Apaixonada por Um Fantasma escrita por Gibs


Capítulo 11
Capítulo 10 - Eles te machucam?


Notas iniciais do capítulo

olá meninas, como vão? hehe
olha a frase que que escutei: "Homens são transgressores biologicos". Perfeito né? hihiihi.

agradeço à Thais Vidolin, ElizabethPurple, Su Costa, caah_sz, atalanta, Anne--2010, Tartalita, Jannie, MaryAnn, a_susana, belinha997, CheshireGaby por estarem acompanhando!



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– Vic? Vic? - ouvi sussurros ao longe. Não sei se ainda estava dormindo ou se alguém me chamava.

Talvez Sebastian.

Será que ele voltou?

Não posso mais ficar assim, só ouvindo a voz dele, eu precisava vê-lo. Não sei bem o que é isto que estou sentindo, mas, quando eu o vejo, algo forte dentro de mim pulsa, como uma bomba que volta a pulsar ar quando há muito ansiava por ele.

Meus pensamentos viajam para longe, procurando o dono daquela bela voz que há uma semana me chama.

Já havia se passado uma semana que não via Sebastian, porém, constantemente ouço sua voz. É como se ele me chamasse, mas, estivesse impossibilitado de aparecer. Aquele sumiço dele era preocupante e revoltante. Por mais que eu preferisse que ele tivesse atravessado logo, para seu próprio bem, meu coração esperava para saber se ele ia aparecer pelo menos mais uma vez.

Remexi-me na cama. Minha respiração estava acelerada, era como se eu tivesse corrido uma maratona. Meu coração batia rápido, minha boca estava ressecada. Minha mente não parava de mostrar imagens nas quais eu pude ver o rosto de Sebastian chamando por mim; minha avó sorrindo e dizendo que tudo ia ficar bem; minha mãe caindo e pedindo por ajuda; Alan e Dana me olhando com pena nos olhos; volta a imagem de Sebastian, só que dessa vez sorrindo. O chamei, tentei ir até ele, mas, cada vez que eu me aproximava, o via se afastar mais e mais de mim.

“Calma minha filha, todas as respostas que precisa vão vir na hora certa”

Vó? Essa voz. Era minha vó!

– Vó? Vó? - murmuro, me remexendo na cama de um lado para o outro. Vejo então Sebastian ao lado de minha vó, eles sorriem e então...

– Victoria! - sentei-me na cama pelo susto que havia tomado. Encontrei os olhos cheios de medo de minha mãe. Eu tremia e o suor escorria pela minha testa. - O que aconteceu? Você chamava pela sua avó.

– Eu... Ela... - eu gaguejava. A olhei e tremendo, tentava controlar minha respiração.

– O que foi? O que houve? - minha mãe sentou-se na cama. Ela ainda me olhava assustada, aqueles olhos de pena, dor, remorso. Isso acabava comigo. Chorei. Chorei muito, abracei minhas pernas e me deixei chorar. - Por favor, filha, me diz o que aconteceu.

– Eu não aguento mais, mãe. Eu não posso mais. - murmurei entre os soluços, entre as lagrimas que rolavam sem parar de meu rosto. E então, algo incrivelmente surpreso e indescritível aconteceu... Minha mãe me abraçou.

– Shi calma, vai ficar tudo bem. Estou aqui, sempre estive. - sussurrava ela em meu ouvido me apertando contra seus braços, me puxando mais para seu colo me deitando ali. Chorei deitada em seus braços, enquanto ela me abraçava e acariciava meus cabelos.

– Me ajuda mamãe... Eu não posso mais... Não aguento mais ficar sozinha. - eu continuava murmurando debaixo de seus braços acalentadores.

– Fique calma, eu to aqui. Sempre estive aqui.

– Sinto sua falta, sinto tanto sua falta.

– Pronto. Pronto. Estou aqui. - ela falava me balançando em seus braços. A ouvi chorar baixinho, escondendo o rosto em meus cabelos. E então, ela começou a cantarolar uma canção, uma canção que há muito eu não ouvia, que há muito minha mãe deixara de cantá-la para mim. Era algo assim:

“Além do arco-íris,

Existe um lugar,

Que eu guardo em segredo,

Que só eu sei chegar.

Um dia a estrela vai brilhar,

E o sonho vai virar realidade,

E leve o tempo que levar,

Eu sei que eu encontrarei a felicidade.

A luz do arco-íris,

Me fez ver,

Que o amor,

Dos meus sonhos,

Tinha que ser você....”

Cantarolei com ela e acabei dormindo em seus braços.

Ao acordar, estava em minha cama. Sentei-me e vi minha mãe recostada na poltrona que havia em meu quarto. Olhei em volta, como se procurasse por algo.

Minha mãe acordou e sentada, me fitava com expressão preocupada. Encontrando seu olhar, suspirei.

– Você está bem?

– Queria estar mais. - murmurei me levantando da cama. Ela me fitou até eu entrar no banheiro.

Olhei-me no espelho e vi o que eu temia. Não era eu, era uma garota com olhos vermelhos e os cabelos molhados pelo suor. Olheiras debaixo dos olhos. Eu estava acabada. Apoiando-me na pia, baixei a cabeça sem querer mais olhar para aquela garota. Tentando me recompor, tirei minhas roupas e liguei o chuveiro. Voltando a me olhar no espelho, pude ver pequenos hematomas em minha barriga e partes do meu braço. Sempre quando eu sonhava, ou quando aparecia um fantasma que precisasse ainda mais de minhas forças, hematomas e arranhões apareciam raramente em minha barriga, mas, meus braços eram constantes.

