-Estamos perto? – Perguntei exausta. E nem andamos, fomos em cima dos lagartos gigantes nesse tempo, mas experimenta ficar em cima de um lagarto com a carapuça dura e cheia de escamas por quase 6 horas?

-Quase lá. – Disse o Elliot na frente.

Suspirei.

‘’Você está acostumado a isso, eu não. ’’ – Pensei.

Depois de mais uns 15 ou 10 minutos – o que é difícil de dizer quanto tempo passou sem relógio - paramos á frente de um muro, um enorme muro com duas figuras altas ao lado de um portão com um longo capuz vieram até nós, olharam para o Elliot e para mim e fizeram um sinal de sim com a cabeça.

Não consegui distinguir se eram homem ou mulher, o capuz tampava os rostos. O Elliot saiu de cima do lagarto, e eu fiz o mesmo, naquele lugar eu sentia que um passo em falso, e eu morreria.

Atravessamos o portão, e vi uma cidade grande, que não era grande no movimento e sim de tamanho. Havia casas espalhadas em torno de uma enorme árvore. Quando digo enorme, digo do tamanho de um prédio de 10 andares.

Elliot percebeu que eu estava focada na grande árvore e respondeu sem que eu perguntasse:

                -É a árvore divina.– Ele disse olhando para a árvore.

                -Árvore divina? – Perguntei.

                -É a árvore que conecta todas as árvores da floresta de Dream Land. Acho que é uma coisa mais...complexa de se explicar. Dizem que uma alma não morre, ela reencarna. É nessa árvore que as almas vão, esperando um corpo para reencarnarem. Se a árvore morre, toda a conexão morre, tudo morre.

Escutava atenciosa. Quando reparei em uma coisa – as nuvens – está nublado?

                -Parece que vai chover. – Disse o Elliot.

                -Chover...em Dream Land? Me lembro que você me tinha dito que nunca chovia em Dream Land.

                -Ah, então você veio. – Escutei uma voz familiar atrás de mim.

Virei para trás e encontrei as gêmeas,com uma expressão de raiva no rosto. - O que foi? – Perguntei com a voz firme.

                -Humpf, a sua ‘’menina’’ é bem interessante, não? – Disse a Lily.

                -Lily, menos. – Disse a Amy.

                -Menos é o cassete, por causa de uma menina que provavelmente deve pertencer a Nightmare Land e que deve provavelmente deve ter uma ligação com a Anne, por causa dela a chave foi roubada. Está tudo ligado. – Disse a Lily praticamente apontando o dedo na minha cara.

                -Vai devagar, nunca temos certeza de nada, lembra? – Disse a Amy.

                -Humpf, mas de uma coisa eu tenho certeza, você, Anne Hanson, é só um problema para as nossas terras, você não pertence a este mundo.

Me senti um lixo nessa hora.

                -Ela só está preocupada, vai com calma Lily. – Disse uma voz não-conhecida.

Virei o rosto, era um menino com cabelos que iam até os ombros, lisos e negros, mas o que me chamou atenção, foi o fato de que ele tinha orelhas de...cachorro? Ou raposa, não sei ao certo.

                -Eu te conheço? – Disse a Lily com antipatia.

                -Ah, esse é o Trevor, ele é um... – Apresentou o Elliot.

                -Um Druida, não? – Completou a Amy. – Eu vi de cara por causa das orelhas. – Ela sorriu.

                -Humpf, um druida do clã Urocyon. – Completou a Lily. - Pensei que não existissem mais.

                -Ela é mesmo esperta hein. – Disse o Trevor em voz baixa para o Elliot.

                -A chave roubada é tão grave assim? – Eu perguntei sarcástica. – Ela não serve apenas para selar esse mundo?

Todos se calaram. Acho que eu não deveria ter dito isso.

                -Ambas chaves foram feitas por um pedaço de madeira da própria árvore divina, em Dream Land, e foram construídas em Nightmare Land pelas 5 representantes. Não sei se você sabe, humana, mas quem tem a 1º chave tem o poder de encontrar a 2ª chave, e você sabe o que acontece se uma dessas chaves – digo, a primeira – for destruída? – Disse a Lily com um leve tom de raiva na voz.

                -Não. – Me atrevi a dizer.

                -Como eu disse, a chave foi feita pela árvore divina, e aprimorada pelas representantes, qual quer coisa que for feita da árvore divina for destruída, a árvore também é. Ela simplesmente morre. E tudo e todos morrem.

                -Humpf, se todos morremos, inclusive esses tais de Night Land, por que alguém iria querer fazê-lo se sabe que vai morrer?

                -Eles não morrem. Nós morremos. Nesse caso, Dream Land morre. O conselho de fez uma espécie um acordo, eles prometeram ser fiéis e protegerem ambas chaves. Mas como tem gente daqui que mesmo com esse pacto de paz ainda não suporta eles, tem gente de lá que não nos suporta, fazer o que, não é? Mas não acho que alguém seja tão burro aponto de fazer isso. Provavelmente pegaram a chave para outro tipo de coisa.

                -Sabe, a Anne acabou de chegar, por que não vamos comer algo? – Disse o Trevor quebrando o clima tenso.

                -Eu acho uma boa ideia. – Disse o Elliot.

Aceitei também, e a Lily para não ficar sem graça também aceitou o convite.

                -E quem vai recuperar a chave? – Eu disse voltando no assunto inocente.

                -Não se preocupe com isso, temos bons guerreiros. – Disse-me o Trevor.

                -E quem vai recuperar meu pai?

                -Se eles pegarem a chave, pegarão seu pai na certa.

Ainda sim, não acho certo. É o meu pai. Eu estou aonde o ladrão pisou, eu sei da verdade. Enquanto eu estou com meus amigos, ele pode estar sendo torturado.