaria que soubesse que essa frase tomou conta de meus pensamentos em inúmeras ocasiões, servindo-me de guia, até.

E foi assim que voltei à velha livraria onde Cristal passou seus dias tão poéticos, onde estão guardadas partes nossas, que jamais, espero, iremos esquecer. À pequena livraria que habita em todos os corações, com todas as histórias que esperam para serem lidas e relidas, incansavelmente, além de, claro, contadas. Gostaria que fosse possível descrever o prazer e a nostalgia que me invadiram no momento em que pus os olhos novamente sobre os textos que antes já significavam muito, mas, com o lapso de tempo, com a distância da primeira vez, passaram a significar ainda mais. Acredita que até mesmo lágrimas me vieram aos olhos? Junto a um sorriso, é claro. Pois a alegria transborda em suas mais diversas (e até peculiares) maneiras. E alegria é o que se encontra nessa estória tão leve, tão sensível, que trata dum sentimento que todos experimentam ao menos uma vez : o delicioso dissabor de viver. A busca por si mesmo, por mais que, talvez, inconsciente. O apoio do amor que nos cerca, que inspiramos e expiramos. O amor que deve ser lembrado e criar lembranças. A certeza de que somos invencíveis, por mais duros que sejam os problemas que, com mais certeza, iremos encontrar. Por mais dura que seja a vida. Por mais suave que seja o nosso coração. Por mais que, muitas vezes, não consigamos ouvi-lo em meio ao caos. Ouvir a nossa voz. E por mais que tenhamos pressa, nessa vontade exagerada e acelerada de superar o desconhecido... sempre haverá tempo para parar e recordar uma história. E passá-la adiante. Afinal, "pense, sonhe, repasse e viva".

O conhecimento é infinito, nossa capacidade de aprender é infinita, seja sobre o que for - o mundo ou nós mesmos. Mas mais infinita ainda é a conexão humana que, sem dúvidas, faz-se num emaranhado de contos, sussurrados, conversa por conversa, olhar por olhar, passo a passo. Não sabemos a verdadeira dimensão de nossas histórias. Não sabemos que barreiras podem cruzar. Não sabemos por quanto tempo habitarão o espaço, nem até quem podem chegar, muito menos seu impacto sobre o céu e a terra. Por isso, gostaria de finalizar dizendo que, em mim, a contadora de histórias cravou suas mais belas metáforas, organizadas gentilmente, de forma sublime e simples, no frescor de cada palavra, de cada linha dessa prosa tão delicada e, por isso e mais, rica. Gostaria de agradecer por cada lição, seja no momento em que me foram passadas, seja no momento em que as relembro, pois a intensidade apenas se multiplica a cada menção honrosa. Obrigada, Lu, por ter sido uma contadora maravilhosa. Obrigada, Cristal, por sempre ter estado comigo, mesmo que escondida, mostrando-se nas brechas do que há de mais bonito em meu ser.

E se for uma curiosidade tão importante para você, querido leitor que nos rodeia, sim : recomendo essa história com cada fibra que me caiba. Espero que ela (re)acenda a chama que queima em ti, que o faça regojizar pelo espetáculo da vida. Espero que ela o acompanhe, como acompanha a mim, e que você a passe adiante, mesmo que sem saber. Pois todos temos uma história para contar, seja nossa, seja a de outrem, seja como for, porque o que importa, verdadeiramente, é o quanto a sentimos.

Por último, espero que a ame - porque eu a amei ♥