Talismã escrita por ALima


Capítulo 1
Capítulo 1: Apresentação de uma reles (i)mortal


Notas iniciais do capítulo

Bom, primeiramente, gostaria de receber muitos reviews, e adoraria ver a presença de todos que acompanharam a primeira história. A história começa com Amber aos 16 anos. É em primeira pessoa, mas pode haver pov's de outros personagens, apesar de não ser muitos.
Se conseguir 5 reviews até amanhã, postarei o segundo capítulo.
Sem mais delongas, apreciem sem moderação XD!



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Ali, deitada naquela floresta, como se estivesse morta, já não mais conseguia sentir meus pés. Minha cabeça estava doendo como se tivesse mil agulhas sendo enfiadas e retiradas. Eu tentei gritar por socorro, mas ninguém vinha me socorrer.

 

“Droga de talismã que não funciona quando eu preciso!” eu pensei com raiva.

 

Frio, estava muito frio. Na escuridão que atormentava, com o balançar das árvores, o ar gelado invadia meu ser, mandando-me arrepios constantemente. Nesse momento, eu só conseguia lutar para manter-me respirando, apenas isso. Talvez pela manhã alguém viesse me procurar, talvez não. Talvez, pelo menos, eu me recupere. Num último suspiro, eu fechei meus olhos e esperei a morte me buscar. Pelo menos eu havia tentado. Pelo menos, morrer ali poderia dar paz às pessoas que eu amo. Espero que eles entendam.

De repente, escutei alguns passos, alguém tentando me pegar. Abri os olhos desesperadamente, e encontrei os olhos dele. Tudo renasceu, e eu voltei à vida.

 

 

Capítulo 1 – Apresentação de uma reles mortal

 

 

- Acorda querida, senão vai se atrasar pro colégio. –dizia minha mãe com sua doce voz.

Meu nome é Amber, sou filha de Valéria e Paul, as únicas pessoas as quais eu devo tudo na vida. Estava no segundo ano do ensino médio, morava em Vancouver, Canadá, há quatro anos, desde quando viemos de Toronto. Acho que seria bom eu me descrever em algumas palavras: Não sou alta nem baixa, magra e sem muito corpo. Meus cabelos eram castanhos claros e batiam no meio das minhas costas. Eram indefinidos: nem lisos nem enrolados, e meus olhos eram verdes como duas esmeraldas. Eu era pálida, e não muito vaidosa. Tinha um estilo meio desleixado, mas fashion. Minha personalidade é forte, e eu só bebo sangue de animais, pois sou muito contra matar humanos. Também comia comida humana, e amava Mc Donalds. Sou viciada em videogames e livros, gosto de música pop e indie. Tenho grande amor por coisas antigas.

Bom, agora que eu resumi como eu sou, vamos voltar para a história. Eu me arrumei correndo para o colégio, com uma calça jeans e uma camiseta preta, meu bom e velho par de all-star vermelho, e minha jaqueta jeans. Nesse sentido, eu não me parecia muito bem com minha mãe. Ela era toda elegante e glamurosa, sempre de salto-alto, enquanto eu não ligava muito pra isso. Tomei café-da-manhã às pressas, e saí com minha mãe, ou ao ver de todos, minha irmã, rumo à escola. Ela me deixou na porta, e saiu pra trabalhar. Minha mãe terminou a faculdade de publicidade e trabalhava como diretora geral em uma agência, e meu pai, era advogado.

Eu não tinha muitos amigos, eu digo amigos de verdade. Muitas pessoas se aproximavam por saber que eu morava numa casa legal, ou por achar minha irmã/mãe bonita, etc., mas eu não dava a mínima pra eles. Meus melhores amigos, Vanessa e Jake, estavam me esperando na escadaria. Eram os únicos para o quais eu contava tudo, menos que meus pais eram seres sobrenaturais, assim como eu, obviamente. Desde quatro anos atrás, quando eu me mudei pra Vancouver, eu tinha eles como amigos. Nós fazíamos tudo juntos, e Jake jamais mostrou qualquer interesse. Sou a prova viva de que amizade entre meninos e meninas existe.

- Olá, Amb. –disseram os dois em uníssono.

- Oi gente. –eu disse.

 

Nós ficamos conversando até dar o sino, mas quando eu ia pra sala, Kelly Cassy, a garota idiota e riquinha dessa história, resolveu me provocar. Nós tínhamos a primeira aula juntas, mas antes de ir pra sala, eu passei no banheiro, só pra ajeitar meu cabelo, que estava uma droga naquele dia. Assim que eu sai, escorreguei numa poça de sabão, colocado discretamente por uma das discípulas de Kelly. Elas olharam pra mim e riram. Eu estava toda molhada. Sabia que não podia me estressar, mas a raiva tomou conta de mim. Kelly sempre implicara comigo por eu não aceitar participar de seu grupinho idiota e repugnante. Eu fui rapidamente tirar algumas satisfações com ela:

 

- O que foi agora, sua patricinha vadia? Você fica bravinha quando alguém não quer ser uma vadia estúpida feito você? Quando alguém te despreza por te achar repugnante e fútil, é isso, é? –eu disse e a empurrei no chão.

