Quando Voce Nao Voltou escrita por Karine


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Para quem gosta de romance...

"O amor é inconpreensivel na mente de alguem que nunca deste sentimento provou, é algo que nunca se esquece, pois esta cravado na alma como cicatrizes de um passado feliz"

Karine S.


Nao aceite plagios, denuciem.



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Quando você não voltou

 

 

 

 

 

            Essa é a historia de uma vez em que eu me apaixonei já estando apaixonada, lembro dos anos de minha infância e juventude tão melhor agora que já não tenho muito tempo, vivo solitária em meu próprio mundo desde que eu me fechei ao mundo de fora, mas jamais em minha vida esquece aquele rosto, alucinada pela loucura o vejo ainda ao meu lado, igual aos anos de minha adolescência, quando pela primeira vez o vi, é impossível para mim não sentir prazer ao vislumbrá-lo mesmo que em devaneios de uma loucura apaixonante, como se houvesse sido ontem eu me vejo novamente observando a escolha de minha obsessão, cautelosa, revendo se devo entrar ou não novamente por sua vida, tinha eu naquela época pouco mais de 16 anos, eu guardava cada parte de mim para aquele que eu observava de longe, sempre cauteloso ao me olhar.

 

            Apaixonar-me não era o objetivo, eu simplesmente queria fazer de meus pais pessoas felizes, como eu saberia que em Forks eu finalmente encontraria o que sempre quis, ou não, lembro da primeira vez que o vi, o lindo garoto de pele pálida andando pela cantina de minha antiga escola, lembro como fiquei vislumbrada por ele, lembro quando ele me sorriu ameaçadoramente na pequena sala de aula, lembro de nós dois em seu lindo carro quando eu soube o que ele era, lembro também de quando eu parti para tentar salvar a mim e a minha família de um monstro que me perseguia, ele sempre ao meu lado me protegendo, como eu ainda o amo, ele me salvou também daquela vez, uma vez mais dentre tantas outras, quando voltei para casa, sim, o mar gelado e verde agora era a minha casa, eu passei a gostar daquele lugar, pois tudo lá me lembrava ele, o meu Edward. Lembro com um aperto mais doloroso do que eu jamais imaginei sentir, os meus 17 anos, naquela época meu principal problema era envelhecer. Isso pode ate ser engraçado hoje, mais nada me resta senão essas poucas lembranças, da época mais infeliz de minha pobre existência na terra, ninguém um dia ira lembrar de mim, se me perguntarem se eu soubesse que ele partiria para nunca mais voltar levando consigo tudo o que me é tão precioso se eu faria diferente, eu pergunto a qualquer pessoa que tenha vivido um amor de verdade, se por alguma grande dor teria esquecido esse grande amor. A resposta é não, não se pode apagar o que se tem de mais lindo na vida, no meu aniversario eu não era perseguida por um monstro horrível de fora, eu era perseguida pela própria família que me acolheu, eu ainda tão desastrada, fui atacada por um daqueles que eu chamava de irmão, depois daquilo ele mudou, eu queria poder ter apagado aquilo da mente dele, mas não, ele lembrava e se culpava pelo que quase me

 

havia acontecido, morrer, se eu pudesse ter lhe falado antes de parti, eu teria dito para que ficasse, mas eu não consegui, eu sabia que não era o bastante para ele, era apenas uma humana idiota e burra que teve uma única chance de ser feliz.

 

