O Cisne Branco escrita por anonimen_pisate


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

foi mal por demorar tanto a postar, semana de provas!
postei esse na pressa e nem revisei, deve ter alguns erros.



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P.O.V – Hellena di Fontana.

-Alec! – ela voltou-se em minha direção. – Obrigada. – ele abriu a boca com a intenção de dizer algo, mas fui mais rápida. – Nada disso, devo agradecer a você. – antes que ele disse-se algo, entrei em casa.

Encostei-me de costas na porta, e apertei as extremidades dela, ate os nós de meus dedos começarem a doer. Fiquei ofegando, sem saber ao certo porque, rindo como uma estúpida.

Foco Hellena, foco, me repreendi mentalmente. Balancei a cabeça, como que afastando algum pensamento, que nem eu mesma queria imaginar. E minha atenção foi totalmente voltada a um vaso de porcelana que se desintegrava contra a parede do corredor.

Abaixei-me com a cabeça entre as mãos, como se me protegendo de um tiroteio. Ainda abaixada, com medo de que alguma coisa voasse contra a minha cabeça, me aproximei da sala de estar e de jantar, que fora transformada em uma de dança.

Nikki estava vestida como se estivesse saído da aula de dança agora, e Blake e Quenn estavam com moletons e calças de pijamas. Rachel estava parada de olhos arregalados.

-Como assim me trocaram de republica? Eu pago por essa merda toda! Eu tenho direito de dançar a hora que eu quiser! – puxava os cabelos falsamente lisos.

-Não Nikki, você não pode! – Blake gritou de volta. – Nos também pagamos por isso, e fizemos reclamações de você! Eles avaliaram, e decidiram que você deveria sair!

-Mas quais foram às reclamações? Vocês nunca reclamaram de nada!

-Você fica ate tarde dançando com a música nas alturas! Isso irrita os vizinhos e irrita a nos! Você briga com todos, e não contribui com as regras da republica! Te expulsaram e você tem dez horas para arrumar suas coisas! Agora! – Blake, mandona como sempre, usou o seu tom mais ameaçador, que fez a vadia abaixar as orelhas na hora.

-Isso vai ter volta Trevani! – Nikki subiu as escadas espumando, parando no primeiro degrau apenas para derrubar outro vaso.

-Você vai pagar por isso Buffti! – Blake gritou de volta.

Rachel, que ainda estava parada de boca aberta, nos olhou.

-Eu vou embora daqui. – anunciou com a voz vaga. Subiu as escadas, resmungando algo sobre quem faz faculdade de dança ser sempre louca.

-Trevani? – andei assustada, entre os cacos de vasos.

-Pode rir di Fontana. – ela disse irritada. – Mas não posso mandar minha raiva em sua direção, Nikki pegou-a toda... Cisne. – falou aquele apelido ridículo.

-Vamos fazer o que agora? – Quenn reclamou.

-Varrer. – caçoei.

-Não isso Hell... – ela suspirou. Sabe, eu estava ate gostando mais dela. – Estamos só nos três nessa republica, como vamos pagar? – olhou sugestivamente para Blake.

-Relaxa Fabray. Eu já arranjei umas colegas minhas do bale.

-Porque estamos nos chamando pelo sobrenome? – Quenn franziu a sobrancelha. – Porque eu tenho certeza que você – indicou Blake. – Não vai querer que te chamem de Trevani, vai?

Tentei travar a risada, mas ela explodiu em meus lábios, sendo seguida por Quenn.

-Essa foi muito boa Quenn. – ri.

-Rá, , rá... Podem rir, eu sei que é ridículo. – olhou com segundas intenções para Quenn, que chorava de tanto rir. – Me paga Quennie.

-Não me chame assim. – ela fez voz de ultraje.

-Claro... Só o papai pode... – revirou os olhos.

Ignorei a estranheza de ela culpar Quenn pelo sobrenome esquisito, mas relevei quando começamos a varrer as peças cortantes do chão. Depois de terminar tudo, nos sentamos no balcão da cozinha, e ficamos bebendo chocolate quente.

-Ta. Já arranjamos duas meninas...

-Hoppe e Georgina. – Blake completou.

-Hoppe. – eu ri. Tudo bem que meu apelido em inglês quer dizer inferno, mas esperança? Que criatividade. Voltei à seriedade. – Mas é o piano? Quem vai usar ele?

