No Meio do Nada escrita por Mandy-Jam


Capítulo 12
Capítulo 12 - Deal With


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo!

Quero mandar um grande "Obrigada!" para todos os leitores da minha fic!

Continuem lendo!



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“Não... Não pode ser...” Falou Cameron incrédula.

“Calma... Fica... Fica calma.” Disse Chase. “Nós... Vamos dar um jeito.”

Chase estava se sentido péssimo também, mas queria acima de tudo acalmar a Cameron. Ele pensou em falar várias coisas, mas não tinha força para isso.

Por fim, ele resolveu simplesmente abraçá-la, mas assim que chegou mais perto ela o empurrou para longe.

“Vamos dar um jeito?!” Falou ela com os olhos começando a se enxerem d’água. “Como você pode dizer isso?! Realmente acha que vamos sair daqui?!”

“Si-Sim.” Afirmou Chase tentando parecer decidido e transmitir firmeza, mas não deu muito certo. “Nós... Só precisamos...”

“Chase!” Exclamou ela. “Pare com isso! Não está vendo?!”

Ela se pôs de pé. Ainda estava de noite, mas Chase a enxergava muito bem.

“Estamos perdidos.” Falou ela. “Estamos sem ninguém, e sem sorte em uma ilha esquecida do mapa! Não vamos voltar para casa e não vamos ficar bem!

Ele sentiu muito mal com aquilo. Parecia que nada que ele falasse iria fazer com que ela se acalmasse.

“Cameron... Nós temos que manter a cabeça no lugar para...” Tentou ele novamente.

“Claro! É fácil não é? Por que você...” Foi a vez dele interrompê-la.

“Francamente acha que isso vai ajudar?!” Exclamou ele. “Tudo bem, estamos perdidos. Mesmo assim, tem certeza de que vai começar a gritar com os outros e chorar e tudo vai se resolver, não é?”

Ela soltou um riso de irritação.

“Vai se ferrar.” Falou ela para ele.

“Você devia ver a sua imagem agora. Não ia gostar nada.” Falou Chase.

“Jura? Faz sentido... A sua imagem é tão perfeita que a de todo mundo fica horrível quando compara.”

“Eu gosta não só da sua imagem, mas de você também.” Falou Chase em um tom triste. “Mas não sei se gosto mais...”

Cameron não falou nada. Ela ficou só olhando para ele, e ele para ela. Os dois em pé no meio da mata sabendo que suas vidas corriam grande perigo, e que talvez... Nunca mais veriam New Jersey ou qualquer outro lugar de novo.

O clima ao redor deles era muito tenso e pesado. O silêncio era absoluto. Até que...

“Gente...” Falou Kutner.

Os dois olharam para ele fazendo-o ficar um pouco sem graça.

“Ahm... Acho melhor vocês esfriarem as cabeças um pouco... Sem brigas, ok?” Disse ele tentando apaziguar a situação. “Já temos problemas demais...”

“Ótimo.” Assentiu Cameron irritada.

“Certo.” Assentiu Chase frustrado.

Ele virou-se e começou a andar para longe deles.

“Aonde você vai?” Perguntou ela.

“Acho que nós dois precisamos respirar um pouco, não é?” Falou ele. “Descanse aí, e eu vou deitar um pouco mais longe.”

“Vai acabar se perdendo...” Falou Cameron começando a se sentir mal por ter gritado com ele. “Chase...”

“Ah, e agora você liga?” Falou Chase virando-se para olhá-la. Estava pronto para começar a discutir, mas quando olhou Kutner lembrou-se que era melhor deixar para lá. “Esquece... Eu vou ficar logo ali e observar o a minha imagem perfeita.”

Cameron ficou sem palavras. Ela olhou para Kutner que esperava cauteloso pela reação dela.

Ela simplesmente soltou um suspiro cansado, e foi para debaixo da árvore. Ela sentou lá e olhou para Kutner que, mesmo no escuro, pode notar que os olhos dela diziam: “Me deixe em paz”.

“É... Eu... Eu... Eu vou ali. Logo... Logo ali.” Falou ele enrolado.

Kutner ficou de baixo de uma árvore um pouco mais afastada de Cameron, mas ainda assim um longe de Chase.

No lado Oeste da ilha as coisas eram diferentes.

“Wilson! Isso... Isso só pode estar errado... Não pode ser meningite.” Falou Taub pelo Walk-Talk.

Houve um momento de silêncio.

“Você esqueceu de dizer câmbio.” Falou Wilson.

Dane-se o câmbio!” Reclamou Taub. “... Câmbio!”

“Tudo indica e confirma meningite... As manchas, a convulsão, o desmaio...” Falou Wilson com uma voz taciturna.

Não pode ser!” Insistiu Taub. “Nós... Nós sempre erramos. Os primeiros diagnósticos nunca estão certos...”

“Dessa vez estão.” Falou Wilson. “Temos que admitir... Infelizmente, não há mais nada para fazer.”

