Talismã escrita por ALima


Capítulo 16
Capítulo 16 - Hell Parte II


Notas iniciais do capítulo

OLÁ PESSOAS E DESCULPE NOVAMENTE O ATRASO. VOCÊS NÃO SABEM QUE ROLO TÁ AQUI. ÚLTIMO AVISO: FIC TÁ CHEGANDO AO FIM. FALTA UNS 3 CAPÍTULOS MAIS OU MENOS. OU SEJA: A BATALHA FINAL ESTÁ CHEGANDO... SE VCS FOREM BONZINHOS E DEIXAREM REVIEWS EU POSTO O 17 AMANHÃ.
boa leitura.



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Desespero. Foi o sentimento que tomou conta de mim nesses momentos em que olhava Carl deitado naquele altar, totalmente preso e inconsciente. Eu simplesmente não podia deixar que nada acontecesse a ele. Eu jamais me perdoaria. O chefe me olhava com um sorriso triunfante, contando com a vitória no olhar. Mas eu simplesmente não iria permitir que nada acontecesse naquela sala.

- E então, garotinha, qual é seu plano super magnífico? Oh, coitada, provavelmente está chocada demais pra falar qualquer coisa, né?

Eu não conseguia dizer nada, mas me forcei a usar a racionalidade. Eu tinha que distraí-lo e pegar Carl. Espero que meus pais já estejam chegando, pois sozinha eu não conseguirei vencer.

- Não vai fazer nada?

Ele me provocava. Minha raiva só aumentava. Eu podia tentar pegar Carl e sair correndo, mas ele provavelmente me pararia no mesmo instante e mataria ele apenas pra me infernizar. Felizmente meu cérebro ainda funcionava. Lembrei-me de um encanto que aprendi num daqueles enormes livros que meu pai tinha. Você se focava em uma mente e podia tirá-la da inconsciência, ou mandá-la pra inconsciência. Respirei fundo, ganhando tempo pra lembrar-me de todo o encanto. Não me lembrava muito bem, mas tentei assim mesmo. Meus pais já deviam estar chegando e iriam me ajudar.

- Está formulando o plano perfeito? É uma pena, pois seu tempo está acabando.

Então, bem baixo eu comecei o encantamento, focando meus olhos em Carl.

- Inscius animo ad conscientiam et mentem obedistis obedit qui vocat vos*. –eu disse. E repeti algumas vezes. Senti Carl voltar lentamente à consciência, e mandei-lhe uma mensagem encantada também. -Carl Revertere nunc. Quiete quietis et possibile impetum domini. – E repeti o encanto novamente: Inscius animo ad conscientiam et mentem obedistis obedit qui vocat vos. Carl Revertere nunc. Quiete quietis et possibile impetum domini.

Senti as forças do meu corpo se esvaindo. O mestre me encarava sem saber o que eu estava fazendo. Minha cabeça latejava, minhas mãos tremiam e minhas pernas fraquejaram, me fazendo cair no chão duro a meus pés. Eu notei que Carl abriu os olhos, tão rápido que ninguém na sala viu. Sorri, vitoriosa e lutei pra manter-me acordada, o que se tornava tarefa difícil a cada segundo. Quando estava quase me rendendo, meus pais adentraram na sala segurando lanças de madeira e alguns potes de encantos que eu trouxe comigo da Sibéria.

- Ah, que bonito. A família resolveu ajudar a coitadinha...

- Pois é, senhor. Nós cuidamos da nossa família. E você vai devolver Carl. –disse minha mãe. Nesse instante, Carl levantou-se cuidadosamente e avançou por trás do mestre, roubando-lhe o tridente.

- Sua desgraçada... Estava acordando ele, não é mesmo? E esse lobo usou de minha distração pra desamarrá-lo... Ah, mas isso não ficará assim. Vocês vão me pagar, um por um.

- Aguardarei ansiosamente, senhor. –eu disse ainda meio grogue.

Acenei com a cabeça pra minha mãe e ela lançou o encantamento da morte. Não, não mataríamos o chefe, apesar de adorarmos a idéia. Isso ia só piorar nossa situação. Mas ele ficaria apagado por um bom tempo. Sem mais forças, eu quase caí, mas meu pai me pegou no colo, e todos nós saímos antes que fosse tarde demais. E eu apaguei de exaustão.

Abri os olhos e logo soube que estava no meu quarto. Meu velho quarto em Vancouver. Quantas saudades eu sentia disso. De ficar no computador até altas horas, jogar videogame com meus pais... De tudo antes disso acontecer na minha vida. Tenho apenas dezoito anos, mas me sinto como se tivesse uns trinta. Tudo isso era desgastante demais pra mim. Vi que estava sozinha. Minha cabeça ainda latejava um pouco, mas era só isso. Resolvi tomar um banho pra relaxar. E finalmente, me senti bem melhor. Infelizmente, sabia que aquilo era apenas o começo. Assim que voltei pro meu quarto, me deparei com Carl, sentado na minha cama olhando um álbum de fotos antigas.

