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Sonhos de Melli Moore escrita por Suh
Capítulo 14
Escuro
Notas iniciais do capítulo
Oii^^
Primeiro de tudo eu quero agradecer a [b]Kethycia[/b] que fez uma nova recomendação linda para a fic ♥. Adorei *3*
Segundo, eu preciso ter uma conversa séria com vocês, nos encontramos nas notas finais o/
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Foram dias confusos.
Minha vida mudou drasticamente em tão pouco tempo. Eu havia descoberto
quem era meu pai e fui morar com ele, meu melhor amigo me ignorava e
estava me apaixonando rapidamente por um rapaz que conheci num lugar
que chamam de Praça Fantasma. Descobri que a mãe dele conheceu minha
mãe no mesmo lugar que o conheci.
Até que é muita coisa para digerir, concorda?
Eu sentia falta do Joe, quando eu deitava na cama, chorava. Sempre que eu
tentava falar com ele, ele fingia que não me via, não atendia mais minhas
ligações. Toda vez que lembrava do que ele disse...
"- Qual o seu problema?
- Você"
Meu peito doía. Sem contar que eu não havia entendido a razão do Joe ter agido
daquela forma. Depois sou eu quem uso drogas, não é?
Eu e Inu estávamos cada vez mais próximos. Você sabe, ligações, e-mails... Eu
estava conhecendo um Inu sensível, doce e muito, muito engraçado.
Ah sim, chegou a hora de eu te contar uma parte mais... digamos, confusa da
minha vida. Eu digo confusa porque, eu simplesmente não me lembro do que
aconteceu. Você deve achar que estou ficando louca, mas vai entender.
Foi num lindo final de tarde de sábado que Inu me levou para a cobertura
do prédio dele.
- Depois da Praça, este é meu lugar preferido.
Eu queria ter falado algo, mas estava completamente deslumbrada pela visão.
Eu podia ver a cidade inteira dali. Os raios do sol iluminavam os prédios naquela
cor alaranjada surreal, havia montanhas enormes bem longe dali, que viviam
alheias as vidas daquela cidade, sem saber que uma garota estava admirando-as
pela primeira vez, há muitos quilômetros. O céu estava com tons pastéis que
me fizeram perder o fôlego, eu podia até encarar o sol, ele fez as pazes com a
minha visão só naquele momento, pra que eu pudesse aproveitar o máximo da
vista.
Os dedos de Inu entrelaçaram nos meus. Eu olhei para ele, ele olhou para mim
e coramos, os dois, iluminados pela linda luz do pôr do sol.
- É lindo...
- Não tanto quanto você.
- Uau... - sorri - Tá assistindo filmes romanticos, garanhão?
- Não seja malvada, eu fiz um elogio!!
Nós rimos. Me fez lembrar o Joe. Voltei a olhar para as montanhas e ficamos um
tempo em silêncio.
- Melli... eu gosto de você.
- Também gosto de você, Inu.
- Não, eu... eu realmente gosto de você.
Então eu o olhei. Ele não parecia estar brincando, fiquei sem graça, senti meu
rosto arder e voltei minha visão para as montanhas novamente.
- E-eu...
- Não precisa falar nada, se não quiser. - Ele sorriu.
Não, nós não nos beijamos. Mas foi o dia mais romantico da minha vida! (até
aquele momento, claro).
Quando anoiteceu, ele me levou em casa, pedi pra que ele subisse para conhecer
meu pai (afinal, não era justo eu conhecer a família dele e ele não conhecer a
minha). Inu foi educado, e Alex também, o que não era de costume quando se
tratava de garotos (ou pelo menos do Joe).
Eu e Inu marcamos de nos encontrar ao pôr do sol do domingo na Praça Fantasma.
Quando Inu foi embora, fui para meu quarto, sentei na cadeira e comecei a
procurar meus materiais de desenho na gaveta da escrivaninha. Meu pai entrou,
encostou na parede e cruzou os braços. Olhei para ele, tinha uma expressão
engraçada e séria. Sua barba estava crescendo de novo, percebi que tenho
alguns traços do meu pai e não sei como não havia percebido que era filha
dele antes. E só para constar, ele é um coroa bem gato.
Sorri.
- Que foi? - eu perguntei.
- Inu é nome de gente?
Eu ri.
- Mais ou menos. Não viu que ele era japonês?
- Eu vi, M&M's, eu vi...
Ele olhou para o meu tapete e pigarreou leve como se tivesse algo engasgado na
garganta.
- É... como está seu namorado?
- O Joe?
- Finalmente adimitiu?
- Você sabe que não, mas já estou acostumada com você chamando o Joe desse
jeito.
- De qualquer forma. Nunca mais o vi.
- Ele... está bem, eu acho. -Falei pegando meu caderno e os lápis e os pousando
em cima da escrivaninha.
- Vocês brigaram?
Fechei a gaveta.
- Mais ou menos. - Comecei a desenhar.
- Filha... - ele não costumava me chamar assim - Não é bom magoar um homem
apaixonado.
Parei e olhei para ele, um pouco confusa. Como ele sabia que o Inu estava
gostando de mim?