-Ninguém. A gente deixa ele ai.

-Sabe que pagamos por ele.

-Rachel pagava.

-Mas agora vai ser-nos. E vai me desculpar Trevani, eu não sou a menina mais rica de Verona! – Quenn riu, e Blake rolou os olhos.

-Devolvemos para a escola. – dei de ombros, me levantando, e animada com a possibilidade de ter o quarto só para mim.

-Mas você gosta de tocar... – Blake murmurou.

-Não toco há muito tempo. – cheguei perto do instrumento. Passei meus dedos pelas teclas. A melodia confusa dançou pelo ar a nossa volta.

-Tem que superar isso Hell... – sabia que ela se referia à morte de meus pais. Eu não tocava dês do acidente deles, e nem mesmo pintava, e isso fazia dois anos.

-Amanha temos aula cedo, e acho que não esta na hora do momento psicologia. – falei entre dentes. – Boa noite. – subi as escadas com passos breves e pesados.

A porta estava aberta, e lá dentro estava uma Nikki muito irritada. Falando palavrões terríveis que eu nem mesmo sabia que existiam, e jogando suas roupas de falsas grifes dentro de uma mala aberta.

-Estou indo para o quarto de Rachel! – nem mesmo olhou nos meus olhos, quando passou se esbarrando no meu ombro, em direção ao quarto no fim do corredor.

Rachel era a única que não tinha companheira de quarto, antes Blake ficava só, mas depois convenceu Quenn a dormir no mesmo ambiente que ela.

Andei ate o cômodo espaçoso. Havíamos pegado uma das melhores republicas que estavam em pauta. É claro que todos os alunos conseguiram lugar para morar, mas conseguir uma como a nossa, só quem se adiantou.

Talvez por isso Nikki não quisesse ir embora.

Tínhamos uma cama de casal para cada. Um armário para cada, e um espaço consideravelmente bom, para botarmos nossos pertences principais.

No meu lado, eu deixava minhas sapatilhas, de ponta, meia-ponta, meus patins, de gelo e normais, minhas telas, tintas e partituras de musicas. Além de minha vasta “coleção” de livros.

Tranquei a porta, mal acabei de escovar os dentes, cai na cama de roupa e tudo. Fechei os olhos, e dormi.

“Hellena... Hellena...” havia alguém me chamando, um chamado suave e delicado como a ondulação do vento contra um vestido de seda. Eu olhei em volta a sua procura.

Então eu a vi. Ela era linda, parecia comigo, só que mais velha. Tinha olhos iguais aos meus, o rosto era igual ao meu, era como olhar um espelho do meu futuro. Ela sorriu e estendeu uma mão. Seu vestido de cetim branco brilhava a uma luz que eu não conseguia reconhecer da onde vinha.

Seu toque era como mármore frio, um toque suave e sem calor, como o toque de algo morto.

“Hellena, minha querida f...” ela foi interrompida, quando dedos realmente frios tocaram meus lábios. Eu abri os olhos sutilmente e avistei um mar esverdeado.

-Alec... – ele tapou minha boca com sua mão.

-Shh... Sou eu, não precisa gritar... – sussurrou tentando me acalmar. Sorriu, fazendo seus dentes ofuscarem no escuro. A janela estava aberta, e um vento frio rompia as cortinas. Por um minuto o ar faltou em meu peito, e meu coração deu uma guinada.

–Shh... Não vamos querer que alguém venha bater aqui uma hora dessas.

Ele riu novamente, um sorriso perfeito e galante.

O jeito que ele sorria e falava me lembrava vagamente Damon Salvatore, e não o Alec sério e frio que eu vira mais cedo.

Comecei a me debater, e tirei-o de cima de mim. Cobri meu corpo com o lençol e me levantei. – O que esta fazendo aqui? – eu chiei.

-Achei sua casa bonita, e quis vir conhecer por dentro. – começou a andar pelo cômodo, analisando cada objeto meu. Parou observando longamente as minhas partituras. – Você compõe?

-Meu pai era um poeta musicista. Ele compunha musicas... Me ensinou a tocar piano dês de pequena. Ele desejava que eu fosse pianista. – sussurrei cansada, olhando o relógio digital na minha cabeceira. Cara, eram três da manha, esse vampiro não tinha nada melhor para fazer a noite?