“Wilson! Nós temos que fazer alguma coisa!” Exclamou Taub. “Não podemos simplesmente nos sentar e esperar morrermos!”

“Tem um plano melhor?” Perguntou Wilson sem esperanças.

“Eu... Nós... Podíamos pensar!” Insistiu Taub.

“Taub...” Suspirou Wilson pelo Wlak-Talk. “Eu e você sabemos que não há mais nada para fazer... Temos que sair daqui, mas também não tem jeito...”

“E o House?” Perguntou Taub.

“O que tem ele?” Perguntou Wilson.

“Ele está sentado esperando a morrer?” Perguntou Taub. “Ele... Ele está sentado esperando a Cuddy morrer?”

Wilson ficou mudo por alguns segundos.

“O House é o House... Você sabe como ele é...” Falou Wilson.

“O que isso quer dizer?!” Exclamou Taub. “Wilson! Pense bem! Nós não podemos ficar parados! Uma hora vamos começar a passar mal, e aí será tarde demais para fazer alguma coisa.”

“O que vai fazer Taub? Nadar de volta para casa?” Perguntou Wilson cansado e triste. “Não resta mais nada...”

“E... E agora?” Perguntou Taub perplexo.

“Agora?” Repetiu Wilson desanimado. “Agora acabou. É o fim.”

Taub ficou sem palavras.

“Câmbio final.” Falou Wilson desligando o Walk-Talk do outro lado.

Taub se sentia péssimo. Como assim era o fim?! Então... Era isso? Todos eles iam morrer sem mais nem menos?! Não era possível...

Para piorar ainda estava de noite... Ele não podia enxergar praticamente nada naquela escuridão. Mesmo estando perto da praia, e com a iluminação da Lua não ia dar para procurar nada. E também... Procurar o que?

Ele deixou seu corpo desabar no chão. Foi aí que se lembrou que Foreman e Treze também estavam lá.

“Então... Wilson disse que é o fim.” Falou Foreman sentado no chão á alguns metros dele.

“É.” Falou Taub.

“Estamos ferrados.” Riu Foreman nervoso. “Tremendamente ferrados.”

“Pare com isso.” Falou Treze, que parecia estar aceitando a notícia com bastante calma. “Desespero não ajuda.”

“Não estou desesperado.” Falou Foreman. “Só... Frustrado. E quer saber? Isso chega a ser irônico.”

“Jura?” Perguntou Taub sem dar a mínima.

“É.” Afirmou Foreman. “Uma ilha com 9 médicos. E todos vão morrer com meningite.”

“Talvez um morra por cretinice.” Falou Treze. “Não vamos morrer. Ainda nem temos sintomas. Temos tempo.”

“Não acha que é o fim?” Quis saber Foreman.

“Não.” Disse ela. “Acho que nós temos é que dar o fora daqui e depois recebermos tratamento.”

“Mas como sairemos daqui?” Perguntou Taub para si mesmo, só que em voz alta.

“Pense bem...” Falou Treze. “Nós não achamos nenhum corpo por aqui...”

“Depois de entrarem em decomposição, os corpos são meio difíceis de achar.” Observou Taub.

“Mas... Nem mesmo ossos? Nada?!” Reclamou ela.

“Pois é... Aqui tem animais selvagens.” Falou Foreman. “Podem ter comido.”

“Então temos duas opções.” Continuou ela. “Uma é que eles realmente morreram e agora fazem parte da terra que estamos pisando...”

Taub estava deitado no chão, e quando ouviu isso começou a se levantar.

“Ou nós não achamos nada porque eles conseguiram sair daqui.” Falou ela.

“Como alguém ia conseguir sair daqui?” Perguntou Taub. “Isso aqui é uma ilha... E não parece muito procurada nem nada assim.”

“Nunca se sabe...” Falou Treze. “Vai ver alguém passou de avião aqui por cima e...”

“E daí?” Interrompeu Foreman. “Passaram de avião aqui há anos atrás. Isso não quer dizer que passarão agora.”

Os dois pararam e olharam para ele.

“Acho isso estupidez... Não adianta!” Continuou ele. “Só porque vocês querem muito sair daqui não quer dizer que um avião vai aparecer do nada e nos salvar.”

“O pessimismo também ajuda muito.” Comentou Treze.

“Ótimo.” Falou Foreman olhando para ela. “Vamos fazer o seguinte... Eu ajudo vocês com qualquer planinho que bolarem, mas aposto que não vai dar certo.”

“Obrigada. Era incentivo que eu precisava.” Agradeceu Treze.

“Desculpe... Eu quero muito que vocês achem um jeito de dar o fora daqui.” Disse Foreman colocando a mão encima da dela suavemente. “Mas... Uma grande parte minha está derrotada o suficiente para não acreditar que isso vá dar certo.”

