O Destino de Cada Coração Ii escrita por By Mandora


Capítulo 3
Aquelas Doces Palavras




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– Lá está  vilarejo, Kirara! Vamos descer!

Enquanto Kirara baixava até o vilarejo, Inu-Yasha mantinha Kagome segura em seus braços. “Ela está tão fria...” Ao chegarem ao chão, Inu-Yasha acordou Kaede aos berros, que saiu correndo de sua cabana.

– Inu-Yasha! Que idéia é essa de ficar gritando a essa hor... – Pela primeira vez, ela o viu em sua forma humana, carregando Kagome nos braços. – Santo Deus! O que aconteceu com vocês?

– Depois eu explico, velhota! Kagome precisa de ajuda... Ela está muito fraca!

– Está certo. Traga-a para dentro...

Dentro da cabana, Kaede preparava uma poção. Shippou dormia próximo a Kagome. Inu-Yasha estava de braços cruzados, encostado na parede, com a pequena Kirara ao seu lado, muito inquieta.

– O que foi, Kirara? Acho que você está preocupada com a Sango, não é? Ela estava muito machucada... Você quer ir buscá-la? – Kirara sentou-se e acenou com a cabeça. – Então, tudo bem. Pode ir que tomo conta da Kagome. Obrigado.

Kirara foi até Kagome, lambeu seu rosto e saiu em disparada. Inu-Yasha ficou observando Kaede moer aquelas ervas em uma pequena tigela de barro.

– Hei, velhota! O que é isso que está fazendo?

– É uma poção para restaurar energia vital. Você disse que ela perdeu muita energia, não foi? Eu costumava prepará-la para minha irmã Kikyou, foi ela quem me ensinou a fazê-la.

– Então a Kikyou também tinha o poder de curar assim como o da Kagome?

– Ela nunca o usou diante das pessoas. Ela trancava-se com o doente em um quarto e, depois de alguns minutos, o doente saía andando, mas minha irmã sempre saía exausta. Certa vez, um grupo de youkais lagarto atacou o vilarejo. Muitas pessoas morreram. Kikyou conseguiu derrotá-los, só que depois da luta ela teve que cuidar dos feridos. Ela quase morreu por conta disso. Foi aí que ela decidiu me ensinar a fazer a poção.

– Eu acho que era porque ela não queria ser vista de forma diferente de um ser humano pelas outras pessoas... “Preciso contar o que aconteceu com Kikyou...”. Sabe, a Kikyou... se foi..

– Como assim?

– Ela e Kagome tiveram uma luta e Kikyou perdeu... Ela não existe mais...

Fechou os olhos e respirou profundamente. Depois de um momento, voltou a amassar as ervas.

– Sabe, Inu-Yasha, eu sempre soube que não era certo ela ter voltado, por mais que eu sentisse sua falta. Eu sabia que o dia dela partir chegaria... De uma certa forma, saber que foi Kagome até me consola. Mas é errado dizer que ela não existe mais porque ela sempre viverá nos corações daqueles que a amaram e nos de quem ela tanto amou, não é mesmo?

– Inu-Yasha concordou acenando com a cabeça. – A poção está pronta... Ajude-me a dá-la para Kagome.

Inu-Yasha segurou Kagome enquanto Kaede colocava a poção aos poucos em sua boca e a fazia engolir.

– Pronto, agora nós temos que esperar até a poção fazer efeito.

– Kaede... Ela não vai morrer, não é?

– Ela vai ficar bem, Inu-Yasha. Não se preocupe. – Sorriu para ele.

– Por que você está sorrindo?

– É estranho ver você assim, na forma humana, Inu-Yasha. Preocupado com alguém mais além de si próprio. E também é a primeira vez que você me chama pelo meu nome sem usar as palavras “velha” ou “velhota”.

E completamente sem graça, Inu-Yasha cruzou os braços e virou o rosto.

– Hunf. Não abuse da sorte, velhota.

– Inu-Yasha, você não tem jeito. Por que não dorme um pouco. Leva tempo até que a poção faça efeito.

– Não se preocupe comigo... Eu vou ficar bem aqui... – Recostou-se novamente na parede.

-x-x-x-x-x-

Uma hora depois, a poção parecia estar fazendo efeito. Kagome estava muito inquieta, mas a temperatura de seu corpo estava quase normal.

– Inu... Inu-Yasha...

– Shii... Não fale nada. É melhor poupar suas energias. Sua boba, você não devia ter se arriscado tanto.

– É que eu achei que você fosse morrer...

– Está tudo bem agora. Descanse.

Inu-Yasha ficou segurando a mão dela até que ela dormisse. Permaneceu ali por algum tempo e, depois, saiu da cabana. Um pouco antes do amanhecer, Kagome acordou novamente. Sentia-se mais forte. Viu Shippou e Kaede dormindo, mas nenhum sinal de Inu-Yasha e resolveu sair para procurá-lo.

Ela o encontrou em pé, ao lado daquela grande cerejeira. Estava observando o horizonte, que começava a anunciar um nodo dia. Ele ainda tinha a forma humana, mas não demoraria até que voltasse a ter a forma de sempre. Kagome aproximou-se e colocou a mão em seu ombro, mas ele não se virou.

– Quando o sol nascer certo, Inu-Yasha?

– Está certo. Você não devia estar de pé tão cedo.

