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A noite estava fria e o céu estava nublado. Um certo capitão andava ali pelos corredores do Seireitei. Ele parecia estar tenso e agitado, até que ele foi barrado por um oficial.

— Yo! Kurosaki-san! - diz o oficial com um ar de simpatia.

— Kombawa... - responde meio confuso.

— Takashi. - complementa o moreno.

— Isso!

— Vamos caminhar pelo Seireitei? Eu já estou a caminho e casa.

Aff... Francamente! Ichigo não estava nem um pouco a fim de bater um papo com o, considerado por ele, seu maior rival. Não havia jeito, tudo era uma questão de educação.

— Claro! Por que não? - diz o capitão em um tom falso de simpatia.

A “viagem" até a mansão Kuchiki começou.

— Posso te chamar de Ichigo?

— Claro! Por que não? - era só isso que ele sabia responder.

— Então Ichigo? Como você conheceu a Rukia?

— Ahm... Bem, na verdade eu era apenas um “humano" que via espíritos e então ela me deu os poderes dela de shinigami para salvar a minha família do ataque de um hollow. Foi então que ela mudou meu mundo completamente. Basicamente foi isso.

— Nossa! Então vocês devem ser grandes amigos.

— Com certeza. 

— Ela já me falou sobre um grande amigo dela que veio salvá-la da morte aqui na Soul Society, mas eu não sabia que era você.

— Sério? - Ichigo logo se espanta.

— Ela também me disse que você ensinou pra ela muitas coisas sobre os humanos e também que ela adorava estar ali.

Ichigo sentia-se bem ao saber que Rukia pensava sobre todos os momentos em que ela passara ao seu lado, afinal, os dois passaram quase dois anos juntos. 

— Eu acredito que vocês devem ter passado momentos inesquecíveis juntos. - diz o moreno com tamanha simpatia.

Ichigo não acreditava no que ouvia. Como ele não conseguia sentir ciúmes ao ver a sua “querida" Rukia falando tão bem de outro homem? Só se ele era bocó demais a ponto de não perceber isso.

— Ah, sim. Claro que sim. - responde timidamente

Neste momento os dois chegam à mansão Kuchiki.

— E então, Ichigo. Poderíamos conversar mais vezes, gostei muito de você.

O jovem capitão não sabia o que responder, afinal, odiava o fato do futuro marido de sua amada ser uma pessoa tão gentil e simpática. Tentava achar um defeito no tal garoto e não conseguia.

— Ahm... Bem... – o ruivo põe a mão direita atrás da cabeça.

— Olha só, - interrompe - você gostaria de ser nosso padrinho no casamento? Creio que Rukia ficaria super contente com isso. Até porque, amigo da minha Rukia é também meu amigo.

Com tais palavras, Ichigo não sabia como reagir. Parecia ser um convite de amizade ou algo do gênero. Maldita seja a simpatia daquele desgraçado! E ele ainda se atrevia em dizer MINHA RUKIA, como se ela fosse propriedade de alguém!

— Nossa! Sério? É claro que eu aceito! - diz Ichigo com um enorme sorriso, porém, falso.

— Então, até logo! Amigo.

— Até.

Os dois fazem um aperto de mão e retiram-se dali.

“Amigo... tsc...” – pensava desagradavelmente o jovem morango.

—-X—

O dia havia amanhecido nublado no Seireitei, o novo capitão das 13 divisões havia acabado de sair de uma reunião com os capitães. Ele não apresentava uma boa aparência, afinal, não conseguira dormir a noite inteira devido ao seu intenso trabalho de capitão.

Enquanto o jovem shinigami andava sonolento pelos corredores daquele lugar, Rukia corria apressada até seu esquadrão.

— Droga! Estou atrasada! – diz ela olhando para o relógio.

BAAAM!!

— Ai minha cabeça! – diz ela caída no chão massageando a dita cuja

— Olha por onde anda Rukia!

— Ichigo?

O garoto ainda permanecia de pé.

— Olhe você por onde anda! Seu desastrado! – respondia a garota - Aff... Não tenho tempo pra perder aqui com você, eu tenho uma reunião de tenentes daqui a pouco. – diz ela se levantando.

— A reunião de tenentes acabou faz tempo...

— O quê? Mas me disseram que eram às 8h da manhã!

— Parece que ocorreu um imprevisto e atrasou um pouco o horário da reunião, você deveria ser mais bem informada. – diz ele cruzando os braços.

Rukia também cruza os braços e fica parada ali.

— Bem, então eu vou indo pro meu esquadrão. Até Ichigo.

— Espera.

— O que foi? – diz ela parada no meio do caminho.

— Quer que eu te acompanhe? Desde aquele dia eu nunca mais tive uma conversa digna com você. – diz ele em um tom simpático.

— Já que você insiste, então vamos.

Os dois permaneceram em mortal silêncio durante o tal passeio pelo Seireitei. Não suportando mais o tal eco do vento, Rukia resolveu falar.

— Então... Minha festa de noivado será depois de amanhã.

— É mesmo? – diz ele começando a olhar para ela.

— É sim. Está convidado viu? Afinal, Takashi me disse que você será nosso padrinho não é? Fico muito feliz em saber que vocês dois estão se dando bem.

— Pra mim é uma honra ser padrinho de vocês. – diz ele em um tom irônico.

Percebendo que o garoto só queria provocá-la, ela preferiu não responder.

— Escuta Rukia. Desde quando você conhece esse seu primo?

— Faz uns dois meses.

— DOIS MESES?! E JÁ PENSAM EM CASAMENTO?! – diz ele parando no caminho

— Ele me ama Ichigo. E, além disso, eu não quero passar o resto dos meus dias sozinha. – diz ela olhando nos olhos do garoto.

O morango deu uma breve pausa.

— Eu entendo. - diz fechando os olhos, abrindo um sorriso e voltando a seguir caminho.

— No entanto, eu também quero que você encontre a pessoa certa com quem você possa ser muito feliz. - diz ela seguindo o morango.

Em seguida ele para no caminho de novo, mas não encara a morena.

— Isso não será mais necessário.

— Hã!? Mas por... – impressiona-se

— Vamos indo! - interrompe. - O Capitão Ukitake deve estar desesperado atrás de você. - diz apressando o passo.

— Ahm, sim. - a pequena abaixa a cabeça e segue o ruivo.

CONTINUA...