            Quando ele me deixou sozinha naquela floresta eu sabia que era o fim, e realmente foi, perdida lá eu tentei em vão seguir seus passos, eu me desesperei toda a noite a sua procura, mas minhas malditas pernas cederam, e eu cai, como sempre ali chovia, cada lagrima que escorria por meu rosto era como um pedaço de mim se partindo, um pedaço que me faria falta, um pedaço que eu não queria deixar ir embora pois me lembrava ele, eu adormeci, ou não recordo ao certo, acho que eu estava no piloto automático, me odiava por preocupar todos a minha volta, mas eu não conseguia controlar, a dor e o fingimento naquela hora eram parte de mim, foi quando mesmo já estando apaixonada eu novamente me apaixonei, por meu melhor amigo, ele era o único com quem eu conseguia não pensar nele, Jake era a minha anestesia diária, mas não era certo, eu o amava, mas... Ele ainda estava no meu coração, cravado como nenhum outro jamais estará, ele faz parte de mim, parte de quem sou, ele é a parte boa e ruim de tudo o que conheço, o meu Edward, só eu sabia o quanto era doloroso para mim estar tão ligada a ele, mas ele sempre me trazia coisas boas, foi por ele, em minha busca por adrenalina que encontrei com Jacob. Meu caso com Jacob foi longe demais, eu me sentia tão culpada estando com ele, lembro do nosso primeiro beijo, foi a mais dolorosa de todas as minhas lembranças desde que ele partira, eu o escutei em minha mente, não como nas outras vezes, com raiva ou zangado por alguma coisa que eu tenha feito, ele falou suavemente em meu ouvido, “seja feliz”, me separei de Jake num pulo, me sentindo a mais suja de todas as criaturas na terra, mas aquela foi só a primeira vez, mas também foi a ultima, foi a ultima vez que escutei sua voz sussurrar para mim, mas foi também a primeira das muitas vezes que eu me senti suja por me deixar tocar por meu amigo, mesmo o amando, dentro de mim eu sabia que nunca seriamos nada mais que isso, amigos. As coisas entre Jake e eu progrediram, meus pais, principalmente Charlie ficou muito feliz quando pensou que ficaríamos juntos para sempre, foi quando tudo deu errado, depois de Jacob ir para casa, como ele sempre fazia todas as tardes, eu andei para o mesmo lugar de sempre, a floresta escura onde eu o vi pela ultima vez, mesmo que a chuva e o tempo não tenham deixado nenhuma marca do que tinha acontecido ali, minha memória nunca falhava sempre lembrando cada mínimo detalhe do ocorrido, incluindo seu cheiro, o que me chateava por demais era que a imagem dele em minha cabeça não era nem de longe tão perfeita quanto ele era pessoalmente, e depois eu chorava e pedia perdão por estar com o outro. Chorava e me revoltava contra ele, sempre perguntando onde ele estaria, por que ele disse que seria como se ele nunca tivesse existido se não era verdade, lembrar dele para mim era tão inevitável quanto respirar, era um ato involuntário, e sem me dar conta eu percebia que os anos iam passando rapidamente, e ao mesmo tempo tão devagar, devagar demais, eu queria logo que essa vida tivesse fim, eu sabia, ou pelo menos acreditava que se eu morresse a dor passaria um pouco, mas eu não podia acabar com minha própria vida, eu tinha prometido a ele, e não quebraria esse laço, eu sei que não devo nada a ele a não ser os momentos mais felizes que já tive, mas eu precisava de algum modo acreditar que ele era real. Os gritos a noite, sempre chamando pelo nome dele em voz alta, desejando que ele voltasse para mim, mas ele não voltaria para um ser insignificante como eu. Meu amigo agora, assim como eu tentava levar a vida sabendo que eu jamais esqueceria de... Edward, meu Edward. e quando eu penso que nada pode ficar pior, Charlie é tirado de mim, a única parte viva de mim é assassinada brutalmente em uma floresta escura, parece que florestas são o lado ruim da minha vida, já com 22 anos de idade eu relutante aceito o pedido de casamento de Jake, já que eu não podia mais ser feliz, eu poderia ao menos dar a chance a esse meu tão adorado amigo. Ele aparece na minha casa perto do casamento, ele dormi comigo lá agora, suja já não é a palavra para definir como eu me sinto, todas as tardes eu faço a mesmo coisa, volto para a floresta, para o lugar aonde ele me deixou e vivo o mesmo drama, um dia, sem querer, Jake entra em meu antigo quarto, que agora é para mim um lugar proibido, a casa esta velha e a madeira aos seus pés sede, um buraco enorme se forma no chão, meu noivo vai a sua casa a procura de ferramentas, e despois de muito tempo eu entro naquele lugar que tanto me lembrava a imagem dele, nossos beijos, quando ele dormia ao meu lado, eu agarrava sua superfície gelada e éramos apenas nós dois, deito no chão depois de olhar cada canto do quarto, e novamente começo a chorar, chorar em abundancia, com soluços altos, Jacob me chega assustado e entra na casa desesperado, eu estou no chão perto do buraco que os pés dele fizeram em meu antigo quarto, me debatendo contra algo invisível aos olhos, mesmo dormindo, outra vez eu esstou transtornada chamando por eles aos gritos e soluços, Jake senta ao meu lado e chora comigo, só muito tempo depois eu vim saber o que ele fizera, deitara-se ao meu lado e chorara comigo, sim, acordei assustada, estava no quarto de Charlie, que era onde eu dormia desde que ele morrera, tudo estava tão escuro, meu amigo entra cautelosamente e me fala com doçura, ele me diz que não agüenta mais me ver sofrendo, e novamente me sinto culpada, pois sei que ele sofre comigo, ele diz que vai atrás de Edward e que ira traze-lo de volta para mim, que apartir daquele momento seriamos apenas o que sempre fomos, amigos.