-E pinta também? – passou os dedos por uma das minhas primeiras telas, tipo assim, uma de mil anos atrás.

-Minha mãe era formada em belas artes... – suspirei.

Dês de que eu tinha uns seis anos, meus pais ficavam me puxando de um lado para o outro. Eles não eram melhores amigos, nem no auge do casamento. Ele, um musicista de não muito conhecido, mas um ótimo professor. Era um exímio poeta, e fazia dezenas de musicas, tanto no piano quanto para a voz.

Já minha mãe, era uma pintora formada, com o grau completo na faculdade de Roma, e fez um estagio em Paris. Eu nunca vira quadros mais lindos que os dela.

Se conheceram na terra natal deles, o Brasil, se casaram e eu nasci. Meu pai já havia passado por outros dois casamentos, e minha mãe estava no primeiro. Eu tinha duas irmãs, filhas da mesma mãe, por parte de pai, as duas judias.

Meu pai queria que eu fosse uma pianista, pois afirmava que minha voz era perfeita. Aprendi a tocar piano dês de que me entendo por gente, e sempre freqüentei corais.

Já minha mãe, fez com que eu fizesse cursos de artes a minha vida toda, dês de desenhos japoneses, à pintura rústica. Acabei por me “especializar” nos dois, mas não era nenhum deles que eu queria.

Depois que eles morreram em um acidente de carro, eu fui mandada para a Itália, fiz os últimos anos de escola, e foi no colegial que achei meu talento. Fiz coral por lá, e o clube de artes, mas acabei virando líder de torcida, e me apaixonei pela dança.

Comecei a dançar bem velha, mas treinando TODOS os dias, consegui passar nessa boa faculdade de Verona. Aprendo as coisas com uma rapidez incrível.

-Um pai poeta musicista e uma mãe pintora, tendo uma filha dançarina? É uma família artística. – ele sorriu. – Você pinta muito bem Hellena.

Eu guardava alguns quadros, mas a maioria, eu me livrava.

Pintava paisagens, animais, pessoas, mas na maioria paisagens, às vezes com criaturas, às vezes sem.

-O que houve com eles? – tocava em tudo que seus dedos alcançavam.

-Meu pai virou um alcoólatra, e eles brigavam muito... Eu fiquei na casa da minha avó, e eles saíram de carro... Brigaram, acabaram capotando o carro... E morrendo. – falei secamente.

-Sinto muito... – a voz dele saiu temerosa.

-Não precisa... – me sentei na cama com olhos cansados.

-Desculpe entrar em seu quarto as... – olhou o relógio de pulso. – Três da manha, e acordar-te. – seu rosto parecia culpado.

Resmunguei qualquer coisa.

-Acho, que precisamos nos conhecer melhor. – sorriu.

Um vampiro milenar quer me conhecer melhor? Pelo visto, o frio Alec Volturi era muito mais diferente do que eu imaginava.

-Me conhecer melhor? – ergui uma sobrancelha.

-Sim... – desviou o olhar, parecia estar escondendo algo.

Ponderei por alguns minutos.

-Podemos pensar sobre isso amanha? – choraminguei. – Tenho aula daqui a três horas, e estou exausta. – esfreguei meus olhos.

-Claro – sorriu de novo, suas mudanças repentinas de humor me assustavam às vezes. Ele se dirigiu para a janela e preparou-se para pular.

-Veio aqui só para dizer isso?

-Pare de reclamar Hellena. Sei que gostou da minha visita. – e sumiu por entre as cortinas. Fechei a janela, e puxei-as.

Ele havia aparecido há um pouco mais de um dia, e já estava tendo intimidade comigo? Não que eu não gostasse, mas, isso era realmente estranho. Ele não era do tipo sutil e cauteloso como o Edward, ou o Stefan, dos outros livros de vampiros que li, ele era mais tempestuoso e decidido, sei lá como quem, talvez o Damon, irmão do Stefan, ou o... Argh, Jacob.

Nada contra o Jacob, é claro. Mas ele me irritava por diversas vezes no livro.

Deitei na cama e fechei os olhos, seria difícil pegar no sono agora, mas para minha surpresa, dormi no segundo seguinte que encostei a cabeça no travesseiro.


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