"O que ele tem?!" Gritava a aeromoça descontrolada

  "É uma convulsão." Anunciou Wilson que estava atrás do House e da Cuddy.

"Saia da frente!" Falou Cuddy para a aeromoça.

Wilson e ela correram para ajudar o piloto enquanto House correu até o painel de controle.

"Cadê o co-piloto?" Perguntou House á aeromoça.

"Ahn... Alí! Sentado." Apontou ela com as mãos tremendos.

House dirigiu seu olhar até um cadeira no canto da cabine. O co-piloto estava sentado de cabeça baixa.

"Ei! Vai deixar que a gente caia no meio do mar?!" Gritou House para ele, mas o hoem não respondeu.

"Estou falando com você!" Gritou House de novo. Ele andou até o homem e notou que havia um motivo para ele não responder á seus gritos. O homem estava desmaiado. 

House balanço-o e fez de tudo para fazê-lo acordar, mas nada adiantou.

"Merda..." Resmungou House.

Ele correu seus olhos pelo painel. Procurou, procurou e procurou até que conseguiu achar o microfone que era usado para o piloto se comunicar com a tripulação. House olhou para Cuddy e Wilson fazendo tudo o que podiam para ajudar o piloto, mas nada adiantava. Não tinham reméidos, nem nada. Estavam todos perdidos, pensava House.

Ele apertou o botão e pegou o microfone.

  "Atenção passageiros do vôo 9544 com destino á Austrália..." Uma voz soou pelos auto-falantes embutidos no teto do avião. Todos que estavam sentados nas poltronas se sobressaltaram ao perceberem que era a voz de House falando. Estava com abafada e metálica, mas podia ser entendida com clareza.

"Mas que diabos...?" Murmurou Chase franzindo o cenho.

"House?" Falou Foreman sem entender do que se tratava.

13 olhava para o auto-falante em cima de sua poltrona. Mesmo sem entender todos prestaram atenção no que era dito.

"Não é nada para nos assustarmos, mas o nosso querido piloto está tendo uma convulsão. Enquanto o nosso querido co-piloto está inconsciente por um motivo ainda desconhecido. Quero pedir que todos coloquem seus cintos, pois teremos certas turbulências... Ah! Por acaso algum de vocês sabe pilotar um avião? Para o resto de vocês... Uma boa viajem e obrigado por escolher nossa companhia aérea." A voz parou.

Todos começaram a se entre olhar desesperados.

"Ah meu Deus..." Falou Cameron assustada.

Todos colocaram os cintos ao mesmo tempo. Todos menos Kutner que levantou de sua poltrona.

"O que você está fazendo?!" Perguntou 13 sem entender. Parecia que estava falando com um suicida.

"Ele perguntou..." Respondeu Kutner respirando fundo "Alguém sabe pilotar um avião?"

Todos lançaram um olhar de surpresa para Kutner que continuou andando até a cabine.

"O que está fazendo aqui?" Perguntou House olhando para Kutner com um olhar esperançoso. No fundo ele devia estar esperando ouvir uma resposta que pudesse salvar a vida de todos.

"Eu... Eu..." Kutner olhava a cena.

No chão Cuddy e Wilson cuidando do piloto que não melhorava. No canto junto com o co-piloto desacordado estava a aeromoça estérica, que chorava e ria frenéticamente ao mesmo tempo.

"Eu... Acho que consigo fazer alguma coisa... Tive uma idéia." Respondeu por fim.

"Está esperando o que? Um convite?" Disse House depois de um minuto sem falar nada.

"O piloto automático." Falou Kutner ao chegar ao painel.

"... Ele... é um dispositivo formado por equipamentos que permitem regular desvios de rota e de altitude, assegurando a condução do aparelho sem a intervenção da tripulação." Informou Kutner procurando junto com House "Existem vários tipos, sendo que alguns controlam só o movimento conhecido como arfagem..." 

"Eu já entendi. Mas..." Disse House fazendo uma pausa na busca e olhando para ele "Como sabe disso tudo?!"

"Videogame" Respondeu Kutner olhando para House.

"Claro..." Continuaram a procurar.... O avião estava começando a perder mais ainda o controle, fazendo tudo tremer e balançar e o que começou como uma turbulência forte, agora era uma violenta e brutal turbulência.

House e Kutner procuravam sem para o botão quando de repente House notou o que vinha na direção deles. Bem, na verdade, na direção de que eles estavam indo.

Uma cadeia de montanhas. 

"Onde nós estamos?" Pensou House. Aquilo era muito estranho. Não deveriam ter montanhas no meio do Oceano Pacífico. Mas eles não tinham tempo para pensar naquilo. Kutner levantou rapidamente do chão e foi direto para o manche (nome do volante do avião) tentar salvar a vida de todos.

Ele puxou-o para trás fazendo o avião subir violentamente. Tudo que estava solto no avião foi empurrado bruscamente para trás. Cuddy, Wilson, a aeromoça histérica, o piloto e o co-piloto inconsciente ficaram espremidos contra a porta da cabine do piloto. House se segurava com força no painel para não escorregar para trás.  

Depois de uns 3 minutos assim eles sentiram um forte solavanco. Uma batida na parte de baixo do avião.

Kutner tinha conseguido fugir das montanhas, mas não completamente. O fundo do avião tinha sido arrebentado pelas montanhas. Na hora não era possível notar, mas depois eles perceberam que a turbina direita também tinha sido arrancada.

"Vamos todos morrer!" A aeromoça gritava, chorava e ria ao mesmo tempo.

Todos ficaram em silêncio petrificados. O avião e a aeromoça eram os únicos que faziam barulho. A turbulência piorava mais e mais eles sabia que isso seria apenas o começo.

Como que parar provar isso o avião começou a declinar. Ele estava cada vez mais apontando para baixo. Estava fora do controle de Kutner, que tentava de tudo traze-lo para cima novamente.

"House!" Gritou Cuddy com algumas lágrimas nos olhos "Eu... Eu só..."

Mas não deu para completar a frase, pois agora todos foram empurrados para frente. Estavam todos comprimidos contra o painel de controle.

"Aaaaaaaah!" Todos pareciam estar gritando.

"Ah Meu Deus!" Berrava a aeromoça.

"Gosto mais dele do que de você!" Gritou House apontando o queixo para o co-piloto inconsciente.

"House!" Chorava Cuddy. Ela estava em cima dele espremida por Wilson logo atrás.

Ela colocou sua mão sobre a de House com certa dificuldade. Ele olhou para ela.

"Eu..." Ele não conseguia falar. Essa seria a última vez que ele veria Cuddy.

Ele beijou sua bochecha e ela teria retribuído se naquele momento o avião não tivesse se chocado contra o solo.