 

                        Como prometido, meu amigo partiu a procura de sua própria infelicidade, o meu Edward, o único com quem eu sei que seria algo melhor do que sou agora, longos anos se passam sem nenhuma noticia dos meus amores, nem meu amigo nem meu grande amor, tentei me controlar mas o buraco em meu peito não deixou, será que algum dos dois alguma vez foi real? La Push não mais existia, lá agora era uma grande cadeia de luxuosos hotéis, não havia ninguém que se lembrasse de Cullens ou Blakes, eu estava agora mais sozinha do que nunca, minha mãe a muito tinha partido também, agora eu tinha em torno de 56 anos. A floresta ainda era o meu refugio, eu sempre me escondia lá, solitária, não tinha mais contato algum com o mundo exterior, era penas eu e minha solitária casa, as vezes eu me aventurava a entrar novamente no antigo quarto que era meu, lá sensações diversas me invadiam, as vezes eu me sentia feliz, próxima a algo que me lembrava dele, as vezes eu me sentia triste por sua falta, outras vezes eu me sentia revoltada, frustrada, mas uma coisa era certa, era sempre em lembrança a ele.

 

            Todos os dias meus tormentos eram maiores, minha vida era mais curta, o que me trazia alegria por que brevemente a dor passaria e também trazia medo de nunca mais vê-lo, talvez tenha tudo sido apenas um sonho, eu não conheço mais ninguém dos meus tempos de escola, a maioria foi para longe do abismo verde e molhado a outra metade deve continuar impregnada pelos cantos dessa cidade que agora esta próxima de ser uma decadente cidade grande, me pergunto por que nunca me mudei, eu sabia que a idéia de algum dia um deles voltar, se é que eles existiram, jamais aconteceria, nada os motivaria a voltar para cá, e mais uma vez o abismo, a dor.

 

            As vezes andando sozinha na rua, quando alguém passava por mim, me olhavam com curiosidade, se perguntando se talvez eu era nova na vizinhança, ou se eu era uma turista visitando o lugar ou a parente distante de alguém que viera agora. Me sentia ainda mais sozinha e imunda, suja quando passava por um casal de namorados apaixonados jurando se amarem para sempre, eu me revoltava, minha vontade era separar os dois e gritar com ele que o conto de fadas só dura ate a meia noite, que depois disso não tem mais nada, tudo se acaba.

 

            Devem estar se perguntando o porque de eu estar pensando em minha vida justo hoje, eu pelo menos estou me perguntando isso, talvez eu esteja apenas pensativa, acordei cedo, quando se é velha o sono vai e vem com tanta facilidade, me olhei no espelho, a tanto tempo não fazia isso, me assustei com a imagem lá refletida, não restava nada da adolescente que um dia eu fui, minha pele era ainda mais branca, eu parecia um cadáver ambulante, os cabelos todos no mesmo bom branco, os olhos de um marrom profundo, ao redor fortes olheiras causadas pelas lagrimas, pela falta de sono, por tantos motivos... pela... dor. Hoje eu estava decidida a realmente agir como se eles nunca tivessem existido, nenhum deles, nada antes de eu vim para Forks, ao me deparar com a imagem no espelho eu sabia que era muito tarde para tentar viver, mas... Eu queria ao menos dar um ultimo sorriso antes de partir.