– Eu já me sinto bem melhor. Desculpe se eu preocupei você.

– Tudo bem, se eu estivesse no seu lugar, também faria a mesma coisa. – Virou-se para Kagome e nas mãos tinha um lindo bouquet de flores. – São para você.

– Ahh... Inu-Yasha... São lindas.

– Sabe, Kagome, quando eu estava à beira da morte, era como se eu estivesse caindo em um precipício. Mas eu não estava com medo da queda porque eu tinha a doce lembrança do seu rosto comigo. O inferno ou o paraíso não seriam nada desde de que eu ainda tivesse aquela lembrança. Tudo ao meu redor era um grande vazio, até que eu vi uma luz e a sua voz vindo dela. Eu fui na direção daquela luz e acordei aqui, neste mundo, por sua causa... – Tinha os olhos cheios de lágrimas e algumas até chegaram a cair. Kagome acariciou seu rosto, enxugando-as. – Eu voltei por sua causa, Kagome... Eu... Eu te amo...

– Inu-Yasha! Você disse...

– Não pense que você vai escutar estas palavras novamente quando eu me transformar...

– Em um selvagem youkai rabugento e mal-educado? Tudo bem, Inu-Yasha... Uma vez foi suficiente por toda vida, bem pelo menos até a próxima lua nova. – O abraçou fortemente.

– Eu também te amo, Inu-Yasha.

– Obrigado por curar meu coração, Kagome...

Os dois se beijaram enquanto os primeiros raios-de-sol surgiam no horizonte. Kagome pôde sentir o coração de Inu-Yasha batendo em seu peito durante a transformação. Quando abriu seus olhos, ele era o mesmo de antes.

– Inu-Yasha, quanto ao Sesshoumaru eu...

– Está tudo bem, Kagome. Ele não nos deu muita escolha...

-x-x-x-x-x-

Sango acordou sentindo alguma coisa mexendo em sua cintura. Levantou-se rapidamente, dando um tapa em Miroku.

– Miroku! Você não tem jeito mesmo!

Miroku sentou-se, com a mão sobre o rosto.

– Mas, Sango, o que foi que eu fiz?

– Não se faça de... Ah, o que é isso? – Alguma coisa continuava mexendo embaixo da coberta. Sango deu um pulo e se jogou no colo de Miroku.

– Primeiro você me bate, depois me agarra. Você quer se decidir.

– Miroku, tem alguma coisa ali...

– É, tem sim. E não sou eu. Veja... – Puxou a coberta e lá estava a pequena Kirara, feliz por vê-los.

– Ah, meus Deus, Kirara! Então era você... – Pegou Kirara em seu colo. – Você me pregou uma peça, sabia? Eu pensei que fosse o Miroku... – Então se lembrou do tapa. Ele estava de braços cruzados, olhando fixamente para ela. – Me desculpe. É o hábito.

– Ah! Deixa para lá. Por que Kirara voltou tão rápido? Será que Kagome e Inu-Yasha estão bem? – Percebeu que Sango ficou prestando atenção aos grunhidos e movimentos de Kirara.
– Você consegue entender o que ela diz?

– Bem, parece que ela não ficou lá para saber o que ia acontecer. Deixou-os no vilarejo e voltou de imediato.

– Acho que ela estava preocupada com você. Kirara, você está cansada demais para nos levar de volta?

Kirara pulou do colo de Sango e se transformou na enorme fera voadora.

– Eu acho que isso é um sim, Miroku... Mas o que nós vamos fazer com ele? – Apontou para Jyaken, que Miroku havia deixado amarrado durante a noite.

– Bem, não é justo deixá-lo desse jeito. Ele não poderia se defender... – Foi até Jyaken, soltou a corda e deu-lhe alguns tapas para que acordasse.

– Ah... Ah... Mas o quê? Senhor Sesshoumaru... – Delirou o pobre Jyaken. – Eu tive um sonho... – Então se deu conta de quem estava na sua frente era Miroku e não Sesshoumaru.
– Seu monge miserável! Vai ver quando o senhor Sesshoumaru acordar...

– Ele não vai acordar, Jyaken. Kagome o lacrou com três flechas. Só alguém com grandes poderes espirituais e com um coração puro poderia retirá-las. E quem, em sã consciência, iria querer libertar um youkai.

Miroku notou a triste feição de Jyaken. O pobre servo observou seu cajado na mão do monge.

– Você poderia ao menos devolver o meu bastão?

– Vou devolver. Vou jogá-lo quando eu estiver voando bem lá no alto.

Miroku saiu e começou a arrumar as coisas do acampamento. Jyaken o observou por um momento e, depois, voltou seu olhar para Sesshoumaru. O que faria ele da sua vida agora que Sesshoumaru se foi? Sango subiu em Kirara, seguida de Miroku.

– Miroku, olhe para ele. É quase digno de pena...

– Ele agora vai ter que encontrar o seu próprio caminho. Vamos embora.

Antes de Kirara levantar vôo, Miroku cravou o bastão de Jyaken no solo. E então eles se foram, seguidos pelos tristes olhos de Jyaken. Ele foi lentamente até o bastão e o pegou. Depois retornou até a rocha onde estava Sesshoumaru, sentou-se na grama e chorou silenciosamente.


-x- Continua no próximo cap -x-




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