Abri os olhos e arfei estávamos na enfermaria e o Kiba-kun inconsiente com o braço enfaixado com uma mancha de sangue. Uma mão segurou meu queixo e forçou a encarar um belo para de orbes negros, pela intensidade deles eu sabia que estava encrencada. Fechei os olhos com força para não ter que olha-lo nos olhos.

—Abra os olhos. – ele disse com uma voz severa, radiando irritação.

Abri os olhos lentamente, amaldiçoando quando eu arfei. Ele estava a centímetros do meu rosto, tenso com a postura rígida.

—Por que diabos você entrou na frente do cachorro?!- ele vociferou me fazendo tremer.

—E-e-eu n-não p-p-pensei...-sussurei engolindo o choro.

Não entendi porque não parava de gaguejar. Sei que estava muito, muito corada mesmo, corei ainda mais quando seus olhos foram se amolecendo, e começaram a parecer um lençol negro, felpudo e aconchegante.

—O quanto esta doendo? – sua voz me tirou do  transe.

—D-doendo?- minha voz falhou.

—Sim doendo. Eu te dei um soco no estomago. Não esta doendo?

—N-não...- que droga não paro de gaguejar.

—Que bom. Agora... me explique o porque você entrou na frente do Inuzuka?- ele não gritou, mesmo assim me encolhi como se tentasse me proteger de sua voz.

—F-foi instintivo...

—Nunca mais faça isso.- ele falou em tom severo.- Me assustou à pouco sabe? – sua voz agora mudou de irritada para sedutora. – Você entrou de supetão na frente dele que nem tive tempo de parar o soco.

—Tudo bem, foi minha culpa.- falei com minha voz finalmente normal.

—Ele não vai sair daqui tão cedo. Vamos? – ele falou.

—Pra onde?- falei parecendo meio boba.

—Pra sua casa onde mais? – ele perguntou com um meio sorriso.

Então ele foi a ate a porta enquanto ele a abria para eu passar, fui ate o Kiba-kun e sussurrei em seu olvido:

—Melhora logo ta?

Sasuke-san me olhou com desgosto, fui ate ele e passei pela porta ouvi seus passos atrás de mim. Seguimos silenciosamente ate sua picape cabine dupla 4x4, que cuidadosamente ele abriu a porta do passageiro para mim. Entrei, o silencio foi incômodo. Então resolvi quebra-lo:

—Por que vocês se odeiam tanto?

—Hun...sinceramente, é difícil de te explicar.

—Acho que consigo entender.- pressionei.

—É que eles são muito irritadiços, e é uma rixa saudável entre famílias.

—Sinceramente não vejo nada de saudável acertar socos no estomago.

—Foi você que entrou na frente.

—Eu sei, mas mesmo assim. Você já tinha batido nele. Precisava bater de novo?

—Você esta certa. – ele sorriu e destravou a porta do carro.

Não percebi que já tínhamos chego à minha casa, desci contornei o carro e disse:

—Valeu pela carona.

—Por nada. – ele respondeu, e quando eu já estava quase na porta ele disse de novo- Não queria te machucar...

E arrancou, ouvi os pneus protestarem quando ele dobrou a esquina. Olhei para o céu e ele estava roxo meio vermelho. Suspirei e entrei.

Nesta noite, eu dormi mal. Tive um pesadelo no qual eu corria na escuridão, e olhos prateados me seguiam, – eu sei, deveria estar acostumada com olhos diferentes, mas eles eram assustadores – ora eles eram prata, ora dourado, vermelho, rosa ou brancos...

Acordei suando com a garganta seca. Percebi que a janela estava aberta, e os medonhos olhos prateados, tinham um ar preocupado e ocupavam um rosto “amigo”. Arfei, afinal? Era perseguição? Bati palmas para que as luzes se acendessem, (Rynui: esqueci de dizer que as luzes dos quartos são ligadas pela interruptor ou por sensor) olhei irritada na direção que eu achava que estava  o Sasuke-san.

Nada.

Só posso estar enloquecendo. Eu juro que o vi a pouco. Acabei pegando no sono graças às minhas especulações mentais.