 

            Hoje a sensação de que eu iria ao encontro do colo de minha mãe e da companhia reconfortante de meu pai me invadiu, eles era o que restavam para mim, a única coisa a qual eu me permite pensa hoje, andei pela casa toda, muito devagar, tropecei algumas vezes, fui ao meu quarto, me senti diferente de todas as outras vezes em que entrei ali, eu estava leve, flutuante como uma pena, percorri com o olhar calmamente mais uma vez cada canto dali, eu queria me lembrar de onde eu tinha minhas mais preciosas alucinações, sim, a partir de agora era somente nisso que eu acreditaria, eles haviam sido um sonho, um sonho distante do qual eu demorei a acordar, me sentei ao lado do buraco no chão, que tolice, como eu nunca tinha percebido antes, aquela era a maior prova de que meu amigo existiu, sim, Jacob Blake tinha existido, chorei novamente e todo o meu alto controle foi para longe de mim, se esvaio por completo quando eu vi algo brilhar no fundo cratera,eu tirei de lá um saco plástico, dentro havia uma foto, muito desgastada pelo tempo, sim, sem duvida eles haviam existido, o ser perfeito lá parado realmente existia? Sim, a foto refleti seu rosto virado para mim, sua expressão vazia, e minha nostalgia por tirar fotos ao mesmo tempo refletida por uma alegria que somente ele me proporcionava, tinha também dois blocos de papel que me lembravam passagens aéreas, um CD, comecei a tremer levemente, minha canção? Era, sim, tudo sempre esteve ali? Todo esse tempo perto de mim? A prova de que eu não era louca. Me derramei em lagrimas, corri, a passos extremamente lentos ate a floresta perto de minha casa, com todas as preciosidades que eu havia achado ainda em meus braços, algumas coisas caíram pelo caminho, me doía tanto saber que tudo tinha sido real, por que todos me abandonaram? Eu era assim um ser tão insignificante ao ponto de não poder nem mesmo sorri, o pequeno saco, mesmo não pesando nada me atrapalhou na corrida, deixei-o cair ao chão e corri apenas com a foto em minhas mãos, agarrava a foto com mais força que o necessário, com medo de que a qualquer minuto eu veria que não tinha nada ali, que tudo tinha sido imaginação da minha cabeça, eu estava apenas com um camisola, ao passar por um grupo de pessoas que fazia trilha, eu sei que os assustei por ser de idade e esta em choque, chorando muito, mas foi quando eu me dei conta de que estava longe da floresta de casa, agora eu sabia para onde ir, logo a frente eu sabia o que encontrar, sim, hoje seria o dia da minha partida, eu já não precisava manter o meu elo com ele através daquela promessa estúpida que sempre me fez sofrer por todos esses anos, eu sabia que ele tinha existido, que tinha feito parti da minha vida, eu tinha provas, e nada mais me prenderia a dor. Ao chegar perto eu vislumbrei o meu ponto de desejo, o penhasco a minha frente.

 

            Fechei os olhos e corri, eu já estava toda machucada de galhos que me agarraram pelo caminho, das vezes que eu cai, e mesmo assim, eu ainda sentia a foto em minhas mãos, sorri e fui sem pensar ao encontro do penhasco, de repente eu me senti leve, talvez a sensação fosse de estar voando, senti algo gelado envolver minha cintura, continuei de olhos fechados, se isso fosse um sonho eu aproveitaria cada pedaço dele.

 

__ Por favor... Abras os olhos Bella.

 

            Me assustei ao ouvir a voz dele mais uma vez, estava mais perfeita que da ultima vez, morrer não era ruim afinal, sorri ao saber que ele estaria ali comigo, abri meus olhos ainda cautelosa, talvez fosse apenas um sonho bom depois de tanto tempo.

 

__ E-e-ed-d....

 

            Sufoquei antes de dizer o nome dele completamente. Eu não conseguia, era doloroso demais finalmente te-lo de volta, mas... será que ele também estava morto, ou o paraíso te dava a alucinação que você mais desejava? Não importa, fiquei tão feliz em vê-lo, seu rosto era o mesmo de antes, nada havia se alterado em sua face, mas ele parecia tão triste, se ele pudesse eu acho que choraria, olhei-o vislumbrada, ele me puxou de encontro ao seu peito de gelo, era estranho, eu ainda me sentia frágil.