Entrei debaixo da água quente e agachei, deixando que esta escorresse por meu corpo e pelos meus cabelos. Fechei os olhos e deixei minha mente fugir para algum lugar. A água quente batendo nas minhas costas me deixou viajar no tempo.

Eu estava na casa da minha avó. Estávamos comemorando o aniversario de 70 anos dela, minha mãe estava lá, Alan e Dana também, e algumas amigas de minha avó, que eu via sempre quando combinavam de fazer um jantar uma vez por semana. Minha avó era daquelas senhoras que não ficavam em casa apenas vendo tevê. Ela saia com suas amigas, ia dançar, ao cinema e vez ou outra, organizavam os jantares. Teve então um dia, que o tal jantar seria na casa de minha avó, aparecendo não só suas amigas como minha mãe, Alan e Dana, já que por coincidência, o jantar seria no dia no aniversario dela. Era mais ou menos umas 19h. Eu, Alan e Dana sentimos vontade de pular na piscina que minha avó mandara construir alguns meses antes. Minha mãe foi meio contra, mas como eu morava com minha avó, achava que não tinha autoridade ali comigo, e como minha avó havia deixado, não questionou. Nós três nos divertíamos na piscina, jogando água para tudo quanto é lado, enquanto minha avó e suas amigas conversavam. Minha mãe dissera que estava cansada e que ia para casa, foi embora sem se despedir de mim. Naquele momento, eu não liguei muito já que estava com meus amigos, mas, no fundo, eu queria que ela me desse um pingo de sua atenção. Já eram 22h quando as amigas de minha avó se despediram e foram embora. Alan e Dana depois de tomarem um banho, foram para casa também. Fui tomar banho também e depois me deitei na sala com minha avó, e fomos assistir a nossos filmes antigos. Quando a Noviça Rebelde acabou, ela foi se deitar, arrumei tudo e fui pro quarto. Era tarde e de repente ouvi uns sussurros. Levantei-me indo até o quarto dela. Entrando, a vi em pé olhando seu corpo sereno, deitado na cama. Sorrindo, ela se foi.

– Victoria, está tudo bem ai? Está demorando muito. - ouvi minha mãe do outro lado da porta. Abri os olhos e me levantando, fechei o chuveiro e me sequei. Abri a porta do banheiro e ela me olhava assustada. - Que hematomas são esses? - perguntou fitando meus braços.

– Nada demais. Eu fico assim quando sonho com eles. - falei passando por ela e indo até meu armário.

– Eles te machucam?

– Não. Não são eles. É como se a força deles para entrar em contato comigo fosse demais. Eles acabam mandando muita energia, e isso faz com que eu tenha hematomas, mas passam. Não é nada que me incomode. - falei, pegando uma roupa.

– Eles sabem que machucam você?

– Não, eles não sabem que me machucam. Mãe, podemos parar de falar disso?

– Claro, desculpe. - a fitei chocada. Ela estava mesmo preocupada. Estava mesmo interessada e está respeitando meu pedido. - Vamos comer algo. - eu já havia colocado uma calça e uma blusa de manga, descemos e minha mãe foi fazer algo para comermos. Sentei-me a mesa e coloquei minha cabeça entre meus braços, fitando minha mãe pegar as coisas para o café. Olhei para fora da janela e vi de relance algo que se pareceu ser uma sombra. Levantei a cabeça e procurei o que seria aquela sombra. Assustei-me ao ver Sebastian a poucos metros da janela, sorri e meus olhos se encheram de lagrimas. Ele baixou os olhos e quando os levantou, deu um sorrisinho de lado ao me fitar. - Toma. - minha mãe me entregou o prato com o sanduíche e sentou-se a mesa para comer comigo.

– Obrigada - a olhei e coloquei o prato na mesa, olhei pra fora da janela e Sebastian não estava mais ali. Comemos em silencio. Minha mãe ora me olhava, ora acompanhava meu olhar que, mesmo comendo não saia da janela. Eu não via a hora de vê-lo novamente, era como se, se eu desgrudasse os olhos dali, ele não voltaria.

– Victoria, o que foi? - perguntou minha mãe pegando o prato e me fitando, em pé ao meu lado.

– Nada mãe, só estou pensando.

– Se quiser conversar, vou tentar escutar e te ajudar. - eu levantei os olhos e a fitando, dei um pequeno sorriso.

– Não sabe como esperei ouvir isso da senhora. - ele suspirou e foi até a pia, voltei a olhar pra fora da janela. Nada. Levantei-me e fui até a sala, me sentando no sofá. Minha mãe apareceu logo depois, ficando na minha frente.

– Melhor limpar esse ferimento. Vou refazer o curativo. - e assim voltou pra cozinha a fim de pegar a malinha de primeiros socorros. Voltando com a malinha, sentou-se no sofá. Coloquei minha perna em cima da sua. Ela tirou o curativo de antes, limpou meu machucado e refez o curativo.

– Obrigada - agradeci quando ela terminou, ela sorriu e foi guardar a malinha. Aquelas poucas horas de aproximação com minha mãe me fez perceber que só precisávamos de um empurrão. Só queria que tivesse sido feito de outro jeito. Eu e minha mãe ainda tínhamos muita coisa para por em dia, nós podíamos ter nos aproximado. Ela pode ter me surpreendido naquela hora, mas, nosso dialogo ainda não é de mãe e filha. - Mãe, tudo bem se eu for no Alan? - lhe perguntei quando a vi aparecer na sala novamente.

– Tem certeza que está bem para sair?

– Eu preciso falar com ele. – disse, ajeitando a bainha da calça, tampando o curativo.

– Tudo bem então. Tome cuidado, por favor. - assenti e me levantando no sofá, sai de casa.


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Notas finais do capítulo

tá pequeno esse capitulo né? vou tentar compensar no proximo.
coment's?