Akuma Hunters escrita por Najayra
Notas iniciais do capítulo
Irei narrar cada luta aqui, de forma separada. Como no próximo capítulo, elas irão se interligar, serão narradas concomitantemente.
[Parte I – Shelley X Rei]
Shelley correu para o quarto de seu pai, que não ficava muito longe do local da briga de Luka e Vinny, mais precisamente, ao final do corredor. Ela abriu a porta do quarto abruptamente e seguiu até a beira da cama, com um olhar medonho.
- Você veio matar seu velho pai? – perguntou a criatura que repousava sob os lençóis.
Shelley não respondeu. Ela apenas girou as duas espadas em 180° e ergueu as mãos em cima do corpo do pai. Um segundo depois, afundou as espadas contra o peito do velho demônio. Surpresa! As espadas perfuraram o colchão da cama. O Rei havia se levantado em uma velocidade impressionante e estava do outro lado da cama, em perfeitas condições com sua coroa na mão.
- Você não está tão velho assim, não é mesmo? – Shelley perguntou retoricamente e retirou as espadas do tecido.
O Rei transformou a coroa em uma espécie de bastão, sendo que em cada uma das extremidades havia uma lança muito pontiaguda e incrivelmente áspera, cheia de espinhos, e tudo isso feito em ouro. Shelley observou a incrível arma com um olhar desejoso e sorriu sarcasticamente.
- Ah... A Lança do Demônio. Se o senhor soubesse o quanto eu almejo a esta arma, papai...
- Você a quer?
O Rei girou a lança em torno do corpo e apontou para Shelley uma das extremidades monstruosas da arma.
- Venha pegar, minha querida filha.
- Já sei de quem Vinny puxou a ironia execrável.
Ela manteve o sorriso perverso e posicionou as duas espadas em frente ao corpo.
- Como rei, você não precisou fazer o treinamento do clã Ashura, não é pai?
- Para que ter o mesmo conhecimento que vocês se sou eu quem manda nisso tudo?
- Pois, então, irei te ensinar as três princípios básicos.
O Rei avançou contra Shelley com a lança e ela se defendia com suas espadas. Enquanto ele a atacava incessantemente, ela aproveitava rápidas pausas para mostrar seus conhecimentos. Ele passou a lança contra a cintura de Shelley, mas ela desviou, abaixando e dando uma rasteira e derrubando o Rei no chão.
- Primeiro: Saiba improvisar um ataque corpo-a-corpo.
Então ele apontou a lança contra o rosto dela. Ela desviou novamente, contorcendo o corpo igual a uma serpente, apoiou uma das mãos no chão e fazendo uma espécie de “bananeira” voltou a ficar em pé.
- Segundo: Desviar é essencial.
Shelley girou as duas espadas e as fincou no local em que o Rei estava, ele desviou e correu para o outro lado do quarto. Ela, mais do que rapidamente, retirou uma das espadas e a jogou contra ele. A espada acabou passando de raspão e fazendo um corte no rosto dele, terminando cravada na parede.
- Terceiro: A melhor defesa é o ataque.
- Pelo visto você aprendeu, até muito bem, todos os ensinamentos.
- Sou muito aplicada.
- Por que não foi tão aplicada com relação ao seu casamento e ao posto de rainha?
- Sou aplicada... No que me interessa.
Ela avançou contra ele e agora estavam lutando muito próximos, quase corpo-a-corpo.
- Você PENSA que é muito esperta, garota. Mas está enganada...
Ele avançou a lança contra o peito de Shelley. Como ela percebeu que não conseguiria desviar, ela deu um pequeno salto para que a lança acertasse sua barriga. E foi o que aconteceu. O Rei a ergueu com a lança e observou o sangue escorrendo pelo cabo da arma. Ele deu um sorriso macabro e girou a lança, ele jogou Shelley contra a porta do quarto e a lança espinhosa arrancou pedaços do corpo ao redor do buraco. A força dos demônios era impressionante, mas a do Rei era assustadora. Shelley atravessou a porta e percorreu o corredor, até passar pelo local onde estavam Luka e Vinny, e bater o corpo, com toda a força, contra a parede.
[Parte II – Luka X Vinny]
- Mortal desgraçado. – disse Vinny.
- Está falando comigo, colega traído?
- Há! Continue com suas brincadeirinhas enquanto eu corto sua garganta!