 

__ Me perdoa Bella, me perdoa, por favor, meu amor.

 

            Eu não parava de chorar e rir ao mesmo tempo.

 

__ Fala comigo, diz que me perdoa.

 

__ Você é real?

 

__ Oh Bella, quanto mal eu te causei? Meu amor...

 

Ele dava um sonoro rugido, parecia dor, foi quando me dei conta de que não havia caído, eu ainda estava vida? Sim, eu estava nos braços de quem eu amo, senti meu coração acelerar muito, muito rápido, me senti tão graça ao ser superior que governa existe mundo, ele havia voltado para mim no final, eu sabia que era tarde e que nada poderia fazer as coisas mudarem, mas eu me sentia feliz por ele ter voltado mesmo depois de tanto tempo.

 

__ Obrigado...

 

            Eu sussurrei muito baixo, pensei que ele nem mesmo escutaria, ele se afastou um pouco de mim, para olhar em meus olhos, sorriu carinhosamente colocando uma mecha desalinhada do meu escasso cabelo branco atrás da orelha. Eu só conseguia olha-lo, vi sombras surgindo por detrás dele, todos haviam existido, Emmet me olhava com seu sorriso brincalhão, Rose ao lado dele pela primeira vez demonstrava ao bom nos olhos com relação a mim, logo depois eu avistei Jasper. Seu olhar era de arrancar o coração, eu conseguia senti-lo, ele se culpava por minha desgraça, mas não era culpa dele, o tempo passa para meros mortais, depois eu vi Esmer, ele parecia chorar no ombro de alguém que eu reconheci ser Carlisle, os dois pareciam tristes e distantes como se estivessem em um velório, logo depois eu vejo meus dois melhores amigos, Alice ao lado de Jacob, eles todos ainda estava iguais a ultima vez que eu os vi, o tempo apenas tinha sido cruel comigo, ele tinha ate ficado mais lindo, estendi uma de minhas mãos para os meus amigos, eu estava deitada no chão tendo convulsões de choro, as lagrimas caiam tão depressa, eu não conseguia impedi-las, mas eu também não queria, pela primeira vez eu gostei que alguém visse meus sentimentos, Jake e Alice me olhavam tão olhos tão triste e carinhosos quantos os de Edward.

 

__ Me desculpa por ter demorado tanto Bells...

 

            Ouvi Jake falar e se ajoelhar do meu lado, todos me encaravam, Edward me matinha deitada em seus brancos, uma de minhas mãos envolvendo sua cintura e a outra o Jake agarrou com força, ele ainda era tão quente, ri em meio as lagrimas, ele era o único que chorava comigo, os outros não podiam chorar. A medida que minhas lagrimas aumentavam e meu peito se tornava completo, eu senti uma dor profunda em meu coração, mas era algo físico, Edward percebeu e olhou a procura de ajuda nos olhos de Carlisle, ele olhou com ternura para o filho, Esmer escondeu os olhos em meio aos ombros do marido, eu sabia, não havia mais saída para mim, era o meu fim.

 

__ Eu... amo... todos... vocês.

 

            Eu falei com dificuldade enquanto a dor aumentava e me impedia de falar, Edward me olhou com os olhos emanando uma dor que parecia tão intensa quanto a minha acumulada em todos esses anos sem eles, Jake chorava ainda mais forte do meu outro lado, eu não conseguia mais dizer nada, eu estava consumida em lagrimas e dor, mas dor física, e mesmo assim, eu estava feliz, muito feliz, mais feliz do que em qualquer outro momento de minha vida, todos estavam juntos por minha causa, meu amor, minha família e meu melhor amigo.

 

__ Nós também te amamos Bella.

 

            Me assustei ao ouvir Rose falar isso, Alice não mais sorria, ela parecia tão triste, eu nunca a tinha visto com essa aparência antes, se aproximou, beijou-me a testa.

 

__ Vou sentir sua falta...

 

            E saiu, de repente todos pareciam querer deixar apenas Edward comigo. Os olhos se despediram com olhares cautelosos e triste, mas antes que os perdesse de vista me obriguei a falar novamente.

