Cheguei em casa naquela tarde arfando. Eu tinha corrido muito para ela não me ver. O Tom estava assitindo TV e nem deu muita importância para a minha situação.

-Tom! –eu o chamei e ele nem me olhou. –TOM! –eu gritei dessa vez para ver se ele se tocava que eu queria falar algo para ele.

-O que? Você já disse o meu nome duas vezes! –ele me olhou.

-Preciso te contar uma coisa! –eu disse.

-Fala! Eu estou perdendo o meu programa! –eu olhei para a TV e para variar estava passando Girls Of The Playboy Mansion.

-OK! –eu disse com nojo do programa que ele estava assistindo. –Eu estou... gostando da Sara! –senti minhas bochechas esquentarem.

O Tom desligou a TV e se levantou, vindo na minha direção. Ele estava em estado de choque, eu acho!

Ele me abraçou e disse:

-Não acredito! –ele sorriu. –Você está apaixonado! –ele me segurou o meu ombro e me sacudiu.

-Ah, Tom! –eu fiquei sem graça. Não estava mega apaixonado, eu só gostava da garota!

-Meu Deus! Eu espero por essa notícia desde que nascemos! –ele estava sorrindo e seus olhos brilhavam. O Tom estava mais feliz do que EU!

-Nem tanto Tom! Impossível você estar esperando por isso durante 18 anos! –olhei para ele.

-Também acho... –ele me soltou. –Mas pelo menos aconteceu! –o meu comentário não tinha estragado a felicidade dele!

-Só que tem um problema! –eu disse.

-O que? –ele perguntou se sentando no sofá de novo.

-Eu não sei como... –eu tentei gesticular com as mãos para ver se ele entendia o que eu queria dizer.

-Como... –Não! Ele não entendeu!

-Como beija-la! Eu não sei como fazer para ela gostar de mim também! –me joguei no outro sofá de barriga para baixo.

-Ela gosta de você? –ele me olhou.

-Acho que sim, parece que sim! –eu disse com o rosto afogado no travesseiro.

-Então vai ser fácil!

-Como assim? –eu virei de barriga para cima e o olhei.

-EU vou te ensinar! Essa menina vai ser sua! –o Tom estava sorrindo de um jeito bem convencido para o meu gosto.

-Hãm? –eu o olhei. –Não, eu acho que não! Você não pode me ensinar! –eu disse.

O Tom estava sentado no sofá ao lado, me olhando de um jeito bem diferente do que eu conhecia.

-Por que não? –o sorriso dele sumiu.

-Porque eu não a quero só por uma noite! –eu respondi certo de que as dicas que ele me daria só fariam ela me querer por uma noite.

-Eu te ensino a ficar com ela para sempre... –ele fez uma cara de nojo. –Ou por quanto tempo durar!

-OK, então! Mas como você vai me ensinar? – eu me sentei no sofá para prestar mais atenção ao que ele me dizia.

-Isso é fácil! Eu sei TODAS as regras desse jogo! –ele fez uma cara de safado! Deus do céu! –Existem 10 regras BÁ-SI-CAS sobre a “conquista”! –ele fez aspas com os dedos indicadores.

-E você vai me ensiná-las? –perguntei com uma das sobrancelhas levantada.

-Não só na teoria como na pratica também!

-Como assim “na prática”? –perguntei fazendo aspas com os meus dedos.

-Eu vou ser sua cobaia e o seu professor também! –ele me disse.

-Tom nós somos irmãos e eu NÃO sou gay! –fiz questão de esclarecer essas duas coisas.

-Deixa disso! –ele disse. –Você pratica comigo para fazer com ela, sacou?

Para ele, essa idéia devia estar sendo a coisa mais normal do mundo, só que para mim, NÃO tinha nada de “normal” nessa idéia besta dele, mas se eu não concordasse em seguir com o plano dele, com certeza ele ficaria magoado comigo e me evitaria por algum tempo.

-Pode ser! –eu concordei. –Mas sem contato físico! –esclareci minha única exigência.

-E como você vai treinar seus beijos? Posso saber? –ele me olhou com uma cara de dúvida muito engraçada. –Você nunca beijou na vida! –ele disse rindo da minha cara.

-Já sim! –eu rebati.

-Dois beijos não são nada! –ele continuou a rir de mim.

-Para o seu governo, eu já beijei cinco vezes! –fez o número com os dedos! Não vou deixar ele levar vantagem sobre mim.

-Bill nossos cachorros não contam!

-Ah... –eu disse desapontado. Eu estava crente que isso contava como 3 beijos. –Então foram só duas vezes, mas...

-Mas que você vai praticar e eu sou EU quem vai te ensinar! –ele estava certo disso.

-E se eu não for bom? –eu tinha minhas dúvidas quanto ao meu potencial.

-Eu estou aqui para fazer você ser bom! –ele respondeu, já pensando que era o meu professor.

-OK! Mas e...

-Não existe “mas” nessa situação Bill! –ele me interrompeu. –Ou você é bom ou você não é! Depois dessas 10 lições, você será outro Bill! Acredite em mim! –ele sorriu.

-Sério? –eu perguntei sorrindo.

-Sério! –ele respondeu.

-Estou ancioso para conquistar essa menina! –agarrei o braço do Tom e olhei nos olhos dele. –Quando começamos?

-Amanhã à tarde! –ele respondeu.

Nós nos levantamos e ficamos calamos por um bom tempo, até o Tom quebrar o silencio.

-A propósito... você é mesmo.. hãm.. virgem?

-Cala boca! –eu o empurrei e fui para o meu quarto.