Um Nerd em Minha Vida escrita por Juliana133


Capítulo 3
Capítulo 3




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Georg Listing era um garoto até musculoso mas não deixava de ser esquisito. Tinha uma postura corporal totalmente desleixada. Usava tanto a blusa quanto a calça extremamente folgadas. Tinha cabelos cor de bronze dispostos de forma diferente. E usava óculos fundo de garrafa que eram grandes demais para seu rosto. Só faltava ele ser espinhento.

Georg estava visivelmente fazendo uma cara de nojo para mim. Provavelmente foi pego de surpresa com a minha presença. Zac não brincou quando disse que ele não gostava de mim. Ainda sim eu fiz um esforço sobre humano e dei meu melhor sorriso estendo a mão para ele.

— Oi, me chamo Dianna Cole. É um prazer finalmente conhecê-lo. – Ele me encarava de cima (por ser alto) com uma postura de superioridade extrema. Com aquele mesmo olhar que você daria para o lixo fedorento da porta da sua casa. Eu não ia suportar aquilo por muito tempo.

Até que finalmente ele esticou a mão, como se estivesse fazendo um esforço sobre humano, e me respondeu:

— O prazer é meu. – É, ele seria mesmo capaz de me matar a qualquer segundo.

— Então, podemos começar hoje à tarde? Na minha casa? – Perguntei tentando ser simpática.

— Sim. – Ele respondeu seco. – Estarei lá às três. – Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele se virou, pegou suas coisas e saiu de lá. Jasper ficou com um olhar de curioso com a reação do amigo, então apenas acenou um breve “tchau” para nós e seguiu Georg.

“Mas que imbecil, quem ele pensa que é? Eu vou ter mesmo que pagar esse idiota? E qual o problema desse nerdão afinal?”

— Cruzes Dianna, o que você fez para ele? – Mary cochichou para mim. Eu franzi as sobrancelhas em resposta.

— Não faço idéia. Ele deve ser louco. – Talvez aquilo fosse ser mais difícil do que eu imaginava. Ele podia tentar me matar quando Zac estivesse distraído, e ai “adeus Dianna Cole”. É, definitivamente eu não estava ansiosa para aquela aula.

xxx

Às três horas em ponto a campainha tocou. Como o esperado, era Georg.

— Entre. – Disse calmamente a ele.

O nerdão entrou sem falar nada. Fomos até a mesa da cozinha e nos sentamos. Ele tirou alguns livros de sua mochila e espalhou-os pela mesa. Então finalmente disse:

— Em que necessariamente você precisa de ajuda?

— Hmm, em tudo!? – Perguntei meia insegura.

Só para variar ele me fitou com um olhar incrédulo como se eu fosse a criatura mais estúpida da terra.

Ele respirou profundamente, massageou as têmporas e então começou a falar.

— Já que é assim vamos começar com matemática. – “ótimo... eu ‘adoro’ matemática.” Pensei de imediato. Logo em seguida ele começou a me dar uma verdadeira aula.

Ok, ele podia ser mesmo o cara mais insuportável e imbecil do planeta, mas por mais que eu odeie admitir isso, Georg realmente era um gênio. Quando ele começava a explicar, parecia até que tinha virado outra pessoa. Até o jeito com que ele falava ficava diferente. E ele explicava de um jeito tão simples e prático que até uma mula entenderia. Eu tinha que dar o braço a torcer, Georg Listing valia cada centavo.

Eu estava fazendo uma das questões do exercício que ele tinha me passado. Até que eu cheguei em uma parte que não conseguia me lembrar como fazia. E então perguntei:

— Georg, eu não consigo fazer a partir daqui. Você pode me explicar esse pedaço? – Eu disse empurrando meu caderno para ele. Ele pegou-o e analisou a questão que eu estava resolvendo. Após pouquíssimo tempo ele virou para mim horrorizado.

— Isso aqui é assunto da oitava serie! COMO você não sabe disso? – Ele estava realmente aterrorizado.

— Hmmmmm, acho que eu esqueci durante esses anos... – Respondi envergonhada. Quando olhei para ele lá estava, mais uma vez, aquele olhar de superioridade me encarando como se eu fosse uma jumenta.

— Posso saber por que você fica me olhando assim o tempo todo? – Disse perdendo a paciência.

— Assim como? – Agora ele parecia confuso.

— Desse jeito ai... como se eu fosse uma retardada mental, uma burra, sei lá. Irrita muito, sabia?

Para minha surpresa, em vez dele tentar se defender ou negar, ele simplesmente começou a ficar vermelho, muito vermelho. E não era de raiva, muito menos de vergonha.

Na verdade ele estava se segurando com todas as forças para não começar a rir bem na minha cara, mas não adiantou. Teve uma hora que ele não agüentou mais e começou a dar uma das gargalhadas mais altas que eu já ouvi na minha vida. O quão cara de pau aquele idiota podia ser?

— Eu poderia até te responder por que eu te olho como se você FOSSE burra, mas provavelmente eu seria demitido, então aceite meu “É impressão sua.”

Agora quem estava vermelha era eu, e era de raiva. Que menino imbecil! O pior é que ele parecia estar se divertindo. Se ele não explicasse TÃO bem teria mandado ele pra put* que pariu ali mesmo. “Calma Dianna, calma. São só três semanas e você não terá que olhar a cara desse infeliz nunca mais.”

— Então, vai me explicar ou não? – Respondi cruzando os braços sobre o peito. – É para isto que estou lhe pagando, você sabe.

Seu sorriso humorado, com dentes incrivelmente perfeitos (eu admito), finalmente se desfez. Então ele voltou a adquirir uma postura séria e profissional. Era difícil até de acreditar que era a mesma pessoa. Normalmente ele parecia incapaz de rir.

 


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