One In a Million escrita por Neline


Capítulo 8
Trying to discover what I want to know


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ;*



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Evelyn se agarrou ao braço do sofá. Estava pálida, e parecia incrivelmente chocada. Suspirei, pensando que talvez Chuck e eu nos precipitamos. 

- Mas vocês dois... estão namorando! Blair é uma intercambista, minha intercambista. - Minha quase-sogra gritou, se sentando. Bart olhou para nós. Parecia mais controlado, porém não menos surpreso.

- Crianças, tem certeza do que estão fazendo? - Chuck passou o braço pela minha cintura com mais força, de uma forma possessiva.

- Temos, papai. - Então eu sorri. Ele parecia confiante, enquanto arqueava as sobrancelha. - Não entendo essa preocupação de vocês.

- É só que... vocês estão cientes que daqui 3 meses, Blair vai partir, não estão? - Foi a minha vez de me apoiar. Foi tudo tão intenso que eu me esqueci completamente da minha partida: inadiáveis e curtos 3 meses. 

- Vocês podem me dar licença? Acho que preciso ir para o quarto. - Escutei alguém atrás de mim dizendo "Fique a vontade, querida", mas mal registrei as palavras. As escadas pareciam girar, assim como minha cabeça. Isso não era justo, era? Eu quero dizer, sabia que iria embora, não deveria estar me sentindo tão mal quanto a isso. Pensar que eu perdi minha virgindade com um homem que daqui há quatro meses nem lembraria do meu nome.

Escutei algumas batidas abafadas na porta, mas estava confortável, aninhada no canto da cama. Não queria levantar. Como se aquele fato fosse deter Chuck, o grande mal educado. Ele abriu a porta, espiando, e depois adentrou o quarto, a passos curtos.

- Blair, querida. você parece a beira de um avassalador ataque de pânico. - Falou, se sentando ao meu lado. 

- Eu havia esquecido do tempo que tenho aqui.

- E você vai gastar um dia desses curtos 3 meses trancada no quarto se autoflagelando? Acho que você é mais esperta que isso. -  Olei para ele, que sorria, despreocupado, na beira da minha cama.

- Alguma ideia melhor? - Perguntei, enquanto colocava os pés no chão e via ele sorrir maliciosamente.

- Algumas delas. - Revirei os olhos.

- Que não envolvam sexo, senhor pervertido. Além do mais, perdemos dois dias seguidos de ala. - Ele deu de ombros, enquanto ia até a porta do meu guarda roupas e se escorava lá.

- É só dizer que resolvemos viajar, porque você é turista. Os professores são bem compreensivos sobre programas de intercâmbio. Eles próprios já fizeram os deles.

- Ótimo. Então, por que não conversamos? - Eu falei, enquando ia até ele, puxando sua mão.

- Conversar? Existem tantas coisas mais divertidas para se fazer em um quarto, e tudo que você quer é conversar? - Gargalhei, fazendo ele se sentar na cama.

- Bem, você sabe muita coisa sobre mim e eu não sei praticamente nada sobre você. - Ele franziu a testa.

- O que você quer saber?

- Qual o dia do seu aniversário, por exemplo? - Ele sorriu.

- Certo, realmente vamos fazer essas perguntas bobas um para o outro? - Fiz um gesto vago com a mão, mandando ele prosseguir. - Então tá. Dia 28 de junho. E você, senhorita? 

- Nove de abril. Você gostava de morar no Canadá?

- Era legal, mas ficou meio... solitário depois que... bem, que... minha noiva morreu. O Brasil é bonito? - Então, chegamos onde eu queria chegar. A noiva dele. Eu não sabia nada sobre ela, e tinha medo de perguntar. Mas eu sentia que talvez tivesse intimidade o suficiente com ele para tocar em algumas feridas abertas.

- É lindo, mas... como era o nome da sua noiva? - Ele olhou para o chão e eu o vi sorrir de leve, como se a lembrança dela o aquecesse.

- Rachel. - Então ele sorriu abertamente. - Ela costumava se apresentar dizendo "Sou Rachel. Pronuncia inglesa, por favor, nada de Raquel. Sua mãe é Raquel." - Então ele gargalhou.

- E como ela era? Quero dizer, imagino que seja bonita, mas o jeito dela? 

- Ela era linda. - Falou sem hesitar. Então sorriu, como quem se desculpa. Eu não tinha ciúmes dela. Sei que isso pode parecer cruel, mas ela não era mais concorrência. Estava morta.  De qualquer maneira, queria saber mais sobre ela. Queria saber a mulher que havia partido o coração de Chuck Bass. - Ela era divertida. Persistente. Mas era doce, delicada. Chorava por qualquer coisa, parecia sempre frágil, precisando de um abraço. - Então, ele deu de ombros, mas eu podia ver que os olhos dele ameaçavam marejar. Eu o abracei, com toda a força que pude, enquanto ele desabava nos meus braço. Soluços horríveis, de partir o coração quebravam o silêncio, e eu podia sentir as lágrimas molhando minha roupa. Chuck estava desolado, e eu percebi que pelo menos por hoje, eu sabia o bastante sobre Rachel. 

- Ei, eu estou aqui. Vai ficar tudo bem, Chuck. - Murmurava, enquanto ele tentava inutilmente conter as lágrimas.

- Dois dias de namoro e eu já estou chorando como um imbecil na sua frente. Esse relacionamento está mais acelerado do que no normal. - Ele falou, rindo sem humor nenhum. Controlei-me, tentando não revirar os olhos. Ele só conseguia tentar fingir que tudo estava bem. Imbecil.

- Vamos ficar bem. - Vamos lá Blair, transmita toda a certeza que você não tem.

- E aproveitar bem o tempo que temos? 

- Enquanto durar. - Eu o beijei, sentindo o gosto salgado das lágrimas que já haviam parado de cair, mas ainda estavam em seu rosto. Beijei seu rosto, eliminando cada uma daquelas gotinhas salgadas.

- Espero que dure para sempre. - Ele murmurou, tão baixo, que não tinha certeza que ele gostaria que eu tivesse escutado.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram?

Reviews, por favor.
XOXO. Neli ;*