 

Ela caiu e me olhou com medo nos olhos, como se eles suplicassem que eu não a matasse.

 

- E essa merda aqui? –eu disse pegando com uma das minhas mãos um tamanco de salto 15 que ela estava usando. – Isso aqui deixa você melhor do que os outros? Sua calcinha vermelha fio dental aparecendo te torna mais atraente? Você é nojenta garota. O problema não é ser quem você é, mas suas atitudes. Eu estou me lixando se você gosta de chapinha no cabelo, roupinha rosa ou perfume intoxicantemente doce. Se você tem milhares de “colegas”, porque amigas elas não são, e se todos os jogadores de futebol alienados são loucos pra fuder com você no vestiário. Isso não te dá o direito de ser maior ou melhor que todo mundo. Você realmente achou que eu iria tolerar suas brincadeirinhas como todos aqui? Enganou-se.

 

Foi então que eu notei que todo o colégio estava olhando pra nós. A maioria ria da cara de destruída de Kelly, caída no chão.

 

- Srta. Adams pode me explicar o que está havendo aqui? – disse Sra. Granger, a diretora.

 

- Essa louca, diretora, ela me empurrou e me humilhou na frente de todos. –disse Kelly como se fosse uma vítima.

 

- Você fez isso, Srta. Adams? –ela me perguntou.

 

- Ela fez uma poça de sabão pra eu escorregar na frente do colégio, diretora.

 

- Mesmo assim você não tinha direito de fazer o que fez. Vamos resolver isso agora. As duas pra minha sala. Agora! E vocês aí, tratem de ir pra suas salas.

 

Olhei rapidamente pra Jake e Nessie, e eles riram pra mim e silabaram um "Boa sorte".

Como eu já previa. Kelly se fez de santinha na frente da diretora, fingindo ser uma mera vítima, e eu calmamente respondi tudo o que ela me perguntou, sem nenhum peso na consciência.

 

- Vocês duas têm três dias de suspensão. E espero que isso não se repita, ou terei que chamar seus pais aqui.

 

Quando saímos, ela disse bem baixinho.

 

- Vai ter troco, Amber.

- Tente e terá o mesmo que hoje. Eu, ao contrário de você, não me importo com uma suspensão, desde que ela seja merecida.

 

Fui pro segundo período, que era biologia, e me sentei ao lado de Erick. Eu meio que tinha uma quedinha por ele. Ele era novato no colégio, e muito fofo. Não era o cara mais lindo do mundo, e passava despercebido na listinha de Kelly, mas era bonitinho, e a meu ver, muito atraente. Tinha cabelos pretos ondulados, olhos castanhos, e não era muito musculoso, nem magricela.

 

- Parabéns por hoje, Amber. –ele disse com sua voz meio rouca.

- Foi bem merecido, mas eu levei suspensão. Ela também.

- Quanto tempo?

- Três dias.

- É uma pena. Vou sentir sua falta.

 

Eu meio que corei, e ri de lado. O professor chegou, e nós nos concentramos na aula.

O resto do dia foi como sempre. Expliquei tudo pra Jake e Nessie no almoço, e eles ficaram de ir lá em casa me passar a matéria durante esses três dias. Fiquei esperando minha mãe me buscar no fim da aula. Quando ela chegou, parecia furiosa.

 

- O que você aprontou Amber? –ela disse meio brava.

- Aquela idiota da Kelly me empurrou e eu dei o troco nela. Só que a escola inteira estava vendo. Eu levei uma suspensão.

- Eu fiquei sabendo. A Sra. Granger me ligou, mas não disse o motivo.

 

Só notei que já havíamos chegado em casa quando ela parou o carro.

 

- Bem, eu fiquei meio chateada com sua suspensão e tudo mais, pois jamais esperaria isso de você, mas eu te entendo, pois a raiva é uma coisa da natureza vampírica. Mas não precisa descontar em todo mundo.

 

- Não foi em todo mundo, mãe. Eu sempre te disse que a Kelly era uma idiota. Não foi mais que merecido.

 

- Mas você tem que pensar na imagem que está formando sobre você. Fazendo isso, você se iguala a ela. Eu vou ser uma mãe normal e vou te deixar de castigo duas semanas, ok?

 

- Não tente ser uma mãe normal, pois você não é.  –eu disse protestando quando saia do carro. - Está presa nos 17 pra sempre.

 

- Mas eu tenho mais de 190 anos, bonequinha. Posso ser bem antiquada às vezes. –ela disse brincando comigo.

 

Nós rimos, e entramos

Dei um beijo no rosto do meu pai, e fui preparar meu jantar. Fiz um bife com batatas fritas, e me sentei ao lado de meus pais pra jogarmos Guitar Hero. Era uma paixão nossa, e nós nos reuníamos todas as noites pra jogar. Tínhamos a guitarra, a bateria, o microfone e o teclado. Primeiramente eu fiquei com o microfone, enquanto minha mãe pegou a guitarra e meu pai, a bateria. Nos divertimos ao som de Highway to Hell, uma das músicas favoritas da minha mãe.

Seriam três longos dias longe da escola, mas eu agüentaria firme.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Amaram? Odiaram?