“Se não acreditarmos que isso vai dar certo...” Falou Treze olhando para ele. “No que mais nós vamos acreditar?”

Os três permaneceram em silêncio por mais algum tempo sem saber o que fazer. Por fim eles acabaram caindo no sono.

Cuddy sentou-se na areia e esticou os pés. Ela estava parada lá sentindo a água do mar molhar seus pés, e depois recuar. Em um movimento interminável.

“Podíamos fazer um bote e remar até algum lugar.” Falou House.

Ela olhou para ele como se ele estivesse maluco.

“Claro... Algum lugar.” Disse ela. “Nem mesmo sabe se ‘Algum lugar’ realmente existe perto daqui.”

“Podíamos tentar.” Falou ele.

“Não, não podíamos.” Negou ela. “Isso não é como naquele filme ‘O naufrago’ que o cara faz um bote e foge da ilha, House.”

“Jura?” Perguntou ele. “Por que nós temos até o nosso próprio Wilson.”

Cuddy não pode deixar de rir. Ela estava sentada ali na praia ouvindo o House falar milhões de teorias e idéias de como voltar para casa a mais tempo do que pensava, pois para a sua surpresa o Sol começou a nascer no horizonte.

“Você ainda não tem meningite.” Falou House.

“Tenho sim.” Afirmou ela. “Faz sentido... A falta de ar... E o resto...”

“Faz sentido porque você quer que faça.” Disse House.

“Então não faz sentido para você porque não quer que faça.” Falou ela.

“É verdade...” Concordou ele encolhendo o ombros. “Mas a diferença é que eu estou certo.”

Cuddy soltou um suspiro de cansaço e olhou para o horizonte também. Era completamente inútil discutir com o House quando ele achava que estava certo. Ainda mais quando você está com meningite e sentido falta de ar. Nessas horas o melhor a fazer é ignorar, fazer cara de paisagem e poupar fôlego que, em breve, vai fazer falta para você.

“Não vou discutir.” Falou Cuddy. “Se quer mesmo insistir nisso... Ótimo. Vá em frente e brinque de médico maluco com teorias estranhas.”

House olhou para ela sem entender.

“Qual é o seu problema?” Perguntou ele.

“O que?” Disse ela sem entender.

“Estou dizendo para você que tem uma mera insolação e você quer pensar que está com meningite?! Você quer morrer por acaso?” Cuddy podia ver nos seus olhos que ele realmente estava em dúvida.

“Poxa House... Eu não sei.” Respondeu ela. “Não tenho mesmo a mínima idéia de onde eu tirei que estava com meningite! Deve ser a insolação afetando o meu cérebro.”

Ela revirou os olhos, mas logo depois voltou a observar ela.

“Não teve tempo o suficiente para você ter esses sintomas.” Falou House. “Nós não passamos tanto tempo assim em...”

“Qual é o seu problema?” Interrompeu Cuddy.

Seu olhar atingiu o de House e os dois ficaram sustentando-se.

“Você está sentado aqui do meu lado há horas falando teorias e mais teorias de como sair da ilha. Além de não parar de dizer que eu vou ficar bem, e que só tenho insolação ignorando completamente a existência de três pessoas mortas com meningite aqui.” Falou ela. “Por que é tão difícil para você admitir que eu estou morrendo?!”

House não respondeu. Ele abriu a boca para dizer algo, mas acabou engolindo em seco. Não tinha uma resposta para aquela pergunta. E... Mesmo se tivesse, não responderia para a Cuddy assim tão abertamente.

Mas por fim ele pensou em uma resposta sensata.

“Por que eu estou certo.” Falou ele.

Cuddy deixou um leve sorriso aparecer, mas ele logo sumiu.

“É por isso?” Insistiu ela.

Seus olhares continuaram se sustentando. Ele respirou fundo.

“Acha que tenho outro motivo?” Perguntou ele de volta.

Ela sorriu novamente, mas de novo o sorriso desapareceu.

“Por que...” Ela ia perguntar, mas sua voz falhou. Ela notou que estava com vontade de chorar, mas conseguiu se conter. “Por que você não me acordou para contar o que tinha descoberto? Por que... Você chamou só o Wilson?”

“Por que... Eu não queria assustar você.” Respondeu ele bem devagar.

“Desde quando você sabia que...?”

“Desde de quando nós estávamos juntos aqui.” Respondeu House interrompendo ela.

“Esperava esconder isso de mim para sempre?” Perguntou ela.

“Não.” Respondeu ele. “Só até você descobrir.”

O olhar dela largou o dele e começou a observar o nascer do Sol. House deixou seus olhos caírem e fitarem a areia na qual estava sentado.

“Obrigada... Eu acho.” Murmurou Cuddy.


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Notas finais do capítulo

Então... Será que o Taub vai achar um jeito de saírem dali?

Em meio de tantas brigas por causa desse diagnóstico, é meio difícil... Mas o que vocês acham?

Reviews e até o próximo capítulo!