 

__ A-A-Ali-ce, e-eu e-es-to-tou m-mui-muito fé-feliz. Ob-obri-ga-do.

 

            Olhei para seus rostos uma vez mais, então eles sumiram, apenas restava Edward de um dos meus lados e Jake que ainda chorava tanto quanto eu do meu outro lado.

 

__ Bem... Acho que é melhor eu ir, esse momente é... de vocês.

 

__ Não vá Jacob, ela quer que você fique tanto quanto quer que eu fique.

 

            Jake olhou para Edward por um minuto e então voltou a me vitar.

 

__ Me perdoa Bella... mas eu não sou tão forte pra te perder de novo.

 

            Se eu pudesse, eu teria parado de chorar, se eu tivesse forças eu o abraçaria, mas eu não passava de uma inutilidade que nem isso conseguia fazer, ele se aproximou, olhou em meus olhos.

 

__ Eu te amo Bells, não importa aonde você vá, eu só quero que seja feliz. Adeus.

 

            Eu o vi se transformar e sumir pela mata escura, olhei para Edward, com olhos interrogativos, ele me contaria o que eu quero saber.

 

__ Ele... só precisa de um tempo.

 

            Tempo que eu não tinha mais, senti fortes convulsões, em meus peito, senti a dor no rosto de Edward, ele se aproximou seus olhos triste, e encostou seus lábios em meus ouvidos, falou lentamente e baixinho.

 

__ Eu vou logo atrás de você meu amor, só espero que me perdoe, eu te amo e sempre amarei Isabella.

 

            Juntei minhas ultimas forças, ele não podia acabar com sua vida por mim, ele superaria minha partida de um jeito que eu nunca superei a dele. Ele não podia morrer, pois o mundo sem ele era um lugar vazio e sem vida. Ele pareceu entender a mensagem em meus olhos.

 

__ Eu não posso viver num mundo em que você não exista. Por favor.. não tente me impedir. Não me peça para fazer algo que você não faria.

 

            Ele tinha conseguido viver todo esse tempo sem mim, ele sobreviveria, tinha que sobreviver.

 

__ Não Bella, você esta enganada, eu sempre estive com você... Nas visões da Alice eu acompanhava todo o seu dia, eu só vivia em torno de voce, eu sempre me monitorava para não vim aqui e estragar a sua vida, eu só estou aqui por que você também esta...

 

            Eu senti a alegria me encher de repente, ele sempre me amou? Sim, eu só conseguia ver verdade nas palavras e nos olhos dele, ela não estava mentindo, me senti novamente muito bem, sorri para ele, não importava para onde iríamos contanto que ficássemos juntos, o resto não importava, senti seus lábios nos meus. Quando ele se afastou eu juntei as ultimas palavras que tive forças para falar.

 

__ E-eu t-te a-mo Edward Cullen, e se-sem-pre vai s-ser vo-ce.

 

            Ele sorriu e me abraçou uma vez mais, mas eu não sentia mais, eu havia partido, e a única lembrança que jamais saíra de minha mente era a minha imagem velhinha no meu aniversario de 83 anos, ele se agarrava fortemente ao meu corpo, e entre rugidos gritava o meu nome, minha face expressava apenas um leve sorriso, não era o fim, apenas um outro começo em algum lugar distante. De repente me vi novamente em nossa clareira, deitados no chão, um encarando a face do outro, senti algo quente em meu ombro ao olhar para cima ele estava lá. Foi tão rápido? Eu estava alucinando mesmo depois de morta?

 

__ Então, o paraíso realmente existe?

 

            Ele me abraçou fortemente, e eu soube, tudo estava bem, ele nunca mais ficaria longe de mim, o abracei, mergulhando meu rosto em seu peitoral, ele me encarava feliz, e eu sabia que pela primeira vez ele não sentia sede ao meu lado, agora somente a eternidade nos esperava.

 

 

 

Fim


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Notas finais do capítulo

Se alguem gostou comenta, eu gostei muito, amor, para mim é assim.. Mortalmente divino.
Nem sempre nas minhas estoria o Ed e a Bella vao termina juntos, mas sempre, SEMPRE, em todas as estorias que eu escrever, eles vao amar um ao outro mais do que qualquer coisa ou pessoa, o amor é isso, é sofrer pelo bem do ser amado, espero que alguem goste... E nao esquecam, façam uma autora feliz e comentem...