- Uau, você me assustou. –eu disse.

- Bom dia pra você também.

- Dia?

- Você realmente não abriu essa cortina, né? São umas nove da manhã.

- Uau. Realmente acho que dormi bastante. –disse enquanto me aconchegava em seus braços.

- Ah, antes que eu me esqueça, muito obrigada por salvar minha vida.

- Eu te devia essa. Eu me senti da mesma forma que você, sabe, tão perto de te perder... Eu tinha que fazer algo. Jamais deixaria que você morresse lá.

- É o que o amor faz com as pessoas. Fiquei um bom tempo lá em baixo. Mas como você descobriu que eu estava no subterrâneo?

- Meio que uma intuição. Acho que temos uma espécie de conexão. Mas, o que você estava olhando ai?

- Umas fotos antigas suas. Era tão fofinha, tão delicada... Eu me lembro bem de você assim.

- Uh? Como assim?

- Você sabe, nós te vigiamos desde criança. Desde quanto tivemos certeza de que você era o talismã. Eu te achava tão graciosa. Gostava de ficar te observando, de longe, como uma sombra. Acho que eu sempre gostei de você, apesar de saber que seria impossível que ficássemos juntos um dia. Eu já era revoltado com tudo aquilo lá em baixo desde a morte da minha mãe. Ela era o que eu tinha de mais precioso.

- Uau... É simplesmente muito estranho pra mim saber que você sempre me vigiou... Quanto à morte de sua mãe, você quer falar sobre isso?

- Não agora. Em outro momento. Mas eu acho que você deve boas explicações pros seus pais.

- É. Se eu ainda morasse aqui estaria de castigo pelo resto do ano...

- Sorte sua. Vamos, anda.

Nós descemos e encontramos meus pais conversando sentados no sofá e uma Nessie dormindo no outro sofá.

- Bom dia. –eu disse.

- Bom dia, princesa. –disseram os dois. – Você sabe que nós vamos te dar uma bronca, né? –completou minha mãe.

- Eu sei mãe, e você pode me deixar de castigo, eu aceito. Mas eu tinha que fazer isso, eu tinha que salvar Carl. Foi ele quem me salvou da outra vez e...

- Não por isso.

- Por que, então?

- Por não nos contar que vocês estão namorando.

Ainda bem que eu não podia mais ficar corada. Pena que isso ainda acontecia com Carl. Um pouco menos intenso, pois ele era meio bronzeado.

- Ah, mãe. Você me tirou um peso da consciência agora. –eu disse indo abraçá-la. Sentei-me no sofá com eles, e novamente me bateu a nostalgia de felicidade de quando éramos apenas nós, a família feliz.

- Também estamos chateados por não ter nos comunicado antes de ir, obviamente. E por usar sua amiga humana como isca. Ela podia ter se machucado muito. –meu pai disse, depois de beijar o topo da minha cabeça.

- Se você ainda morasse aqui, você ficaria de castigo pelo resto do ano. –minha mãe disse. Olhei pra Carl e sorri. – Hey, por que isso foi tão engraçado?

- É que eu disse pra Carl que a senhora iria dizer isso. –eu disse ainda rindo.

- Ok, mas como eu ia dizendo, SE você morasse aqui, mas não mora mais, e também já é maior de idade. Como eu queria que você ainda fosse minha garotinha. –ela suspirou.

- Acredite que eu também, mãe. Eu jamais pensei que diria isso.

Todos nós rimos, e conseqüentemente, acordamos Nessie.

- O que? Quando? Onde? Quem? Por quê? –ela acordou dizendo.

- Calma Ness. Apenas nós. E você, uma dorminhoca de primeira.

- Hey, você não pode falar nada. Também dormiu um bocado. Uau estou me sentindo bem melhor. Mas com uma dor de cabeça terrível. Você sabia o quanto ficamos desesperados, mocinha? –ela disse tudo de uma vez só.

- Minha mãe já cuidou dessa parte do discurso.

- Que bom, Dona Valéria. Poupou-me um bocado de tempo.

Rimos novamente.

- Mas então, quem topa ir ao Lê Bistrô comemorar meus últimos momentos aqui?

- To dentro.

- Eu também.

- Conte comigo.

- Você paga. –meu pai disse.

- Fazer o que, né?

E nós ficamos lá, como se nada pudesse nos atrapalhar. Obviamente, todos mascarando a iminente batalha que estava por vir. Por alguns minutos, me esqueci de tudo. E Sibéria lá vamos nós. De novo.


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Notas finais do capítulo

*Ecanto de Clarisse traduzido pra português: Mente inconsciente, volte à consciência, obedece quem te chama, obedece quem te chama. Carl, volte agora. Sem fazer barulho, fique quieto, e quando possível, ataque o mestre.



Agradecimentos ao Google Tradutor, que me ajudou a traduzir pro Latim. Se alguém sabe falar latim e eu cometi qualquer erro, me perdoem.



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