Apaixonada por Um Fantasma escrita por Gibs


Capítulo 14
Capítulo 13 - Cadeia de solidão e negritude


Notas iniciais do capítulo

ei meninas, miiil descuplas pela demora, minha mãe está controlando minha net ¬¬
mas ai está, capitulo fresquinho, espero que gostem. e eu não abandonaarei esta fic, mesmo que isso me ponha de castigo!! se bem que ficar de castigo é um saco.

ps. ouçam a música que coloquei lá embaixo



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POV Sebastian

Depois que deixei Victoria na porta da escola, vaguei por aquela rua tentando me manter ali. Tentava inutilmente me manter preso ao chão, mas, algo me puxava, algo forte me lançava novamente para a escuridão. Pude sentir que eu sumia aos poucos. E então, a plenitude.

Tudo era vago. Tudo era vazio e os zumbidos atingiam meus ouvidos como sirenes de ambulâncias. Eu olhava pra todos os lados e só via o escuro. Ou melhor, não via nada. Era como se eu pudesse tocar no vazio, no infinito a minha frente. E então, mais uma vez, como tantas outras que estive longe de Victoria, o impacto me atingiu. Fui lançado para o alto como se eu voasse meio a um rio negro. Um rio que eu afundava e boiava tentando me manter na superfície. Zumbidos, ou pequenos e fortes sons ameaçavam estourar meus tímpanos. Eram alto, mas ao mesmo tempo, finos. Preenchiam de certa forma o espaço que me mantinha preso. Era como se eu estivesse preso na própria cadeia de solidão e negritude. E então, como se tivesse chegado ao fim, me vi caído num chão todo branco.

“Mas que diabos é isso?”

Vi algo se formar bem acima de mim. Abaixei evitando que o quadro que pairava sob minha cabeça não me atingisse. Este parou bem a minha frente, e nele, apareceram imagens. Primeiro, vi minha mãe: ela estava sorrindo e segurava um bebê. Ao lado dela, vi um homem que aparentava estar na casa dos 40 anos. E ali, com ele, um garotinho no auge dos quatro anos apareceu gritando e pulando ao redor do casal. Eu era aquele garotinho. Aquele era meu pai. Aquela era a minha família. O bebê no colo de minha mãe era minha irmã, Annie.

“Sinto muito por não ter sido o irmão que você sonhou Annie”.

Baixei a cabeça. Ao levantá-la, outra imagem apareceu: era Annie hoje em dia. Ela estava como eu a vi no dia que Victoria foi falar com ela. Seus olhos amendoados e expressivos me lembravam os de nosso pai. Os cabelos loiros caindo-lhe até os ombros deixavam-na como nossa mãe.

Deixei que lágrimas rolassem por meu rosto. Levantei-me, ficando de pé, com a cabeça baixa. Se isto era o purgatório, ta dando certo! No entanto, como se viesse debaixo do extenso chão branco, me senti queimando. Senti-me como rodopiasse no ar. Minha cabeça doía sem parar, parecia uma bomba relógio prestes a explodir. Cai de joelhos no chão levando minhas mãos a minha cabeça, a apertando contra as mesmas, como se assim eu pudesse aliviar a dor que sentia. Olhei para cima, para o quadro de imagens. Vi então, meu carro. Fogo. Explosões. Minha mãe morta. Meu carro destruído. Um rosto me fitando preocupado. Eu reconheci aquele rosto, eu a reconheci, e neste momento, a dor sumiu. Levantei-me olhando a minha frente. Aqueles cachos caindo sobre seu rosto angelical numa expressão melancolia e triste, me deixavam aliviado. Aqueles olhos de um tom de azul, parecendo o mar. É como se eu conseguisse enfim, encontrar minha paz. Na imensidão de seu olhar, no azul profundo e intenso, eu encontrei minha paz. Meu único e ultimo suspiro, no rosto daquela bela mulher. No rosto de Victoria.

Foi ai que a compreensão inundou minha mente. Eu ficara por ela. Era por ela. Minha doce e única salvadora. Minha bela, meu anjo.

Victoria.

“Você poderia ser meu alguém

Você poderia ser meu salvador

Você sabe que eu te protegerei

De tudo que for obsceno

Me pergunto o que você está fazendo

Imagino onde você está

Há oceanos entre nós

Mas isso não é tão longe”

A claridade que tive ao estar de volta a Terra foi como se a porta do inferno tivesse sido aberta especialmente para mim. Depois de reviver meu acidente, depois do momento de lembrança, pude então ver o amor que estava destinado a ter. Foi ai que notei: não é a toa que estou aqui ainda depois de um mês de acidente; não é a toa que eu vi Victoria antes de morrer, mesmo que parecesse ser uma alucinação; não é a toa que ela sonhara comigo e tivesse ouvido falarem para minha mãe que tinha alguém aqui para cuidar de mim, que eu não ia ficar sozinho, alguém me ajudaria...

Esse alguém é ela!

Vi-me em frente à porta de sua casa. Sorri e andei até lá. Passando pela porta, vi sua mãe na cozinha de relance e subi direto para seu quarto. Passara horas aqui, ela já estava em casa. Onde estive, parecera uma eternidade. Assim que apareci em seu quarto, a vi sair do banheiro enrolada na toalha. Ela não tinha me visto ainda, me virei ao notar que ela tirava a toalha e trocava de roupa. Fechei os olhos, somente imaginando seu corpo, como os cabelos molhados grudavam em suas costas, ou como a roupa deslizava com perfeição sob sua pele macia. Ela estava de costas para mim e colocava sua roupa. Suspirei.

– Sebastian! - chamou-me, enfim, percebendo minha presença.

– Vic, eu preciso falar com você - lhe disse indo até ela. Ela me olhava confusa. Parei na sua frente gesticulando e comecei a gaguejar: - Depois que você foi pro colégio, eu fui parar em um tipo de vácuo... Parecia um buraco negro, e então eu comecei a afundar! - ela se sobressaltou com meu berro - E então, do nada, eu estava numa joça branca! - ela riu. Sorri ao perceber como seu sorriso era encantador, como aquele sorriso faria todos os problemas sumirem. Somente por ser dela. - E então... Eu...

– Então o que? - perguntou ela perante minha pausa.

– Eu vi minha família. Vi Annie e vi... - ela me fitava espantada e ao mesmo tempo interessada. Deixei meus braços caírem ao lado de meu corpo, e suspirei - Eu vi...

– É normal não se lembrar.

– Não, eu... Eu me lembro. - ela passou por mim indo até seu computador. Eu tinha que falar para ela. Precisava dizer que estava aqui por ela. A vi pegar seu notebook e o colocando na minha frente, me mostrou uma reportagem. - O que?

– Seu acidente.

“Todas as coisas que quero dizer; não estão saindo direito. Estou tropeçando nas palavras, você deixou minha mente girando. Eu não sei onde ir a partir daqui, porque somos eu e você e todas as pessoas. Com nada a fazer, nada a provar; e somos eu e você, e todas as pessoas e; eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você”




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Notas finais do capítulo



beijinhos Giih