- Calma. Só porque a nossa loirinha baixinha ME ama, não quer dizer que você tenha sido prejudicado. Opa... Pera aí... Você foi sim prejudicado, perdeu a noiva! – Luka ria da desgraça de Vinny.
- Aproveite sua última piada.
- Ora, ora. Acho que não. Afinal, eu também sou imortal... – após dizer isso, os olhos de Luka ficaram dourados, brilhavam em um lindo tom de amarelo.
- Olhos dourados? Humpf. Característicos de um humano inútil transformado. Um demônio de verdade tem muito mais poder que uma criatura bizarra como você. – os olhos de Vinny mostravam um belo carmim, vermelho em cor de sangue.
Luka avançou contra Vinny e desceu a espada verticalmente, na tentativa de parti-lo ao meio. Vinny se defendeu, parando-o com seu gládio.
- Já te falaram que você fala demais? – perguntou Luka.
- Não. Do mesmo jeito que ela nunca falou em você. – Vinny empurrou a espada e balançou o gládio contra o corpo de Luka.
- Não teria porque tocar nesse assunto. Afinal, tínhamos uma relação secreta, um caso, babaca.
Luka desferiu vários golpes diagonais contra Vinny e ele desviava de todos.
- Não acho que ela tenha lembrado esse “caso” enquanto a gente se divertia sob os lençóis.
- Como é?! – Luka congelou.
Vinny aproveitou o descuido do inimigo para inverter o jogo e cortou o corpo de Luka. Ele conseguiu afastar um pouco, mas acabou com o abdômen cortado na diagonal. Ele grunhiu após o golpe, mas não retirou os olhos do loiro e nem mudou de assunto.
- Ela não fez nada com você.
- Pergunte a ela o que aconteceu antes dessa confusão toda.
- Pode deixar. Vou perguntar. Depois que matar você.
Ele se enfureceu com a ardência do corte e voltou ao combate.
[Parte III – Allyan e Karin X Guarda Real]
Karin e Allyan correram no sentido contrário. Karin sabia que Vinny não era discreto e ele, com certeza, tinha chamado o reforço, a favor de sua causa.
- Como será que eles estão? – perguntou Allyan.
- Melhor do que nós. – Karin disse com uma expressão perplexa e congelada.
Ela estava vendo a Guarda Real se aproximar deles. Mais de 100 homens contra eles dois? Há! Essa justiça é típica do Vinny! Karin mordeu o lábio inferior, pensativa por um segundo, então se virou para Allyan.
- All, vamos dar um jeito nisso.
- Contra todos eles?! Há! Claro!
- All! Deixa comigo!
- Já pensou que você é pequena demais para todos eles?
Karin o metralhou com os olhos e fez uma pose irritada. Allyan sorriu, pesaroso, e puxou Karin pelo pulso, abraçando-a com preocupação.
- Escuta. Sei que não sou tão “legal” quanto o Luka, não chego nem perto da Shelley e nem posso imaginar o poder do Vinny. Mas, eu penso em você e não vou arriscar sua segurança nessa batalha. - Karin corou levemente ao ser abraçada e seu coração acelerava com as palavras de Allyan. Ela se afastou um pouco e olhou nos olhos de Allyan, pegando seu rosto entre as mãos.
- Não vai acontecer nada comigo. Confie em mim.
- Se você diz... Karin... Você é teimosa igual sua irmã... – os dois riram.
- Só mais uma coisa...
Karin beijou Allyan, que retribuiu a abraçando pela cintura.
- Se eu não conseguir voltar ao normal, por favor, me ajude.
- Está bem.
Karin já havia dito ao Allyan que ela escondia um poder dentro de si. Mas ele não tinha noção do tamanho deste poder. Karin se virou para a Guarda, que agora estava ainda mais perto deles, e retirou seu colar do pescoço. Ao fechar os olhos e os abrir novamente, eles estavam carmim. Seu sorriso se tornara macabro e o colar se transformara em uma foice cuja lâmina era feita de esmeralda. Ela a girou na mão e em torno do corpo, Karin estava pronta para a luta. Allyan ao ver a aura perversa que se apossou do corpo da ruiva, ele retirou o anel e o transformou em uma espécie de clava, que tinha uma lâmina em forma de cruz e com detalhes em topázio em uma das extremidades. Foi para o lado de Karin e se juntou a luta.
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