- Do que você está falando?
- Quando um homem se apaixona, de verdade, eu quero dizer. Costuma sofrer
mais do que a mulher, sabia?
- Não... onde quer chegar, pai? - Continuei a desenhar.
- O Joe, M&M's... não é possível que você nunca percebeu!
- O que? Podia ser mais objetivo? - O que o Joe tem a ver com tudo? Não estava
entendendo nada.
Meu pai colocou a mão no rosto.
- Melli Moore, tão voadora quanto a mãe... Escute M&M's, sua mãe era a moça
mais cobiçada do colégio e nunca percebeu. - Tirou a mão do rosto e
sorriu - Querida, você não conseguiu enxergar o que estava embaixo do seu
nariz todo esse tempo.
- E o peixe continua dando voltas e voltas no aquário apertado...
- Poxa, M&M's, eu vou mesmo ter que falar? - Só olhei para ele e levantei uma
sobrancelha. - Nossa, tá bom. O Joe gosta de você! E já faz um tempo...
só você não sabe disso, M&M's, só você!
O QUE?
- Droga, M&M's, queria que você percebesse sozinha e tenho certeza de que o
Joseph também.
Meu pai viu que eu estava surpresa e sorriu. Ía saindo do quarto, mas parou na
porta e disse:
- E você o está magoando com este tal de Inu. - Saiu e fechou a porta.
"E-espera um pouco aí!"
"O Joe? Gosta de mim?"
Naquela noite, não consegui dormir. Havia recebido uma linda declaração e depois
descobri que meu melhor amigo também gostava de mim. Fiquei imaginando
quantas vezes eu não magoei o Joe, quantas vezes eu havia falado coisas que
doeram para ele...
Comecei a entender porque eu era o problema dele. Porque ele estava agindo
estranho e porque ele estava afastado, ele queria esquecer de mim.
Pobre Joe.
Confesso que chorei naquela noite.
Alice Moore:
- Filha, por favor, não chore. Não gosto de te ver assim.
- Desculpa, mãe... mas, o Joe...
- Eu entendo, querida.
- Mãe, por que eu tinha de herdar a sua...
- Burrice?
- Eu ia dizer distração, mas já que você quer colocar dessa forma... - nós rimos.
- Vai dar tudo certo, meu amor...
- Ou não.
- Por que?
- Não deu tudo certo para você no fim, mãe...
- Claro que deu, querida. Eu estou aqui, com você. Você está viva! Essa é a minha
maior alegria, ver você sorrindo... no fim, deu tudo certo, porque ter você é o que
eu mais queria na vida.
Acordei. Odeio ter tão pouco tempo com ela.
Passei o dia ora pensando no Joe, ora ansiosa pra me encontrar com Inu. Eu
queria resolver as coisas com o Joe, mas não sabia como... ainda mais agora que
estava bem próximo - eu achava - de namorar com o Inu.
Mesmo assim, mandei uma mensagem (que provavelmente ele também não
responderia):
"Precisamos conversar, é sério"
Continuei a desenhar e a pintar na escrivaninha. Até que percebi que já estava
escurecendo. Por que eu sempre me atraso?
Antes de sair, peguei o album de fotos do aniversário da minha mãe. Queria
mostrar para ele como ela é linda e contar sobre o sonho que tive com ela à noite.
Corri.
Quando entrei na praça já estava escuro. "Droga," pensei "ele já deve estar me
esperando".
Mas ainda assim, parei de correr, respirei fundo - não queria que ele me visse
cansada - e fui devagar. Quando cheguei perto, ouvi a voz do Inu... e tinha mais
alguém, uma voz feminina.
Ao me aproximar mais, vi Inu perto do outro lado da ponte, de costas para mim
e com uma moça de frente pra ele. Ouvi ela falar algo, mas não escutei direito,
então cheguei mais perto.
E ouvi o Inu dizer, meio irritado:
- A Melli não é ninguém, tá legal? Ninguém! Nem minha amiga ela é! Só uma
garota, só isso!
Sabe aquele punhal que estava no meu peito? Foi como se alguém o empurrasse
para mais fundo, eu o senti cortar meu coração, atravessar... Como podia doer
tanto?
-... Por que?
Ele se virou devagar. Tinha uma expressão diferente, como se quisesse falar
muitas coisas de uma vez.
- Melli...
Eu não queria ouvir. Me virei e corri, já sentindo as lágrimas cortarem meu rosto.
O vento era frio, congelava meu rosto molhado.
"... por que, Inu?"
Ouvi ele correr atrás de mim, corri mais rápido.
"Eu realmente gosto de você, Melli"
- Por que mentiu pra mim?
Ficou tudo escuro.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Alice Moore:
— Melli? MELLI!!!
*****************
Ok, queridos leitores! Tudo bom com vocês?
Bem, eu preciso me justificar. >.
Por isso, por favor, me perdoem se o capítulo estiver mal revisado, se eu demorar pra responder reviews ou algo assim.
Não nos abandone agora, iremos iniciar uma nova fase da história.
Um grande abraço com muito carinho de
Suzanne Casado (Suh) - A autora.